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Tecnologia em Analise e Desenvolvimento de Sistemas O Proeja no Instituto Federal de Goiás Campus Luziânia e o Uso Das Tecnologias Eloá de Souza Barbosa ORIENTADOR: Dr. Reinaldo de Lima Reis Junior LUZIÂNIA – GO 2017 INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS TECNOLOGIA EM ANALISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS O Proeja no Instituto Federal de Goiás Campus Luziânia e o Uso Das Tecnologias Eloá de Souza Barbosa Trabalho de conclusão de curso apresentado á Coordenação do Curso de Tecnologia em Analise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Câmpus Luziânia, como parte das exigências do curso de Tecnologia em Analise e Desenvolvimento de Sistemas para obtenção do título de Tecnólogo em Analise e Desenvolvimento de Sistemas. Orientador: Dr. Reinaldo de Lima Reis Junior LUZIÂNIA – GO 2017 Eloá de Souza Barbosa O Proeja no Instituto Federal de Goiás Campus Luziânia e o Uso Das Tecnologias Trabalho de conclusão de curso apresentado á Coordenação do Curso de Tecnologia em Analise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Câmpus Luziânia, como parte das exigências do curso de Tecnologia em Analise e Desenvolvimento de Sistemas para obtenção do título de Tecnólogo em Analise e Desenvolvimento de Sistemas. Aprovado em 28 de junho de 2017 ____________________________________________________ Prof. Orientador. Reinaldo de Lima Reis Junior IFG – Campus Luziânia ____________________________________________________ Prof. Aldo Lúcio de Freitas Mundim IFG – Campus Luziânia ____________________________________________________ Prof.ª Simone Paixão IFG – Campus Luziânia LUZIÂNIA – GO JUNHO - 2017 Dedico este trabalho a Deus, foi com ele e por ele todos os obstáculos enfrentados para chegar até aqui. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo dom da vida. Aos meus pais, Rosana e José, por todo amor e carinho, por todos os sacrifícios enfrentados para uma melhor educação. A minha irmã Lauana pelo empenho e dedicação em me ajudar nas matérias mais temidas e pela companhia desde o início. Ao meu amado esposo Rodrigo, pela cumplicidade, compreensão e perseverança durante todos esses anos. Aos meus superiores Isaias, Delma, pela flexibilidade nos horários e total apoio para a realização dessa graduação. Ao professor Reinaldo pela impecável orientação, pela oportunidade, confiança e paciência e assim tornar este trabalho possível. Aos meus amigos Luciene Campos, Carlos Valter, Amanda Vieira, Julio Carvalho e Johnny Figueiredo, pela parceria durante toda nossa trajetória, pela motivação mesmo em momentos complicados, pela amizade e por tornarem mais leves e engraçados os momentos mais complicados e tediosos vividos durante esses cinco anos e meio. Agradeço também aos professores Aldo Mundim, José Carlos e Luiz Loja, que contribuíram de alguma forma para minha formação e para a realização deste trabalho. “Bem como a verdade se produz pela medida, também a medida se produz pela verdade.” Santo Agostinho RESUMO BARBOSA, Eloá. O PROEJA no Instituto Federal de Goiás Campus Luziânia e o Uso Das Tecnologias. Luziânia, 2017. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás Partindo da importância que é a formação de indivíduos que não tiveram a oportunidade em concluir o ensino médio na idade especifica e sua interatividade com as tecnologias do cotidiano esse estudo procura levantar e melhor conhecer a percepção tecnológica dos alunos do PROEJA, levantando o conhecimento digital adquirido e o acesso a essa tecnologia. Com isso pretende-se analisar até que ponto os alunos estão integrados nas tecnologias do mundo de hoje. Palavras-chave: PROEJA, Formação, Conhecimento, Tecnologia. ABSTRACT BARBOSA, Eloá. O PROEJA no Instituto Federal de Goiás Campus Luziânia e o Uso Das Tecnologias. Luziânia, 2017. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás Starting from the importance of the formation of individuals who did not have the opportunity to complete high school at the specific age and their interactivity with everyday technologies, this study intends erstand the technological perception of the students PROEJA, Analyzing the acquired digital knowledge and the access to this technology. With this we intend to analyze the extent to which students are integrated into the technologies of today's world. Keywords: PROEJA, Formation, Knowledge, Technology LISTA DE INLUSTRAÇÕES Figura 1: Gráfico da situação civil e quantidade de filhos. ............................................ 34 Figura 2: Gráfico das condições socioeconômica dos participantes .............................. 35 Figura 3: Gráfico dos motivos para a escolha do curso na Instituição. .......................... 36 Figura 4: Gráfico dos motivos para a escolha do curso .................................................. 37 Figura 5: Gráfico dos tipos de tecnologias utilizadas pelos alunos. ............................... 40 Figura 6: Gráfico dos aparelhos utilizados para acessar internet primeira pesquisa ...... 40 Figura 7: Gráfico dos aparelhos mais utilizados para acessar internet ........................... 41 Figura 8: Gráfico usuários de Sistemas Operacionais Mundo, Start Counter Global, 2017. ............................................................................................................................... 43 Figura 9: Gráfico de porcentagem usuários de Sistemas Operacionais no Brasil, Start Counter Global, 2017. .................................................................................................... 44 Figura 10: Gráfico das dificuldades encontradas pelos alunos no curso. ....................... 44 Figura 11: Gráfico dos alunos que encontraram ou não dificuldades ............................ 45 Figura 12: Gráfico da avaliação do curso segundo os alunos......................................... 46 file:///G:/ELOÁ/Tcc%20Atualizados/TccAtualizado%2016Junho.docx%23_Toc485810588 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais Brasil – 1950/1991.19 Tabela 2: Organização Curricular do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, Integrado ao Ensino. .................................................................................. 26 Tabela 3: Matriz Curricular do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, Integrado ao Ensino Médio. ....................................................................... 27 Tabela 4: Analise de idade dos participantes.................................................................. 31 Tabela 5: Levantamento das profissões exercidas pelos alunos na primeira pesquisa Dez. 2016. ....................................................................................................................... 32 Tabela 6: Levantamento das profissões exercidas pelos alunos na Segunda pesquisa Maio 2017. ...................................................................................................................... 32 Tabela 7: Jornada de trabalho pesquisas Dez. 2016 e Maio 2017. ................................. 34 Tabela 8: Conhecimentos dos participantes em operar computadores pesquisa Dez. 2016 ........................................................................................................................................43 Tabela 9: Ingresso, evasão e formandos do curso técnico integrado do PROEJA. ........ 48 Tabela 10: Faixa etária dos alunos do curso técnico integrado do PROEJA. ................ 49 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEFET – GO Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás CNE – Conselho Nacional de Educação CONFINTEA – Conferência Internacional sobre Educação de Adultos CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito EJA – Educação de Jovens e adultos IFG – Instituto Federal de Goiás JK – Juscelino Kubitschek LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC – Ministério da Educação MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização PNAC - Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PROEJA – Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos SISTEC - Sistema Nacional de Informações da Educação UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 12 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................................................... 12 1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................................... 13 1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 13 1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 13 1.3 ESTRUTURA.............................................................................................................................................. 13 1.4 METODOLOGIA E MÉTODO DA PESQUISA ................................................................................................. 14 2 EJA NO BRASIL................................................................................................................................... 16 2.1 A HISTÓRIA DO EJA ................................................................................................................................. 16 2.2 O SURGIMENTO DO PROEJA ................................................................................................................... 20 3 PROEJA NO IFG .................................................................................................................................. 23 3.1 CURSOS OFERTADOS ................................................................................................................................ 23 3.2 OBJETIVOS DO CURSO .............................................................................................................................. 24 3.3 REQUISITOS DE ACESSO ........................................................................................................................... 25 3.4 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO CURSO .................................................................................................. 25 3.5 ESTRUTURAS CURRICULAR E HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO ................................................................... 26 4 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................................................. 31 4.1 PESQUISAS DE CAMPO .............................................................................................................................. 31 4.2 DADOS SISTEC ....................................................................................................................................... 48 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 53 ANEXO A – QUESTIONÁRIO PRIMEIRA PESQUISA ......................................................................... 58 ANEXO B – QUESTIONÁRIO SEGUNDA PESQUISA ........................................................................... 60 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização A educação no Brasil é um assunto abordado insistentemente, muitos são as medidas adotadas para melhorar a qualidade de ensino, porém nem sempre o resultado esperado é alcançado, pois ainda enfrentamos altos índices de analfabetismo e de letramento que não contemplam os objetivos almejados. O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) é mais uma das ações que busca oferece formação profissional e básica as pessoas que não puderam por algum motivo concluir o ensino médio na idade esperada. Os avanços tecnológicos estão a cada dia ocupando os ambientes escolares com a ideia de melhorar a forma de ensino. Atualmente muito se tem afirmado que as novas tecnologias trazem grande vantagem à educação, tornando o processo de ensino mais motivador despertando maior curiosidade por parte dos alunos e, sobretudo atuando com vista à inclusão ás necessidades do mundo contemporâneo. A elaboração desta pesquisa partiu da curiosidade e interesse em conhecer melhor a cultura tecnológica dos alunos do PROEJA, levantando o conhecimento digital adquirido e o acesso a essa tecnologia. Com isso, neste trabalho pretendeu-se analisar até que ponto os alunos estão integrados nas tecnologias do mundo de hoje. A Metodologia adotada para o levantamento das informações foi feita a partir da aplicação de questionários onde foram feitas perguntas de forma direta aos alunos de uma determinada turma do PROEJA do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, (IFG) Campus Luziânia. Sabendo da importância hoje de conhecer e saber manusear essas tecnologias inseridas em todos os cantos, o resultado deste trabalho pode se tornar uma importante fonte para conhecer o universo desses alunos e averiguar se os alunos do PROEJA são ou não inclusos digitalmente. 13 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Compreender o PROEJA e sua implantação no IFG com o acesso a tecnologia, situando-o na realidade do educando no campus Luziânia. 1.2.2 Objetivos Específicos Compreender o PROEJA como uma política publica de educação profissional. Analisar a criação e características do PROEJA no IFG. Analisar as relações dos sujeitos do PROEJA com o curso profissionalizante. Aplicar questionários a fim de levantar informações sobre os alunos do PROEJA. 1.3 Estrutura Este estudo foi organizado em cinco capítulos, as linhas atuais pertencem a parte inicial desta monografia. Os demais capítulos são apresentados a seguir: • Capítulo 2 – História do EJA no Brasil: Aborda a história e evolução das políticas públicas voltadas a educação de jovens e adultos no Brasil. O capítulo apresenta os seguintes assuntos: A história do EJA no Brasil e o surgimento do PROEJA. Capítulo 3 – Proeja no IFG: Aborda trechos da implantação do programa nos Institutos Federais, tratando em especial o curso ofertado pelo Câmpus Luziânia. Descrevendo o curso ofertado, objetivos do curso, requisitos de acesso, organização curricular do curso, estrutura curricular e horário de funcionamento. Capitulo 4 – Resultado e Discussão: Apresentam os dados colhidos por meio da pesquisa de campo através de questionários. Trata também a pesquisa feita pelo acesso ao SISTEC 14 Capitulo 5 – Considerações Finais: Expõe as conclusões obtidas com os resultados das pesquisas, relacionadascom os objetivos gerais e específicos. Finalizando este último capítulo sugere propostas para trabalhos futuros. 1.4 Metodologia e Método da Pesquisa A escolha da pesquisa qualitativa como metodologia de investigação é oportuna quando o objetivo do estudo é entender o porquê de certas coisas, como a escolha e percepção de determinado assunto. O método de investigação científico adotado para a elaboração dessa pesquisa estuda as particularidades e experiências individuais. A pesquisa qualitativa permite aos entrevistados liberdade para apontar os seus pontos de vista sobre determinados assuntos relacionados com o objetivo de estudo. As respostas não são objetivas, e a finalidade não é contabilizar quantidades, mas sim conseguir compreender a integralização dos alunos junto à tecnologia. A pesquisa foi realizada no Instituto Federal de Goiás (IFG) – Câmpus Luziânia, nos meses de Dezembro de 2016 e Maio de 2017, a turma participante foi a Técnico em Manutenção e Suporte em Informática Integrado ao Ensino Médio, que ingressou no primeiro semestre de 2016. A pesquisa realizada em dezembro de 2016 contou com a participação de (16) alunos e foi entregue a eles um questionário com (30) perguntas, já pesquisa realizada em Maio de 2017 contou com (13) alunos e o questionário entregue continha 28 perguntas. Os questionários foram respondidos de forma rápida e sucinta, sem necessitar de identificação e de forma voluntária. Os dados obtidos da pesquisa foram tabelados em planilhas, a fim de contabilizar dados para o melhor analise. Foi realizado também uma pesquisa em dezembro 2016 no Sistema Nacional de Informações da Educação (SISTEC), esse sistema surgiu para inovar e disponibilizar informações sobre os cursos técnicos de nível médio, essas informações são divulgadas mensalmente. As informações contidas nesse sistema se referem às escolas e aos alunos desse nível de ensino. As unidades de ensino, no país, que ofertam cursos técnicos de nível médio, independentemente da sua categoria administrativa (privadas e públicas, incluindo aquelas referidas no art. 240 da Constituição Federal, de 1988), sistema de ensino (federal, estaduais e municipais) e nível de autonomia, devem ser cadastradas no SISTEC. 15 Na pesquisa realizada, foram filtradas informações sobre as quantidades de matrículas efetuadas no Câmpus, a quantidade de alunos que concluíram o curso e a taxa de evasão. 16 2 EJA no Brasil 2.1 A História do EJA A necessidade de relatar uma síntese histórica da Educação de Jovens e Adultos, (EJA), comparando seus vários momentos com os processos de transformações políticas, econômicas e sociais, pelos quais transpôs nosso país ao longo de sua história, é de grande relevância para tentar compreender os diversos aspectos dessa temática tão complexa, que é a Educação de Jovens e Adultos no Brasil. A síntese feita nas palavras que se seguem mais busca trazer o entendimento do panorama geral que serve de base para o objeto dessa pesquisa. O primeiro grande passo do Governo Federal em prol da Educação de Jovens e Adultos só ocorreu em 1947, em um momento de novo contexto da política mundial, como o pós-guerra e o início da Guerra Fria, situação em que o Brasil deixava a ditadura de Getúlio Vargas e ingressava num período de democratização. Foi nesse cenário que o Ministério da Educação e Saúde com a coordenação de Lourenço Filho início a ampla campanha de alfabetização de adolescentes e adultos, cujo objetivo era realizar, para os grupos sociais menos privilegiados, a educação de base, a partir da influência desenvolvida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO). Realizada na Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (CONFINTEA). Seu primeiro encontro realizado em 1949 na Dinamarca apresentou de forma geral as preocupações do mundo Pós-Guerra: atendimento, reconstrução nacional e cooperação internacional para fundamentar a paz e a Educação de Adultos foram entendidos como um meio privilegiado para atingir aqueles objetivos. Com a Instituição do governo de Juscelino Kubitschek (JK) e seu amplo projeto de crescimento nacional, na segunda metade dos anos 1950, o foco educacional passou a serdirigido para o ensino técnico-profissionalizante e a educação para o trabalho, (COSTA, 2007). Em 1964, o Educador Paulo Freire deu início ao projeto de Angicos 1 , a experiência levou esse nome por ser executada inicialmente em Angicos, pequena cidade do Rio Grande 1 Constituíam os objetivos fundamentais da experiência de Angicos, fazer com que os participantes aprendessem a ler e a escrever e, ainda, viessem a se politizar em 40 horas. Isso despertou enorme curiosidade, motivo pelo qual o trabalho de Freire correu o mundo. Em Angicos estiveram presentes observadores, especialistas em educação e jornalistas não somente dos principais meios de comunicação do Brasil, como do exterior. As 17 do Norte, onde 380 trabalhadores participaram do projeto de alfabetização. Dentro do programa das Reformas de Base do presidente João Goulart, o método auxiliou na composição do Programa Nacional de Alfabetização, que Paulo Freire ajudou a desenvolver. Com a aprovação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 4024/61), os órgãos estaduais e municipais ganharam autonomia, com diminuição da centralização do Ministério Educação (MEC). Em 1964 tem inicio o golpe Civil, lei nº 53.886, de 14 de Abril 1964 extinguiu o Programa Nacional de Alfabetização, nessa época o sistema educacional brasileiro era centralizado, o modelo era seguido por todos os estados e municípios. O regime pretendia disputar a direção ideológica, aproveitando as camadas populares, esse grupo seria incorporado pelo governo em um amplo projeto nacional o Movimento Brasileiro de Alfabetização 2 (MOBRAL). Esse projeto seria criado com o intuído de solucionar o problema do analfabetismo no Brasil em cinco anos, teve inicio em 1967, mas somente em 1970 que o movimento começou avançar. (COSTA, 2007), (LEI Nº 5.379, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1967). O MOBRAL fez uso de bilhões em recursos públicos como verba de 500 mil cruzeiros, parcela dos 30% de participação do MEC nas arrecadações da Loteria Esportiva, e, no ano seguinte, os 2% do Imposto de Renda das empresas. Foi alvo até de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de nº 48 de 1975, por manipulação de dados estatísticos envolvendo a quantidade de alunos conveniados, desvio de verbas e manipulação política. Paulo Guerra, ex-governador de Pernambuco em 1967, decidiu fazer uma pesquisa em 15 municípios onde o Mobral era aplicado e apurou que dos 800 alunos que haviam concluído o curso de alfabetização um ano antes, somente 80 permaneciam sabendo ler e escrever. A causa do retrocesso era nítida sem ter como praticar ou aplicar os conhecimentos adquiridos, as pessoas acabavam esquecendo o que haviam aprendido (O GLOBO, 1975). Em 1984 o presidente do MOBRAL, Cláudio Moreira, reconheceu as falhas do programa e os falsos dados divulgados na época ao dizer que desde 1970, quando existiam cerca de 19 milhões e não 16,3 milhões de analfabetos no país, e o MOBRAL só conseguiria alfabetizar 2 milhões. Segundo ele, o problema era mais grave porque, a cada ano, 600 mil referências podem ser conferidas em http://www.scielo.br/pdf/es/v18n59/18n59a08.pdf. Acesso em 09 de maio de 2017. 2 O MOBRAL propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos, visando “conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindomelhores condições de vida”. As referências podem ser conferidas em http://www.educabrasil.com.br/mobral-movimento- brasileiro-de-alfabetizacao/. Acesso em 07 de março de 2017. http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/criado-na-ditadura-por-medici-em-1970-mobral-queria-erradicar-analfabetismo-17468183 http://www.scielo.br/pdf/es/v18n59/18n59a08.pdf http://www.educabrasil.com.br/mobral-movimento-brasileiro-de-alfabetizacao/ http://www.educabrasil.com.br/mobral-movimento-brasileiro-de-alfabetizacao/ 18 brasileiros completavam 15 anos em absoluto analfabetismo. Afirmou que o governo demonstrava desde a criação do MOBRAL ter “uma visão equivocada de nossa realidade social", e que para uma pessoa carente era difícil provar a importância de saber ler e escrever, (O GLOBO, 1975). A reformulação LDB através da lei 5692/71, assegurava aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular a gratuitamente a oportunidades educacionais apropriadas, considerando as características do alunado, sua condição de vida, de trabalho e seus interesses. O Ensino Supletivo atuava com esse desafio, desde a iniciação no ensino de ler, escrever, contar e a formação profissional definida até o estudo intensivo de disciplinas do ensino regular com a atualização de conhecimentos, (LEI 5692/71, DE 11 DE AGOSTO DE 1971). Com o fim da ditadura civil militar e a chegada da Nova República, em 1985, uma nova perspectiva surgiu na sociedade brasileira. O novo governo pós-fim ao Mobral e foi criado em seu lugar a Fundação Educar, vinculada ao Ministério da Educação, que, diferente do Mobral tinha como função desenvolver todos os programas na área de alfabetização, e seu interesse em prestar apoio técnico e financeiro às organizações governamentais e não governamentais que desenvolviam projetos nessa área, (COSTA, 2007). Portanto, o que aconteceu foi uma mudança de política adotada por esse novo governo para essa área da educação, onde o Estado assume o papel e reconhece que a alfabetização é uma política educacional que se realiza em processo, envolvendo a articulação entre os entes federados, sobretudo na vinculação da comunidade com a escola. Em 1988, foi decretada uma nova Constituição, também chamada Constituição Cidadã por Ulysses Guimarães, que, em um dos seus artigos, facultava o voto aos analfabetos. Tal evento não teve muita repercussão para o processo da educação de jovens e adultos, uma vez que só traria vantagens à classe política, que iria identificar esses esquecidos como novos “fregueses” para seus interesses políticos-eleitorais. No que se menciona à educação para EJA, ocorreu à garantia constitucional do ensino fundamental obrigatório e gratuito não somente para as pessoas nas idades precisas como, Ensino fundamental de 7 a 10 anos, Ensino Médio 15 a 18 anos, mas também para aquelas pessoas que não tiveram acesso na idade devida, (COSTA, 2007). Com a evolução das novas tecnologias, foi se projetando um perfil novo de trabalhador para o mercado de trabalho. No momento da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em 1990, na cidade de Jontien, na Tailândia, que se admitiu o http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/criado-na-ditadura-por-medici-em-1970-mobral-queria-erradicar-analfabetismo-17468183 19 fracasso das campanhas de alfabetização passadas e reconheceram as rápidas transformações no campo da economia e nas tecnologias de informática e comunicação. Nos anos 90, a Educação de Jovens e Adultos no Brasil foi alterada, no início do governo Collor, foi extinta a Fundação Educar, uma espécie de enxugamento da máquina administrativa. Assim o Governo Federal passou, assim, as ações da EJA para os estados e municípios, só após a Conferência da Tailândia, o governo brasileiro lançou em 1990 o Programa Nacional de Alfabetização e Cidadania (PNAC). A meta era, em quatro anos, reduzir em até 70% o Analfabetismo, meta não alcançada, por conta da crise política que afetou o governo, com a instauração do processo de “Impeachment” (COSTA, 2007). O vice-presidente Itamar Franco assumiu a presidência e Instituiu, em 1993, o Plano Decenal de Educação para Todos, cuja meta era acabar com o Analfabetismo em dez anos. O programa foi descontinuado, com cortes de recursos e de ações vinculadas, o que ocasionou impactos na sua capacidade de efetivação. Algumas metas foram claramente atingidas, mas a mobilização se perdeu durante o período; faltou plano estratégico de participação e de organização.. Tabela 1: Taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais Brasil – 1950/1991. Fonte : IBGE, Censo Demográfico 1991 e Pesquisa nacional por amostra de domicílios Analisando a (Tabela 1), podemos observar que mesmo com o insucesso de alguns programas a taxa de analfabetismo teve uma baixa significativa, em 1950 o índice que era de 50,60% da população com faixa etária de 15 anos ou mais, em 1991 reduziu para 19,7%. Em 1996, com a aprovação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei 9394/96, que reforçou a obrigatoriedade do Estado da oferta da educação Básica, orientada pela Constituição de 1988, que já assegurava o acesso e o direito à educação para todos. A LDB torna esse direito mais evidente para a EJA quando garante a oferta de educação escolar para jovens e adultos. (COSTA, 2007). Em 1997, o presidente Fernando Henrique Cardoso criar o Programa Alfabetização Solidária, através de parceria entre o governo e a sociedade civil, visando, assegurar o Ano População Analfabetos Taxa de analfabetismo 1950 30.188 15.272 50,60% 1960 40.233 15.964 39,70% 1970 53.633 18.100 33,70% 1980 74.600 19.356 25,90% 1991 94.891 18.682 19,7 http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_operfil.pdf http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/notasindicadores.shtm http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf3/tcc_operfil.pdf 20 seguimento dos estudos dos alunos acompanhados, por meio da EJA e cursos profissionalizantes, adaptado de acordo com a vocação econômica de cada município, (MEC-1997). Em julho de 2000 o Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução CNE/CEB Nº 01 de 05/07/00, determina as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação de Jovens e Adultos, firmando a obrigatoriedade na oferta e na estrutura dos componentes curriculares de ensino fundamental e médio. “Art. 2º: A presente resolução abrange os processos formativos da Educação de Jovens e Adultos como modalidade da Educação Básica nas etapas do ensino fundamental e médio, nos termos da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional”, (MEC/CNE-2000). Veio o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e com ele o Programa Brasil Alfabetizado, criado em 2003, com o intuito de expandir Alfabetização de brasileiros acima de 15 anos. Lula se comprometeu em erradicar o Analfabetismo em seu primeiro mandato e chegou a mencionar que o desafio dependia "muito menos de dinheiro" e “muito mais de disposição política”. Na década passada, a proporção de adultos analfabetos teve queda relevante: de 13,6%, em 2000; para 9,6%, em 2010. O governo de Dilma manteve o programa durante todo o primeiro mandato, porém no segundo governo com a instauração do processo de “Impeachment” deixou o governo e algumas alterações no programa já foram feitas após o Vice Presidente Michael Temer assumir a presidência. Não se sabe se o fechamento do sistema de cadastros do programa foi feito antes ou depois do processo de Impeachment, o que tem gerado prejuízo para esta pesquisa. 2.2 O Surgimento do PROEJA O programa de educação que recepcionaria jovens e adultos devido a não permanência e insucesso no ensino fundamental e médio em correção ano/série articulado com a formação de profissionais denominou-se inicialmente como Programa ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (PROEJA),originário pela Lei nº 5478/2005, com a intenção de atender a demanda de jovens e adultos pela oferta de educação profissional e técnica de nível médio, que geralmente são excluídos, bem como, em muitas situações, do próprio ensino médio, (BRASIL, 2007, p. 12). Inicialmente o programa teve como base de ação a Centros de Educação Profissional. Anteriormente a Lei nº 5478/2005, algumas instituições da rede já desenvolviam experiências profissional com jovens e adultos, de maneira que simultaneamente com outros http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/27097/programas-de-alfabetizacao-nao-conseguiram-atingir-metas/ http://presidentes-do-brasil.info/presidentes-da-republica/dilma-rousseff.html 21 profissionais, a própria rede, instituições parceiras, gestores educacionais e estudiosos dos temas abordados pela Lei passaram a indagar o programa, sugerindo sua ampliação e aprofundamento nos métodos do conhecimento. Com essas interações com os pressupostos referenciais do programa assinalava a necessidade de engrandecer seus limites tendo como foco a universalização da educação básica, com acolhimento particular a jovens e adultos com percurso escolar interrompido. Essa perspectiva direcionava o programa para política pública (BRASIL, 2007, p. 12). Em retorno a todos esses questionamentos, a revogação da Lei nº 5478/2005 pela promulgação da Lei nº 5840 de 13 de julho de 2006, resultou em inúmeras mudanças para o programa, entre elas a ampliação da extensão, no que cabe ao nível de ensino, pela integração do ensino fundamental. Passando a chamar-se Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 2007, p. 12). Em 2008, foi publicada a Lei n.º 11.892/2008, que estabeleceu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e deu origem os Institutos Federais, estabelecido anteriormente por um decreto. Isso garante pelo menos no plano normativo, a entrada da EJA na Rede Federal e unida a integração com a educação profissional (BATISTA, 2015). O PROEJA é um projeto de abrangência nacional que buscar facilitar e aproximar os ambientes escolares ligados de modo direto ao mundo do trabalho mediante a oferta de cursos que compõe a educação básica e profissional. Com tal abrangência necessita do comprometimento da sociedade, dos municípios, estados e governo federal por meio de ações políticas e pedagógicas que estimulem e garantam o êxito dos discentes, que presenciaram até então fatos escolares de fracassos e realidade social marginalizada, mediante integração teórica e prática, ou seja, “uma integração epistemológica, de conteúdos, de metodologias e de práticas educativas” (BRASIL, 2007, p. 41). O objetivo principal do PROEJA é preparar os trabalhadores dando oportunidade de acesso e permanência no sistema educacional oferecendo além da formação técnica e dos conhecimentos científicos a formação humana, valorizando o conhecimento e a experiência do mundo e assim permitir compreende-lo e nele atuar proporcionando mudanças significativas em sua realidade. Esse alunado busca a certificação de ensino médio “completar os estudos” e uma chance de “melhorar de vida” por meio da inserção e permanência no mercado de trabalho. Muito mais que isso, o processo de reinserção nos estudos idealiza não apenas como forma de aperfeiçoar os conhecimentos e obter a certificação, mas como uma 22 forma de voltar a socializar, de se sentir “parte de algo” e, a partir disso “evoluir” como ser humano, como sujeitos que vivem em sociedade e efetivamente ser atuante no seu meio. O PROEJA busca, em sentido amplo, a formação humana/humanizadora, a partir de saberes científicos e tecnológicos produzidos ao longo da história da humanidade, almejando, na integração com a formação profissional, a compreensão de si, do e no mundo, com o intuito de promover melhorias em suas próprias condições de vida, bem como, a edificação de uma sociedade mais justa (BRASIL, 2007, p. 13). Assim, realizar uma pesquisa de campo observando e analisando os saberes tecnológicos dos alunos em um instituto de ensino e tecnológica tornou-se um problema de observação científica que este trabalho de conclusão de curso visa problematizar. 23 3 PROEJA no IFG 3.1 Cursos Ofertados O curso ofertado atualmente no IFG Câmpus Luziânia é o Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, Integrado ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos. A instituição deve ofertar no mínimo 10% de suas vagas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), de acordo com a lei nº 11.892/2008 que cria a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. O foco em Manutenção e Suporte em Informática tem como base a pesquisa de demanda da sociedade por profissional qualificado nesta área. Levantamento feito pelo Observatório do Mundo do Trabalho do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás IFG, denominado anteriormente como Centro Federal de Educação, Tecnológica de Goiás- CEFET-GO. Segundo a justificativa do projeto do curso, a escolha deve-se pelo o número de computadores instalados no mercado de trabalho atualmente e seu crescimento gradativo de 20% ao ano. Seja em residências, nas comunidades ou no mercado de trabalho. O observatório também argumenta que são inúmeros os computadores que necessitam de instalações e configurações, precisam de manutenção preventiva e corretiva. Para Empresas e usuários é imprescindível para o bom funcionamento da ferramenta e manutenção constante do equipamento, possibilitando para este profissional, uma demanda constante de seus serviços. A área de atuação teria um campo de oportunidade diversificado, que cresce e muda a todo o momento. Desta forma, o Curso Técnico de Manutenção e Suporte em Informática do IFG, integrado ao ensino médio - Campus Luziânia, para Jovens e Adultos, não só atenderia a uma necessidade, como, contempla uma parcela significativa de pessoas que precisam de formação, qualificação e requalificação profissional, na expectativa de formar ser humano-crítico para uma sociedade integra e de igual oportunidade para todos, gerando também expectativas mais capacitadas de introdução no mercado de trabalho, (IFG, 2010). 24 3.2 Objetivos do Curso O Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, integrado ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA de acordo com o projeto do curso propõe a deixar de lado uma formação profissional limitada apenas para o mercado de trabalho assumindo a expectativa de integralizar os aspectos, técnico e humano, capacitando cidadãos independentes, que atuem com elevado grau de compromisso social, criando um novo perfil. O profissional será capaz de gerenciar atividades de concepção, especificação, projeto, implementação, avaliação, suporte e manutenção de sistemas e de tecnologias de processamento e transmissão de dados e informações, incluindo hardware, software, aspectos organizacionais e humanos, visando a aplicações na produção de bens, serviços e conhecimentos, (IFG, 2010). Analisando os objetivos é preciso realçar que compromisso social para ser passado a esses alunos deve ser feito não somente por teoria, mas também pela vivencia, principalmente no ambiente escolar. O reflexo desse compromisso social deve partir da atuação da Instituição e seu corpo docente por se tratar de uma influência, a ética e as condutas adotadas serão sempre observadas por alunos com esse perfil, por se tratar de pessoas com conceitos formados e experiência de vida. Em analise a discussão em sala de aula durante a aplicação do questionário de pesquisa de campo, alunos da turma demonstravam certo desconforto com um comentário dedocente referente a uma colocação feita que, o curso técnico não deveria ser destinado a informática e sim panificação. Tal comentário motivou a alguns pensarem que não seriam capazes de compreender o conhecimento do curso, trazendo uma ideia de eugenia. Assuntos como a relação de aluno e professor também foram comentados, alunos afirmaram não serem motivados e nem auxiliados por alguns docentes. Reclamaram da forma como eram avaliados e alguns se sentiam excluídos pelo método. É necessário adaptar a atividade educativa as necessidades do aprendiz, tanto no que se refere às características de uma faixa etária quanto a suas experiências culturais – pode garantir a eficiência da escola, (PATTO, 1999) . O que se percebe, é que a esses docentes, atribui-se um discurso oficial/senso comum, em tributar sobre a capacidade intelectual do discente, seus limites, ou no que apresenta em sua narrativa, “do fracasso escolar”. Contudo, seguindo com as reflexões de Patto (1999), a estes docentes, o discurso oficial da incapacidade docente não aparece em seu 25 arco de justificação. Ao discente é disposto uma limitação sócio/bio/cultural, referendando o sentido eugenista de sua interpretação. Por outro lado, o que se percebe também, é que há um outro arco de discurso docente significado pelos discentes. Os que observam a especificidade desse modelo formativo da Eja, que analisa criticamente as questões referentes da formação docente, não incapacidade, e as necessidades institucionais de ação induzida para melhor prover o modelo formativo, centrado na plataforma de permanência e êxito. 3.3 Requisitos de Acesso O processo de seleção é por meio de palestra, sorteio de vagas e entrevistas para os candidatos devidamente inscritos conforme o edital. Não é cobrada nenhuma taxa no ato da inscrição e não é feito nenhum exame, (IFG, 2010). Não adotar exames como forma de ingresso, excluiu toda forma de classificação, deixando de lado o critério seletivo e excludente que o exame adota. Praticando a forma avaliativa método totalmente inclusivo, por se tratar de uma forma dinâmica que estimula e evolui. Para Luckesi (2014) observa que a avaliação, distintamente com relação ao exame no processo escolar deve levar em consideração e ter como fundamento o sentido processual do ensino/aprendizagem. Ao procurarmos trazer esse sentido para o processo de ingresso da EJA no IFG, o que se tem é a percepção institucional de uma tentativa mais inclusiva e de possibilidades de incentivo ao ingresso, distintamente do exame, que poderia ser adotado pelo vestibular. São oferecidas, anualmente, 60 vagas, onde 30 vagas são ofertadas no primeiro semestre e as outras 30 vagas no segundo semestre. O curso se destina a jovens e adultos que concluíram o Ensino Fundamental e possuem idade mínima de 18 anos completos e não tenham concluído o ensino médio, (IFG, 2010). 3.4 Organização Curricular do Curso É composta por disciplinas de caráter obrigatório onde a matriz curricular deve ser cumprida inteiramente pelo estudante, para que ele se qualifique e tenha obtenção do diploma. A matriz curricular é organizada por núcleos, assim constituída conforme a (Tabela 2). 26 Tabela 2: Organização Curricular do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, Integrado ao Ensino. Fonte IFG, Projeto do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática. 3.5 Estruturas curricular e horário de funcionamento O curso técnico de Manutenção e Suporte em Informática, integrado ao ensino médio, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos é ofertado em sete semestres, com carga horária de 2.600 horas/relógio. Onde destas, 2.400 horas/relógio, se destinam as disciplinas de formação, junto às atividades complementares supervisionadas. O estágio curricular supervisionado tem uma carga horária de 200 (duzentas) horas e pode ser feito a partir do 2º período do curso. As horas de estágio, 100 (cem) podem ser divididas em atividades extracurriculares (mini-cursos, fórum, seminários, encontros, congressos, apresentação de trabalhos de pesquisa etc). As horas de estágio podem ser distribuídas em atividades de pesquisa, projetos Organização Desenvolvimento Disciplina de formação O currículo envolve uma sequência de disciplinas estabelecidas por semestres letivos. A forma de integralização curricular baseia-se no prosseguimento hierárquico de conteúdos. Atividade Complementar Supervisionado Estas atividades, em princípio vão além do currículo básico, pois envolvem os discentes em atividades culturais, artísticas e tecnológicas como em congressos, seminários, palestras, atividades de campo, mini- curso, visitas técnicas, pesquisa científica e as atividades relacionadas com a pesquisa e extensão. Todas as atividades complementares supervisionada deverão apresentar declaração ou certificação. Atividades extras que, não necessariamente, acontecerão dentro das instalações desta unidade de ensino. Cabe ao Coordenador Acadêmico do Departamento de Áreas Acadêmicas I lançar no registro acadêmico a atividade complementar supervisionada. Estudo por Comportamento O Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, integrado ao ensino médio, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos terá 270 horas de Estudo por Acompanhamento, as quais, deverão ser registradas em Plano de Ensino e contabilizadas, obrigatoriamente, pelo professor de cada disciplina curricular no decorrer do semestre. Os Estudos por Acompanhamento são todas as atividades que o professor orientar na sua disciplina que o aluno faz por orientação e acompanhamento, extra-classe, tais como: relatórios, pesquisa, trabalho na Internet, leituras, exercícios etc. Os estudos por Acompanhamento poderão ocorrer por plantão de dúvidas. Estagio Curricular Supervisionado O estágio curricular supervisionado orienta-se pelo regulamento de estágio da instituição de ensino sendo de 200 horas, de caráter obrigatório e necessário para a integralização do curso. O aluno poderá fazer seu estágio, de acordo com sua disponibilidade de horário, desde que devidamente habilitado nas disciplinas que condizem com o programa de estágio. 27 formativos ou de pesquisa que a instituição desenvolva e que estejam relacionados com a formação do educando no curso. As atividades de ginástica laborais e recreativas, desenvolvidas no decorrer do curso, contribuem no processo de integração e socialização dos discentes, entre estes e o corpo docente. As aulas são ofertadas no turno noturno, sendo 4 (quatro) aulas diárias de segunda a sexta-feira, com duração de 45 (quarenta e cinco minutos) cada, intervalos de 15 (quinze) minutos, sendo que no primeiro semestre as aulas serão ministradas das 19h às 22hs e 15 minutos. E os sábados também são contados como dias letivos, (IFG, 2010). Tabela 3: Matriz Curricular do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática, Integrado ao Ensino Médio. Matriz Curricular Carga Horária Língua portuguesa 211 Inglês 601 Espanhol 60 Artes 33 Geografia 95 Historia 95 Matemática 179 Física 95 Química 95 Biologia 95 Filosofia 60 Sociologia do Trabalho 95 Educação Física 27 Informática Básica 91 Noções de Programação 91 Sistemas Operacionais I e II 63 Administração de Sistemas Operacionais I e II 63 Eletrônica e Eletricidade 63 Organização e Manutenção de Computação I, II, III, IV e V. 199 Noções de Banco de Dados 36 Segurança do Trabalho 63 Redes de Computadores I e II 63 Administração de Rede de Computadores 64 Fundamentos de Sistema de Informática 64 HTML e Internet 64 Segurança da Informática 64 Atividade Complementar Supervisionada 240 Estágio Curricular 200 Total 2600 horas Fonte IFG, Projeto do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática. A ementa da área técnica do curso deinformática aborda diferentes áreas da informática, iniciando pela Informática Básica, onde tratam a história e a evolução da computação, conceitos gerais e básicos de processamento, aplicativos, sistemas operacionais e de redes de computadores. 28 Na ementa de Noções de Programação é discutida a lógica matemática que apresenta expressões lógicas, uso de planilhas com funções lógicas, algoritmos, tipos de dados e estruturas de controle. A ementa de Sistemas Operacionais é dividida em duas partes, a primeira traz conceitos básicos da evolução dos sistemas operacionais, estrutura e funções dos mesmos e gerenciamento de processos. A segunda parte aprofunda o estudo abordando a Gerência de Memória, Gerência de Dispositivos, Sistemas de Arquivos e Sistema Operacional Distribuído. A ementa de Administração de Sistemas Operacionais é dividida em duas partes, a primeira trata as configurações do sistema Windows como, comandos do DOS, ferramentas administrativas, sistemas gerenciadores de janelas. A segunda parte aborda o sistema Linux tratando o sistema de arquivos, gerência de pacotes, gerência de processos, kernel, drivers atualização e ajuda para o sistema. Na ementa de Eletrônica e Eletricidade é abordado assuntos como eletrostática, eletrodinâmica, grandezas elétricas, noções de eletromagnetismo, circuitos integrados, circuitos de corrente contínua, leis e teoremas de circuitos elétricos e Choque elétrico. A ementa de Organização e Manutenção de Computadores é dividida em cinco partes por se trata de um assunto mais extenso. A Primeira parte, fala dos componentes básicos do PC, processadores, memória. A segunda parte aborda os barramentos, dispositivos de entrada e saída. A terceira parte trata a montagem e configuração de hardware e o gerenciamento de partição. Na quarta parte fala sobre formatação de computadores e instalação de sistema operacional e instalação de aplicativos. E a quinta parte finaliza com temas como o uso de antivírus, técnicas de manutenção. A ementa de Banco de Dados trata conceitos e funcionalidades dos bancos de dados os tipos de bancos a visão geral das ferramentas e suas aplicações, aplicando a prática utilizando MSAccess e SQL. Na ementa de Segurança do Trabalho é abordado assuntos como riscos ambientais e controle de riscos, identificação de sinais conforme cor e função, principais elementos de combate e prevenção a incêndios, elaboração de mapas de riscos, programa de prevenção de riscos ambientais, programa de controle médico de saúde ocupacional, ergonomia, legislação, higiene do trabalho e noções de primeiros socorros. A ementa de Redes de Computadores é dividida em duas partes, onde a primeira parte aborda a introdução a redes de computadores, topologias e as formas meios na transmissão de dados. Na segunda parte aprofunda-se o assunto tratando os acessórios e equipamentos para 29 redes, cabeamentos estruturados, instalações elétricas, especificação de refrigeração e especificação lógica e física de redes. Na ementa da disciplina de Administração de Redes de Computadores trata muito o funcionamento dos servidores como, DHCP, servidor de armazenamento de arquivos, servidor de autenticação, servidor de integração Linux x Windows, servidor de transferência de arquivos, servidor Web, servidor de correio eletrônico, Proxy. Após isso se aborda a Configuração e Manutenção de Redes sem Fio. A ementa de Fundamentos de Sistema de Informação aborda as bases conceituais e filosóficas da área de Sistemas de Informação. Os conceitos e objetivos, funções e componentes as dimensões tecnológica, organizacional e humana dos sistemas de informação e os seus tipos. Na ementa de HTML e Internet: Apresenta inicialmente o HTML, após a apresentação aprofunda-se o assunto tratando o uso de tabelas, imagens, criação de links e formulários. Após esse conhecimento fundamental em HTML passa-se para Introdução à CSS, linguagem essa que trata mais a estética como, efeitos de texto, fontes, cores e fundos, links e cursores, margens e bordas, e finalizando – publicando o site. Na disciplina de Segurança trata à segurança digital e seus princípios básicos, segurança física e lógica, as ameaças à segurança, as estatísticas, o perfil dos atacantes, os problemas de segurança inerentes ao TCP/IP a Criptografia a Política de Segurança e as Ferramentas de análise, (IFG, 2010). Analisando ementa do curso técnico de informática com base na justificativa do Observatório do Mundo do Trabalho do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás IFG, conforme já comentado no capitulo 2.1 desse trabalho, de fato os principais propósitos para a escolha do curso no Câmpus é alcançada em sua ementa ofertada na matriz curricular no decorrer do curso. O curso abrange os temas fundamentais para o exercer da profissão de técnico em manutenção e suporte, desde os conceitos básicos e gerais em informática até a Organização e Manutenção de Computadores que a abrange bem a capacitação do profissional na área. A disciplina de Organização e Manutenção de Computadores e á de maior carga horária (199 horas/aula), e por tamanha complexidade e dividida em cinco módulos, é uma matéria que acompanha o aluno do segundo período até o sexto, começando com uma carga horária de 36 horas no segundo e terceiro período se intensifica no quarto e quinto período aumentando a carga horária para 72 horas/aulas e no sexto período volta para 36 horas/aulas finalizando com temas preventivos e corretivos. As 30 demais matérias também possuem seu significativo papel, porém a matéria de Organização e Manutenção de Computadores se destaca em carga horária. 31 4 Resultado e Discussão 4.1 Pesquisas de Campo A aplicação dos questionários tem a finalidade de levantar informações sobre os alunos do Proeja e sua afinidade com a tecnologia. A pesquisa foi dividida em duas partes sendo o primeiro questionário aplicados em um dia de prova, um dos motivos pelo qual todos os alunos estavam presentes, ao total de dezesseis alunos. Já segundo questionário foi aplicado em um dia de aula regular sem avaliação onde estavam presentes treze alunos. Sobre os três participantes que não estavam presentes na aplicação do segundo questionário, fui avisada pelos alunos que eles não haviam desistido do curso apenas não tinham ido à aula naquele dia. A média de idade desse grupo de aluno que responderam as duas pesquisas era de 28 anos. Com essa pesquisa foram obtidos os seguintes resultados: A pergunta de nº 1 no primeiro e segundo questionários foi de qual turma eles pertenciam. Todos os alunos responderam que fazem parte da turma 2016/1. Na pergunta de nº 30, foi perguntado qual o período que o aluno ficou afastado da escola. Três alunos ficaram menos 1 ano afastados, oito alunos ficaram de 1 a 5 anos afastado da sala de aula e cinco alunos ficaram mais de 10 anos. O tempo de ausência entre um discente e outro, nos dá a dimensão da desigualdade cultural, expectativa e experiência de vida entre eles. Foi perguntado aos alunos na questão de nº 2, no primeiro e segundo questionário, qual era sua idade. Pela grande diversidade de idades na turma filtramos as respostas de modo a analisar o aluno de maior e de menor idade nas duas pesquisas. Tabela 4: Analise de idade dos participantes Período Menor Idade Maior idade 1º Pesquisa 18 Anos 56 Anos 2º Pesquisa 20 Anos 42 Anos Conforme a (Tabela 4), nota-se que a idade dos alunos do primeiro questionário o mais novo era de 18 anos e o mais velho de 56 anos. Já os alunos que responderam o segundo questionário o mais novo era de 20 anos e o mais velho de 42 anos. É importante observar que existe uma grande diversidade de idade entre os participantes da pesquisa, tornando o ensino ainda mais complexo,diferenças essas que distinguem os sujeitos uns dos outros e seus 32 objetivos com o curso. A construção da Educação de Jovens e Adultos precisa conquistar o desafio que é reajustar sua especificidade a diversidade de público que atende. A questão de nº 4 na primeira pesquisa e na questão de nº 3 na segunda pesquisa foram feitas perguntas obre as funções exercidas segue os dados das pesquisas. Tabela 5: Levantamento das profissões exercidas pelos alunos na primeira pesquisa Dez. 2016. Observando a (Tabela 5), notamos que a maiorias dos alunos que responderam o primeiro questionário são do sexo feminino, a média de idade desses dois grupos masculino e feminino não difere. Tabela 6: Levantamento das profissões exercidas pelos alunos na Segunda pesquisa Maio 2017. Conforme a (Tabela 6), o grupo que respondeu o segundo questionário observa-se que são as mulheres a maioria, porém a média de idade já difere, homens com média de 29 anos e as mulheres com 27 anos. Existe um grupo significante de alunas do primeiro questionário que exercem os serviços do lar onde são dedicados os cuidados a casa e aos filhos. Já no segundo questionário apenas uma das alunas exerce tal função. Nesse caso temos que levar em consideração que Sexo Quantidade Idades Numero de Profissionais Profissão Feminino 10 Alunas 18 a 56 Anos 4 Do Lar 2 Desempregada 1 Recepcionista 1 Balconista 1 Babá 1 Vendedora Masculino 6 Alunos 26 a 42 Anos 1 Eletricista 1 Vendedor 1 Estudante 2 Aux. Administrativo 1 Comercio Sexo Quantidade Idade Numero de Profissionais Profissão 1 Do Lar 3 Desempregada Feminino 8 Alunas 20 a 36 Anos 1 Atendente 1 Balconista 1 Domestica 1 1 Operadora de Caixa 1 Eletricista 1 Desempregado Masculino 5 Alunos 26 a 42 Anos 1 Estudante 1 1 Aux. Administrativo 1 Repositor 33 duas alunas não estavam presentes no dia da aplicação do questionário, levantando a hipótese de que para o alunado do sexo feminino pode haver mais impedimentos na frequência as aulas por conta do trabalho praticado no lar. O número de desempregadas também aumentou, na primeira pesquisa eram apenas duas já na segunda pesquisa são três alunas desempregadas. Na primeira pesquisa não havia desempregados no sexo masculino já na segunda pesquisa tivemos uma participante onde o mesmo possui um filho tendo assim despesas com dependentes. Um dos participantes do mesmo sexo não estava presente no dia da segunda pesquisa os colegas de classe não souberam dizer a causa. Um dos motivos pelo aumento do desemprego nesse período não se dá apenas pela falta de qualificação, mas pela situação do país, processo este externo ao espaço, escolar, mas que tem impactos diretos. A taxa de desemprego encontrava-se em 13,7% em fevereiro de 2017, mais de 14 milhões de pessoas estão desempregadas no momento, (PNAD, 2016). É importante observa que a maioria desses alunos exerce sim alguma função remunerada, mas nenhum deles atua em área da tecnologia específica. Na questão de nº 5, na primeira pesquisa apenas quatro alunos exerciam suas funções com carteira assinada, duas mulheres e dois homens. Na segunda pesquisa na questão de nº4, apenas 2 participantes atuavam com carteira assinada, um homem e uma mulher. Observa-se que apenas 15% dos discentes da EJA da turma específica possuem uma atividade remunerada com a proteção dos direitos sociais. Na pergunta de nº 7 na primeira pesquisa, foi perguntado qual a jornada diária de trabalho dos alunos. Dois alunos trabalham menos de 8 horas por dia, outros três alunos mais de oito horas por dia, sendo que duas alunas trabalham nos serviços do lar e afirmaram em conversa durante a aplicação do questionário que as tarefas de casa duram todo o dia, um aluno trabalha mais de oito horas por dia e nos fins de semana. Na segunda pesquisa, na pergunta nº6, fizemos a mesma pergunta e quatro alunos responderam trabalhar menos de 8 horas por dia, dois alunos afirmaram trabalhar mais de oito horas por dia e dois alunos trabalham aos fins de semana um com carga horária maior de oito horas e outro com carga horária menor de oito horas diárias. 34 Tabela 7: Jornada de trabalho pesquisas Dez. 2016 e Maio 2017. Tempo 1º Pesquisa 2° Pesquisa Menos 8 horas trabalhada 2 4 Mais de 8 horas trabalhada 3 2 Fins de semana mais de 8 horas 1 1 Fins de semana menos de 8 horas 0 1 Observa-se que no período de tempo entre uma pesquisa e outra a carga horária dos entrevistados diminuiu, aumentou o número de participantes que trabalham menos de oito horas por dia e diminuiu a quantidade de participantes que trabalhava mais de oito horas. Isso ocorre pelo número de desempregados ter aumentado e o possível exercer de trabalhos extras para complementação de renda. Na pergunta de nº 8 da primeira pesquisa, onde trata a situação civil dos estudantes. 50% dos alunos afirmam serem casados e os outros 50% alunos são solteiros. A mesma pergunta não foi feita na segunda pesquisa, por não ser relevante para esse trabalho à situação civil e o planejamento familiar dos participantes. O intuito é avaliar o participante meio ao curso por isso a análise sobre esse tema será tratado superficialmente. No mesmo gráfico expomos também a pergunta de nº 9 onde foi perguntado se os estudantes possuíam filhos, todos os casados obtinham pelo menos um filho, e apenas um estudante solteiro possui filhos. A quantidade máxima de filhos são quatro e a mínima um. Na pergunta de nº 7 na segunda pesquisa, também perguntamos a quantidade de filhos de cada participante, a quantidade de filhos é a mesma da pesquisa anterior. Figura 1: Gráfico da situação civil e quantidade de filhos. 0 2 4 6 8 10 N u m er o d e P es so a s Casados Filhos Solteiros Filhos2 35 Na (Figura 2), tratamos a questão de nº 30 da primeira pesquisa, nela foi avaliada as condições socioeconômica dos alunos participantes da pesquisa. Levando em consideração que alguns dos participantes marcaram mais de um bem material, obtivemos os seguintes resultados dois alunos possuem carro e moto, cinco alunos possuem carro, oito alunos possuem casa própria, dois alunos possuem tablet, onze alunos possuem computadores e treze alunos possuem Smartphone. Figura 2: Gráfico das condições socioeconômica dos participantes Observe que somente três dos participantes não possuem Smartphone, esse número vem para confirma que o Androide está sendo adotado por boa parte das pessoas. Esse grande número confirma também a pesquisa sobre o grande uso de dados moveis. Na questão de nº 3 na primeira pesquisa, foi perguntado por que o aluno voltaram a estudar. Os motivos foram variados, entre as mais comuns estão: cinco alunos buscam concluir o ensino médio e cursar um ensino superior, onze alunos pretendem adquirir conhecimento, melhorar a vida profissional obtendo mais oportunidade. Se tratando que a pergunta feita foi com base à circunstância pelo qual o aluno voltou a estudar na época em que se matriculou e não o ponto de vista no decorrer do curso a mesma pergunta não foi feita na segunda pesquisa pelo intuito de não ser tratar a uma mudança de opinião e sim o ponto de vista do que o aluno esperava no inicio ao ingressar. Na pergunta de nº 10, perguntamos de que forma os alunos ficaram sabendo do curso ofertado no campus. Oito alunos ficaram sabendo do curso pela internet; outros seis alunos por amigos; familiares e ex-alunos e outros; dois alunos procuraram o campus para se informarem sobre os cursos ofertados pela instituição. A mesma pergunta não foi repetida na segunda pesquisa, já que a forma de conhecimento do curso no Instituto não haveria de mudar. 0 2 4 6 8 10 12 14 N u m e ro d e p ar tici p an te s Carro e Moto Carro Casa Propria Computador Tablet Smartphone 36 Na pergunta de nº 12 qual seriam os possíveis motivos que colaboraram para a escolha do curso, gratuidade, proximidade ou a área do curso. Levando em consideração que alguns alunos voltaram em mais de uma das alternativas. Quatro alunos escolheram o curso pela proximidade; seis alunos pela gratuidade do curso; dez alunos pela área do curso e um aluno por ser uma Instituição Federal. Figura 3: Gráfico dos motivos para a escolha do curso na Instituição. Como podemos observar no gráfico da (Figura 3), seis dos dezesseis alunos frequentam o curso não somente pela área do curso, mas também pela gratuidade da oferta. Outros quatro alunos também levam a proximidade da instituição em conta e não somente a área do curso. Concluindo assim que se a instituição não fosse gratuita nem próxima a suas residências haveria grandes chances de alguns desses dezesseis alunos não estarem cursando este curso nesta instituição. Na segunda pesquisa não foi realizado essa pergunta para evitar redundâncias e por não acharmos relevante. Na pergunta de nº 11 da primeira pesquisa, perguntamos o que os alunos esperam aprender no curso. Quatorze alunos afirmaram que querem conhecer melhor a área de informática e executarem o que o curso propõe a um profissional formado no curso técnico da área, dois alunos não souberam responder. Na segunda pesquisa na pergunta de nº 8, fizemos a mesma pergunta e foi respondido que se espera é ser um profissional que atenda os requisitos para trabalhar em suporte e manutenção, ampliar o conhecimento e em consequência concluir o Ensino Médio. Na questão de nº 6 na primeira pesquisa foi perguntado se a escolha pelo Proeja tem a ver com seu trabalho ou com a expectativa de trabalho. Seis alunos afirmaram ser pelos dois motivos, seis alunos pela expectativa de trabalho e quatro alunos afirmaram ser por nenhum desses motivos. Na segunda pesquisa na pergunta de nº 5 abordamos a mesma pergunta. Um aluno respondeu não se tratar de nenhuma das opções, onze alunos responderam ser pela 0 2 4 6 8 10 12 N u m e ro d e p ar ti ci p an te s Proximidade Gratuidade Area do Curso Instituição 37 expectativa de trabalho e um aluno afirmou ser pelos dois motivos. Notamos nessa questão que quase onze alunos almejam melhorar sua qualificação para alcançar um emprego, com isso abre uma porta para uma melhor qualidade de vida e segurança na renda familiar. Nenhum de nossos alunos atuam na área de tecnologia e mesmo assim buscam cursar uma área que não conhecida no seu currículo nem vivida em seu mercado de trabalho. E também, é importante observar como no curto intervalo de tempo, considerando que a pesquisa levou em consideração os meus sujeitos como objeto de análise sobre os sentidos produzidos pelo curso EJA, no início, ao seu ingresso e no momento da segunda pesquisa eles estavam mais entendidos da sua busca, tanto pelo conhecimento da área quanto da necessidade de trabalho. Dando uma real menção do que pretende e qual sua necessidade no atual momento. Nota-se na avaliação das respostas que o foco está na possibilidade formativa, e que a área tecnológica é o principal atrativo para permanecerem no curso. É interessante notar a mudança com relação aos sentidos produzidos no curso por esses discentes, que vão referendando os princípios da missão institucional, da possibilidade de um saber tecnológico. Na questão de nº 13 da primeira pesquisa perguntamos se um dos motivos da escolha do curso seria a conclusão do ensino médio ou a informática aplicada. Sete alunos escolheram o curso pelos dois motivos, seis alunos para concluir o ensino médio e três alunos pela informática aplicada. Na segunda pesquisa seis alunos responderam ser pelos dois motivos informática aplicada e conclusão do Ensino Médio, cinco alunos resolveram fazer o curso pela informática aplicada e dois alunos pela conclusão do Ensino Médio. Já na segunda pesquisa Seis alunos responderam ter entrado para o curso para concluir o ensino médio e obter conhecimento técnico com o curso de informática, outros dois buscam a conclusão do Ensino Médio e Cinco a capacitação do curso de informática.. Figura 4: Gráfico dos motivos para a escolha do curso 0 1 2 3 4 5 6 7 8 1º Pesquisa 2º Pesquisa N u m e ro d e p ar ti ci p an te s Pesquisas realizadas Ensino Medio e Informatica Ensino medio Informatica 38 A opinião sobre a escolha do curso conforme a (Figura 4), no desenvolver do curso mudou significativamente, a quantidade de discentes que mantiveram a opinião pelo Ensino Médio caiu de seis para dois. O número de alunos interessados pela tecnologia também aumentou mostrando que com o passar do tempo e com o adquirir do conhecimento o interesse pela tecnologia foi crescendo. Analisando a curiosidade pelo conhecimento na área tecnológica, fizemos algumas perguntas sobre o assunto. Por se tratar de questões descritivas, em que as respostas são pessoais e poderão divergir expressar ou ser compreendidas de forma diferente, foi inviável a utilização de palavras-chaves para realizar a tabulação dos dados. Por esse motivo foram selecionadas as respostas que estão em aproximação com o objetivo de estudo dessa pesquisa nas questões 15, 16, 18 a 21, 26 e 27. Na questão de nº 15 na primeira pesquisa foi perguntado ao aluno como ele define tecnologia, algumas das definições foram repetitivas, por esse motivo somente algumas foram relatadas, seguem a abaixo: - “Meios de comunicação usados para desenvolvimento e acesso a informação”. – 25 Anos – Desempregada - “Área de grande expansão, conhecimento e melhoramento. – 25 Anos – Vendedor”. - “É o que facilita o método convencional de fazer alguma coisa”. – 23 Anos – Vendedor. Sendo assim, pode-se observar que a definição de tecnologia para os participantes, em geral é uma área de grande expansão no mercado, tanto para meio de comunicação quanto para facilitar tarefas do cotidiano. Contudo, no desenvolvimento do curso, é de fundamental importância que o discente perceba a tecnologia como um campo do saber, como discorre Machado (1991): [...] tecnologia também tem de ser vista numa outra dimensão. Não a dimensão usual do termo, muitas vezes identificado com técnica, mas a tecnologia como estudo das técnicas, o estudo teórico-prático, das técnicas, quer dizer, uma visão teórica das técnicas, uma compreensão do fenômeno tecnologia, inclusive como elode ligação entre as ciências naturais e as ciências humanas e sociais. (MACHADO, 1991, p. 55). Na segunda pesquisa na questão de nº 11, foi feito a mesma pergunta aos participantes, como as respostas obtidas foram praticamente as mesmas optamos por não relacioná-las a fim de manter a pesquisa menos redundante. 39 Na questão de nº 16 na primeira pesquisa, foi perguntado se a tecnologia fazia parte do cotidiano dos alunos. Algumas das respostas: - “Sim, celulares, notebooks, quando vamos ouvir musicas e assistir series conectada a TV e ao notebook”. – 21 Anos – Dona de Casa. - “Sim. Basicamente em tudo”. – 42 Anos – Auxiliar Admistrativo. - “No trabalho em casa e na rua, etc.”. – 18 Anos – Babá - “No trabalho, estudos, comunicação e outros”. –29 Anos – Assistente Administrativo - “Pouco, vendas na loja “– 29 Anos – Balconista - “Não muito”. – 56 Anos – Dona de Casa Ao analisar observamos que os discentes com maior idade tem certa dificuldade em reconhecer a tecnologia em seu cotidiano, se tratando de uma época moderna em que quase tudo e feito por meio da tecnologia como votar, fazer compras, pagamentos e etc, dizer que a tecnologia não faz muito parte do seu cotidiano é uma significação a bens e utensílios que não compõe sua vivência, já os alunos mais jovens, até 25 anos, observamque a tecnologia está presente, mais em instrumentos de uso diretamente vinculado com aparelhos. É importante, na linha que dispõe Machado (1991) aprofundar os laços que a tecnologia compõe com o conhecimento, com a ciência. Há, um necessário, desenvolvimento sobre o sentido da tecnologia como estudo da técnica, o que no discurso dos discentes não foi demonstrado. Na segunda pesquisa na questão de nº 12 foi abordada a mesma pergunta e foi unanime a presença da tecnologia no cotidiano desses alunos, observando assim que através do conhecimento do que realmente são as tecnologias fica mais evidente onde e em que elas estão presentes. O que se percebe, é que através da mediação de disciplinas da área tecnológica presentes no curso e de formação vinculada com a Ciência, Tecnologia e Sociedade, que perfaz uma formação sobre a mediação entre tecnologia e conhecimento, há uma mudança na percepção dos discentes, inclusive daqueles que não percebiam ela na sua experiência cotidiana. Na figura 5, tratamos a questão de nº 17 questiona as tecnologias mais utilizadas pelos alunos. Levando em conta que cada aluno participante usa mais de uma tecnologia, obtivemos as seguintes respostas. Energia elétrica, água tratada, carro e tablete foram reconhecidos como tecnologia, por pelo menos um discente. Os eletrodomésticos foram apontados como tecnologias usadas por dois participantes, vídeo game foi caracterizado como tecnologia por três discentes, a televisão foi reconhecida como tecnologia por dois alunos; o computador foi 40 apontado como uma tecnologia utilizada por doze alunos, e o celular por treze alunos. Figura 5: Gráfico dos tipos de tecnologias utilizadas pelos alunos. A mesma pergunta foi feita na questão de nº 13 na segunda pesquisa e cada participante também citou mais de uma tecnologia, as mais apresentadas foram, celular com 12 votos, computador ou notebook com 9 votos, internet e bicicleta com 4 votos e controles, moto, carro com um voto cada. Analisando o gráfico observamos que os aparelhos mais usados são os aparelhos celulares e o computador ou notebook, nove dos alunos possuem celulares e computadores dados esse que serão abordados mais á frente. Na (Figura 6), tratamos a questão de nº 21, foi perguntado se o aluno possuía acesso a internet, onde fazia os acessos e através de qual aparelho?. Levando em consideração que cada discente acessa internet de vários aparelhos e de diversas localidades. Quinze alunos responderam ter sim acesso á internet diariamente e um aluno respondeu ter acesso limitado. Os locais onde mais acessam a internet são casa, trabalho e IFG, os aparelhos mais utilizados para acesso são celulares, computadores e TV. 0 2 4 6 8 10 12 14 1 º Pesquisa 2º Pesquisa N u m e ro d e p ar ti ci p an te s Pesquisas realizadas Agua Tratada Energia Tablet Carro Eletrodomesticos Video Game TV Computador Celular Internet Bicicleta Controles Moto 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1º Pesquisa 2º Pesquisa N u m e ro d e P ar ti ci p an te s Pesqueisas Realizadas Celular Computador Tablet TV Video Game Figura 6: Gráfico dos aparelhos utilizados para acessar internet primeira pesquisa 41 Figura 7: Gráfico dos aparelhos mais utilizados para acessar internet Observa-se que os dados moveis são forma de acesso á internet muito utilizado pelos participantes, opção pratica de acesso a informação em qualquer lugar. O acesso á internet aumentou também na casa dos estudantes e diminuiu na Instituição. Na questão de nº 19 na primeira pesquisa, foi questionado aos alunos qual a importância da tecnologia no curso que estavam. Dez discentes responderam entre essencial ou muito importante a tecnologia no curso três alunos analisaram como: - “Muito importante, pois o curso envolve tecnologia”. – 35 Anos – Dona de Casa - “Também é muito, lidamos com computadores e seus fundamentos”. –42 anos – Auxiliar Administrativo. - “Muito grande, pois o curso é voltado para a área tecnológica”. – 25 Anos – Desempregada. Na segunda pesquisa indagamos a mesma pergunta na questão de nº 15, 11 alunos responderam entre importante e indispensável, outros dois responderam conforme a baixo: - “É fundamental para o treino e desenvolvimento do conhecimento especifico” – 42 Anos – Auxiliar Administrativo. - “Muito importante porque com ela podemos descobrir os erros com mais facilidade”. – 20 Anos – Desempregada. Examinando as respostas observamos que os alunos reconhecem a importância da tecnologia no curso, e afirmam que a ferramenta facilita no processo de ensino. De Maneira a se observar que passaram a perceber como um campo de conhecimento voltado à solução de problemas e de facilitação de atividades. Na questão de nº 20, foi perguntado se o uso do computador em sala de aula ajuda ou atrapalha. Todos os alunos responderam que ajuda muito a compreender e a aperfeiçoa a teoria aplicada em sala de aula. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1º Pesquisa 2º Pesquisa N u m e ro d e p ar ti ci p an te s Pesquisas realizadas Trabalho Residencia IFG Dados Moveis 42 Segue abaixo algumas das respostas: - “Ajuda, por que a pratica ajuda a aperfeiçoa”. – 25 Anos – Vendedor. - “Ajuda! Só teoria não dá pra compreender”. – 29 Anos – Balconista. - “Ajuda! Muitos alunos não tem computador em casa”. – 20 Anos – Desempregada. Na segunda pesquisa fizemos a mesma pergunta na questão de nº 16, algumas das respostas foram: - “Ajuda, nem tudo se pode aprender escrevendo ou ouvindo”. – 29 Anos – Atendente. - “Ajuda nas pesquisas e na pratica. Atrapalha na hora que o professor está explicando, pode está jogando ou em redes sociais”. – 30 Anos – Balconista. Nota se o auxilio dado pelo computador na sala de aula, tanto no desenvolvimento de pesquisas como no entendimento de determinadas matérias. Uma aluna faz apenas uma observação de que se o equipamento for usado de forma não direcionada para o processo de ensino os resultados podem não ser os mesmos. Na questão de nº 18, foi perguntado qual era a importância da tecnologia no trabalho. Analisando as respostas observamos que para todos os discentes que a tecnologia é algo indispensável hoje. Abaixo, algumas das respostas dos participantes: - “Importante na hora de calcular e passar cartão”. – 29 Anos – Balconista - “Resolver problemas sem ter que ir a órgãos e enfrentar fila, rapidez”. – 29 Anos – Balconista - “Tem muita importância e quase impossível trabalhar sem ela”. – 42 Anos – Auxiliar Administrativo. Na segunda pesquisa foi abordada a mesma pergunta na questão de nº 14 os discentes afirmaram que é muito importante, que facilita no desenvolvimento das atividades durante o expediente e que determinadas tarefas são impossíveis de serem executadas sem ela. Na questão de nº 22 na primeira pesquisa, foi perguntado qual era o nível de conhecimento para manusear um computador. Seis alunos responderam regular e dez alunos respondera bom. Na questão de nº 23 na primeira pesquisa, foi perguntado qual era o conhecimento em navegar na internet. Quatorze alunos responderam bom, um aluno respondeu mal e um aluno regular. Na questão de nº 24 na primeira pesquisa, foi perguntado qual era o conhecimento no uso do sistema operacional Windows. Sete alunos responderam ter conhecimento regular, dois alunos responderam mau e sete alunos responderam bom. 43 Na questão de nº 25 na primeira pesquisa, foi perguntado qual era o conhecimento no sistema operacional Linux / GNU. Dois alunos tem um mau desempenho ao operar o sistema; dez alunos responderam regular; três alunos desconhecem o sistema; dois alunos tem um bom desempenho ao operar o sistema. Na tabela seguinte organizamos os dados para uma melhor noção no conhecimento dessas tecnologias. Tabela 8: Conhecimentos dos participantes
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