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FF-JK, FF-D, Latch D e Aplicações FF Tiago Alves de Oliveira Flip-Flop J-K com Clock • A abaixo mostra um flip-flop J-K com clock disparado por borda de subida do sinal de clock. Flip-Flop J-K com Clock As• entradas 𝐽 e 𝐾 controlam o estado lógico do FF da mesma maneira que fazem as entradas 𝑆 e 𝑅 para um flip-flop 𝑆 − 𝑅 com clock, exceto por uma diferença: a condição em que 𝐽 = 𝐾 = 1 não resulta em uma saída ambígua. Para• essa condição, o FF sempre muda para o estado lógico oposto no instante da borda de subida do sinal de clock. Esse modo • é denominado modo de comutação (toggle mode). Nesse• modo, se ambas as entradas J e K forem nível ALTO, o FF mudará de estado lógico (comutará) para cada borda de subida do sinal de clock. Flip-Flop J-K com Clock • A tabela-verdade mostrada na Figura anterior resume como o flip-flop J-K responde às bordas de subida para cada combinação de níveis lógicos nas entradas J e K. Observe• que a tabela-verdade é a mesma do flip- flop S-R com clock, exceto para a condição 𝐽 = 𝐾 = 1. Essa• condição resulta em 𝑄 = ത𝑄0, o que significa que o novo valor da saída Q será o inverso do que ela tinha antes da borda de subida do clock; essa é a operação de comutação. Flip-Flop J-K com Clock • A operação desse FF é ilustrada pelas formas de onda mostradas na Figura abaixo: Flip-Flop J-K com Clock Consideramos• que, novamente, os parâmetros de tempo de setup e tempo de hold tenham sido levados em conta. Inicialmente,1. todas as entradas estão em nível 0; vamos supor que a saída 𝑄 esteja em 1, ou seja, 𝑄0 = 1. Quando2. ocorre a borda de subida do primeiro pulso de clock (ponto a), temos a condição de entrada em que 𝐽 = 0 e 𝐾 = 1. Assim, o FF será resetado (𝑄 = 0). 3. Na borda de subida do segundo pulso de clock, temos 𝐽 = 𝐾 = 1 (ponto c). Isso faz com que o FF comute para o estado oposto, 𝑄 = 1. Flip-Flop J-K com Clock 4. No ponto e na forma de onda do clock, as entradas J e K estão ambas em nível 0, de modo que o FF não muda de estado nessa transição do clock. 5. No ponto g, 𝐽 = 1 e 𝐾 = 0. Essa é a condição que leva a saída 𝑄 para o estado 1. Entretanto, ela já́ está nesse estado, de modo que permanecerá nele. 6. No ponto i, 𝐽 = 𝐾 = 1 e, portanto, o FF comuta para o estado lógico oposto. O mesmo ocorre no ponto k. Flip-Flop J-K com Clock Observe• , nessas formas de onda, que o FF não é afetado pelas bordas negativas dos pulsos de clock. Observe, também, que as entradas J e K não têm • efeito, exceto nos instantes em que ocorrem as bordas positivas do sinal de clock. As entradas J e K sozinhas não são capazes de fazer • o FF mudar de estado lógico. Flip-Flop J-K com Clock • A Figura abaixo mostra o símbolo para um flip-flop J-K disparado nas bordas negativas do sinal de clock. Flip-Flop J-K com Clock • O pequeno círculo na entrada CLK indica que esse FF é disparado quando a entrada CLK for de 1 para 0. Esse• FF funciona da mesma maneira que o FF ativado por borda de subida, mostrado na Figura anterior, exceto pelo fato de que a saída muda de estado lógico apenas nas bordas de descida do sinal de clock (pontos b, d, f, h e j). Ambos• os flip-flops J-K são em geral utilizados. Flip-Flop J-K com Clock • O flip-flop J-K é muito mais versátil que o S-R, porque não tem estados ambíguos. • A condição 𝐽 = 𝐾 = 1, que gera a operação de comutação da saída, é bastante utilizada em todos os tipos de contadores binários. Em• resumo, o flip-flop J-K pode fazer tudo que um S-R faz, além de operar no modo de comutação. Flip-Flop J-K com Clock Uma• versão simplificada do circuito interno de um flip-flop J-K disparado por borda é mostrada na Figura abaixo: Flip-Flop J-K com Clock Esse• circuito contém as mesmas três secções do flip-flop S-R disparado por borda. Na• verdade, a única diferença entre os dois circuitos é que as saídas 𝑄 e 𝑄 são realimentadas para o circuito direcionador de pulsos formados pelas portas NAND. Essa• conexão de realimentação é que confere ao flip-flop J-K a operação de comutação para a condição em que 𝐽 = 𝐾 = 1. Flip-Flop J-K com Clock Vamos• analisar a condição de comutação em detalhe, considerando que 𝐽 = 𝐾 = 1 e que Q esteja em nível BAIXO quando o pulso de clock ocorrer. Com• 𝑄 = 0 e 𝑄 = 1, a porta NAND nº 1 direciona CLK* (invertido) para a entrada 𝑆𝐸𝑇 do latch NAND, gerando 𝑄 = 1. Se• considerarmos que a saída Q está em nível ALTO quando ocorrer o pulso de clock, a porta NAND nº 2 direciona CLK* (invertido) para a entrada 𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 do latch, gerando Q = 0. Assim,• a saída Q sempre irá para o estado oposto. Flip-Flop J-K com Clock Para• que a operação de comutação funcione conforme descrito, o pulso CLK* tem de ser muito estreito. Ele• tem de retornar para o nível 0 antes que as saídas 𝑄 e ത𝑄 comutem para seus novos valores; caso contrário, os novos valores de 𝑄 e ത𝑄 farão com que o pulso CLK* comute a saída do latch novamente. Exercícios Verdadeiro1. ou falso: um flip-flop J-K pode ser usado como um S-R, porém um flip-flop S-R não pode ser usado como um J-K. 2. Um flip-flop J-K tem alguma condição de entrada ambígua? Que3. condição de entrada para J e K sempre seta a saída Q no instante em que ocorre a transição ativa de CLK? Respostas Verdadeiro.1. 2. Não. 3. 𝐽 = 1, 𝐾 = 0. Flip-flop D Com Clock • A Figura abaixo mostra o símbolo e a tabela- verdade para um flip-flop D com clock disparado na borda de subida do clock. Flip-flop D Com Clock Ao• contrário dos flip-flops S-R e J-K, o flip-flop D tem apenas uma entrada de controle síncrona, entrada D, que representa a palavra data (dado). • A operação do flip-flop D é muito simples: a saída Q irá para o mesmo estado lógico presente na entrada D quando ocorrer uma borda de subida em CLK. Em• outras palavras, o nível lógico presente na entrada D será armazenado no flip-flop no instante em que ocorrer a borda de subida do clock. Flip-flop D Com Clock As• formas de onda mostradas na Figura abaixo ilustram essa operação. Flip-flop D Com Clock Considere inicialmente a • saída Q em nível ALTO. Quando• ocorre a primeira borda de subida do clock (ponto a), a entrada D é nível BAIXO; a saída Q vai para o estado 0. Ainda• que o nível lógico na entrada D mude entre os pontos a e b, isso não afeta a saída Q, que armazena o nível BAIXO que estava na entrada D no ponto a. Flip-flop D Com Clock Quando• ocorre uma borda de subida do clock em b, a saída Q vai para nível ALTO, visto que a entrada D é nível ALTO nesse instante. • A saída Q armazena esse nível ALTO até que uma borda de subida do clock em c faça com que a saída Q vá para o nível BAIXO, visto que a entrada D é nível BAIXO nesse instante. De• modo similar, a saída Q assume o nível lógico presente na entrada D, quando ocorrem as bordas de subida do clock nos pontos d, e, f e g. Observe• que a saída Q permanece em nível ALTO no ponto e porque a entrada D ainda continua em nível ALTO. Flip-flop D Com Clock É• importante lembrar, novamente, que a saída Q pode mudar de estado apenas quando ocorre uma borda de subida no clock. • A entrada D não tem efeito entre bordas de subida do clock.Um flip-flop D disparado por borda de descida opera da mesma maneira descrita anteriormente, a diferença é que a saída Q assume o valor da entrada D, quando ocorre uma borda de descida em CLK. • O símbolo para o flip-flop D disparado por bordas negativas tem um pequeno círculo na entrada CLK. Flip-flop D Com Clock Um• flip-flop D disparado por borda é facilmente implementado acrescentando-se um único INVERSOR a um flip-flop J-K disparado por borda, conforme mostrado na Figura abaixo. Flip-flop D Com Clock Se• você fizer um teste com os dois valores possíveis na entrada D, verá que a saída Q assume o nível lógico presente na entrada D quando ocorre uma borda de subidaem CLK. • O mesmo procedimento pode ser usado para converter um flip-flop S-R em um D. Flip-flop D Com Clock Voc• ê pode estar se perguntando a respeito da utilidade do flip-flop D, visto que ele apresenta na saída Q o mesmo valor da entrada D. • Não é exatamente isso; lembre-se de que a saída Q assume o valor da entrada D apenas em determinados instantes e, portanto, elas não são idênticas. Na• maioria das aplicações do flip-flop D, a saída Q tem de assumir os valores da entrada D apenas em instantes definidos com precisão. Flip-flop D Com Clock Um exemplo disso • está ilustrado na figura abaixo. Flip-flop D Com Clock As• saídas 𝑋 , 𝑌 e 𝑍 de um circuito lógico são transferidas para os FFs 𝑄1 , 𝑄2 e 𝑄3 para armazenamento. Usando• flip-flops D, os níveis lógicos presentes em 𝑋, 𝑌 e 𝑍 são transferidos para 𝑄1, 𝑄2 e 𝑄3 , respectivamente, no momento da aplicação do pulso TRANSFERÊNCIA nas entradas CLK comuns. Os• FFs podem armazenar esses valores para serem processados depois. Esse é um exemplo de transferência paralela de um dado binário; os três bits 𝑋, 𝑌 e 𝑍 são transferidos simultaneamente. Exercícios 1. O que acontecerá com a forma de onda da saída Q na Figura abaixo se a entrada D for mantida permanentemente em nível BAIXO? Verdadeiro ou falso: a 2. saída Q será igual ao nível lógico na entrada D em todos os instantes. FFs3. J-K podem ser usados para transferência paralela de dados? Respostas 1. 𝑄 vai para nível BAIXO no ponto a e permanece em nível BAIXO. Falso2. . A entrada D pode mudar sem afetar 𝑄, pois 𝑄 só pode mudar na borda ativa de CLK. Sim,3. convertendo-se os FFs D Latch D • O flip-flop D disparado por borda usa um circuito detector de borda para garantir que a saída responda à entrada D apenas quando ocorrer a transição ativa do clock. Se• esse detector não for usado, o circuito resultante operará de maneira um pouco diferente. Latch D Esse• circuito é chamado de latch D e tem a configuração como mostrada abaixo: Latch D • O circuito contém um latch NAND e um direcionador de pulsos formado pelas portas NAND nº 1 e nº 2, porém não tem o circuito detector de borda. • A entrada comum das portas que implementam o circuito direcionador é denominada entrada de habilitação (enable, abreviado por EN ), em vez de entrada de clock, pois seu efeito nas saídas Q e Q não está restrito às transições. Latch D A • operação do latch D é descrita a seguir: Quando EN for 1. nível ALTO, a entrada D produzirá um nível BAIXO em uma das entradas 𝑆𝐸𝑇 ou 𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 do latch NAND, e a saída Q terá o mesmo nível lógico que a entrada D. Se a entrada D mudar de nível enquanto EN estiver em nível ALTO, a saída Q seguirá essas mudanca̧s. Em outras palavras, enquanto EN = 1, a saída Q é igual à entrada D; nesse modo, diz-se que o latch D é ‘transparente’. Latch D Quando2. EN for nível BAIXO, a entrada D estará desabilitada a alterar o latch NAND, visto que as saídas das duas portas direcionadoras serão mantidas em nível ALTO. Assim, as saídas 𝑄 e 𝑄 permanecerão no mesmo nível ló- gico em que estavam antes que a entrada EN fosse para nível BAIXO. Em outras palavras, as saídas têm os níveis lógicos fixos, não podendo mudar de valor enquanto EN estiver em nível BAIXO, mesmo que o nível lógico na entrada D seja modificado. Latch D Essa• operação está resumida na tabela-verdade mostrada abaixo: • O símbolo lógico para o latch D é mostrado abaixo: Latch D Observe• que, apesar de a entrada EN operar como se fosse a entrada CLK para um flip-flop disparado por borda, não existe o pequeno trian̂gulo na entrada EN. Isso• porque o símbolo do pequeno trian̂gulo é usado estritamente para indicar entradas que provocam alterações na saída apenas quando uma transição ocorre. • O latch D não é disparado por borda Exercícios Descreva1. a diferença na operação entre um latch D e um flip-flop D disparado por borda. Verdadeiro2. ou falso: um latch D está no modo transparente quando EN = 0. Verdadeiro3. ou falso: em um latch D, a entrada D pode influenciar a saída Q apenas quando EN = 1. Respostas 1. Em um latch D, a saída Q pode mudar enquanto EN estiver em nível ALTO. Em um flip-flop D, a saída só pode mudar na borda ativa de CLK. Falso. 2. Verdadeiro.3. Entradas Assíncronas Para• os flip-flops com clock que estudamos até agora, as entradas S, R, J, K e D têm sido denominadas entradas de controle. Elas• também são chamadas entradas síncronas, porque seu efeito na saída do FF é sincronizado com a entrada CLK. Como• já estudamos, as entradas de controle síncronas têm de ser usadas em conjunto com o sinal de clock para disparar o FF. Entradas Assíncronas • A maioria dos FFs com clock também tem uma ou mais entradas assíncronas que operam independentemente das síncronas e da de clock. Tais• entradas podem ser usadas para colocar o FF no estado 1 ou 0 em qualquer instante, inde- pendentemente das condições das outras entradas. Dizendo• de outra maneira, as entradas assíncronas são entradas de sobreposição, que podem ser usadas para sobrepor todas as outras, de modo a colocar o FF em um determinado estado. Entradas Assíncronas • A Figura abaixo mostra um flip-flop J-K com duas entradas assíncronas denominadas PRESET e CLEAR. Essas• entradas são ativas em nível BAIXO, conforme indicado pelo uso dos pequenos círculos no símbolo do FF. • A tabela-verdade que acompanha a figura resume o efeito dessas entradas na saída do FF. Entradas Assíncronas Vamos analisar os • vários casos. • 𝑃𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 = 𝐶𝐿𝐸𝐴𝑅 = 1 . As entradas assíncronas estão desativadas e o FF está livre para responder às entradas J, K e CLK; em outras palavras, a operação síncrona pode ser realizada. • 𝑃𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 = 0; 𝐶𝐿𝐸𝐴𝑅 = 1. A entrada 𝑃𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 está ativada e a saída Q é imediatamente colocada em nível 1, quaisquer que sejam os níveis presentes nas entradas J, K e CLK. A entrada CLK não pode afetar o FF enquanto PRESET = 0. • 𝑃𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 = 1; 𝐶𝐿𝐸𝐴𝑅 = 0. A entrada 𝐶𝐿𝐸𝐴𝑅 está ativada e a saída Q é imediatamente colocada em nível 0, independentemente dos níveis presentes nas entradas J, K e CLK. A entrada CLK não pode afetar o FF enquanto 𝐶𝐿𝐸𝐴𝑅 = 0. • 𝑃𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 = 𝐶𝐿𝐸𝐴𝑅 = 0. Essa condição não deve ser usada, pois resulta em uma resposta Entradas Assíncronas É• importante perceber que essas entradas assíncronas respondem a níveis de tensão contínua (CC). Isso significa que, se um nível 0 for mantido na entrada• 𝑃𝑅𝐸𝑆𝐸𝑇 , o FF permanecerá no estado 𝑄 = 1 , independentemente do que estiver ocorrendo nas outras entradas. De modo similar, um nível BAIXO constante na entrada 𝐶𝐿𝐸𝐴𝑅 mantém o FF no estado 𝑄 = 0. Portanto,• as entradas assíncronas podem ser usadas para manter o FF em um estado particular por qualquer intervalo de tempo. Na maioria das vezes, entretanto, são utilizadas para setar ou resetar o FF no estado determinado pela aplicação, por meio de um pulso momentâneo. Entradas Assíncronas Muitos• FFs com clock disponíveis em CIs têm essas duas entradas assíncronas; alguns têm apenas a entrada CLEAR. Alguns • FFs têm entradas assíncronas que são ativas em nível ALTO, em vez de ativas em nível BAIXO. O • símbolo para esses FFs não apresenta o pequeno círculo nas entradas assíncronas. Os fabricantes de • CIs ainda não concordaram quanto à nomenclatura usada para essas entradas assíncronas. As • designações mais comuns são PRE (abreviatura de PRESET) e CLR (abreviatura de CLEAR). Exercício Qual1. é a diferença entre a operação de uma entrada síncrona e a de uma assíncrona? 2. Um flip-flop D pode responder às entradas D e CLK enquanto 𝑃𝑅𝐸 = 1? Relacione3. as condições necessárias para que um flip-flop J-K disparado por borda de subida e com entradas assíncronas ativas em nível BAIXO comute para oestado oposto. Respostas Entradas1. assíncronas operam independentemente da entrada CLK. Sim, visto que 2. 𝑃𝑅𝐸 é ativo em nível BAIXO. 3. 𝐽 = 𝐾 = 1, 𝑃𝑅𝐸 = 𝐶𝐿𝑅 = 1 e uma borda de subida em 𝐶𝐿𝐾. Aplicações com Flip-Flops Exemplos de aplicações:• Contagem. • Armazenamento de dados binários.• Transferência de dados entre locais.• Muitas• aplicações FF são continuamente categorizadas. As• saídas seguem uma sequência predeterminada de estados.
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