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PCC 1-Guilherme Pires atual

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
ESCOLA DE ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
GUILHERME DOS SANTOS PIRES 
 
 
 
 
 
USO DA TÉCNICA DE SOLO GRAMPEADO NA ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTAS 
 
 
 
 
PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2020 
 
 
 
GUILHERME DOS SANTOS PIRES 
 
 
 
USO DA TÉCNICA DE SOLO GRAMPEADO NA ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTAS 
 
 
 
 
PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO I 
 
 
 
Projeto de Conclusão de Curso apresentado ao 
curso de Graduação em Engenharia Civil da 
Universidade Federal Fluminense, como 
requisito parcial para conclusão do curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: 
Prof. Dr. ROBSON PALHAS SARAMAGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2020 
 
 
GUILHERME DOS SANTOS PIRES 
 
 
 
USO DA TÉCNICA DE SOLO GRAMPEADO NA ESTABILIZAÇÃO DE ENCOSTAS 
 
 
 
Projeto de Conclusão de Curso 
apresentado ao curso de Graduação em 
Engenharia Civil da Universidade Federal 
Fluminense, como requisito parcial para 
conclusão do curso. 
 
 
 
Aprovada em ______ de ____________ de 2020. 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
_____________________________________________ 
Prof. 
 
 
 
_____________________________________________ 
Prof. 
 
 
 
_____________________________________________ 
Prof. 
 
 
 
 
 
 
Niterói 
2020 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente, agradeço à Deus pela oportunidade e por me capacitar a concluir este 
trabalho. 
Sou eternamente grato: 
Aos meus pais Regina e José Carlos, por me proporcionarem todo o apoio possível, 
seja emocional ou financeiro, para que eu tivesse uma educação digna. 
À minha namorada Sarah, por me apoiar e me incentivar, além de me ajudar na 
revisão da parte escrita do meu trabalho. 
Aos meus amigos da Igreja Presbiteriana Betânia por todo apoio e orações. 
Aos meus avós, tios e primos, por todo apoio e incentivo durante a minha graduação. 
Aos professores da Universidade Federal Fluminense, por todo conteúdo ministrado 
e pela dedicação em formar os futuros líderes do país. 
Ao professor Robson, pela paciência e vontade de transmitir todo o conhecimento 
possível aos seus alunos de forma educada e correta. 
Aos funcionários da Terrae Engenharia, por todo material e ajuda didática na 
elaboração deste trabalho. 
Aos meus colegas de turma da Universidade Federal Fluminense, por estarmos 
juntos nos momentos difíceis e por toda ajuda nos trabalhos realizados ao longo do curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem o objetivo de descrever as metodologias teóricas e o processo executivo na 
elaboração de uma estrutura de contenção em solo grampeado. No Brasil, não existe nenhuma 
norma que regularize esse tipo de construção, logo não há um procedimento padrão na 
elaboração desse tipo de estrutura. Portanto, neste trabalho são apresentadas bibliografias, 
nacionais e internacionais, que apresentam metodologias de execução e dimensionamento do 
solo grampeado. O método do equilíbrio limite é bastante utilizado no meio geotécnico na 
análise da estabilidade global de taludes, porque, atualmente, existem vários programas 
computacionais que aplicam esse tipo de análise e não existe qualquer restrição quanto a 
heterogeneidade, geometria do talude ou poro pressão. Além disso, é apresentado a 
importância do ensaio de arrancamento na elaboração de um projeto de solo grampeado, em 
que é necessário conhecer qual o valor do atrito lateral do local. Por fim, foi criado um talude 
hipotético, onde são inseridos grampos no solo, e é feito a análise de estabilidade global por 
meio de 2 programas bastante utilizados no meio Geotécnico: o Geoslope e o Slide. 
 
Palavras-chave: Solo grampeado; Contenção de encostas; Estabilidade de taludes; Equilíbrio 
Limite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This paper has the objective to describe the theoretical methodologies and the executive 
process in the elaboration of a containment structure in nailed soil. In Brazil, there isn’t a rule 
that regulates this type of construction, so there isn’t a standard procedure in the creation of 
this type of structure. Therefore, in this work there are bibliographies, national and 
international, that present methodologies of execution and desingning of the nailed soil. The 
limit equilibrium theory is widely used in the Geotechnical Engineering to analysis the global 
slope stability, because there are several computer programs that apply this type of analysis 
and there is no restriction on heterogeneity, slope geometry or pore pressure. In addition, the 
importance of pullout test is presented in the elaboration of a nailed soil project, because it is 
necessary to know the value of the qs. Finally, a hypothetical slope was created, where nailes 
are inserted in the soil and an analysis of global stability is made through 2 programs widely 
used in the Geotechnical Engineering: the Geoslope and the Slide. 
 
Keywords: Soil nailing; Containment Structure; Limit Equilibrium Theory; Stability slope; 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1:Túnel finalizado com a técnica NATM. (SOLOTRAT, 2011) .................................. 15 
Figura 2:Aplicação dos grampos no talude: (a) na estabilização do maciço; (b) no 
escoramento das escavações. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) ........................... 16 
Figura 3: Etapas de execução do solo grampeado. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 
1993) ......................................................................................................................................... 17 
Figura 4: Utilização de bermas de equilíbrio que ajudam na estabilidade global do talude. 
(LIMA, 2007) ........................................................................................................................... 18 
Figura 5: Detalhes de grampos mais comuns: (a) barra de aço com diâmetro igual ou maior 
que 20 mm; (b) barra de aço com diâmetro inferior a 20 mm. (GEORIO, 2000) .................... 20 
Figura 6: Detalhe de grampo embutido no talude. (GEORIO, 2000)....................................... 20 
Figura 7:Injeção dos grampos no solo. ..................................................................................... 21 
Figura 8:Injeção da nata de cimento sob baixa pressão no furo. .............................................. 22 
Figura 9: Concreto projetado via seca. (GEORIO, 2000) ........................................................ 23 
Figura 10:Aplicação do concreto projetado por via seca. (NOTAS DE AULA, SARAMAGO 
2020) ......................................................................................................................................... 24 
Figura 11:Concreto projetado via úmida. (GEORIO, 2000) .................................................... 24 
Figura 12: Revestimento de face em concreto projetado. ........................................................ 25 
Figura 13:Detalhamento do solo grampeado com face em blocos Terrae. .............................. 26 
Figura 14:Solo grampeado com face em blocos Terrae com vegetação. ................................. 26 
Figura 15: Solo grampeado com face em verde utilizando Biomanta. ..................................... 27 
Figura 16: Detalhe dreno barbacã. ............................................................................................ 28 
Figura 17: Exemplo de canaleta em concreto armado. ............................................................. 29 
Figura 18: Exemplo de descida em degrau. .............................................................................. 30 
Figura 19: Detalhamento do DHP. ........................................................................................... 31 
Figura 20:Contenção de taludes de emboquesem 1970; 1° corte; 2° vista frontal. (GEORIO, 
2000) ......................................................................................................................................... 31 
Figura 21: Contenção em corte com altura de aproximadamente 35 metros, localizada em 
Niterói, Rio de Janeiro. (GEORIO, 2000) ................................................................................ 32 
Figura 22: Detalhe da contenção sob fundação de viaduto ferroviário. (GEORIO, 2000) ...... 33 
Figura 23: Imagem da contenção sob a fundação de viaduto ferroviário. (GEORIO, 2000) ... 33 
Figura 24: Detalhe de Solo grampeado em talude de 11 metros. (GEORIO, 2000) ................ 34 
Figura 25: Detalhe Solo grampeado no emboque do Túnel da Covanca, Rio de Janeiro. 
(GEORIO, 2000) ...................................................................................................................... 34 
Figura 26: Distribuição dos esforços mobilizados no solo em cortinas atirantadas e em solos 
grampeados, respectivamente. (GEORIO, 2000; apud BRUCE & JEWELL, 1986) ............... 37 
Figura 27: Uso de tirante ancorado para controlar deformação. (CLOUTERRE, 1991) ......... 37 
Figura 28: Deslocamentos máximos horizontas no solo grampeado e na terra armada 
respectivamente. (SCHLOSSER, 1983; apud GEORIO, 2000) ............................................... 38 
Figura 29: Zona ativa, passiva e superfície crítica. (SPRINGER, 2006) ................................ 39 
Figura 30:Tipos de análise em função da localização da superfície. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & 
PALMEIRA, 1993) .................................................................................................................. 39 
Figura 31:Efeito do grampo na superfície crítica. (GEORIO, 2000) ....................................... 41 
Figura 32: Exemplo de divisão das fatias na superfície crítica, neste caso foi separado em 7 
regiões. ...................................................................................................................................... 42 
Figura 33: Fatia genérica e as forças atuantes. (FERREIRA, 2012) ........................................ 43 
Figura 34:Forças que atuam nas lamelas pelo Método de Bishop Simplificado. (FERREIRA, 
2012) ......................................................................................................................................... 44 
Figura 35:Forças que atuam nas lamelas pelo Método de Spencer. (FERREIRA, 2012) ........ 45 
Figura 36: Detalhamento do ensaio de arrancamento. (GEORIO, 2000) ................................. 47 
Figura 37: Correlações empíricas para o qs em areias. (BUSTAMANTE & DOIX, 1985; apud 
LIMA 2007) .............................................................................................................................. 48 
Figura 38: Correlações empíricas para o qs em argilas. (BUSTAMANTE & DOIX, 1985; 
apud LIMA 2007) ..................................................................................................................... 49 
Figura 39: Correlação entre o N(SPT) e o valor a resistência ao arrancamento. (ORTIGÃO, 
PALMEIRA, &ZIRLIS, 1997; apud SPRINGER 2006) .......................................................... 49 
Figura 40: Correlação entre o qs e o N(SPT). (EHRLICH E SILVA, 2012; apud GEORIO 
2014) ......................................................................................................................................... 50 
Figura 41: Correlação entre o qs e o número de injeções de nata de cimento. (EHRLICH E 
SILVA, 2012; apud GEORIO 2014) ........................................................................................ 51 
Figura 42: Perfil geotécnico do talude. ..................................................................................... 56 
Figura 43: Modelagem no Geoslope. ....................................................................................... 57 
Figura 44: Modelagem no Slide. .............................................................................................. 57 
Figura 45: O Fator de segurança encontrado foi de 0,73 utilizando o Geoslope. .................... 58 
Figura 46: FS no valor de 1,98 no Geoslope, com os grampos implantados. .......................... 58 
Figura 47: FS no valor de 1,6 com o acréscimo sobrecarga de 20 kPa. ................................... 59 
Figura 48: FS no valor de 1,45 com o acréscimo de nível de água utilizando o Geoslope. ..... 59 
Figura 49:FS encontrado foi de 0,73 utilizando o Geoslope. ................................................... 60 
Figura 50:FS no valor de 1,98 no Geoslope, com os grampos implantados. ........................... 60 
Figura 51:FS no valor de 1,6 com o acréscimo sobrecarga de 20 kPa. .................................... 61 
Figura 52:FS no valor de 1,44 com o acréscimo de nível de água utilizando o Geoslope. ...... 61 
Figura 53:FS no valor de 0,73 utilizando o Geoslope. ............................................................. 62 
Figura 54:FS no valor de 2,0 com a implantação dos grampos, utilizando o Geoslope........... 62 
Figura 55:FS no valor de 1,6 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Geoslope. ........... 63 
Figura 56:FS no valor de 1,46 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Geoslope. ..... 63 
Figura 57:FS no valor de 0,73 utilizando o Geoslope. ............................................................. 64 
Figura 58:FS no valor de 2,01 com a implantação dos grampos, utilizando o Geoslope......... 64 
Figura 59:FS no valor de 1,61 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Geoslope. ......... 65 
Figura 60:FS no valor de 1,47 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Geoslope ...... 65 
Figura 61:FS no valor de 0,720 utilizando o Slide. .................................................................. 66 
Figura 62:FS no valor de 2,06 com a implantação dos grampos, utilizando o Slide. .............. 66 
Figura 63:FS no valor de 1,76 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Slide. ................ 67 
Figura 64:FS no valor de 1,496 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Slide. .......... 67 
Figura 65:FS no valor de 0,716 utilizando o Slide. .................................................................. 68 
Figura 66:FS no valor de 2,078 com a implantação dos grampos, utilizando o Slide. ............ 68 
Figura 67:FS no valor de 1,772 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Slide. .............. 69 
Figura 68:FS no valor de 1,488 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Slide ........... 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1:Tabela de barras usualmente utilizadas em ancoragens. (GEORIO, 2000)............... 19 
Tabela 2:Metódos de análise solo grampeado. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 40 
Tabela 3:Número mínimo de ensaios de arrancamento. (CLOUTERRE, 1991) ..................... 46 
Tabela 4: Breve explicação sobre os métodos de Bishop-Simplificado e Spencer. (GEORIO, 
2014) ......................................................................................................................................... 52 
Tabela 5: Resumo sobre os métodos de Bishop-simplificado e Spencer. (Adaptado de 
GERSCOVICH, 2012) ............................................................................................................. 53 
Tabela 6: Critérios adotados para o qs nas análises de estabilidade global. ............................. 55 
Tabela 7: Parâmetros do solo hipotético criado. ...................................................................... 55 
Tabela 8: Resumo dos FS de cada tipo de análise. ................................................................... 70 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
 
NATM New Austrian Tunnelling Method 
 
DHP Dreno Horizontal Profundo 
 
N(SPT) Número de golpes relacionados ao ensaio à percussão 
 
GEORIO Órgão daSecretaria Municipal de Obras do Rio de janeiro responsável pela 
contenção de encostas. 
 
 
 
 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
kN KiloNewton 
 
kPa KiloPaschal 
 
1:10 Declividade em que representa 1 metro na horizontal e 10 na vertical 
 
1:4 Declividade em que representa 1 metro na horizontal e 4 na vertical 
 
δ Deslocamento 
 
Tg Carregamento mobilizado no grampo 
 
Tp Resistência ao arrancamento 
 
Tr Resistência à tração máxima que o grampo suporta com o FS 
 
Tmáx Resistência à tração máxima que o reforço suporta 
 
qs Atrito unitário mobilizado pelo contato solo-grampo 
 
D Diâmetro do furo onde o reforço é inserido 
 
Le Comprimento do grampo na zona resistente 
 
fy Tensão de escoamento do aço 
 
As Área da seção transversal do aço 
 
FS Fator de segurança 
 
m Metro 
 
cm centímetro 
 
mm milímetro 
 
m² metro quadrado 
 
Ei Força normal na lamela 
 
Xi Força tangencial na lamela 
 
Zi Força resultante entre a soma de Ei e Xi 
 
N Força normal na base da lamela 
 
Ti Componente tangencial na base da lamela 
 
c Coesão do solo 
 
γ Peso específico do solo 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14 
1.1 Considerações iniciais ..................................................................................................... 14 
1.2 Objetivo da pesquisa ....................................................................................................... 14 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 15 
2.1 Origem do solo grampeado ............................................................................................. 15 
2.2 Descrição da Técnica ...................................................................................................... 16 
2.3 Metodologia Executiva ................................................................................................... 16 
2.3.1 Escavação ................................................................................................................ 17 
2.3.2 Execução dos grampos ............................................................................................ 18 
2.3.2.1 Grampos injetados ................................................................................................ 20 
2.3.2.2 Grampos à percussão ............................................................................................ 22 
2.3.3 Estruturas de face..................................................................................................... 22 
2.3.3.1 Concreto projetado ............................................................................................... 22 
2.3.3.2 Blocos pré moldados ............................................................................................ 25 
2.3.3.3 Muro em face em verde com tela de alta resistência ............................................ 26 
2.3.4 Drenagem ................................................................................................................ 27 
2.3.4.1 Drenagem superficial ............................................................................................ 28 
2.3.4.2 Drenagem profunda .............................................................................................. 30 
2.4 Obras no Brasil ............................................................................................................... 31 
2.4.1 Icaraí, Niterói, Rio de Janeiro .................................................................................. 31 
2.4.2 Estabilização de talude de filito ............................................................................... 32 
2.4.3 Avenida Automóvel Club, Rio de Janeiro ............................................................... 34 
2.4.4 Túnel da Covanca, Linha Amarela, Rio de Janeiro ................................................. 34 
2.5 Vantagens e limitações do solo grampeado .................................................................... 35 
2.6 Comparação do solo grampeado com técnicas convencionais de contenção ................. 35 
2.6.1 Solo grampeado e cortinas atirantadas .................................................................... 35 
2.6.2 Solo grampeado e solo reforçado ............................................................................ 37 
2.7 Métodos de Análise ........................................................................................................ 38 
2.7.1 Método das Fatias .................................................................................................... 42 
2.7.1.1 Método de Bishop Simplificado ........................................................................... 43 
2.7.1.2 Método de Spencer ............................................................................................... 44 
2.8 Ensaio de arrancamento .................................................................................................. 45 
2.8.1 Quantidade de ensaios ............................................................................................. 45 
2.8.2 Materiais utilizados ................................................................................................. 47 
2.8.3 Execução do ensaio ................................................................................................. 47 
2.8.4 Correlações empíricas ............................................................................................. 48 
3 ANÁLISE COMPUTACIONAL .......................................................................................... 52 
3.1 Metodologia .................................................................................................................... 52 
3.2 Talude proposto .............................................................................................................. 55 
3.3 Resultados das Análises .................................................................................................. 57 
3.3.1 Resultados do Geoslope (Critério 1) ....................................................................... 58 
3.3.1.1 (Método de Spencer) ............................................................................................ 58 
3.3.1.1.1 Análise do Talude em seu estado natural .......................................................... 58 
3.3.1.1.2 Implantação dos reforços ................................................................................... 58 
3.3.1.1.3 Sobrecarga ......................................................................................................... 59 
3.3.1.1.4 Nível de água ..................................................................................................... 59 
3.3.1.2 (Bishop Simplificado) .......................................................................................... 60 
3.3.1.2.1 Análise do talude em seu estado natural ............................................................ 60 
3.3.1.2.2 Implantação dos reforços ................................................................................... 60 
3.3.1.2.3 Sobrecarga ......................................................................................................... 61 
3.3.1.2.4 Nível de água ..................................................................................................... 61 
3.3.2 Resultados Geoslope (Critério 2) ............................................................................ 62 
3.3.2.1 (Método de Spencer) ............................................................................................ 62 
3.3.2.1.1 Análise do Talude em seu estado natural .......................................................... 62 
3.3.2.1.2 Implantação dos reforços ...................................................................................62 
3.3.2.1.3 Sobrecarga ......................................................................................................... 63 
3.3.2.1.4 Nível de água ..................................................................................................... 63 
3.3.2.2 (Bishop Simplificado) .......................................................................................... 64 
3.3.2.2.1 Análise do Talude em seu estado natural .......................................................... 64 
3.3.2.2.2 Implantação dos reforços ................................................................................... 64 
3.3.2.2.3 Sobrecarga ......................................................................................................... 65 
3.3.2.2.4 Nível de água ..................................................................................................... 65 
3.3.3 Resultados Slide (Critério 3) ................................................................................... 66 
3.3.3.1 Método de Spencer ............................................................................................... 66 
3.3.3.1.1 Análise do Talude em seu estado natural .......................................................... 66 
3.3.3.1.2 Implantação dos reforços ................................................................................... 66 
3.3.3.1.3 Sobrecarga ......................................................................................................... 67 
3.3.3.1.4 Nível de água ..................................................................................................... 67 
3.3.3.2 Método de Bishop Simplificado ........................................................................... 68 
3.3.3.2.1 Análise do Talude em seu estado natural .......................................................... 68 
3.3.3.2.2 Implantação dos reforços ................................................................................... 68 
3.3.3.2.3 Sobrecarga ......................................................................................................... 69 
3.3.3.2.4 Nível de água ..................................................................................................... 69 
3.4 Resumo dos resultados obtidos para o FS .................................................................. 70 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 71 
4.1 Objetivo do trabalho ....................................................................................................... 71 
4.2 Análise dos resultados .................................................................................................... 71 
4.3 Sugestões ........................................................................................................................ 71 
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Considerações iniciais 
O solo grampeado é uma técnica que foi empregada pela primeira vez na França 
(ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993), com o objetivo de estabilizar taludes naturais ou 
aumentar a segurança em escavações de maciços instáveis. Essa técnica é amplamente 
utilizada no Brasil, porque possui diversos benefícios e existem diversos estudos 
comprovando a eficácia da mesma. 
O grampeamento do solo consiste em inserir reforços passivos (usualmente feitos de 
aço) no talude, com inclinação sub-horizontal, por meio de cravação ou injeção em furos pré 
executados. Por fim, é executada uma proteção superficial no talude, em que, usualmente, 
utiliza-se o concreto projetado. 
Apesar do solo grampeado ser amplamente utilizado no Brasil, diversas obras são 
executadas sem realizar o ensaio de arrancamento. Logo, o grampeamento do solo é 
executado sem qualquer conhecimento sobre qual o valor do atrito lateral (qs) do local. 
 1.2 Objetivo da pesquisa 
Este trabalho tem o objetivo de descrever a técnica do solo grampeado, sua 
metodologia teórica e processo executivo, suas vantagens e limitações, além dos parâmetros 
considerados no grampeamento do solo. 
No Brasil, não existe, até o momento, uma norma que regulamente a execução e o 
dimensionamento de estruturas em solo grampeado. Portanto, neste trabalho são apresentadas 
algumas metodologias publicadas por bibliografias, nacionais e internacionais, na elaboração 
e execução do grampeamento do solo. 
Por fim, no capítulo 3 são apresentados os resultados da análise da estabilidade 
global, pelo método do equilíbrio limite, de um talude hipotético em solo, utilizando a técnica 
de solo grampeado, por meio de 2 softwares computacionais bem conhecidos no meio 
geotécnico: Geoslope e Slide 2020. 
 
15 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Origem do solo grampeado 
O solo grampeado tem sua origem na observação da técnica executada para a 
estabilização de túneis rochosos chamada New Austrian Tunnelling Method. O NATM 
consiste em utilizar sobre o revestimento do túnel um material flexível permitindo a 
deformação do maciço, gerando uma região plastificada onde pode ser utilizado chumbadores 
para a estabilização do solo mobilizado. Esta técnica mobiliza menos esforços e possui um 
custo inferior em relação ao revestimento em que é utilizada uma estrutura rígida. 
(SOLOTRAT, 2011; ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
Com avanços experimentais, a técnica de estabilização de um maciço rochoso, com 
revestimento flexível, passou a ser utilizada em solos menos resistentes como argilas, areias e 
pedregulhos, a qual foi dada o nome de solo grampeado. A partir da década de 70, países 
como França, Alemanha, Canadá, Estados unidos e Grã-Betanha passaram a usar o solo 
grampeado e investiram em pesquisas como forma de aperfeiçoar a técnica. (ORTIGÃO, 
ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
 
 
Figura :Túnel finalizado com a técnica NATM. (SOLOTRAT, 2011) 
 
16 
2.2 Descrição da Técnica 
A técnica de solo grampeado consiste em inserir no terreno reforços resistentes à 
tração, que podem ser barras de aço, barras sintéticas, micro-estacas ou estacas. Sua função é, 
principalmente, garantir a estabilidade do talude por meio do atrito lateral entre o reforço e o 
solo, mobilizados pela descompressão e consequentemente pela deformação do maciço, 
podendo também resistir a esforços de flexão e cisalhamento de forma secundária 
(ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993). 
 No estudo publicado por Ortigão, Zirlis e Palmeira (1993), o grampeamento do solo 
consiste em transferir os esforços de uma zona instável para uma zona estável, reduzindo os 
deslocamentos do maciço terroso. De acordo com os mesmos autores, o grampo deve ser 
inserido no terreno na posição horizontal ou levemente inclinado em relação à face do talude 
e, posteriormente, é injetada nata de cimento para preencher todo o espaço entre o grampo e o 
solo. No entanto, normalmente o reforço passivo é inserido no maciço com inclinação 
negativa em relação à face, porque facilita o preenchimento da nata de cimento nos vazios 
entre o grampo e o solo, com o auxílio da gravidade. 
 
Figura :Aplicação dos grampos no talude: (a) na estabilização do maciço; (b) no escoramento das escavações. 
(ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
2.3 Metodologia Executiva 
A execução do solo grampeado é dividida em 3 etapas: escavação, injeção dos 
grampos e execução do revestimento da face. 
17 
 
Figura : Etapas de execução do solo grampeado. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
 
2.3.1 Escavação 
A altura de escavação depende da estratigrafia do solo e da inclinação da face, 
geralmente é feita na faixa de 1 a 2 metros de altura e pode ser no sentido ascendente ou 
descendente, dependendo das condições do local. O talude deve ser estável ao longo de todo o 
processo de execução do solo grampeado, em quepode ser utilizado, na escavação, bermas de 
equilíbrio ou nichos para se garantir um maior fator de segurança no processo. (LIMA, 2007) 
É necessário que o material a ser escavado tenha uma resistência aparente não 
drenada ao cisalhamento mínima de 10 kPa, mas a maioria dos solos argilosos e arenosos 
possuem essa resistência devido ao efeito de capilaridade. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & 
PALMEIRA, 1993) 
 
 
Escavação Instalação
do grampo
Concreto
projetado
18 
 
Figura : Utilização de bermas de equilíbrio que ajudam na estabilidade global do talude. (LIMA, 2007) 
2.3.2 Execução dos grampos 
Após a fase de escavação, os grampos são introduzidos no solo com pequena 
inclinação em relação à face do talude. Os reforços podem ser inseridos no maciço por meio 
de perfuração e de injeção do grampo, com nata de cimento, ou por percussão. (GEORIO, 
2000) 
Os grampos usualmente são feitos de aço CA-50, DYWIDAG, Incotep e Rocsolo 
(LIMA, 2007). Além disso, o diâmetro da barra influencia no detalhamento junto à face do 
solo grampeado. (GEORIO, 2000) 
 
19 
Tabela :Tabela de barras usualmente utilizadas em ancoragens. (GEORIO, 2000) 
Tipo de aço Tipo de seção Diâmetro da 
barra (mm) 
Diâmetro mínimo 
recomendado 
(mm) 
Carga máxima de 
ensaio (Tensaio) 
kN 
Carga de 
trabalho (Ttrabalho) 
kN 
Dywidag Gewi 
ST 50/55 
Plena 32 100 350 200 
Dywidag 
ST 85/105 
Plena 32 100 600 350 
CA 50 A Plena 25 100 230 130 
CA 50 A Plena 32 100 360 200 
CA 50 A Reduzida com 
rosca 
25 100 190 110 
CA 50 A Reduzida com 
rosca 
32 100 260 160 
Rocsolo ST 75/85 Plena 22 100 210 125 
Rocsolo ST 75/85 Plena 25 100 280 165 
Rocsolo ST 75/85 Plena 28 100 360 200 
Rocsolo ST 75/85 Plena 38 125 660 375 
Rocsolo ST 75/85 Plena 41 125 890 510 
 
A figura 5 mostra a interação do paramento com os grampos. Para barras de aço 
maiores ou iguais a 20 mm o grampo é fixado na face por meio de placa e porca, por isso 
pode ser aplicado uma carga de até 5 kN para fixação do reforço no solo. Para grampos de 
diâmetros menores que 20 mm a barra pode ser dobrada. Ademais, existe a possibilidade de 
embutir toda a extremidade do reforço no solo, como mostra a figura 6. (GEORIO, 2000) 
20 
 
Figura : Detalhes de grampos mais comuns: (a) barra de aço com diâmetro igual ou maior que 20 mm; (b) barra 
de aço com diâmetro inferior a 20 mm. (GEORIO, 2000) 
 
Figura : Detalhe de grampo embutido no talude. (GEORIO, 2000) 
 
2.3.2.1 Grampos injetados 
É o processo mais usual no Brasil. Primeiramente, são utilizados equipamentos 
(crawlair, wagon drill, entre outros) na execução de pré-furos, com o diâmetro variando entre 
50 a 100 mm. Após a perfuração, é realizada a limpeza dos furos com água ou ar comprimido. 
Os reforços são inseridos no terreno depois da conclusão dos serviços de limpeza e, por fim, a 
injeção da nata de cimento é feita com baixa pressão preenchendo os espaços vazios no 
contato solo-grampo. 
21 
A nata de cimento tem, normalmente, o fator água/cimento de 0,5 (em peso) e podem 
ser utilizados aditivos como forma de melhorar as propriedades do fluido e diminuir a 
retração. Em alguns casos, a nata de cimento é reinjetada com um intervalo de no mínimo 12 
horas. (GEORIO, 2000; LIMA, 2007) 
 
 
Figura :Injeção dos grampos no solo. 
22 
 
Figura :Injeção da nata de cimento sob baixa pressão no furo. 
 
2.3.2.2 Grampos à percussão 
Os reforços são inseridos no maciço pela cravação de barras ou perfis metálicos, com 
auxílio de martelete pneumático, sem o uso de nata de cimento. O processo é muito mais 
rápido que o convencional, porém possui algumas limitações, como: o comprimento máximo 
do grampo deve ter no máximo 6 metros; a resistência ao cisalhamento do contato solo-
grampo é baixa e fica entre 30 a 40 kPa; é inviável em solos com predominância de 
pedregulhos e inconveniente no caso de argilas. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
2.3.3 Estruturas de face 
2.3.3.1 Concreto projetado 
O concreto projetado é o paramento mais utilizado nas obras de solo grampeado, 
porque pode ser utilizado para prevenir efeitos erosivos no talude e manter a umidade do local 
(impede a redução da sucção no terreno). Além disso, a execução do paramento possui alta 
velocidade e baixo custo. Usualmente, o procedimento é feito fixando uma ou duas telas 
23 
soldadas de aço no talude e, posteriormente, é feita a aplicação de uma camada de concreto, 
constituída de areia, pedrisco, cimento e água, por meio de uma bomba. (GEORIO, 2000) 
A água é um dos materiais que mais influenciam na mistura. Portanto, existem 2 
tipos de aplicação do concreto projetado: um por via seca (Figura 9) e outro por via úmida 
(Figura 11) (GEORIO, 2000). Por via seca, o próprio operador controla a quantidade de água 
utilizada na mistura por meio do mangote, portanto é necessário que o controlador tenha 
experiência e uma boa avaliação visual do revestimento (Figura 10). Por via úmida, a água é 
misturada dentro da bomba e já sai totalmente pronta para uso (GEORIO, 2000). 
 
 
 
 
Figura : Concreto projetado via seca. (GEORIO, 2000) 
 
24 
 
 
Figura :Aplicação do concreto projetado por via seca. (NOTAS DE AULA, SARAMAGO 2020) 
 
 
Figura :Concreto projetado via úmida. (GEORIO, 2000) 
 
Em alguns casos, a armadura é substituída pela adição de fibras metálicas na mistura, 
uma vez que elas funcionam como agregados, aumentando a ductilidade e a resistência à 
tração. A utilização das fibras reduz mão de obra (pois não exige a montagem das telas), 
aumenta à resistência à fissuração (protege contra a corrosão) e reduz o volume de material 
25 
utilizado (o paramento ajusta-se ao terreno) (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993; 
GEORIO, 2000) 
 
 
Figura : Revestimento de face em concreto projetado. 
2.3.3.2 Blocos pré moldados 
Os blocos pré moldados também são utilizados em estruturas de solo grampeado, 
pois eles mantêm as vantagens usuais da técnica, racionalizam o método construtivo e são 
mais agradáveis visualmente em relação ao concreto projetado, podendo ter vegetações em 
sua face (Figura 14). (SARAMAGO et al, 2005) 
 Os blocos possuem 20 cm de altura, 40 cm de largura frontal e 40 cm de largura 
transversal, e as declividades usadas no paramento são de 1:10 ou 1:4 dependendo do tipo do 
bloco utilizado. Além do aspecto visual, os blocos pré moldados não necessitam de argamassa 
em sua colocação, são apenas justapostos entre si, economizando materiais como água, 
concreto e energia elétrica. A figura 13 mostra o detalhamento de um solo grampeado com 
face em blocos pré moldados do tipo Terrae. (SARAMAGO et al, 2005) 
26 
 
Figura :Detalhamento do solo grampeado com face em blocos Terrae. 
 
Figura :Solo grampeado com face em blocos Terrae com vegetação. 
2.3.3.3 Muro em face em verde com tela de alta resistência 
Solução adotada quando é inexistente o risco de ruptura entre os grampos, sendo que 
a inclinação do talude deve ser menor que 60 ° (GEORIO, 2014). Podem ser usadas 
Biomantas no revestimento do talude para evitar erosões e proteger a vegetação do local. Esta 
27 
solução é muito comum em áreas que demandam valor estético e também em áreas de 
preservação ambiental, porque é possível manter a vegetação nativa e proteger a superfície do 
talude. 
 
Figura : Solo grampeado com face em verde utilizando Biomanta. 
 
2.3.4 Drenagem 
 Dispositivos de drenagem profunda e superficial devem ser previstos para as 
estruturas de contenção, pois a água é um dos fatores mais relevantes no processo de 
instabilização de um talude. Portanto, em alguns casos específicos, apenas um sistema de 
drenagem eficiente e uma proteção superficial do maciço podem ser suficientes para a 
estabilização do mesmo. (GEORIO, 2000) 
Deve existir manutenção constante nos dispositivos de drenagem, pois objetos 
externos como folhas, árvores, gravetos e até mesmo lixo podem obstruir os dispositivos, 
fazendo com que percam a suafunção. 
28 
2.3.4.1 Drenagem superficial 
O objetivo da drenagem superficial é diminuir a poro pressão atrás do paramento e 
captar e direcionar as águas para a rede fluvial ou para sistema de drenagem pluvial urbano 
mais próximo (GEORIO, 2014). Existem dispositivos que são instalados na própria estrutura 
de contenção, como os barbacãs, e externos à contenção, como as canaletas e descidas em 
degrau. 
Os barbacãs são executados com furos 40x40x40 cm, preenchidos com areia ou brita, 
ligados a um PVC drenante, partindo do interior do talude para fora do mesmo com inclinação 
descendente (LIMA, 2007). 
 
Figura : Detalhe dreno barbacã. 
 
As canaletas são dispositivos construídos em concreto armado, que usualmente, são 
executados no topo e no pé da contenção. Essas captam e escoam a água pluvial que incide no 
talude e também da área de contribuição a montante do mesmo. 
29 
 
 Figura : Exemplo de canaleta em concreto armado. 
 
Quando existe uma grande bacia de contribuição a montante da contenção e o fluxo 
de água previsto possui velocidade acima do permitido, são utilizadas descidas em degrau 
como forma de dissipar energia e, consequentemente, reduzir as velocidades estimadas. 
(GEORIO, 2014) 
30 
 
 Figura : Exemplo de descida em degrau. 
2.3.4.2 Drenagem profunda 
O objetivo da drenagem profunda é diminuir o lençol freático e, consequentemente, 
evitar o aumento da poro pressão e diminuição da tensão efetiva do solo. Os dispositivos 
utilizados mais comuns são os DHPs (Drenos Horizontais Profundos), que são tubos de PVC 
perfurados e envoltos por tela de nylon ou BIDIM, possuindo diâmetro entre 38 a 50mm, com 
comprimento não superior a 40 metros e inclinação positiva em relação à face da contenção. 
(LIMA, 2007; GEORIO, 2000) 
 
31 
 
Figura : Detalhamento do DHP. 
2.4 Obras no Brasil 
O solo grampeado foi amplamente utilizado no Brasil a partir de 1970, quando foram 
usados chumbadores na contenção de taludes de emboque em São Paulo. O manual da 
GEORIO do ano de 2000 exemplifica algumas obras realizadas em solo grampeado ao longo 
dos anos, demonstrando como a técnica ganhou espaço e importância no meio geotécnico. 
 
 
 
Figura :Contenção de taludes de emboques em 1970; 1° corte; 2° vista frontal. (GEORIO, 2000) 
 
2.4.1 Icaraí, Niterói, Rio de Janeiro 
Em 1984, foi executado um corte de aproximadamente 35 metros de altura em solo 
saprolítico, onde a parte superior do talude foi estabilizada com solo grampeado. Utilizou-se 
barras de 6 a 9 metros de comprimento e 25 mm de diâmetro, diâmetro do furo de 90 mm e 
injetou-se calda de cimento sob baixa pressão. A parte inferior do maciço foi estabilizada com 
a solução convencional de barras injetadas protendidas como mostra a figura 21. 
32 
 
 
 
Figura : Contenção em corte com altura de aproximadamente 35 metros, localizada em Niterói, Rio de Janeiro. 
(GEORIO, 2000) 
 
2.4.2 Estabilização de talude de filito 
Em um encontro de ponte ferroviária, foi utilizada a técnica de solo grampeado na 
estabilização de um talude de 26 metros de altura em filito bastante alterado. Para a 
contenção, foram utilizadas barras de aço de 25 mm, diâmetro do furo de 75 mm e foi injetada 
calda de cimento sem pressão. 
33 
 
Figura : Detalhe da contenção sob fundação de viaduto ferroviário. (GEORIO, 2000) 
 
 
Figura : Imagem da contenção sob a fundação de viaduto ferroviário. (GEORIO, 2000) 
34 
2.4.3 Avenida Automóvel Club, Rio de Janeiro 
Em 1996, um talude de 11 metros, em argila siltosa, foi estabilizado com a técnica de 
solo grampeado. Utilizaram-se barras de aço de 25 mm, com comprimento variando de 4 a 6 
metros. 
4 m
6 m
Aterro
Argila siltosa
 de média a dura
construção
construção
H=11 m
Concreto 
projetado
 
Figura : Detalhe de Solo grampeado em talude de 11 metros. (GEORIO, 2000) 
2.4.4 Túnel da Covanca, Linha Amarela, Rio de Janeiro 
De 1995 a 1997, diversas contenções em solo grampeado foram executadas nos 
taludes da Linha Amarela. Uma delas é apresentada na figura 22, em que foi executado o solo 
grampeado no emboque do Túnel da Covanca, com altura de 20 metros, em solo saprolito e 
rocha alterada. 
 
Figura : Detalhe Solo grampeado no emboque do Túnel da Covanca, Rio de Janeiro. (GEORIO, 2000) 
35 
2.5 Vantagens e limitações do solo grampeado 
Existem diversos fatores que contribuem para a popularidade da utilização do solo 
grampeado na estabilização de taludes. Alguns exemplos são listados a seguir: 
 Possui custo menor quando comparado a soluções convencionais como cortinas 
atirantadas. Em 1986, um estudo publicado por Jewel demonstrou que em uma 
escavação de 10 metros de altura o solo grampeado é cerca de 10 a 30 % mais barato 
que soluções convencionais. 
 Os equipamentos para a execução das diversas etapas são leves e de fácil manuseio. 
(SOLOTRAT, 2010) 
 É flexível, ou seja, se adapta a diferentes geometrias do terreno. (SOLOTRAT, 2010) 
 É deformável, suporta recalques diferenciais e totais. (SOLOTRAT, 2010) 
 Pequena movimentação do talude é o suficiente para mobilização dos esforços nos 
grampos. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
Todavia, o solo grampeado possui algumas limitações: 
 Movimentação vertical e horizontal devido ao reforço da contenção atuar de modo 
passivo (necessita de deformação para os esforços serem mobilizados), esse fato tem 
importância dependendo das condições adjacentes ao solo grampeado. (LIMA, 2007) 
 Não é recomendado quando o nível do lençol freático no terreno é alto, pois dificulta a 
escavação, pode causar corrosão nas barras de aço, além de poder provocar pequenas 
instabilidades locais que dificultam a execução do paramento. (LIMA, 2007) 
 Em solos argilosos com N(SPT) menor que 10 não deve se utilizar o solo grampeado, 
pela dificuldade em se manter o talude estável durante a escavação e execução do 
concreto projetado. (Clouterre, 1991) 
 A escavação deve ser feita entre 1 a 2 metros e deve se manter o talude estável até a 
injeção dos grampos e a execução da proteção superficial do talude. Se não forem 
possíveis tais condições, é necessário reforçar o solo para garantir a estabilidade do 
local, injetando, por exemplo, nata de cimento na região. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
2.6 Comparação do solo grampeado com técnicas convencionais de contenção 
2.6.1 Solo grampeado e cortinas atirantadas 
 As cortinas atirantadas possuem diferentes mecanismos de atuação na 
estabilidade de um talude quando comparadas à técnica de solo grampeado. Em geral, quando 
36 
a estabilidade global tem um mecanismo profundo, o método mais indicado é o de cortina 
atirantada. Todavia, em escavações superficiais verticais, o solo grampeado tende a ser a 
técnica mais apropriada (BRUCE & JEWELL, 1986). Algumas diferenças entre as 2 (duas) 
técnicas são descritas a seguir: 
 Os reforços atirantados tendem a ser bem mais longos do que os grampos, logo são 
necessários equipamentos mais pesados para a execução dos tirantes. (BRUCE & 
JEWELL, 1986) 
 Para os grampos serem mobilizados é necessária apenas uma pequena deformação no 
maciço, já nas cortinas atirantadas os esforços só são mobilizados após o 
tensionamento dos tirantes por um macaco hidráulico. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
 A distribuição das tensões no solo é diferente, como mostra a figura 26, pois nos 
reforços passivos existe mobilização de esforços ao longo de todo comprimento, e nos 
reforços ancorados existe uma parte em trecho livre , em que se utiliza graxa para não 
haver mobilização de atrito lateral com o terreno natural. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
 O faceamento do solo grampeado não possui função na estabilidade global do talude, 
já em cortinas atirantadas é construída uma estrutural vertical, que tem fator 
importante na estabilização do maciço, além de prevenir o efeito de punção nos 
tirantes. (BRUCE & JEWELL, 1986; ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
 O solo grampeadoé uma solução passiva, ou seja, é necessário que o maciço se 
deforme para existir mobilização de cargas. Portanto, é necessário que as estruturas 
vizinhas sejam avaliadas porque podem sofrer recalques devido as movimentações 
dessa contenção. No entanto, as cortinas atirantadas são soluções ativas, o 
carregamento é mobilizado através do tensionamento da barra ancorada e, 
consequentemente, não permite que o talude tenha deformação. Clouterre (1991) 
apresenta uma estrutura em solo grampeado com uma construção vizinha executada 
sob fundação superficial, em que o deslocamento no topo da contenção foi contido por 
uma barra ancorada (Figura 27), evitando assim recalques diferenciais em construções 
adjacentes. 
 
37 
 
Figura : Distribuição dos esforços mobilizados no solo em cortinas atirantadas e em solos grampeados, 
respectivamente. (GEORIO, 2000; apud BRUCE & JEWELL, 1986) 
 
Figura : Uso de tirante ancorado para controlar deformação. (CLOUTERRE, 1991) 
2.6.2 Solo grampeado e solo reforçado 
 As 2 (duas) técnicas possuem praticamente o mesmo mecanismo na 
estabilidade, mas as grandes diferenças estão na execução das contenções. Os aspectos em 
comum são descritos a seguir: 
 Ambas as técnicas mobilizam seus esforços a partir do deslocamento do maciço. 
(BRUCE & JEWELL, 1986) 
Zona passiva
Zona
ativa
Revestimento
Concreto
armado
máxT
Ancoragens
 
38 
 Ambas as técnicas possuem uma região estável que sustenta uma região instável a 
partir do atrito entre o reforço e o solo. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
 O paramento de ambas não possui função estrutural e, usualmente, possuem pequena 
espessura. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
Contudo, existem diferenças executivas de enorme importância quanto ao uso do 
solo grampeado. Algumas destas são listadas a seguir: 
 No solo grampeado os reforços estão em contato com o terreno natural, enquanto no 
solo reforçado os reforços são inseridos em camadas de solo com rigoroso controle de 
compactação e umidade. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
 Como citado anteriormente, ambas as contenções necessitam do deslocamento do 
talude para a mobilização dos esforços, no entanto no solo reforçado o maior 
deslocamento ocorre próximo ao pé da contenção, devido a sua metodologia executiva 
de baixo para cima com sucessivas camadas de aterro compactado, enquanto no solo 
grampeado o maior deslocamento está na crista da contenção, como mostra a figura 
28. (SCHLOSSER, 1993; apud GEORIO 2000) 
 A injeção dos grampos é geralmente feita com nata de cimento, já no solo reforçado os 
reforços ficam diretamente em contato com o solo sem qualquer tipo de interface entre 
eles. (BRUCE & JEWELL, 1986) 
 
 
Figura : Deslocamentos máximos horizontas no solo grampeado e na terra armada respectivamente. 
(SCHLOSSER, 1983; apud GEORIO, 2000) 
2.7 Métodos de Análise 
 O estudo de Ortigão, Zirlis e Palmeira (1993) descrevem várias metodologias 
utilizadas na análise de estruturas de solo grampeado (Tabela 2). A mais comum entre elas é a 
39 
análise por equilíbrio limite, onde o terreno é dividido em 2 regiões: zona ativa e passiva, 
separadas por uma superfície crítica (Figura 29). A zona ativa é a região instável situada entre 
a face e a superfície crítica de ruptura, enquanto a zona passiva é a área estável onde se 
incorpora os esforços dos grampos para a análise da estabilidade global da região. Além disso, 
essa metodologia é bastante utilizada, pois permite considerar tanto a estabilidade interna 
quanto a externa (Figura 30), heterogeneidades do maciço e o nível de água (GEORIO, 2014). 
 
Figura : Zona ativa, passiva e superfície crítica. (SPRINGER, 2006) 
 
 
 
Figura :Tipos de análise em função da localização da superfície. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
 
40 
 
 
Tabela :Metódos de análise solo grampeado. (ORTIGÃO, ZIRLIS, & PALMEIRA, 1993) 
CARACTERÍSTICAS MÉTODOS 
Alemão Davis Multicritério Cinemático Cardiff Escoamento 
Referência Stocker et al., 
1979 
Shen et al., 
1981 
Schlosser,1983 Juran et al., 
1988 
Bridle, 
1989 
Anthoine, 
1990 
Análise Equilíbrio 
limite 
 
Equilíbrio 
limite 
 
Equilíbrio limite 
 
Tensões 
internas 
Equilíbrio limite Teoria de 
escoamento 
 
Divisão da massa de solo 2 cunhas 2 blocos Fatias - Fatias Bloco rígido 
Fator de segurança Global Global Global e local Local Global Global 
Superfície de ruptura Bi-linear Parabólica Circular ou 
poligonal 
Espiral log espiral log espiral log 
Grampos resistem a: 
Tração 
Cisalhamento 
Flexão 
x X x 
x 
x 
x 
x 
x 
x 
x 
x 
x 
Inclinação da parede Vertical ou 
inclinada 
Vertical Qualquer Vertical ou 
inclinada 
Vertical ou 
inclinada 
Vertical ou 
inclinada 
N. de camadas de solo 1 1 Qualquer 1 1 1 
 
 
41 
O manual técnico de encostas da Georio (2014) indica que, primeiramente, 
determina-se o valor máximo da tensão mobilizada nos grampos, após isso é definido a seção 
e o espaçamento dos reforços, para não haver o rompimento por tração das barras de aço. Por 
fim, é definido o comprimento necessário na zona passiva para se evitar o arrancamento. 
O efeito da carga do grampo (Tg) utilizado na superfície crítica é determinado pelo 
menor valor entre Tp (resistência ao arrancamento) e Tr (resistência à tração máxima que o 
grampo suporta). Tais correlações são listadas a seguir: 
Tg= Tp se Tp<Tr 
 Tr se Tr<Tp 
Onde, 
Tp=qsπDLe/Fs 
Tr=Tmáx/Fs 
Tmáx=0,9fyAs 
O qs é o atrito unitário mobilizado pelo contato solo-grampo, D diâmetro do furo, Le 
é o comprimento da parcela do reforço que se encontra na zona resistente, fy é a tensão de 
escoamento do aço utilizado, As a área da seção transversal da barra de aço utilizada e o Fs o 
fator de segurança utilizado para minorar a tensão de arrancamento. Apesar de não existir uma 
norma ABNT sobre o solo grampeado, a Georio indica que o Fs seja maior que 1,5. 
 
Figura :Efeito do grampo na superfície crítica. (GEORIO, 2000) 
 
42 
2.7.1 Método das Fatias 
O método das fatias é umas das metodologias mais utilizadas no meio geotécnico, 
porque não restringe o terreno quanto à geometria do talude, estratigrafia do solo ou 
influência do nível de água. A análise é feita baseada no equilíbrio limite, onde a massa 
mobilizada é dividida em várias regiões e, em cada uma dessas, são aplicadas as equações da 
estática (FERREIRA, 2012; GERSCOVICH, 2012): 
 
ΣFx=0 
ΣFy=0 
ΣM=0 
 
Figura : Exemplo de divisão das fatias na superfície crítica, neste caso foi separado em 7 regiões. 
 
Segundo Gerscovich (2012), as seguintes etapas devem ser feitas na análise da 
superfície escolhida por meio do método das fatias: 
 Define-se que a base de cada fatia é linear e não pode existir 2 solos distintos na base 
de cada lamela. 
 Não pode existir descontinuidade no topo das fatias. 
 O equilíbrio das forças deve ser feito em cada fatia, assumindo-se que as tensões 
normais na base das fatias sejam geradas pelo peso do solo contido na fatia. 
 O equilíbrio dos momentos é feito em relação ao centro do círculo da superfície 
analisada, considerando o peso e as forças tangenciais na base de cada fatia. O 
somatório dos momentos das forças entre lamelas é considerado nulo. 
Superfície crítica 
43 
 
Figura : Fatia genérica e as forças atuantes. (FERREIRA, 2012) 
As forças atuantes em cada fatia são discretizadas na figura 33, em que Ei e Xi 
representam a força normal e tangencial, respectivamente, Ni representa a força normal na 
base da lamela, Ti a tangencial na base da lamela e Zi a resultante entre as forças de interação 
entre as fatias (FERREIRA, 2012). O número de equações da estática não satisfaz a 
quantidade de incógnitas do problema, logo existem metodologias que destoam entre si 
devido as premissas simplificadoras adotadas no cálculo do FS da superfície analisada. Os 
métodos que não satisfazem as 3 equações da estática são classificados em não rigorosos e os 
que satisfazem sãoclassificados como rigorosos. 
 
2.7.1.1 Método de Bishop Simplificado 
O método de Bishop Simplificado despreza as forças tangenciais entre lamelas 
(Xi=0), portanto não existe contribuição dos esforços horizontais no cálculo do FS da 
superfície, porque as forças normais (Ei) se anulam (Figura 34). Portanto o equilíbrio estático 
é feito somente no somatório das forças verticais e dos momentos, por isso esse método é 
considerado não rigoroso. (FERREIRA, 2012; GERSCOVICH, 2012) 
44 
 
Figura :Forças que atuam nas lamelas pelo Método de Bishop Simplificado. (FERREIRA, 2012) 
 
2.7.1.2 Método de Spencer 
Neste método as forças tangenciais e normais entre as lamelas (Xi e Ei 
respectivamente) são substituídas por uma única resultante equivalente estaticamente (Qi) 
aplicada no centro da base da fatia, com inclinação θ constante. Todas as equações da estática 
são satisfeitas, portanto esse método é classificado como rigoroso. A figura 35 mostra as 
forças consideradas no cálculo do Fs da superfície crítica. (FERREIRA, 2012) 
Segundo Gerscovich (2012), existem algumas condições gerais adotadas na 
utilização do método de Spencer: 
 O método admite trinca de tração. 
 A resultante Qi é definida incorporando a parcela efetiva do solo e a poro pressão 
atuante. 
 Sendo a inclinação θ constante, a seguinte relação é válida: tg(θ) 
 
 
 =cte. 
 Para existir equilíbrio, a força Qi passa pelo ponto de intersecção entre as demais 
forças atuantes (W, N, T). 
45 
 
Figura :Forças que atuam nas lamelas pelo Método de Spencer. (FERREIRA, 2012) 
2.8 Ensaio de arrancamento 
O ensaio de arrancamento é realizado para determinar o valor do atrito lateral(qs) 
entre o solo e o grampo. O ensaio consiste em aplicar um carregamento no reforço até gerar 
um movimento de cisalhamento entre o solo e o grampo. Contudo, nenhum dos grampos 
ensaiados pode ser reutilizado ou ser contabilizado no dimensionamento da estrutura de 
contenção (CLOUTERRE, 1991). Apesar de não existir norma técnica que regulamente esse 
ensaio, algumas bibliografias são utilizadas como parâmetros para a interpretação dos 
resultados e execução do mesmo. 
2.8.1 Quantidade de ensaios 
 Em relação à quantidade de ensaios, Clouterre (1991) divide o procedimento em 3 
etapas: 
Ensaios de arrancamento preliminares: Tem como objetivo determinar a tensão 
máxima de arrancamento. São realizados antes de qualquer estrutura de contenção 
permanente ser executada, e sua principal função é auxiliar o projetista com qual valor de qs 
será projetado o solo grampeado. Clouterre (1991) determina que o número mínimo de 
reforços a serem ensaiados deve estar relacionado com a variação do tipo de solo encontrado e 
suas respectivas áreas de face da contenção que elas representam, como mostra a tabela 3. 
46 
Ensaios de arrancamento de conformidade: Esses ensaios são realizados no início 
da execução da obra, com o objetivo de comparar os parâmetros utilizados com os ensaios 
anteriores. São realizados novos ensaios para cada tipo de solo que se encontra no talude, 
podendo ser usado o paramento como placa de reação. O ensaio de arrancamento de 
conformidade tem uma importância maior e deveria ser obrigatório quando o executor da obra 
não realizar os ensaios preliminares. A quantidade de ensaios a serem realizados deve ser 
adotada de acordo com o mesmo critério dos ensaios preliminares, conforme a tabela 3. 
 
Tabela :Número mínimo de ensaios de arrancamento. (CLOUTERRE, 1991) 
Área da face [m²] Ensaios preliminares 
ou de conformidade 
Até 800 6 
800 a 2000 9 
2000 a 4000 12 
4000 a 8000 15 
8000 a 16000 18 
16000 a 40000 25 
 
Ensaios de arrancamento de inspeção: Esses ensaios têm o objetivo de comprovar 
a resistência ao arrancamento dos reforços durante a execução da obra. Os grampos a serem 
ensaiados devem ser previstos entre os grampos permanentes e executados durante a 
construção da obra. A quantidade de ensaios desse tipo esta relacionada à estratigrafia do 
talude e à área de face do solo grampeado, e devem ser realizados 5 ensaios para cada tipo de 
solo com área de face menor que 1000 ². Todavia, para áreas maiores, deve ser realizado um 
ensaio para cada 200 m² adicionados. 
Já o manual da Georio (2000) não divide o ensaio de arrancamento em etapas como 
Clouterre (1991). A Georio indica que o ensaio de arrancamento deve ser feito durante a obra 
em pelo menos 2 reforços ou em 1% dos grampos executados para a realização do ensaio, 
pois, de acordo com o resultado, alterações no projeto podem ser realizadas. 
47 
2.8.2 Materiais utilizados 
Para a execução do ensaio de arrancamento, A Georio (2000) indica as ferramentas 
necessárias pro ensaio (Figura 36) que são: 
 Placas de reação que distribuem as cargas do macaco hidráulico 
 Macaco hidráulico para a aplicação do carregamento no reforço 
 Barra de aço superdimensionada para que o grampo sofra ruptura pelo arrancamento 
e não pela tração. 
 Célula de carga para medir a carga transmitida ao grampo 
 Deflectômetro para medir os deslocamentos do reforço 
 O grampo deve ter um pequeno trecho livre próximo a sua face, pois a aplicação do 
carregamento no reforço pode causar esforços de compressão no paramento e no solo 
ao redor da cabeça do grampo. 
 
Figura : Detalhamento do ensaio de arrancamento. (GEORIO, 2000) 
2.8.3 Execução do ensaio 
Segundo a Georio (2000), o aço a ser utilizado no ensaio de arrancamento deve ser 
superdimensionado, pois o objetivo é que o grampo não sofra ruptura por tração, e sim por 
arrancamento. As cargas devem ser aplicadas em pequenos intervalos sem exceder 20% da 
carga máxima (Tmáx). 
Após a aplicação do esforço de tração no grampo, esperam-se 30 minutos para a 
estabilização das deformações. Durante este tempo, são medidos os deslocamentos do grampo 
nos intervalos de 0,1,2,4,8,15 minutos. Deverá ser feito pelo menos um ciclo de carga-
descarga, com início quando o carregamento for igual a 
 
 
. 
48 
 
2.8.4 Correlações empíricas 
Em situações em que é negligenciado o ensaio de arrancamento, alguns estudos 
correlacionam o qs com o resultado de outros ensaios, usando dados experimentais. 
Bustamante e Doix (1985) correlacionam o valor da resistência ao arrancamento em areias e 
argilas (Figura 37 e 38 respectivamente) com o valor da pressão limite(p1) em ensaios obtidos 
pelo pressiômetro de Ménard. Esse estudo também relaciona o p1 com o índice NSPT(N). 
(apud LIMA, 2007) 
 
Figura : Correlações empíricas para o qs em areias. (BUSTAMANTE & DOIX, 1985; apud LIMA 2007) 
 
49 
 
Figura : Correlações empíricas para o qs em argilas. (BUSTAMANTE & DOIX, 1985; apud LIMA 2007) 
Ortigão, Zirlis e Palmeira (1997) publicaram um estudo analisando ensaios de 
arrancamento em obras localizadas em 3 estados Brasileiros, sendo estes: Rio de Janeiro, São 
Paulo e Brasília. Os dados experimentais foram obtidos por meio de grampos executados com 
furos de 75 e 150 mm, com injeção de calda de cimento sob baixa pressão. A figura 39 
relaciona o NSPT com o valor do qs. (apud SPRINGER, 2006) 
 
Figura : Correlação entre o N(SPT) e o valor a resistência ao arrancamento. (ORTIGÃO, PALMEIRA, 
&ZIRLIS, 1997; apud SPRINGER 2006) 
 
50 
Em 2012, Ehrlich e Silva elaboraram gráficos com dados de diversas publicações, de 
autores distintos, correlacionando a resistência ao arrancamento ao N(SPT) (Figura 40) e ao 
número de injeções de calda de cimento (Figura 41). (apud GEORIO, 2014) 
 
 
Figura : Correlação entre o qs e o N(SPT). (EHRLICH E SILVA, 2012; apud GEORIO 2014) 
 
51 
 
Figura : Correlação entre o qs e o número de injeções de nata de cimento. (EHRLICH E SILVA, 2012; apud 
GEORIO 2014) 
52 
3 ANÁLISE COMPUTACIONAL 
3.1 Metodologia 
Neste capítulo, foi analisada a estabilidade global de uma estrutura de contenção, em 
solo grampeado, pelo método do equilíbrio limite. Serão comparados os resultados com a 
utilizaçãode 2 (dois) softwares de grande aceitação no meio técnico: Geoslope e Slide. 
Foram utilizados 2 tipos distintos de análise, pelo equilíbrio limite, na estabilidade 
global de um talude, estes são: método de Bishop Simplificado e Spencer. 
A Georio (2014) e Gerscovich (2012) apresentam um breve resumo sobre a diferença 
entre os 2 (dois) métodos utilizados neste trabalho, tais explicações se encontram nas tabelas 4 
(quatro) e 5 (cinco), respectivamente. 
 
Tabela : Breve explicação sobre os métodos de Bishop-Simplificado e Spencer. (GEORIO, 2014) 
Métodos Características principais 
Bishop- simplificado A superfície analisada é circular. A resultante das forças entre as 
lamelas é horizontal, onde o equilíbrio estático é satisfeito com o 
somatório das forças verticais e dos momentos. 
Spencer A superfície analisada pode ter qualquer forma. Tem como hipótese 
simplificadora que a resultante das forças laterais possui a mesma 
inclinação em todas as fatias, onde todas as equações da estática 
são satisfeitas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
Tabela : Resumo sobre os métodos de Bishop-simplificado e Spencer. (Adaptado de GERSCOVICH, 2012) 
S
p
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B
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o
 
54 
 
Todas as metodologias listadas na tabela 4 (quatro) e 5 (cinco) foram utilizadas na 
análise da estabilidade global de um talude (figura 42), seguindo as seguintes etapas: 
 
 Análise da estabilidade global do Talude em seu estado natural (sem incluir os 
grampos). 
 Análise da estabilidade global do Talude com os grampos inseridos, em que foram 
utilizados 4 (quatro) reforços feitos de Aço CA-50, com diâmetro da barra de 20 mm, 
comprimento de 5 metros, diâmetro dos furos de 85 mm, inclinação com a horizontal 
de 15°, espaçamento horizontal e vertical de 1,5 m. Para o Tr da barra foi adotado FS 
de 1,75 (80 kN), esse valor é o mesmo utilizado na norma de tirantes (NBR 
5629:2018), a Georio indica um FS≥1,5. 
 Para as considerações do qs foram adotadas premissas diferentes para os 2 programas 
computacionais (Tabela 6). No Geoslope foram feitas análises baseadas nos critérios 1 
e 2, porém no Slide os resultados foram obtidos usando o critério 3. Para todos os 
critérios foi considerado um FS de 1,5 para a resistência ao arrancamento, como indica 
o manual da Georio (2014). 
 Análise da estabilidade global do Talude com sobrecarga mínima de 20 kPa, como 
determina a NBR 11682:2009. 
 Análise da estabilidade global do Talude com nível de água com altura de 1/3 da altura 
do talude. 
 Em nenhuma das análises foi considerado esforços de cisalhamento e flexão nos 
reforços. 
 Foram considerados na análise somente superfícies críticas circulares. 
 
55 
 
Tabela : Critérios adotados para o qs nas análises de estabilidade global. 
Critério Programa Valor de qs 
1 Geoslope Foi adotado um qs constante ao longo da barra, no entanto se o 
grampo estava em contato com mais de uma camada o qs utilizado foi 
o menor dentre as camadas. 
2 Geoslope Foi adotado um qs constante ao longo da barra, porém foi feito uma 
média ponderada entre o comprimento do reforço e a resistência ao 
arrancamento da respectiva camada em contato com o grampo. 
3 Slide O qs utilizado foi variável, ou seja, a resistência ao arrancamento foi 
discretizada em trechos de acordo com o solo que estava em contato 
com o grampo. 
 
3.2 Talude proposto 
Foi criado um caso hipotético em solo, onde o talude possui altura de 6 metros, 
inclinação de 70° em relação à horizontal, e sua estratigrafia é composta por três tipos 
diferentes de solos Figura (42). 
Tabela : Parâmetros do solo hipotético criado. 
Solo Φ(graus) c’ γ (kN/m³) Altura da camada(m) qs (kPa) Cor 
1 28 3 17 3 100 
2 30 6 18 3 120 
3 32 9 19 5 150 
 
56 
 
Figura : Perfil geotécnico do talude. 
 
57 
3.3 Resultados das Análises 
As figuras 43 e 44 representam o talude modelado no Geoslope (2007) e Slide 
(2020), respectivamente. 
 
 
Figura : Modelagem no Geoslope. 
 
 
Figura : Modelagem no Slide. 
 
 
Distância
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E
le
v
a
ç
ã
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0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
58 
3.3.1 Resultados do Geoslope (Critério 1) 
3.3.1.1 (Método de Spencer) 
3.3.1.1.1 Análise do Talude em seu estado natural 
 
 
Figura : O Fator de segurança encontrado foi de 0,73 utilizando o Geoslope. 
 
3.3.1.1.2 Implantação dos reforços 
 
 
Figura : FS no valor de 1,98 no Geoslope, com os grampos implantados. 
 
0.73
Distância
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E
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a
ç
ã
o
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1.98
Distância
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
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a
ç
ã
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0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
59 
 
3.3.1.1.3 Sobrecarga 
 
 
Figura : FS no valor de 1,6 com o acréscimo sobrecarga de 20 kPa. 
 
3.3.1.1.4 Nível de água 
 
Figura : FS no valor de 1,45 com o acréscimo de nível de água utilizando o Geoslope. 
 
60 
3.3.1.2 (Bishop Simplificado) 
3.3.1.2.1 Análise do talude em seu estado natural 
 
Figura :FS encontrado foi de 0,73 utilizando o Geoslope. 
 
3.3.1.2.2 Implantação dos reforços 
 
 
Figura :FS no valor de 1,98 no Geoslope, com os grampos implantados. 
 
0.73
Distância
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E
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1
2
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4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
1.98
Distância
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E
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a
ç
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0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
61 
 
3.3.1.2.3 Sobrecarga 
 
Figura :FS no valor de 1,6 com o acréscimo sobrecarga de 20 kPa. 
 
3.3.1.2.4 Nível de água 
 
Figura :FS no valor de 1,44 com o acréscimo de nível de água utilizando o Geoslope. 
 
 
 
 
 
62 
3.3.2 Resultados Geoslope (Critério 2) 
3.3.2.1 (Método de Spencer) 
3.3.2.1.1 Análise do Talude em seu estado natural 
 
 
Figura :FS no valor de 0,73 utilizando o Geoslope. 
3.3.2.1.2 Implantação dos reforços 
 
Figura :FS no valor de 2,0 com a implantação dos grampos, utilizando o Geoslope 
 
63 
3.3.2.1.3 Sobrecarga 
 
 
Figura :FS no valor de 1,6 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Geoslope. 
3.3.2.1.4 Nível de água 
 
Figura :FS no valor de 1,46 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Geoslope. 
 
64 
3.3.2.2 (Bishop Simplificado) 
3.3.2.2.1 Análise do Talude em seu estado natural 
 
Figura :FS no valor de 0,73 utilizando o Geoslope. 
 
3.3.2.2.2 Implantação dos reforços 
 
Figura :FS no valor de 2,01 com a implantação dos grampos, utilizando o Geoslope 
 
65 
 
3.3.2.2.3 Sobrecarga 
 
Figura :FS no valor de 1,61 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Geoslope. 
 
3.3.2.2.4 Nível de água 
 
Figura :FS no valor de 1,47 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Geoslope 
 
 
66 
3.3.3 Resultados Slide (Critério 3) 
3.3.3.1 Métodode Spencer 
3.3.3.1.1 Análise do Talude em seu estado natural 
 
Figura :FS no valor de 0,720 utilizando o Slide. 
 
3.3.3.1.2 Implantação dos reforços 
 
Figura :FS no valor de 2,06 com a implantação dos grampos, utilizando o Slide. 
 
67 
3.3.3.1.3 Sobrecarga 
 
Figura :FS no valor de 1,76 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Slide. 
3.3.3.1.4 Nível de água 
 
Figura :FS no valor de 1,496 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Slide. 
 
68 
3.3.3.2 Método de Bishop Simplificado 
3.3.3.2.1 Análise do Talude em seu estado natural 
 
Figura :FS no valor de 0,716 utilizando o Slide. 
3.3.3.2.2 Implantação dos reforços 
 
Figura :FS no valor de 2,078 com a implantação dos grampos, utilizando o Slide. 
 
 
69 
3.3.3.2.3 Sobrecarga 
 
Figura :FS no valor de 1,772 com o acréscimo da sobrecarga, utilizando o Slide. 
3.3.3.2.4 Nível de água 
 
Figura :FS no valor de 1,488 com o acréscimo de nível de água, utilizando o Slide 
 
70 
3.4 Resumo dos resultados obtidos para o FS 
Tabela : Resumo dos FS de cada tipo de análise. 
Condição Programa Critério Forma FS (Bishop-
simplificado) 
FS (Spencer) 
Talude 
Natural 
Geoslope 1 Circular 0,73 0,73 
Implantação 
dos reforços 
Geoslope 1 Circular 1,98 1,98 
Sobrecarga Geoslope 1 Circular 1,60 1,60 
Nível de água Geoslope 1 Circular 1,44 1,45 
Talude 
Natural 
Geoslope 2 Circular 0,73 0,73 
Implantação 
dos reforços 
Geoslope 2 Circular 2,01 2,00 
Sobrecarga Geoslope 2 Circular 1,61 1,60 
Nível de água Geoslope 2 Circular 1,47 1,46 
Talude 
Natural 
Slide 3 Circular 0,72 0,72 
Implantação 
dos reforços 
Slide 3 Circular 2,08 2,06 
Sobrecarga Slide 3 Circular 1,77 1,76 
Nível de água Slide 3 Circular 1,49 1,50 
 
 
71 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
4.1 Objetivo do trabalho 
Foram apresentados os tipos dos reforços que podem ser utilizados no grampeamento 
do solo, os diferentes tipos de paramento, o ensaio de arrancamento para se obter o qs, a 
importância e os dispositivos utilizados na drenagem, superficial e profunda, além de ter sido 
criado um talude hipotético em solo, em que foi feito a análise da estabilidade global, pelo 
método do equilíbrio limite, através de 2 programas computacionais famosos no meio 
geotécnico. 
4.2 Análise dos resultados 
A tabela 8 resume os fatores de segurança obtidos através das análises de 
estabilidade global do talude hipotético em solo (Figura 42), adotando diferentes premissas. 
Devido aos diferentes critérios adotados para o qs, os valores de FS foram variáveis em alguns 
casos. Para o mesmo critério, as análises de Bishop-Simplificado e Spencer tiveram uma 
variação menor que 1% nos FS obtidos para todos os casos analisados. No entanto, para 
critérios distintos, a maior variação encontrada foi na comparação do critério 1 com 3, quando 
adicionada a sobrecarga, utilizando o método de Spencer, onde a variação entre o FS foi de 
aproximadamente 9 %. 
Portanto, é extremamente importante a realização do ensaio de arrancamento no 
dimensionamento e execução do solo grampeado, pois é necessário saber qual o valor do qs no 
local e assim determinar os parâmetros a serem utilizados. 
4.3 Sugestões 
Como sugestões para novos estudos, algumas propostas são apresentadas a seguir: 
 Estudo de caso real sobre a aplicação do solo grampeado em solo. 
 Comparação do qs utilizado no dimensionamento de uma estrutura em solo 
grampeado, sem instrumentação geotécnica, com o qs obtido através do ensaio de 
arrancamento, no local, após a obra concluída. 
 Criação de norma que regulamente a aplicação do solo grampeado. 
 Estudo demonstrando quando considerar, nos grampos, os esforços de cisalhamento e 
flexão. 
 Estudo de caso real sobre o solo grampeado em rocha. 
72 
5 REFERÊNCIAS 
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11682: 2009. 
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