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Cirurgia e Exodontia Pré-Clínica Instrumental Cirúrgico ⇨ Existem instrumentais para tecidos moles e para tecidos duros. Se usarmos por exemplo uma tesoura para fio no tecido ela vai perder seu corte; ⇨ Não existe uma montagem da mesa fixa, mas devemos organizá-la sempre. Funções: Hemostático: Controla o sangramento. Jogo Clínico: Sonda Exploradora + Espelho + Pinça Clínica (necessário em cirurgia). Afastadores de Minnesota: ● Para tecido mole -> afasta e protege o tecido; ● Possui um ângulo que se adapta bem na mão; ● É atraumático por não ter ponta ativa -> por ser atraumático pode inclusive apoiar em osso, mas é indicado para tecidos moles. Carpule: Usada para anestesiar, deve realizar o refluxo. OBS: A injeção intramuscular deve ser realizada em um músculo amplo (glúteo) com a agulha 90 graus em relação a superfície, entrar com a agulha de uma vez só, aspirar para confirmar se não atingiu um vaso e injetar lentamente. Cabo de Bisturi: O cabo possui um chanfro e a lâmina também possui o mesmo chanfro, ou seja, o chanfro da lâmina deve encostar no do cabo para dar segurança e não soltá-la durante o procedimento. Descolador de Molt: ● Descolamento da gengiva do tecido ósseo; ● Descolamento da gengiva ao redor do dente. Possui um pequeno corte em sua ponta para realizar o descolamento (por isso não devemos substituí-lo pela espátula 7 que não possui nenhum corte). ● Descolamento das Fibras Circulares localizadas na margem gengival ao redor do dente. 1 Indicado para margem gengival de dentes menores (anteriores). Ao deslocarmos o tecido gengival também descolamos o periósteo, este ato de deslocar o periósteo chama SINDESMOTOMIA. Extratores ou Alavancas de Seldin: ● Luxação do dente ou raiz (salvação do dentista para exodontia de terceiro molar pois é menos traumático). Chamado de alavanca devido ao movimento de alavanca que fazemos ao utilizá-lo. Considerado um instrumento “coringa” para exodontia, mas sempre devemos apoiar no dente que vamos extrair e na crista óssea, nunca nos dentes ao redor para não prejudicá-los sem necessidade. Extratores ou Alavancas Apicais (HeidBrinks e 304): ● Luxação de dentes principalmente para ápices. É bem pontiagudo para entrar em locais com aberturas menores. Serve para ápices dentais, por isso é pontiagudo (em casos de fratura de ápice). O 304 é um coringa pois também serve para luxação da raiz. Fórceps: Para cada tipo de dente existe um fórceps adequado, de acordo com o formato e a ponta ativa do fórceps facilita sua utilização em cada caso. Existe um fórceps (número 16) chamado Chifre de boi muito bom para molar inferior com a coroa quebrada, mas para pessoas não experientes (alunos) corre o risco de fraturar a mandíbula. Existem fórceps para dentes inferiores e para dentes superiores, para sabermos em qual arcada o fórceps atua devemos: 1. Apontar sua ponta ativa para o chão -> Se o cabo for reto ou para baixo = Será para dentes inferiores. 2. Apontar sua ponta ativa para o chão -> Se o cabo estiver para cima = Será para dentes superiores. Após vermos se é superior ou inferior devemos observar sua ponta ativa, que vai reproduzir a região da raiz/cervical do dente pois a ponta ativa do fórceps pega na cervical do dente. O fórceps sempre será colocado de vestibular para lingual. Fórceps Número 1: Incisivos e Caninos Superiores. Fórceps Número 150: Para Pré-molares, Caninos e Incisivos Superiores. Fórceps Número 18L (para canhoto 203): Para Molares Superiores do lado esquerdo (left) pois a furca está na vestibular, de acordo com a ranhura do fórceps que também está para vestibular. 2 Fórceps Número 18R: Para Molares Superiores do lado direito (right) devido a ranhura ser para lado direito. Fórceps Número 65: Para Incisivos e Raízes Superiores, ponta fina utilizado para raízes residuais superior de todos os dentes daí. Fórceps Número 68: Ângulo de 90 graus para raízes de dentes inferiores. Fórceps Número 151: Para Incisivos, Caninos e Pré-Molares Inferiores. Ponta ativa para dentes unirradiculares. Fórceps Número 17: Para Molares Inferiores (2 raízes com 3 ou 4 condutos), ranhura bilateral. Alveolotomo: Parece o fórceps mas tem uma haste e as pontas ativas se tocam (coisa que não acontece com fórceps). Possui corte na ponta ativa. ● Utilizado para remoção de espículas ósseas e septos ósseos, deve ser afiado para não perder o corte. Cinzéis: Existem o de alexander e o de Lucas! ⇨ Alexander: Para usar segurando com a mão, possui ponta ativa coletora, sendo mais interessante para maxila por ser mais porosa e leve. ● Utilizado para remoção/corte do tecido ósseo (ostectomia). ⇨ Lucas: Deve ser utilizado junto com o martelo, ponta ativa bi biselada. Martelo: ● Utilizado junto com cinzel de lucas, muito traumático; ● Mais utilizado quando por exemplo acaba a energia e não pode-se utilizar broca, Martelo nesse caso utilizado para realizar a odontosecção. Cureta de Lucas: ● Inspeciona o alvéolo e avalia como o mesmo está internamente; ● Realiza a remoção de tecido mole quando necessário; ● Remove às patologias apicais e granulomas. ⇨ Dentro do alvéolo sem dente deve conter osso, caso contrário (somente tecido mole) significa que se instala alguma patologia; ⇨ Necessário saber a região onde se localiza o alvéolo para saber quais estruturas anatômicas estão ali presentes, tomando cuidado ao curetar para não atingir nenhuma estruturas causando traumas, como Parestesia ou Dente Superior próximo ao seio que se curetado muito fortemente pode romper a membrana e criar uma comunicação buco sinusal. 3 Lima para Osso: ● Regulariza os pequenos desníveis do osso. ⇨ Deve ser colocada com o corte ”trazendo para a si”, pois ela só corta quando no movimento de volta; ⇨ Para limpá-la é interessante uma escovinha, pois ficam resíduos presos entre as ranhuras da Lima. Pinças Hemostáticas: ● Causa hemostasia. Ou seja, controle da hemorragia ⇨ Usa-se quando ocorre o processo de hemorragia; ⇨ Deve estar sempre na mesa. ● Realiza o pinçamento dos vasos para parar o sangramento ⇨ Sua ponta ativa tem serras paralelas entre si (lembra o porta agulha, mas suas serras não são quadriculadas como as do porta agulha, elas são paralelas para conseguirmos pinçar o vaso ou artéria que estiver com sangramento). Porta Agulha: ⇨ Muito parecido com a pinça hemostática, porém um pouco maior e com ponta ativa com ranhuras em quadriculado para prensar bem a agulha sem que ela deslize. ● Serve para apreensão da agulha e do fio de sutura; ● Pode ser com ou sem Widia (faz ter mais precisão e maior durabilidade). ⇨ Deve ser esterilizado aberto (instrumentos que tem a presilha) pois se estiver fechado pode travar. Pinça de Adson Atraumática: ● Serve para pinçar gaze, tubete e mucosa. ⇨ Diferente da pinça dente de rato, que é traumática para o tecido (geralmente utilizada em cirurgias maiores); ⇨ Na graduação é melhor pinças menos traumáticas para acomodação do paciente e do tecido. Pinça de Dissecção: ● Utilizada na manipulação de retalhos mais grosseiros. Pinça Diethrich: ⇨ Ponta ativa mais delicada e com canaleta, o que causa firmeza sem furar o tecido. ● Utilizada na manipulação de retalhos, para locais de difícil acesso; 4 ● Atraumática aos tecidos. Tesouras Cirúrgicas: ⇨ Ponta pode ser reta ou curva; ⇨ Deve ser sempre pontiaguda. ● Serve APENAS para cortar fio de sutura, nada além disso, por isso deve ter um bom corte. OBS: para a clínica fazer um pacote a parte JC + Tesoura Cirúrgica (para remover sutura apenas). Tesoura de Metzembaum: ⇨ Ponta arredondada. ● Serve para cortar tecido mole, como por exemplo as papilas; ● Realiza dissecção ou divulsão (afastar o tecido, entra fechada no tecido e abre lá dentro, afasta o tecido sem corte). ⇨ Evitar cortar o fio de sutura com ela, pois ela vai perder seucorte. Princípios Básicos em Cirurgia Oral Menor: Particularidades da Cirurgia: ● Pacientes estão nervosos, ansiosos… ● Deve-se acalmá-los para realizar o procedimento como a melhor qualidade possível. ● Em cirurgia começou tem que terminar, independente do tempo, cirurgia não pode ser fracionada, por isso deve-se realizar planejamento. Tempos Operatórios: 1. Preparo do paciente; ⇨ Anamnese, exame clínico, mensurar a PA, antissepsia extra e intra oral… ⇨ Antissepsia extra oral é ao redor da boca. Pode-se utilizar a Técnica de Raio feita com gaze umedecida com movimentos da boca para o rosto, porém não é muito indicada por possuir presença de bactéria ou então a Técnica Circular que também é com gaze mas não leva bactérias da boca para fora. Deve ser realizada com clorexidina 2% ou Povidine. ⇨ A antissepsia intra oral utiliza apenas a clorexidina 2%, porém se o paciente for alérgico a clorexidina podemos usar soro. 2. Anestesia e delimitação do campo operatório; ⇨ Colocação dos campos operatórios - Campo no paciente para proteger o rosto e o tronco, Campo na mesa cirúrgica e em todos os locais que vamos utilizar, como o Sugador e o Alta Rotação. 5 ⇨ O campo cirúrgico deixa apenas uma abertura na boca do paciente, porém durante o curso irá ser aberto mais para observar o olho do paciente auxiliando a ver se o mesmo está bem ou nao. OBS: Não usa-se Seringa Tríplice em cirurgia. 3. Sindesmotomia; ⇨ Descolar os tecidos. 4. Aplicação do fórceps e preensão do dente; 5. Dilatação do tecido ósseo alveolar; ⇨ Amolecer o tecido alveolar. 6. Exodontia; ⇨ Extração em si só ocorre após muitos passos. 7. Curetagem e inspeção alveolar; 8. Tratamento da ferida exodontica (cirurgia); ⇨ Sugar a região, reposicionar todos os tecidos para posição inicial e realizar a manobra de Chompret (com uma gaze na mão realizar uma aproximação dos bordos, mas sem apertar pois pode causar um trauma no osso como reabsorção óssea, deve-se apenas aproximar levemente). 9. Sutura; 10. Proteção da ferida exodontica. ⇨ Usa-se gaze, mas também pode-se proteger com cimento cirúrgico (indicado para apenas algumas situações). Cirurgia Oral Menor: Antes de extrair um dente devemos tomar cuidado com toda a anatomia do nosso paciente. Preparo do Paciente: Anamnese detalhada, Exame Físico (palpação, PA), Exame Clínico, Exames de Imagem (radiografias, tomografias), Exames Complementares (ex: hemograma), Medicações Pré-Operatórias e Orientações Pré-Operatórias (paciente deve vir alimentado). Classificação do estado do paciente: ● Asa 1: Paciente Saudável; ● Asa 2: Paciente com Doença Sistêmica Compensada; ● Asa 3: Paciente com Doença Sistêmica não Compensada, porém não está hospitalizado; ● Asa 4: Paciente com Doença Sistêmica não Compensada, hospitalizado; 6 ● Asa 5: Paciente Moribundo (em coma). Após a sutura ainda não acabou a função do Profissional Dentista, deve-se passar as instruções pós operatórias, para que a recuperação do paciente seja boa e isso favorece o trabalho do profissional. Para os procedimentos cirúrgicos: ● Antes do procedimento aferir a PA do paciente, mesmo que já aferida no dia da anamnese Uma PA elevada, pode causar um risco enorme para o paciente, pois no procedimento são geradas lesões e sangramento, com a PA elevada o sangramento vai ser muito maior, atrapalhando o campo de visão e gerando uma perda sanguínea para o paciente muito maior que o necessário. A PA normal é de 12 por 7, mas se estiver um pouco fora disso, dependendo da idade do paciente e das condições também pode ser considerada adequada. Paciente ASA 3 X Cirurgia: Paciente ainda pode passar pelo procedimento, o mesmo só será dispensado se as condições não forem favoráveis. Exemplo: paciente que faz uso de anticoagulante, deve ter suspensão médica do medicamento para realizar a cirurgia, caso contrário não será realizado o procedimento. Se o médico suspender o medicamento, pode-se realizar a cirurgia mesmo o paciente não sendo compensado. Posições operatórias: para facilitar o acesso ao campo operatório e obter um campo de visão maior, deve-se manter o paciente em posição segura e confortável, poupando fisicamente o cirurgião dentista e minimizando o desgaste do mesmo. 1. Arcada inferior: paciente deve ficar paralelo ao plano horizontal (chão); 2. Arcada superior paciente deve ficar na inclinação de 45 graus com o plano horizontal (chão). Pode-se realizar a cirurgia tanto de pé quanto sentado, depende de como o cirurgião vai se sentir mais confortável. Para trabalhar de pé, deve-se colocar os pé na abertura de apoio de acordo com o ombro, para ter o apoio adequado, além disso fazer uma sutil inclinação dos joelhos e contrair um pouco o abdômen, para não ter desconforto Preparo da mesa cirúrgica e limpeza extra e intra oral do paciente: Ao realizar a antissepsia intra e extra oral ameniza-se a quantidade de bactérias presentes campo cirúrgico. Cada cirurgião dentista monta a mesa de acordo com as prioridades individuais, a única "regra" é a mesa ser sempre organizada, de uma forma que facilite o acesso e a visualização dos instrumentais. 7 Anestesias: Conhecer a anatomia para realizar uma anestesia correta; A única região que aceita anestesia infiltrativa é a anterior; Para anestesia troncular, usa-se agulha longa como forma de segurança, pois se a mesma fraturar é mais fácil removê-la; O líquido anestésico deve ser colocado voltado para o tecido ósseo. Duração das Anestesias: Anestésico Local Dentes Maxilares Dentes Mandibulares Tecido Mole Grupo 1 10-20 minutos 40-60 minutos 2-3 horas Grupo 2 50-60 minutos 90-100 minutos 3-4 horas Grupo 3 60-90 minutos 3 horas 4-9 horas Grupo 1 - Anestésicos locais sem vasoconstritores Mepivacaína a 3% e Prilocaína a 4%. Grupo 2 - Anestésicos locais com vasoconstritores Lidocaína a 2% com adrenalina 1:50.000 ou 1:100.000 Mepivacaína a 2% com levonordefrina 1:20.000 Prilocaína a 4% com adrenalina 1:400.000 Articaína a 4% com adrenalina 1:100.000 Grupo 3 - Anestésicos locais de longa duração Bupivacaína a 0,5% com adrenalina 1:200.000 Etilicaína a 1,5% com adrenalina 1:200.000 Doses máximas recomendadas de Anestésico Local: Droga / Solução Quantidade Máxima (mg/kg) Número de tubetes (1,8ml) para um adulto com 70 kg Número de tubetes (1,8ml) para uma criança de 20 kg Lidocaína 2% com Adrenalina 1:100.000 5 10 3 Mepivacaína 2% com levonordefrina 1:20.000 5 10 3 Mepivacaína 3% (sem vasoconstritor) 5 6 2 8 Prilocaína 4% com adrenalina 1:200.000 5 6 2 Articaína 4% com adrenalina 1:100.00 7 6 1,5 Bupivacaína 0,5% com adrenalina 1:200.000 1,5 10 3 Etidocaína 1,5% com adrenalina 1:200.000 8 1,5 5 Técnica intraligamentar: líquido anestésico inserido no ligamento periodontal, utilizada na exodontia. Utilizam-se agulhas curtas e/ou de insulina para conseguir entrar no ligamento. O líquido anestésico entra com pressão, devido a isso ele agride o tecido e fere o ligamento, o que não tem problema pois o dente será extraído. Técnica indicada para a cirurgia. Técnica intrapulpar: realizada na polpa do dente. É bem incômoda para o paciente e mais utilizada por endodontistas, porém apenas em casos extremos. Deve-se informar ao paciente que ele não deve comer até passar o efeito anestésico, pois a falta de sensibilidade pode causar laceração d o tecido mole durante a mastigação. Aferir pulso do paciente: 1. Contamos o nº de batimentos por 15 segundos e multiplicamos por 4 (chegando em 1 minuto) usando dedo indicador e médio para palpar a Artéria Radial (a qual vem na direção do polegar); 2. Paciente deve estar sentado ou deitado (em repouso) e com o braço apoiado; 3. Não usar polegar, pois então estará sendo sentida a própria pulsação; 4. Se estiver difícil pode-se tentar sentir o pulso pela carótida (pescoço).Exame clínico e inspeção da cavidade oral: deve-se afastar lábio, língua, tecidos, apalpar o assoalho bucal, apalpar as estruturas dentro e fora da cavidade para observar se existe alguma anomalia. Sempre deve-se palpar bilateralmente para observar se existe alteração bilateralmente ou se ocorre dos dois lados (se estiver dos dois lados normalmente são características fisiológicas). Campo de palpação do dentista é da clavícula para cima. Manobras fundamentais da cirurgia: 1. Diérese: É o acesso, descolamento, incisão, sindesmotomia, o afastamento de um retalho. Ou seja, tudo que facilita o acesso. Cabo, lâmina de bisturi e sindesmotomo de Mount podem causar a diérese. 9 2. Exérese: É a remoção do que se está intervindo. Pode ser um tecido, uma lesão, uma raiz, um cisto e etc. 3. Síntese: É o fechamento, manobra de chompret (leve pressão digital para aproximar os bordos), sutura. 4. Hemostasia: É uma adequação do sangramento, deixando o tecido equilibrado. A força empregada no dente durante a mastigação é de 70 a 130 kg/força. Ou seja; para realizar a exodontia de um elemento dental, somente com força será muito difícil o trabalho! Exemplo 1: Dentes hígidos e firmes (exo por falta de espaço), necessitam de um bom descolamento da gengiva, mais precisamente das fibras circulares, as quais são as mais resistentes. Após descolar o tecido mole, deve-se amolecer os ligamentos, e para isso é feita uma pequena dilatação do alvéolo, ampliando o mesmo. Quando estiver bem amolecido é feita a manobra para extração. Amolecimento é feito com fórceps ou extratores (alavancas). Exemplo 2: Dentes com grande mobilidade (como grau 3), já estão amolecidos, apenas necessitam de manobras para extração. Não necessitam de técnicas de amolecimento. Exodontia de Dentes Irrompidos ● Tema mais antigo da cirurgia. Ocorreu uma grande diminuição da exodontia, antigamente acreditava-se que extrair o dente iria tirar a dor e o problema do paciente, por isso era mais comum jovens desdentados. Porém hoje em dia se preza por uma odontologia preventiva (fluoretação de água, mudança de hábitos alimentares e higiênicos, uso de substâncias - clorexidina) e a curativa (restaurações, tratamento endodôntico e periodontal). Exodontia só é realizada se não existem mais recursos para salvar o dente. Na exodontia mistura-se anatomia macro (fisiologia e farmacologia), anatomia micro (patologia geral e radiologia) e neuroanatomia (patologia específica e anestesiologia), necessário saber tudo isso para realizar um bom procedimento e planejamento para que não haja nenhum problema. Não se faz exodontia sem um exame de imagem, pois é necessário saber como está a situação do dente onde não consegue-se enxergar. 10 Requisitos para realização de exodontia: conhecimento da anatomia dento-alveolar, das técnicas de anestesia, determinação do padrão cirúrgico, técnicas de cirurgia geral e específica, reconhecimento dos instrumentos cirúrgicos e indicações para seu uso e recursos para interpretar a avaliação pós operatória. Objetivos da exodontia: limitar o dano causado pela doença ou traumatismo evitando sequelas locais ou gerais e favorecer correção de déficit anatômico e funcional existente contribuindo para a reabilitação pela prótese. Princípios fundamentais da exodontia: 1. Acesso adequado; 2. Via desimpedida para a remoção do dente; 3. Uso da força controlada. obs: professor falou de novo da manobra de chompret, provável que caia na prova! Hemostasia: tudo o que se faz para conter o sangramento, podemos usar compressão como primeira manobra para um sangramento intenso (pode usar gaze), caso for um vaso rompido usamos a pinça hemostática diretamente. Necessidade da exodontia: ● Dentes com processos patológicos e traumatismos, que não podem ser mantidos mesmo com tratamento conservador; ● Dentes que interferem na reabilitação protética do paciente; ● Dentes mal posicionados que não podem ser recuperados por ortodontia; ● Dentes supranumerários e decíduos não esfoliados; ● Dentes afetados em estrutura anatômica devido doença de ordem geral que vai precisar de tratamento médico radical (ex: carcinoma que necessita de radioterapia). Oportunidade: a exodontia pode apresentar inoportunidade temporária, devido fatores locais e gerais, como: áreas inflamadas, gengivites, estomatite, gestantes (evitar o primeiro trimestre e último trimestre) , processos infecciosos e áreas irradiadas. Para gestante o interessante seria do 4 ao 6 mês para realizar algum procedimento odontológico radical. Modalidades: 1. Exodontia via alveolar: preservando a estrutura óssea alveolar; 2. Exodontia via não-alveolar: remoção de parte da parede óssea alveolar para que facilite a extração. Planejamento: 1. Diagnóstico; 2. Exames complementares (radiografia, tomografia, exames laboratoriais); 11 3. Anatomia dental, óssea e estruturas adjacentes; 4. Medicações e orientações pré-operatórias; 5. Técnica anestésica; 6. Técnica cirúrgica; 7. Instrumentais necessários; 8. Recomendações e orientações pós-operatórios Posições operatórias: para facilitar o acesso ao campo operatório, obter maior campo visual possível, manter o paciente em posição segura e confortável e poupar fisicamente o cirurgião dentista. ↳ Mandíbula: paciente deve estar paralelo ao chão. ↳ Maxila: paciente deve estar próximo de 90 (pode ser 45) graus ao chão. A ponta ativa do fórceps deve ficar no longo eixo do dente. 4 movimentos que realiza-se com o fórceps: 1. Intrusão: posição o mais possível na cervical; 2. Lateralidade: de vestibular para lingual, ampliando o movimento para romper as fibras; 3. Giroversão: rotação, esse movimento só pode ser feito em dentes unirradiculares e com raízes cônicas (sem curvatura); 4. Avulsão. Maneira correta de segurar o fórceps: sempre colocar a mão na frente do seu peito com a palma da mão pra cima e o dedão pra frente, com a ponta ativa do fórceps para fora, realiza-se apreensão do fórceps e faz o movimento de rotação. Números das lâminas de bisturi: 10, 11 (coringa), 12 (curva para pegar a distal do molar) e lâmina 15 (coringa). Empunhadura do bisturi: igual pega-se a caneta, com precisão. Sindesmotomo de Molt: possui corte para descolar bem a gengiva e o periósteo Pinça allis: para antissepsia extra oral e pode usar para hemostasia, porém usar ou para uma coisa ou para outra, devido estar estéril. Empunhadura do porta agulha: dedo anelar com dedo indicador apoiado para dar suporte. Agulhas de sutura: passar curvando, fazendo o movimento de agulha, apreensão no terço próximo ao fio, a agulha deve estar perpendicular ao porta agulha para ficar firme. Extratores e alavancas: para segurar o cabo devemos ter firmeza para conseguir realizar o movimento. 12 Fórceps: quanto mais na extremidade do cabo eu segurar, menos força eu tenho que fazer para realizar o movimento. Odontossecção: separar o dente principalmente em relação ao molar, por conta de obter mais de uma raíz. Odontossecção vertical: separando as raízes no meio. Odontossecção horizontal: corta a coroa, remove a mesma, depois separa as raízes e tira as mesmas. Tempos operatórios: Na sindesmotomia usa-se o molt e frier Aplicação do fórceps e preensão do dente para realizar os movimentos do fórceps Curetagem e inspeção alveolar: cureta de lucas Tratamento da ferida exodontia: manobra de chompret Proteção da ferida exodontica: paciente ficar mordendo a gaze pelo tempo de coagulação. Complicações trans-operatórias: 1. Lesões do dente em questão; 2. Lesões das estruturas ósseas; 3. Comunicação buco-sinusal; 4. Lesões em dentes adjacentes: se não utilizar extrator ou fórceps corretamente pode-se afetar o dente do lado; 5. Fraturas de instrumentos; 6. Lesões de nervos adjacentes; 7. Lipotímia e Síncope. Cuidados pós-operatórios: 1. Não cuspir; 2. Não fazerbochechos; 3. Alimentos líquidos e pastosos; 4. Não ingerir alimentos quentes, deve ser tudo frio; 5. Deitar com a cabeça mais elevada em relação ao corpo; 6. Não fazer esforços físicos; 7. Não usar canudo; 8. Se houver sangramento colocar gaze por 20 a 30 minutos; 9. Fazer compressa de gelo sobre o local, porém não colocar o gelo diretamente na pele, proteger com lenço. 13 Situações clínicas que ocorrem com maior frequência em cirurgia oral menor: ● Fratura da agulha da seringa carpule: Agulha longa para troncular devido a lonjura do ponto de injeção, para caso fraturar facilitar a remoção da agulha. ● Hematoma: Rompimento de vasos ou artérias, pode ocorrer na anestesia, na sindesmotomia. ● Reações alérgicas: Paciente geralmente sabe suas alergias, caso o paciente nunca tenha tomado anestesia e não saiba se tem ou não alergia eu devo injetar mais lentamente o anestésico para observar se há alguma irritação ou alguma resposta alérgica do paciente. Reações alérgicas não são apenas da anestesia, podem ocorrer da medicação pós operatória que passamos, ou de algum produto que usamos para antissepsia extra oral fazendo o teste em pequenas partes da pele; ● Parestesia regional; ● Paralisia regional: Atinge a parte motora, no ato de anestesiar pode causar paralisia facial. ● Aspiração de corpo estranho: Paciente pode aspirar fragmento de dente, ou fragmento ósseo. ● Dor no ato da anestesia e pós anestesia: Pode ser o choque que o paciente sente na anestesia troncular, dor na região de canino a canino, anestesia intrapulpar, pode ter dor no local que fizemos a pulsão. ● Persistência de sensibilidade: Paciente persiste muito tempo com sensibilidade no local. ● Trismo mandibular: Limitação na abertura da boca, pode ser traumático, infeccioso, o traumático pode criar um edema e gerar bloqueio, devemos diagnosticar o porquê deste trismo, normalmente quando medicamos o trismo volta ao normal; ● Injeção endovasal do anestésico: Para evitar esta situação devemos obter a carpule que realiza o refluxo, para prevenir que nao vamos anestesiar dentro de nenhum vaso; ● Hipotensão: 14 Queda de PA, deixa o paciente com mal estar, com vertigem, náuseas, mas não mata, causa menos risco do que o paciente que possui a PA elevada que aí sim pode levar a morte ● Lipotimia: É a perda de força muscular, menor irrigação sanguínea do sistema nervoso central, porém sem perda de consciência, com integral conservação das funções respiratória e cardíaca. A lipotimia se constitui no primeiro grau de síncope: é acompanhada de palidez, suores frios, vertigens, zumbidos nos ouvidos, diplopia. Quando isso ocorre pode evoluir para uma queda, porque assim minha cabeça fica no mesmo nível do meu corpo. Pode estar ligado a picos de ansiedade do paciente. ● Síncope: É uma perda temporária da consciência provocada por uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Também conhecida como desmaio, a síncope normalmente tem início súbito, dura pouco tempo e a recuperação é total e espontânea. Os sinais e sintomas da síncope incluem fraqueza muscular generalizada, incapacidade de se manter em pé, palidez, pulsação fraca, transpiração e perda da consciência. Tempo de sangramento: Detectado a partir de um exame que detecta o tempo que o organismo leva para cessar um pequeno sangramento; Consiste em fazer uma pequena e quase indolor incisão na pele e medir o tempo que leva para o sangramento parar. A incisão, em geral, é feita no lóbulo da orelha. Valores de referência: Método de Duke: de 1 a 3 minutos Método de Ivy: de 1 a 7 minutos Método do gabarito: de 2 a 8 minutos Método do gabarito modificado: de 2 a 10 minutos Tempo de coagulação: Determina o tempo, que o sangue recém extraído, demora para coagular. Valores normais: De 5 a 15 minutos para coagular. Retração: inicia 1 hora após haver coagulado, observando se uma retração de 50 %. Valores anormais: Hiperfibrinogenemia, anemia, fibrinólise secundária. 15 Tempo de coagulação prolongado: deficiência de fatores da coagulação, presença de anticoagulantes. ↠ O tempo de coagulação do paciente diabético é maior, por isso a instrução para morder a gaze não é de apenas 15 minutos e sim de 20 a 30 minutos. Quadro de Lipotimia geralmente é causado devido a ansiedade, onde a pessoa perde o controle e começa a apresentar os sintomas. Quando isso acontece, o que fazer? Em primeiro momento, para tudo o que estiver fazendo e posiciona o paciente em posição onde a cabeça fique no mesmo nível do corpo para melhorar a circulação do cérebro, depois pedir para que o paciente respire fundo. Síncope: perda temporária de consciência, nessa fase não é possível conversação com o paciente, e muitas vezes o paciente tem espasmos musculares que aparentam uma convulsão, neste caso deve- se o quanto antes posicionar o paciente corretamente e realizar a ventilação com a seringa tríplice no rosto do paciente. Verificação de glicemia: somente em casos do paciente já possuir histórico com alterações glicêmicas. Paciente que nao comeu está mais sujeito a ter hipoglicemia. Cuidados Pós-operatórios: ● Não cuspir; ● Não fazer bochechos; ● Ingerir alimentos líquidos; ● Não ingerir alimentos quentes; ● Deitar com a cabeça mais inclinada em relação ao corpo; ● Não fazer esforços físicos; ● Não usar canudo para beber; ● Se houver sangramento colocar gaze no local e comprimi-la; ● Fazer compressa de gelo sobre o local sem colocar gelo diretamente na pele. A incisão com bisturi deve ser feita da Distal para mesial evitando possíveis dilacerações do tecido mole. O periósteo deve ser descolado usando o descolador molt, onde a parte pontiaguda é para realizar o início do descolamento e a parte mais arredondada para dar continuação do descolamento. Movimentos das alavancas: ● Movimento de cunha; ● Movimento de alavanca; ● Movimento de roda ou sarrilho (rotação). 16 Odontosecção: brocas cirúrgicas que vão separar as raízes do dente e facilitar sua remoção. Biópsias: Remoção de uma parte do tecido de um ser vivo para analisar microscopicamente em casos de anormalidade. A biópsia é o procedimento de diagnóstico tecidual mais preciso e deve ser feito em qualquer situação em que um diagnóstico definitivo não pode ser obtido por meio de procedimentos menos invasivos. Nome do exame que analisa este tecido: Anatomohistopatológico. Para examinar a lesão: apalpar, sondar, avaliar o geral. Côndilos: são simétricos, avaliar variações bruscas de tamanho. * Diplopia = visão dupla * Palidez, paciente passando mal, remover tudo da boca e posicionados em Trendelenburg. Indicações para biópsia (Peterson): ● Qualquer condição patológica persistente que não possa ser diagnosticada clinicamente, como: 1. Lesões sem causa identificável que persistam por mais de 10 a 14 dias. Independente do tratamento local; 2. Lesões intra-ósseas que parecem aumentar de tamanho; 3. Aumento do volume submucoso visíveis ou palpáveis sob mucosa clinicamente normal. ● Qualquer lesão em que há suspeitas de características relativas a lesão maligna ou potencialmente maligna: 1. Qualquer lesão que cresce rapidamente sem razão específica; 2. Lesões vermelhas, brancas ou pigmentadas da mucosa para as quais a causa ou diagnóstico não é evidente; 3. Lesões que estejam firmemente aderidas ou fixada às estruturas anatômicas adjacentes; 4. Qualquer lesão desconhecida em área de alto risco para o desenvolvimento do câncer. ● Confirmação de hipóteses diagnósticas clínicas ● Qualquer lesão que não responda ao tratamento clínico de rotina após um período de 10 a 14 dias, como: 1. Sinais de inflamação que persistem por longo período 17 2. Qualquer lesão que gera preocupação excessiva para paciente Características das lesões que geram suspeita de doença maligna: ● Sangramento: a lesão sangra a mínima manipulação; ● Duração:a lesão persiste há mais de 2 semanas; ● Eritroplasia: a lesão é totalmente avermelhada; ● Fixação: a lesão parece aderida às estruturas adjacentes; ● Taxa de crescimento: lesão mostra rápido crescimento; ● Induração: a lesão e os tecidos circundantes são firmes ao toque; ● Ulceração: lesão ulcerada. Regra básica: lesão que não regride entre 10-14 dias deve ser feito biópsia. Mucocele: glândulas que edemaciam com líquido seroso. Utilizar tesoura de metzembaum para divulsão e para descolar bordos e a glândula vai para fora sem romper. Existem 2 tipos de biópsia: ● Incisional; Indicado para lesões maiores, remove somente uma parte da lesão, é indicado para entidades patológicas muito amplas, múltiplas, de difícil acesso ou cedidas em tecidos que venham a ter complicações transoperatórias importantes. A lesão é removida em forma de cunha para facilitar a sutura, o material recolhido deve representar uma porção significativa da lesão e pelo menos um fragmento do tecido normal justaposto. ● Excisional; Indicado para lesões pequenas, o fragmento do tecido removido representa o todo de uma lesão pequena e isolada. A lesão é removida com uma incisão semilunar. Biópsia em língua: tecido muscular, para tirar a lesão devemos segurar a língua com gaze, se for pediculada deve aprofundar mais, se for superficial aprofundar menos. Fragmento da biópsia: colocar referencia, para ter uma base no exame anatomo histopatológico. Biópsia de tecido ósseo: colocar em formol 10%. Princípios em cirurgia oral menor (continuação) No segundo molar não pode-se realizar incisão reta, deve-se realizar a incisão em osso para não cair em tecido mole. Nesse local está o nervo alveolar inferior, por isso devemos manter cuidado na incisão nesta área. Ao realizar incisão reta pode-se atingir o nervo alveolar inferior e o nervo lingual, podendo causar lesões sérias. Se eu faço lesão saindo para o tecido vestibular eu vou atingir o osso, tendo um acesso mais fácil do que se atingir o tecido mole que pode ser lesionado e possui estruturas que causam lesões também. 18 Anestesia Troncular: ir com a agulha na posição dos pré molares do lado oposto ao local que vou anestesiar, para me aproximar do forame onde está o nervo alveolar inferior. Este forame tem abertura para “trás” por isso devemos posicionar a carpule 1 mm do plano oclusal, para depositar o anestésico o mais próximo possível deste forame. Anestesia Intraligamentar: utilizada apenas em cirurgia, pois ela faz uma lesão no ligamento e perde-se o dente, como em cirurgia já vai extrair o dente não tem problema. Feita com agulha curta porque é menos calibrosa. O Nervo Alveolar Posterior superior não atinge a raiz mesiovestibular do primeiro molar superior, por isso nessa área fazemos 2 bloqueios, um posterior e um mais anterior, pois o nervo alveolar médio superior atinge a mesiovestibular do primeiro molar, por isso um bloqueio mais anterior (para pegar o alveolar médio) e um mais posterior (para atingir o alveolar posterior). Temos que fazer 2 bloqueios, um vestibular e palatino (quando for no palato temos que ir entre a rafe mediana e a papila, em direção ao ápice, que é onde “entra” a inervação do dente, para bloquear a palatina) Pode complementar com infiltrativa? na mandíbula, por ela ser um osso compacto o liquido nao permeia o tecido, apenas nos anteriores, se for posterior tem q ser o bloqueio mesmo, podemos fazer o complemento anestesiando o nervo bucal. Anestesia do nervo bucal: na região de primeiro molar inferior com agulha em 45 graus no fundo de saco dar 1/3 de tubete, mas fazemos esse complemento apenas se o bloqueio não foi suficiente. Anestesia mentoniana: o forame mentoniano está localizado entre os dois pré molares inferiores, para isso entramos com a agulha entre os dois pré-molares, na região de fundo de saco e depositamos o anestésico ali, no máximo meio tubete, para evitar bolhas. A técnica mentoniana não substitui o bloqueio, mas se for por exemplo extrair um dente anterior (canino a canino) podemos dar só a mentoniana ou bi mentoniana e complementar na palatina, ai sim nao tem necessidade de dar a troncular. Com qual agulha faço anestesia na maxila? agulha curta, SEM dobrar agulha. Qual a indicação de cada lâmina para o procedimento? depende do local, locais mais amplos usamos lâminas mais amplas, locais estreitos usamos lâminas mais estreitas. Empunhar cabo de bisturi: empunhadura de caneta. Incisão preferencialmente fazemos de distal para mesial, para ter um controle melhor. Empunhadura do fórceps: coloca a palma da mão pra cima com dedão para frente para pegar o fórceps e usar o antebraço. 19 Objetivos da exodontia: limitar o dano causado pela doença e evitar sequelas de ordem geral ou local, favorecer a correção do déficit anatômico e funcional existente, contribuindo para a reabilitação pela prótese. Em exodontia devemos usar força controlada, para não fraturar nenhuma estrutura. Princípios fundamentais: acesso adequado, via desimpedida para a remoção do dente (ex: raiz do pré molar inferior com os dentes adjacentes voltados para raiz impedindo a remoção da raiz) e o uso da força controlada para evitar fraturas. Muitas vezes o paciente pode apresentar um foco infeccioso (edema, abcesso) que são chamados de inoportunidades temporárias, necessitando adiar a exodontia neste momento, tirar o paciente da fase aguda da infecção para aí sim realizar a extração. Grávidas necessitam de cuidados especiais, evitando o primeiro trimestre e o último trimestre da gravidez, para evitar consequências como parto imaturo. Exodontia via alveolar: preservando osso Exodontia via não- alveolar: remoção de parte do osso. Posição operatória: encosto das costas 45 graus para inferior para mandíbula ficar paralela ao plano horizontal. Para superior apenas inclinar um pouco mais, para a maxila ficar paralela ao plano horizontal. A ponta ativa do fórceps deve estar paralela ao longo eixo do dente, para não prejudicar os dentes adjacentes e obter uma preensão correta e firme. Movimentos do fórceps: Com o fórceps preso no limite entre esmalte e cemento fazemos os movimentos: 1. Intrusão; 2. Lateralidade; 3. Rotação (feita apenas em dentes unirradiculares sem curvaturas); 4. Avulsão A raiz residual altera a preensão, pois não temos a coroa, nesse caso é mais interessante utilizar os extratores, pois a raiz não está exposta para utilizarmos o fórceps e obtermos uma preensão correta. O extrator apoiamos no ligamento do dente e em crista óssea do dente em que vamos realizar a exodontia. Uma raiz de dente unirradicular sem curvaturas ou dilacerações, podemos fazer o movimento de rotação mesmo se o dente for posterior!! Quando não precisamos fazer inspeção alveolar? Em casos de acidentes anatômicos, exemplo: região de molar superior onde temos o seio maxilar, se fizermos a curetagem apical podemos invadir o seio maxilar e criar uma comunicação buco sinusal, neste caso devemos apenas fazer uma inspeção lateral do alvéolo, sem atingir o ápice. 20 Quando sabemos que pode-se parar de curetar? Quando sentimos que tem apenas tecido ósseo presente, sem alterações/irregularidades e sem presença de tecido mole. Quando utilizar incisão? Sempre que precisar melhorar o acesso cirúrgico. Se o sindesmotomo não for suficiente para facilitar o acesso, podemos fazer uma incisão no sulco. Após a extração de um dente e realizado inspeção alveolar, devemos realizar a manobra de Chompret (delicadamente com a pressão digital posicionar o tecido mole), aí sim fazemos a sutura e colocamos a gaze para o paciente morder por 20 a 30 minutos, para que ocorra a formação do coágulo (por isso 20 a 30 min), esse coágulo que vai ter células para ter a formação óssea correta. A gaze deve estar umedecida ou seca? tanto faz, podemos pensar no conforto do paciente. Deve-se lavar o local onde foi feito a exodontia com soro?Sim, para realizar uma limpeza, mas sempre que utilizarmos o soro devemos sugar e curetar novamente para poder formar o coágulo. Quando precisamos usar o soro para limpar? Quando for realizado algum procedimento que pode gerar resíduos, exemplo: odontosecção, deve irrigar com soro antes de sugar e curetar. Incisão ● Feita com bisturi, sendo a lâmina mais utilizada a de número 15; ● Deve ser feita de maneira contínua para evitar dilaceração do tecido. Realizar incisão da mesial para a distal pode perder o parâmetro, então o indicado é de distal para mesial. ● Deve ser firme, lesionando o periósteo sem dilacerar tecido o que gera hemostasia. Incisão envelope: incisão 2 dentes para frente e um para trás do dente que será exo, para que seja feito um retalho envelope (envelope pois uma aba fica descolada assim como a aba de um envelope). Incisão triangular e quadrangular: quando precisamos de acessos mais altos, fazemos um pra frente e um pra trás (triangular). Um pra frente relaxante e um pra trás relaxante (quadrangular). A relaxante tem que estar apoiada em tecido sadio. Incisão Semilunar: utilizada para quem tem prática pois limita o campo operatório. Descolamento: o periósteo deve ser descolado do osso com o descolador molt ou frier. Luxação com fórceps rompe o ligamento periodontal e faz uma pequena dilatação do alvéolo. 21 Broca diamantada pode ser utilizada em tecido ósseo? Nao, pois provoca muito calor, então não usar 4138 em tecido ósseo pois produz calor, lembrando que o uso de broca deve ser acompanhado de irrigação para diminuir a chance de necrose óssea. Comunicação buco-sinusal: Como ter certeza que ocorreu comunicação buco sinusal? tampar o nariz do paciente e deixá-lo de boca aberta, orienta o paciente a tentar soltar ar pelo nariz, se houver comunicação vai formar uma bolha na boca. Como resolver a comunicação buco sinusal? ● Realizar sutura bem oclusiva, unindo todos os bordos; Antes de fazer sutura devo criar uma barreira para preencher o alvéolo e aí sim fazer uma sutura o mais oclusiva possível. ● Usar material para colocar dentro do alvéolo: substitutos ósseos ou membranas. ● Utilizar esponja de fibrina: são indicadas para facilitar a coagulação e segurar o coágulo e podem ser usadas também para preencher o alvéolo em caso de comunicação (é mais em conta do que substitutos ósseos ou membrana). Seio maxilar é uma região com alta pressão, se deixar a comunicação lá por um dia, pode ocorrer infecção do seio por conta das milhares de bactérias presentes na boca, ai para fechar é mais difícil. Por conta de ter muita pressão no seio, se o paciente ficar assoando o nariz ou espirrando ele vai destruir a barreira que fizemos, por isso devemos aconselhar o paciente a não assoar o nariz durante 1 semana, espirrar de boca aberta e não realizar bochechos por 72 horas pelo menos. Retalhos: deve-se tomar cuidado ao realizar retalhos para manter o suprimento sanguíneo, tendo que possuir uma base ampla para um bom pós operatório. A base de cima deve ser maior que a base dos dentes. O início da relaxante não pode ser na papila, deve ser próximo a papila, mas não na papila, para não causar retração na papila e não alterá-la.
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