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Débora Felaço - 19104962 RESUMO 2 O MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVO Primordialmente, é fundamental perceber que, para entender o início do feudalismo é necessário ter uma percepção de como o mesmo começou, voltar atrás, e compreender sua descendência no modo de produção escravista. A antiguidade greco- romana sempre constituiu em um universo centralizado em cidades, porém, nunca foram predominantemente comunidade de artífices, mercadores ou negociantes, elas eram conglomerados urbanos de proprietários de terras. Era a agricultura que representava o setor inteiramente dominante da produção, fornecendo invariavelmente as principais fortunas das próprias cidades. Milho, azeite e vinho eram os três grandes produtos básicos do Mundo Antigo e nas cidades, as manufaturas permaneciam poucas e rudimentares, nunca iam além dos têxteis, cerâmica, vidro e mobília. Possuíam técnicas simples, a demanda limitada e o transporte era custoso. A antiguidade greco-romana era essencialmente mediterrânea e o comércio interlocal que a reunia só podia fazer por água, o transporte marítimo era o único meio inviável para troca de mercadorias a médios ou longas distâncias, sendo o Mediterrâneo que proporcionou adequado cenário geográfico para esta civilização. A escravidão em si já tinha existido sob várias formas através da Antiguidade no Oriente Próximo, porém, ela sempre foi juridicamente impura e tomava com frequência forma de servidão por débitos ou de trabalho penal, a qual formava uma categoria muito baixa, a de dependência e de falta de liberdade, que estendia bem acima na escala social. As Cidades-estados gregas foram as primeiras a ter uma escravidão absoluta na forma dominante, transformando o sistema auxiliar em um modo sistemático de produção e tornando a proporção de escravos e cidadãos livres na Atenas de Péricles era muito grande, formando uma subpopulação escrava. Agora, além do trabalho doméstico, o trabalho agrário também estava na mão dos escravos. Não era mais um trabalho servil, e sim uma condição polarizada da perda completa da liberdade. Esta mudança foi em seu correlato social ideológico do “milagre” econômico forjado pelo advento do modo de produção escravista. A condição para a possibilidade desta grandiosidade metropolitana na ausência de uma indústria municipal era a existência do trabalho escravo no campo, somente ele poderia liberar uma classe de proprietários de terra tão radicalmente de suas raízes de maneira a poder ser transmutada em uma cidadania essencialmente urbana e ainda assim continuar tirando suas riquezas do solo. A conexão que une o produtor rural imediato e o criador urbano de sua produção não era um laço habitual, e não era mediada pela localização da própria terra (como correu mais tarde na servidão a descritiva), ao contrário, era caracteristicamente um ato comercial e universal da compra de mercadorias realizadas nas cidades, onde o comércio escravo tinha seu próprio mercado. Por um lado, a escravidão representava a mais radical degradação rural imaginada do trabalho, que é a conversão de seres humanos em meios inertes de produção, por sua privação de todo direito social e sua legal assimilar são as bestas de carga. Por outro lado, a escravidão era simultaneamente a mais drástica comercialização urbana de trabalho, a total redução da individualidade do trabalhador ao objeto padronizado de compra e venda. A destinação da maior parte dos escravos na Antiguidade clássica era a do trabalho agrário. Sua reunião, locação e despacho era normalmente efetuada a partir dos mercados das cidades, assim, a escravidão era o vínculo que une a cidade o campo. Este ato causava o desmedido benefício da polis, uma vez que eles serviam para manter os baixos custos, podiam ser treinados e especializados com facilidade. Apesar da tecnologia começar a avançar e novas técnicas serem criadas, o trabalho escravo ainda continuava muito manual e rústico, o que causou um atraso e menos produtividade na região em comparação a outras, uma vez que, para os senhores, existiam outras prioridades acima do desenvolvimento econômico, como por exemplo a expansão territorial e a única visão e expectativa que tinham, era que o aumento dos ganhos dependia do modo de produção escravo.
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