Buscar

Relação entre Língua e Identidade na Surdez

Prévia do material em texto

Nome: Vitoria Dias Delesporte Feu 
Matrícula: 18116080140 Polo: Darcy Ribeiro – Volta Redonda 
 
AD2 - 2ª Avaliação a distância- 2020.2 
Disciplina: LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais 
Coordenação: Vera Regina Loureiro 
 
Questão 1 ( 2,5 pontos) 
Diversos autores têm discutido a relação da língua(gem) na construção da identidade, 
afirmando que o sujeito se constitui como tal à medida que interage com os outros. 
Nos documentários e vídeos que assistimos em nossas aulas tivemos a oportunidade 
de ver que é por intermédio da língua(gem) que significamos o mundo e 
consequentemente nos significamos. 
Texto: - Linguagem e identidade: a surdez em questão de Zilda Maria Gesueli. 
Analise a relação língua(gem) /identidade no processo de desenvolvimento linguístico 
da criança surda. 
a) Enquanto seres sociais, a comunicação e a interação com nossos pares são 
fundamentais para nosso pleno desenvolvimento. Para adquirirmos uma língua, seja 
ela qual for, precisamos estar em contato com usuários dessa língua, em interações 
face a face. 
b) Nascemos com uma capacidade para a linguagem, mas não nascemos sabendo 
qualquer língua. É no contato com o outro (especialmente com a figura materna) que 
vamos adquirindo a nossa língua. É por meio dessa língua que recebemos informações 
sobre o meio social que nos cerca, que compreendemos e significamos o mundo a 
nossa volta e vamos nos tornando quem somos (constituímos nossa identidade). 
c) É também pela língua(gem) que temos a possibilidade de organização do 
pensamento. A aquisição de uma língua é, portanto, fundamental para o 
desenvolvimento dos processos cognitivos. Pensamos por meio de uma língua 
estruturada. Mas essa língua somente pode ser uma língua oral. 
d) Podemos afirmar que a ausência de aquisição de uma língua interfere de modo 
significativo no desenvolvimento do indivíduo na medida em que a língua é a base de 
todos os processos de interação e, portanto, fundamental para o desenvolvimento dos 
processos cognitivos. Para Vygotsky, a língua(gem) servirá de instrumento de 
 
regulação cultural e mediadora do desenvolvimento dos processos psicológicos 
superiores. 
Considerando as afirmações acima, marque a opção correta: 
( ) As opções a, b e c estão corretas. 
( ) As opções a, b, e d estão corretas. 
( ) As opções c e d estão corretas. 
( ) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
Questão 2: (2,5 pontos) 
“A partir da interação com o adulto, a criança começa a significar as palavras que ouve 
e a desenvolver a sua fala, uma língua. Ela começa a utilizar a fala social, com a função 
de comunicação e, por meio de desenvolvimento de uma língua, esta passa a exercer 
também uma função planejadora e organizadora, que orienta e constitui o próprio 
pensamento da criança que escuta, que é ouvinte”. 
Texto: Orientações sobre a Prática Pedagógica e o Ensino Voltado para o Aluno Surdo 
do Município do Rio de Janeiro – RJ. 
Assinale os enunciados como Verdadeiro ( V ) ou Falso ( F ) em relação ao 
desenvolvimento de linguagem da criança surda: 
a) ( V ) As interações verbais da família ouvinte com seu bebê surdo vão ocorrer 
utilizando o canal oral auditivo e, portanto, essas trocas e consequentes significações 
estarão prejudicadas. 
b) ( V ) A Língua de Sinais se configura como a língua dos surdos e só poderá ser 
adquirida se o surdo estiver inserido em um contexto sócio-linguístico que utilize a 
Língua de Sinais como meio de comunicação. A maioria das crianças e jovens surdos 
são oriundos de famílias de ouvintes, tornando-se bastante comum encontrar surdos 
que desconhecem a Língua de Sinais. 
c) ( F ) Existem crianças surdas que expressam ou inventam seus próprios gestos 
familiares, ou fazem mímicas ou se expressam por outras formas de comunicação e 
isso demonstra que o sujeito surdo não precisa ter contato com uma língua visual-
gestual. 
d) ( V ) Faz-se necessário que a criança surda seja imersa – o mais cedo possível - em 
um contexto sócio-linguístico que utilize como meio de comunicação o canal visual 
gestual e a Língua de Sinais para as primeiras trocas de significação com os adultos. 
e ) ( V ) Ao propiciar o acesso da criança surda a uma comunidade usuária de língua de 
sinais, as trocas verbais e o processo de construção de conceitos e de significações 
ocorrerão sem prejuízos, e o desenvolvimento linguístico do surdo será equivalente ao 
desenvolvimento de qualquer criança. 
 
Questão 3 ( 3 pontos) 
Em seu texto, Maria Cristina Pereira analisa, inicialmente, a concepção de língua como 
código; a proibição do uso da Língua de Sinais na metodologia oralista de ensino para 
surdos; e as consequências para os processos de leitura e escrita desses sujeitos. Mais 
adiante a autora apresenta a proposta metodológica baseada na concepção discursivo 
interacionista de língua, na qual a Língua Brasileira de Sinais é considerada como 
primeira língua dos estudantes surdos, fornecendo o arcabouço para a constituição do 
conhecimento da Língua Portuguesa como 2ª língua. Para Pereira “Assim como 
ocorreu na educação de ouvintes, a adoção da concepção de língua como atividade 
discursiva pela escola trouxe mudanças também no ensino da Língua Portuguesa para 
alunos surdos”. 
Texto: O ensino de português como segunda língua para surdos: princípios teóricos e 
metodológicos de Maria Cristina da Cunha Pereira. 
3. a) Caracterize a concepção de língua como código, segundo a autora. (1,5 ponto) 
RESPOSTA: 
De acordo com a autora a língua como código é considerada um conjunto de regras, 
normas, de forma fonética, gramaticais e lexicais, que cabe o aluno conhecer e 
dominar para que seja capaz de entender um texto, ou seja, o uso correto da língua. 
 
3. b) Analise as principais dificuldades encontradas pelos alunos surdos na leitura e na 
escrita quando adotada a concepção de língua como código. (1,5 ponto) 
RESPOSTA: 
Muitos alunos surdos ao chegarem à escola não tem uma língua constituída e se 
depara com um ensino de língua padronizada e sistemática, isso resultou numa 
interpretação de texto deficiente, e textos descontextualizados sem significação. Isso 
resulta no desanimo da leitura, dificuldade na alfabetização e na criação de leitores 
críticos, não só de letras e frases, mas do mundo. 
 
Questão 4 ( 2 pontos) 
“Na alfabetização de crianças ouvintes estrutura-se o ensino da língua a partir da 
relação fonema /grafema, valorizando-se amplamente a constituição da consciência 
fonológica. No início da aprendizagem da leitura e da escrita as crianças ouvintes 
acreditam que a escrita é uma transcrição da fala. As escritas iniciais das crianças 
ouvintes manifestam traços de oralidade. Essas crianças geralmente estabelecem uma 
relação entre o que falam e o que escrevem. 
Diante dessas considerações iniciais entende-se que os surdos podem se apropriar da 
leitura e da escrita da Língua Portuguesa num processo de letramento diferenciado 
(FERNANDES, 2006), em um contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e 
façam parte de suas vidas cotidianas. Sendo assim, as práticas de letramento precisam 
estar intimamente ligadas a práticas de leituras significativas e do uso da Libras na 
construção de sentidos. 
4- Apresente algumas orientações para o desenvolvimento do trabalho de letramento 
do português como 2ª língua com alunos surdos. 
RESPOSTA: 
É importante que esse desenvolvimento esteja em contexto com a realidade do aluno, 
ou seja, que se faça uso de texto do cotidiano do aluno, textos instigantes e 
motivadores, como, HQs, tirinhas, folhetos, jornais, entre outros. 
Também se deve utilizar a Língua de Sinais para que o contato com o texto seja 
significativa. Afinal, a concepção de ensino bilíngue envolve em utilizar as duas línguas 
para melhorar o processo de aprendizagem, sempre se utilizado das duas para que 
haja um ensino significativo. 
O contato com a família também é essencial para o desenvolvimento do aluno, que a 
família esteja sempre motivando,incentivado, que torne o uso da língua de sinais 
comum e articulada com a oralizada recorrente no cotidiano familiar.

Mais conteúdos dessa disciplina