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ELABORAÇÃO DE FICHA TÉCNICA PADRONIZADA PROF. PEDRO ANDRADE 2021.1 INTRODUÇÃO PREPARAÇÃO MÉTODO DE PREPARO QUANTIDADES MOMENTO DE APLICAÇÃO INGREDIENTES INTRODUÇÃO Antes: MP e mão-de-obra com baixo custo; Preocupação voltada para o sabor; Maior liberdade do cozinheiro; Sem padronização (empirismo) Atualmente: MP e mão-de-obra especializada – aumento do custo; Maior necessidade de ferramentas de controle; Necessidade de padronização. PADRONIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES PARA O NUTRICIONISTA PARA O FUNCIONÁRIO Facilita o treinamento de funcionários Elimina interferências por dúvidas Facilita o planejamento do trabalho diário Facilita a execução de tarefas sem a necessidade de ordens frequentes Segurança no ambiente de trabalho PADRONIZAÇÃO NA PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES Fatores a se considerar na padronização de receitas Técnica de pré-preparo e preparo; Temperatura; Tempo de preparo; Qualidade e quantidade dos ingredientes; Tipo de utensílio. QUESTÕES NORTEADORAS Quais objetivos devem ser alcançados? Qual público quero atingir? O que esta preparação representa na culinária regional, nacional? Esta receita se adapta às necessidades da unidade produtora? PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DE RECEITA CULINÁRIA Pesquisa culinária; Levantamento de equipamentos, utensílios e gêneros; Início dos testes – identificação de erros; Após os testes, tem-se a ficha técnica de preparação. FICHA TÉCNICA “Fórmulas desenvolvidas para produzir um item alimentar (preparação) em quantidade e qualidade especificadas para uso em determinado serviço.” (Chemin e Martínez, 2019) FICHA TÉCNICA X RECEITA Receita culinária Fórmula para obtenção de uma preparação; Industrial ou caseira; Ingredientes, qtdes, detalhes, passo a passo, rendimento; Pode trazer ou não – VCT e custo; Verbos no imperativo – pegue, faça, quebre, coloque, use; Encontradas em livros, sites, revistas, programas, panfletos, etc. FICHA TÉCNICA X RECEITA Ficha técnica Instrumento de apoio operacional; Obrigatório – VCT e custo; Levantamento de custos; Visa um cardápio equilibrado e balanceado; Verbos no infinitivo – pegar, quebrar, usar, espremer, lavar; Registro e padronização das qtdes de MP usadas, padronização de montagem e apresentação, histórico das preparações realizadas, projeção de compras, etc. FICHA TÉCNICA - OBJETIVOS Padronização da preparação Replicação da receita; Quantidade de MP, etapas e métodos; Apresentação – registros fotográficos; Treinamento de funcionários; Características sensoriais; Qualidade do produto final. FICHA TÉCNICA - OBJETIVOS Planejamento da produção Otimizar tempo; Diminuir falhas; Projeção de compras; Equipamentos e utensílios; Desperdício mínimo; Fluxos no processo produtivo; Cardápios sem monotonia. FICHA TÉCNICA - OBJETIVOS Controle de custo Qualidade dos alimentos em estoque; Calcular e gerenciar os custos dos gêneros; Reduzir o capital parado no estoque. FICHA TÉCNICA - OBJETIVOS Cálculo do valor nutricional Parâmetros nutricionais do PAT e PNAE; Informações nutricionais ao consumidor; Rotulagem nutricional de alimentos embalados na ausência do consumidor. FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Nome da receita ou preparação – nome fantasia ou técnico; Categoria ou item do cardápio – entrada, PP, sobremesa, etc.; Custo total e custo da porção – custo em reais (R$) depois de pronta; Ingredientes – lista de todos os gêneros usados na preparação com unidade de compra (kg, litro, pacote de 250g, garrafa de 900ml) Receita 002. Nome fantasia: Bolo Maria Luiza Nome técnico: bolo de chocolate com crocante Categoria: sobremesa FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Quantidade de cada ingrediente – peso ou volume apresentado em PB ou PL; Custo de cada ingrediente – custo em reais (R$) de cada ingrediente; Modo ou técnica de preparo – relato detalhado de como realizar a preparação. Tempo de preparo – inclui todas as etapas, inclusive o pré- preparo; Tempo de cocção – apenas o tempo de cozimento. FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Equipamentos e utensílios – operacionalização da produção; Tamanho ou rendimento da receita – qtd real da receita depois de pronta. Ex.: receita rendeu 1kg de bolo ou 10 porções de 100g cada; Apresentação – Ex.: decorar com canela e servir gelado; FC e cocção, composição centesimal, forma de compra e fotografia; Tipo de serviço, tipo de preparação e finalidade. FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Mise em place – termo francês que significa “pôr em ordem” FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Composição nutricional da preparação VCT (Valor Calórico Total) – em Kcal Macronutrientes – contagem de Kcal Fibras, sódio, ferro, cálcio, etc. LIP – divisão entre totais, saturadas, insaturadas e trans Verifica o equilíbrio nutricional da preparação = saúde do consumidor daquela preparação Consulta em tabelas nutricionais – geralmente em 100g Deve-se converter para a quantidade desejada na receita FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Per capita, PB e PL Qtde individual PB = forma de compra PL = parte comestível FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Indicador de Parte Comestível (IPC) ou Fator de Correção (FC): Utilizado para cálculo de alimentos crus que podem sofrer perda no pré-preparo – carnes e vegetais; Pode variar de acordo com a forma, a qualidade do produto, o tipo de preparação, a técnica de preparo, etc. Exemplo: 100g de abacaxi para servir (IPC = 1,9). Quanto devo comprar (PB)? PB = PL x IPC -> PB = 100 x 1,9 = 190g de abacaxi com casca IPC= 𝑃𝐵 (𝑔) 𝑃𝐿 (𝑔) FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Indicador de conversão (IC) Refere-se à preparação. Geralmente com cocção; Alterações do peso do alimento com a mudança de estado (cocção, congelamento, descongelamento), ação de ácido ou fermento; Usado como FATOR DE COCÇÃO: IC = cozido (g) / cru (g) Usado como FATOR DE DEGELO: IC = descongelado (g) / congelado (g) IC= 𝑃𝐶 (𝑔) 𝑃𝐿 (𝑔) FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Indicador de conversão (IC) Pode expressar perda ou absorção de água, retração das fibras, etc.; Varia de acordo com intensidade do calor, tempo de cocção, utensílio, equipamento, etc.; Recomenda-se que a Unidade tenha sua própria tabela de IPC e IC; Exemplo: qual o rendimento de 100g de batata crua? IC = 0,92 IC = cozido / cru -> cozido = 0,92 x 100 = 92g de batata cozida; FICHA TÉCNICA - COMPONENTES Indicador de reidratação (IR) Usado em alimentos que sofrem hidratação – cereais e leguminosas; Remolho -> hidratação –> aumento de peso; Quanto maior o tempo de remolho, menor o tempo de cocção; IR= 𝑃𝐴𝑅 (𝑔) 𝑃𝐴𝑆 (𝑔) FICHA TÉCNICA – MEDIDAS CASEIRAS Medidas em peso e volume de cada ingrediente da preparação; Utiliza utensílios domésticos FICHA TÉCNICA – MEDIDAS CASEIRAS Podem ser: Cheias; Rasas; Niveladas. ATIVIDADES DO NUTRICIONISTA EM UAN Coordenação e execução dos cálculos do valor nutritivo, rendimento e custos das preparações culinárias; Desenvolvimento de fichas técnicas, avaliando periodicamente as preparações culinárias; Gerenciamento e supervisão dos métodos de controle das qualidades organolépticas das refeições/preparações, por meio de teste de análise sensorial dos alimentos; Planejamento, coordenação, supervisão e execução de programas de treinamento, atualização e aperfeiçoamento dos colaboradores. De acordo com a Res. 380/2005 - CFN FICHA TÉCNICA – CONSIDERAÇÕES FINAIS A implementação das FTP beneficia todas as categorias envolvidas no processo de produção, facilita o trabalho do nutricionista, promove o aperfeiçoamento dos funcionários e, principalmente, promove a melhoria da saúde da população atendida; Tanto as receitas quanto as FTP são de extrema importância para a culinária e a nutrição. REFERÊNCIAS ABREU, E. S.; SPINELLI, M.G. N.; ZANARDI, A. M. P. Gestão de unidades de alimentação de nutrição – um modo de fazer. Editora Metha Ltda, 2007. LIVERA, A. V. S; SALGADO, S. M. Técnica Dietética: um guia prático. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2007. BENETTI, G. B. et al. Manual de técnicas dietéticas. Ed. Yendis, 2014. SILVA, S. M. C. S. Cardápio: guia prático para elaboração. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.