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@veterinariando_ Reino: Animalia Filo: Nematoda Classe: Secernentea Ordem: Strongylida Superfamília: Trichostrongyloidea Família: Trichostrongylidae Gênero: Trichostrongylus • Os vermes adultos são pequenos, com coloração ligeiramente avermelhada/amarronzada. São delgados e piliformes, cujo comprimento geralmente é inferior a 7mm • Sua visualização a olho nu é difícil • Os vermes não possuem cápsula bucal evidente • A característica do gênero mais útil é o chanfro excretório distinto na região esofágica • Fêmea: a cauda afina abruptamente e não há aba vulvar, a vulva se abre a uma curta distância da metade do corpo. Elas possuem ovoejetores duplos, cauda curta e cônica, tem postura ovípara no primeiro estágio sem segmento • Macho: a bolsa do macho apresenta longos lobos laterais, o lobo dorsal não é bem definido e tem raio dorsal delgado, o quela se bifurca próximo à sua extremidade. O raio ventroventral é bem distinto dos demais raios. As espiculas são espessas e sem ramificações, há presença de gubernacúlo. Ovos • Possuem a casca fina e lisa, formato oval e tamanho médio de 70 a 108 μm • No interior do ovo, há 16 32 blastômeros, difíceis de contar Larvas A. Sistema digestório, excretor e nervoso B. Sistema reprodutor da fêmea C. Sistema reprodutor do macho ESPÉCIE HOSPEDEIRO LOCAL T. axei Bovinos, ovinos, caprinos, cavalos, veados e suínos Estômago/abomaso T. probolurus Ovinos, caprinos e camelos Estômago e intestino delgado • Ciclo direto (monoxênico) • Larva infectante é a L3 (encapsulada) • Ovo – L3 infectantes em torno de 7 a 10 dias • Após a ingestão há o desencapsulamento e a larva penetra o local final, fazendo 2 mudas (L4 e L5), estando presente no epitélio por volta de 2 semanas após o início da infecção • Período pré-patente: 2 a 3 semanas 1. Eliminação dos ovos no ambiente por meio das fezes 2. Os ovos eclodem no ambiente e liberam a larva L1 3. Num período de 7 dias essa larva sofre uma muda onde ganha um capsula e se torna L2 4. A L2 sofre um nova muda, para L3 (fase infectante) que secreta uma capsula adicional que lhe garante maior proteção no ambiente 5. O hospedeiro definitivo se alimenta do pasto contaminado com L3 6. No hospedeiro definitivo a larva L3 vai se desencapsular e sofre muda para L4 7. A L4 segue para o abomaso e sofre uma nova muda, se tornando L5 (jovem adulto) hipobiose • Geralmente é uma característica facultativa dos helmintos, que afeta apenas um parte da população dos vermes • A hipobiose pode ser caracterizada como uma “pausa” no desenvolvimento do verme em situações que não são favoráveis para seu desenvolvimento, lhe conferindo maior resistência no ambiente • No caso dos Trichostrongylus é a fase L3, sendo um traço hereditário influenciado por: a. Temperatura – outono/inverno b. Imunidade adquirida c. Faixa etária do hospedeiro • Em geral os helmintos gastrointestinais são causadores importantes da diminuição da produtividade de carne e leite dos animais infectados • Possuem alto custo nas medidas de controle • Acomete principalmente: animais jovens e fêmeas gestantes em período periparto • Esse verme gera muitas perdas econômicas para os criadores Trichostrongylus axei o Acometem principalmente bovinos o Se localizam no abomaso o Período pré-patente é de 14 a 21 dias o Prejudicam a produtividade dos rebanhos o Os animais se infectam ao digerir a L3 junto com a água ou capim o Se manifestam em regiões de planalto e montanhosas, com clima CWA (Clima subtropical de inverno seco e verão quentes – ex: SP, MG, RJ e MS) e CWB Redução da carga parasitaria não é grande como na hipobiose, porém há importância epidemiológica (Clima subtropical de altitude de inverno seco e verão ameno – ex: regiões serranas) o Os ovos e as larvas não sobrevivem a temperaturas muitos baixas e em exposição de luz solar direta o A chuva e umidade ajudam na sobrevivência da larva • As alterações patogênicas são classificadas como: traumáticas e mecânicas, espoliadoras direta e indireta e ação toxica • A patogenia se inicia com a migração na L4 no epitélio do abomaso, provocando alterações traumática e mecânicas nos tecidos devido a sua fixação na mucos gástrica ou passagem para o intestino – a L4 forma galerias nesse epitélio onde permanece até sofre muda para L5, nesse período há lesões teciduais ao longo do trato gastrointestinal, que são caracterizadas por: hiperemia, processo inflamatório catarral e necrótico, com erosão ou ulceração epitelial, acompanhada de atrofia, edema e aumento na secreção de muco, há também aumento de eosinófilos • A L5 (adultos jovens) promovem ação espoliativas diretas por conta da ingestão de células e tecidos, comum de helmintos hematófagos • As ações indiretas ocorre pela absorção de nutrientes ingeridos ainda não absorvidos pelo hospedeiro, ou seja, o hospedeiro definitivo se alimenta mas não consegue absorver os nutrientes ingeridos pois quem está fazendo isso são os parasitas • Ação toxica decorrente dos catabólicos liberados pela saliva do parasito • Os animais mais acometidos são os bovinos, caprinos, ovinos e equinos e apresentam sinais como: anemia, diarreia, cólica, edema submandibular e infecção secundária (devido as lesões da mucosa gástrica) • Bezerros infectados com até 100.000 larvas não demostram patologias evidentes, apenas o pH se eleva discretamente • Bezerros infectados com 150.000 larvas já apresentam alteração no pH o que propicia condições como diarreia e anorexia DIAGNÓSTICO DIRETO ✓ É realizado imediatamente após a coleta das fezes e irá detectar as formas do parasito ✓ Métodos qualitativos: técnica de flutuação (onde os ovos que são menos densos irão ficar por cima da solução utilizada do processo) ✓ Métodos quantitativos: detecta a presença e a quantidade de ovos – Método de Gordon & Whitlock (McMaster modificad ou OPG) e também o Método de Roberts & O´Sullivan (coprocultura) DIAGNÓSTICO INDIRETO ✓ Irá depender de evidências clínicas, imunológicas e bioquímicas que se associam à infecção ✓ Diagnóstico clínico, análise bioquímica, teste ELISA e PCR CONTAGEM DE OVOS NAS PASTAGENS ✓ Técnica útil para detecção de larva L3 ✓ O número é expresso em L3 por kg de forragem seca • É indicado no inícios das épocas secas, pois as larvas encontra maior dificuldade em sobreviver nas pastagens durante essa época do ano • A aplicação das drogas antiparasitárias devem ser nos meses de maio, julho e setembro • Para cada período é sugerido um tipo de medicamento específico a. Maio – Benzimidazois b. Julho – Imidazotiazois c. Setembro – Endoctocidas • Animais novos ou recém comprados devem ser tratados antes de serem colocados na propriedade • As vacas prenhas devem ser medicadas entre julho e agosto, pois podem contaminar o colostro, leite e placenta • O tratamento de animais para terminação deve ser feito dois dias antes de colocá-los na pastagem, para engorda ou confinamento • Separar os animais por faixa etária (animais jovens são mais suscetíveis a se infectarem por conta da baixa imunidade) • Manter nível adequado de nutrição dos animais, para manter a boa imunidade • Utilizar sistema de rotação de pastagens, para diminuir a taxa de contaminação • Controle da densidade de animais, grande quantidade de animais por unidade de pastagem forçam que esses animais pastejem juntos aumento a chance de ingestão das larvas infectantes • Vermifugação estratégica – períodos de seca, pois os medicamentos nessa época controlam os parasitos em seus respectivos hospedeiros