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Procedimento Ope- racional Padrão POP/UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA/07/2019 Avaliação e Intervenção Nutricional em Terapia In- tensiva Neonatal Versão 2.0 UNC Procedimento Operacional Pa- drão POP/UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA/07/2019 Avaliação e Intervenção Nutricional em Terapia Inten- siva Neonatal Versão 2.0 ® 2019, Ebserh. Todos os direitos reservados Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh www.Ebserh.gov.br Material produzido pela Unidade de Nutrição Clínica / Ebserh Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação POP: Avaliação e Intervenção Nutricional em Terapia Intensiva Neo- natal – Diretoria – Unidade de Nutrição Clínica– Florianópolis: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2019. 37p. Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Nutrição clínica; 3 – neonatal EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Campus Universitário, Rua Professora Maria Flora Pausewang, s/nº Bairro Trindade | CEP: 88036-800 | Florianópolis- SC | Telefone: (48) 3721 - 9100 | http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufsc RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ Ministro de Estado da Educação OSWALDO FERREIRA Presidente da Ebserh MARIA DE LOURDES ROVARIS Superintendente do HU-UFSC/Filial Ebserh PAULO PEIXOTO PORTELLA Gerente Administrativo do HU-UFSC/Filial Ebserh FRANCINE LIMA GELBCKE Gerente de Atenção à Saúde do HU-UFSC/Filial Ebserh ROSEMERI MAURICI DA SILVA Gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFSC/Filial Ebserh MICHEL MAXIMINIANO FARACO Chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HU-UFSC/Filial Ebserh ANA CLÁUDIA BERENHAUSER TOMASI Chefe da Unidade de Nutrição Clínica do HU-UFSC/Filial Ebserh EXPEDIENTE Unidade de Nutrição Clínica Produção HISTÓRICO DE REVISÕES Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por alterações 01/08/2015 1.0 Trata dos procedimentos de avaliação e intervenção nutrici- onal Ana Cláudia Berenhauser Tomasi Daniela Felício 15/03/2019 2.0 Trata dos procedimentos de avaliação e intervenção nutrici- onal Ana Cláudia Berenhauser Tomasi Daniela Felício 1. Campo de aplicação • Unidade de Nutrição Clínica • Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) • Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) • Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa) 2. População atendida • Pacientes em tratamento na UTIN, UCINCo e UCINCa do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina 3. Local de atendimento • Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), Unidade de Cuidado Intermediá- rio Neonatal Convencional (UCINCo) e Unidade de Cuidado Intermediário Neo- natal Canguru (2º andar) 4. Materiais utilizados • Prontuário do paciente, ficha de acompanhamento enfermagem, e visitas diárias realizadas; • Fichas de avaliação nutricional (ANEXO 1) • Evolução na forma de SOAPs (ANEXO 2) • MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – PREMATURIDADE (ANEXO 3) • Manual de Orientações Nutricionais para Alta Hospitalar (ANEXO 4) 5. Método ROTINA DIÁRIA: • Preencher as fichas de avaliação nutricional sempre que houver pacientes novos (ANEXO 1); • Conferir as prescrições médicas para ver se há alguma alteração; • Se tiver alguma alteração de volume ou ausência de alguma mãe, passar a informação para o lactário; • Auxiliar na conferência do recebimento dos leites, quando estiver disponível. • Verificar se a copeira recolheu os jantares no canguru e desligou o equipamento; • Acompanhar as mamadas e ajudar a enfermagem a verificar a antropometria dos bebês; • Acompanhar a mãe no processo de ordenha diariamente, orientando-a, organizando para o lactário os horários de leite materno ou fórmula e a disponibilidade durante o dia/noite, para que este processo não fique prejudicado. • Acompanhar diariamente a evolução do Recém-Nascido (RN) desde a internação até sua alta, verificando ganho de peso ponderal, porcentagem e perda de peso ao nascer e em quanto tempo o RN recupera o peso de nascimento, aceitação de leite materno ou fórmula infantil (sob prescrição médica), início de dieta via oral, bem como todos os aspectos que houverem em relação a alimentação do bebê na internação e pós-alta. Preencher ficha de acompanhamento; • Verificar a aceitabilidade da dieta, seja por via oral ou enteral; • Nas consultas ambulatoriais, sempre que possível, conversar com as mães e orientar sobre dúvidas que podem acontecer após a alta hospitalar; • Atualizar a ficha de acompanhamento diariamente; • Acompanhar a mãe desde o início da internação do bebê na UTI-neonatal, verificando diariamente aspectos biológicos (alimentação/hidratação/evacuação/dor), assim como os aspectos psicológicos e emocionais, que podem interferir na produção do leite materno, na amamentação futuramente e no bem-estar da mãe e RN, esclarecendo possíveis dúvidas que houverem neste processo (cólicas/constituição do leite/alimentação materna/restrições alimentares, ordenhas, entre outros). • Evoluir o paciente semanalmente ou sempre que necessário com base em esquema proposto (ANEXO 2); • Realizar o mapa de dietas e imprimir três vias, sendo que duas ficam com o lactário e uma com a nutricionista da clínica. Imprimir as etiquetas de mamadeiras. O mapa e as etiquetas devem ser entregues ao lactário até as 13 horas do dia corrente; • Realizar o mapa de alimentação das mães, indicando onde se encontram e quais refeições realizam no hospital; • Realizar orientação de alta das mães e bebês, de acordo com especificidades do caso, construindo se necessárias orientações individualizadas; • Participar das reuniões semanais da equipe multiprofissional e de mães internadas; • Levar para as reuniões de equipe multiprofissional as fichas de acompanhamento dos RN preenchidas para a discussão dos casos; ANEXO 1 FICHA DE ATENDIMENTO NEONATO/MÃE ANEXO 2 NOTAS DE EVOLUÇÃO NA FORMA DE SOAP Notas de evolução clínica claras e bem organizadas fazem parte da elaboração de uma boa história clínica, continuada ao longo do tempo de ocorrência de um problema de saúde. A estrutura das notas de evolução é formada por quatro partes, conhecidas resumidamente como “SOAP” – que corresponde a um acrômio (originalmente em inglês) para “Subjetivo”, “Objetivo”, “Avaliação” e “Plano” –, detalhadas a seguir: SOAP “Subjetivo” Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as expressadas pela da mãe durante as visitas diárias, bem como informações pertinentes ao caso clínico do neonato. “Objetivo” Nessa parte são registrados os dados do exame físico (peso, comprimento, circunferências e outros) e os exames complementares, incluindo os laboratoriais disponíveis, bem como necessidades calóricas, de macronutrientes, e adequação de plano nutricional. “Avaliação” Após a coleta e o registro organizado dos dados e informações subjetivas (S) e objetivas (O), o profissional de saúde faz uma avaliação (A) mais precisa em relação ao problema, queixa ou necessidade de saúde, definindo-o e denominando-o. Nessa parte pode-se utilizar, se for o caso, algum sistema de classificação de problemas clínicos. “Plano” A parte final da nota de evolução SOAP é o plano (P) de cuidados ou condutas que serão tomados em relação ao problema ou necessidade avaliada. De maneira geral, podem existir quatro tipos principais deplanos: 1) Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnósticas necessárias para elucidação do problema, se for o caso; 2) Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas planejadas para a resolução ou manejo do problema da pessoa: dietas, mudanças de hábitos, entre outras; 3) Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento longitudinal e continuado da pessoa e do problema em questão; 4) Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram brevemente as informações e orientações apresentadas e negociadas com a família, em relação ao problema em questão. EVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO ESPECÍFICO EM UTI NEONATAL (PONTOS A AVA- LIAR): • Considerar aspectos da mãe e do bebê; • Fazer gasto calórico total, macronutrientes e volume; • Fazer o cálculo do quanto de energia, macronutrientes e volume que a criança está recebendo (considerar NP quando for o caso); • Fazer o cálculo da adequação da dieta; • Considerar menor peso, percentual de perda de peso, dias para recuperação do peso de nascimento e ganho de peso semanal; • Classificar bebê conforme antropometria do nascimento; • Relatar conduta de terapia nutricional com o neonato e alguma especificidade na alimentação da mãe em casos de alergias/intolerâncias alimentares. ANEXO 3 MANUAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL – PREMATURIDADE O número de crianças nascidas prematuras que sobrevivem aumentou expressivamente nas últimas décadas. Um dos fatores com grande impacto neste incremento foram os avanços na terapia nutricional (TN) do prematuro. Do ponto de vista nutricional, o recém-nascido prematuro necessita de grande aporte de nutrientes, para que se mimetize o crescimento que ele apresentaria intraútero, caso não houvesse nascido. Como ele também apresenta grande imaturidade enzimática, muitas vezes não é possível atender a esta demanda nutricional. A nutrição adequada do recém-nascido pré-termo tem por objetivos suprir as necessidades e promover crescimento e desenvolvimento adequados, sem causar efeitos indesejáveis, como acidose metabólica, persistência do canal arterial, enterocolite necrosante, hipercolesterolemia, hiperuremia e hiperamonemia, entre outros. As necessidades energéticas variam de 50 a 100 kcal/kg/dia, no final da primeira semana, e de 110 a 150 kcal/kg/dia, posteriormente. Prematuros extremos devem receber aproximadamente 110 a 130 kcal/kg/dia em nutrição enteral (NE) e 90 a 100 kcal/kg/dia em nutrição parenteral (NP). Via de regra, esses prematuros extremos são submetidos à terapia nutricional parenteral (TNP) e NE, podendo apresentar grandes complicações destas terapias. Em recém-nascidos, a quantidade real de NP administrada deve ser calculada (não estimada). A NE deve ser introduzida gradualmente e deve substituir NP tão rapidamente quanto possível, a fim de minimizar os efeitos colaterais da exposição. A ingestão inadequada de substrato na infância pode provocar a longo prazo efeitos negativos, propiciando aumento do risco de doenças na vida adulta. Trata-se de tema de alta complexidade porque na prematuridade não há homogeneidade clínica devido às diferentes idades gestacionais e possíveis restrições do crescimento intraútero, condições de saúde da gestante, das doenças associadas à prematuridade e modalidades da nutrição parenteral e enteral que modificam as necessidades fisiológicas do prematuro. Dessa forma, possibilita-se a individualização da TN do prematuro tendo como base a segurança e tolerância à alimentação, permitindo que a oferta de nutrientes seja ajustada de acordo com a fase do crescimento, as condições da doença e o real grau de depleção do nutriente envolvido. No Brasil, as recomendações nutricionais para prematuros encontram-se na publicação oficial do Ministério da Saúde do Brasil “Atenção à Saúde do Recém-Nascido: Cuidados com o recém-nascido pré- termo”, de 2011, que considera somente a nutrição enteral de prematuros com peso acima de 1.500g. Pode-se inferir que as necessidades nutricionais variam em função do peso ao nascimento, da idade gestacional e da presença de outros fatores como doenças associadas: displasia broncopulmonar, retinopatia da prematuridade, doença metabólica óssea, que por si só já demonstram a necessidade de uma atenção e recomendações específicas ao RN pré-termo. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA 1) PESO: O peso é a soma de todos os componentes corporais (água, gordura, ossos, músculos) e reflete o equilíbrio protéico-energético do indivíduo. Para aferição do peso em crianças é utilizado um tipo de balança: 1. Pediátrica: também conhecida como “pesa-bebê”, é utilizada para crianças menores de 24 me- ses. Constitui-se de uma bacia sobre a qual é colocado um pequeno acolchoado, onde a criança fica deitada. Tem capacidade máxima de 16kg e com precisão de leitura de 10g. Pode ser me- cânica ou eletrônica. A perda de peso esperada nos primeiros 3-5 dias de vida é de 5-10% dp peso nascimento nos RNT e de 10- 15% nos RNPT. 2) COMPRIMENTO: Em crianças menores que 2 anos: o comprimento é medido pelo infantômetro, no qual uma fita métrica encontra-se fixada em uma peça horizontal de madeira, metal ou plástico, que apresenta um dispositivo móvel acoplado em uma das extremidades e um outro dispositivo fixo na outra extremi- dade. Com a criança deitada, com as pernas relaxadas, apóia-se a cabeça, e a peça móvel é deslocada até tocar os pés da criança, que deverão estar alinhados permitindo a leitura do valor do comprimento da fita métrica. PERÍMETRO CEFÁLICO OU CIRCUNFERÊNCIA CEFÁLICA É uma medida que compõe a antropometria infantil por estar estreitamente relacionada ao tama- nho do cérebro. Pode ser usada como um índice de desnutrição crônica durante os primeiros 24 meses. A forma adequada de obtenção da medida é o posicionamento da fita métrica na porção posterior mais proe- minente do crânio (occipício) e na parte frontal da cabeça (glabela). Trata-se de uma importante medida para avaliar o crescimento e o desenvolvimento, especialmente em crianças nascidas prematuras. Sabe-se atualmente que a primeira medida que deve mostrar aceleração (catch up) é o perímetro cefálico, o que deve acontecer por volta dos 8 meses de vida Idade (meses) Média de circunferência cefálica (cm) Média de velocidade de cresci- mento (cm/mês) Nascimento 34,2 1,43 1 36,4 1,43 3 40,0 1,43 6 42,8 1,43 9 44,4 0,37 12 45,5 0,37 18 46,6 0,18 24 47,7 0,18 FONTE: WHO Child Growth Study (2006) INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS P/IG ➛ reflete a situação global, não diferenciando os comprometimentos nutricionais atuais ou agudos dos pregressos ou crônicos C/IG ➛ examina o crescimento linear, sendo afetado por agravos ao crescimento de caráter crônico, de longa duração. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL As medidas antropométricas podem ser relacionadas com os valores de referência de 3 maneiras diferentes: adequação percentual, percentis e z-scores. Em nosso meio, as adequações percentuais e o o z- score são os critérios mais utilizados. Os índices antropométricos mais amplamente usados, recomendados pela OMS e adotados pelo Ministério da Saúde na avaliação do estado nutricional de crianças e adolescen- tes, são: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM SITUAÇÕES ESPECIAIS Correção para prematuridade (até 2 anos) A idade cronológica deve ser corrigida para prematuridade se a criança tiver menos de 2 anos e se nasceu com menos de 37 semanas de gestação.* Idade cronológica (em meses) – meses de prematuridade = Idade corrigida Ex.: Admitindo-se que a Idade Gestacional é de 40 semanas, uma criança de 11 meses que nasceu com 28 semanas de gestação, ou seja, 12 semanas de prematuridade, seria registrada no gráfico subtraindo-se 3 meses. Sua idade corrigida seria então, 8 meses. * A Organização Mundial da Saúde(OMS) define pre-termo como criança nascida antes de 37 semanas de gestação. Avaliação conforme peso de nascimento: Peso ao nascimento (PN): é o primeiro peso obtido após o nascimento com a criança totalmente des- pida. • Baixo peso: todo RN com PN inferior a 2500g. • Muito baixo peso: RN com menos de 1500g. • Extremo baixo peso: RN com menos de 1000g. GRÁFICOS DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA O Projeto INTERGROWTH-21st foi um estudo multicêntrico, multi-étnico, de base populaci- onal, realizado entre 2009 e 2014, em oito áreas urbanas: Pelotas, Brazil; Shunyi, China; Nagpur, India; Turim, Italia; Parklands, Nairobi, Quênia; Muscat, Oman; Oxford, Reino Unido e Seattle, Estados Unidos. O objetivo principal foi estudar o crescimento, saúde, nutrição e desenvolvimento neuromotor desde 14 semanas de gestação até os dois anos de idade, utilizando o mesmo modelo conceitual dos Padrões Multi- cêntricos de Crescimento da OMS. Desta forma foram produzidos padrões prescritivos para idade gestaci- onal através de ultrassom, ganho de peso materno durante a gravidez, crescimento fetal, antropometria do recém nascido, crescimento pós-natal de recém nascidos pré-termo, e desenvolvimento cognitivo até os dois anos de idade. Estes instrumentos clínicos podem ser utilizados para avaliar e monitorar o bem estar materno e fetal, assim como a saúde e o bem-estar infantil, tanto a nível individual como populacional. CLASSIFICAÇÃO DOS ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS A seguir, são apresentados os pontos de corte para a avaliação do estado antropométrico de crian- ças e adolescentes segundo cada índice. A nomenclatura adotada para cada faixa de percentil ou escore z segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde. Destaca-se a evidência de que uma criança classificada entre os percentis 3 e 15 requer atenção especial do profissional de saúde e dos próprios cui- dadores. Deve-se dar atenção à evolução do crescimento da criança. Se a linha de crescimento, no gráfico, for descendente ao longo dos atendimentos, trata-se de um sinal de alerta, já que a criança está próxima de uma situação de baixo peso para idade ou de baixa estatura para idade. Logo, o intervalo entre os per- centis 3 e 15 (isto é, entre os escores z -2 e -1) é considerado uma faixa importante de vigilância de baixo peso. Contudo, não se adota mais a classificação de risco nutricional, como anteriormente (ANEXO 5). ANEXO 5 TERAPIA NUTRICIONAL NO PREMATURO O trato intestinal do RNPT é imaturo em suas funções fisiológicas: digestão, absorção e atividade imunológica. Consequentemente ocorre limitação da função digestiva, maior permeabilidade aos nutrientes parcialmente digeridos, facilidade de translocação bacteriana. As modalidades da TN não são isoladas e sim dependentes de uma série de variáveis, ou seja, evoluem de acordo com a idade gestacional, o quadro clínico, e também da capacidade digestória do RN, que compreende a digestão, absorção de nutrientes e a motilidade intestinal. É de extrema importância que as necessidades nutricionais dos recém-nascidos pré- termo sejam atingidas, o mais precocemente possível, tanto por via parenteral como enteral. A nutrição adequada dos pacientes prematuros, em especial os de muito baixo peso, é um dos as- pectos mais desafiadores dos cuidados neonatais. Apesar da via enteral (NE) ser a preferida, o risco de ECN e a intolerância alimentar podem retardar o início e o avanço da nutrição enteral. A nutrição enteral ade- quada deve preencher a recomendação do Comitê de Nutrição da Academia Americana de Pediatria, que preconiza a oferta de nutrientes para os prematuros necessária para permitir crescimento pós-natal seme- lhante ao crescimento intraútero de um feto normal com mesma idade pós-concepcional. Decisões sobre NE que incluem tempo de início, progressão, indicação de interrupção e modo de administração são con- troversas e quase sempre baseadas em preferencias individuais e/ou institucionais. O momento de transição da nutrição parenteral para a enteral é um período em que a desnutrição pode facilmente se instalar e por essa razão a monitorização do RN deve ser intensificada e individualizada. No caso da TN mista (nutrição enteral e parenteral), é importante ressaltar a necessidade do cálculo esti- mado das calorias e proteínas oriundas da nutrição enteral, seja leite materno cru de mãe para filho (prefe- rencialmente), leite materno de banco de leite, leite materno aditivado e/ou fórmula infantil Após o início da nutrição enteral mínima, a progressão do volume da dieta deve ser gradual até que o volume pleno seja alcançado e a nutrição parenteral descontinuada. A progressão diária é variável e de- pendente da experiência médica e /ou institucional, habitualmente entre 15-20 ml/kg/dia (para alcançar o total de ~ 160 ml/kg/dia). A meta é obter um ganho de peso diário de 15-20 g/dia. O leite humano é a primeira opção para iniciar a alimentação devido seu efeito tróficos no tubo gastrointestinal e efeitos pro- tetores contra ECN. O leite humano além de ter função de prover imunoglobulina A (IgA) ao intestino imaturo, também fornece hormônios (fator de crescimento epitelial, insulina), outros elementos imunitários (imunoglobulinas não-A), células vivas (linfócitos B e T, macrófagos) elementos nutricionais (nucleotí- deos, taurina, glutamina), que aceleram a maturação intestinal. Por todos estes motivos, o leite humano é de fundamental importância na nutrição enteral dos RNPT, especialmente nos gravementes enfermos. A fortificação do leite humano está indicada para otimizar a ingesta mineral e proteica quando o volume de dieta plena é alcançado (~100 ml/kg/dia). Na falta de leite humano, as fórmulas para prematuros devem ser utilizadas. Fórmulas para prematuros são nutricionalmente mais densas que as fórmulas para primeiro semestre, possuem fontes de macronutrientes específicas para a capacidade digestiva dos prematuros e ga- rantem ganho ponderal e mineralização óssea próximas às taxas intraútero. NUTRIÇÃO ENTERAL MÍNIMA (NUTRIÇÃO TRÓFICA) A integridade estrutural e funcional do trato gastro-intestinal depende da nutrição enteral. Quando esta não ocorre, ocorrem atrofia da mucosa intestinal com achatamento das vilosidades. A nutrição enteral mínima (volumes menores ou iguais a 10 ml/kg/dia) concomitante com a nutrição parenteral podem ser dados logo após o nascimento para crianças prematuras gravementes doentes. Achados relacionados à nu- trição trófica: • Estimula resposta hormonal do TGI; • Promove a maturação motora do TGI; • Menor intolerância alimentar; • Ganho de peso mais rápido; • Menos dias de nutrição parenteral; • Prevenção da enterocolite necrotizante. Prática: • Iniciar após o nascimento, assim que o paciente esteja estável, idealmente no segundo ou terceiro dia de vida; • Usar o leite materno ou fórmula num volume menor ou igual a 10 ml/kg/dia, a cada 3, 4, 6 ou 8 horas. • Os volumes podem ser aumentados quando a criança estiver pronta para nutrição enteral. Se a condição clínica se deteriorar e, a alimentação enteral não for apropriada, considerar a redução do volume para níveis tróficos. • Não utilizar a nutrição trófica em RN com suspeita de ou enterocolite confirmada, instabilidade hemodinâmica, em tratamento com indometacina, evidência de íleo, ou sinais clínicos de patologia intestinal. MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DA NUTRIÇÃO ENTERAL O método escolhido para cada paciente deverá ser individualizado com base na idade gestacional, condição clínica e adaptação à vida extrauterina. RN extremo baixo peso podem não tolerar alimentação enteral por longo período.Contudo, sempre que possível a via enteral é a preferida. A via enteral é geral- mente segura, mais barata, nutricionalmente mais completa, e mais fisiológica. Sugerimos iniciar com bai- xos volumes (nutrição trófica) assim que possível. Esta nutrição costuma ser bem tolerada antes que o RN seja capaz de assimilar uma nutrição signi- ficante via enteral. • Amamentação - viável a partir da idade gestacional de 32-34 semanas, quando a coordenação entre a sucção e deglutição passa a estar presente. • Mamadeira - A alimentação via mamadeira requer alguns cuidados como: 1. Temperatura: O leite materno ou fórmula devem ser oferecidos na temperatura corpórea ou ambiente. 2. Posição: A criança deverá ser apoiada de forma segura, reclinada ou sentada no colo do nutriz. 3. Esquema: Administração a cada 3 horas, ou de acordo com a demanda. • Sucção nutritiva fisiológica (por “dedo de luva”)– A ponta da sonda cortada é fixada com esparadrapo no dedo mínimo envulado com fixação na lateral interna. A outra extremidade da sonda é conectada a seringa com êmbolo, com leite cru ordenhado da mãe. É realizado treino de sucção, com 5 estímulos e uma pausa, com intervenções que dependem do tipo da disfunção oral para adequação da função da sucção, com dedo virado para baixo. O leite é empurrado conforme ocorre adequação do padrão de sucção pelo bebê, momento em que a polpa do dedo mínimo é voltada para o palato duro. Após o uso da “sonda-dedo”, o bebê é posicionado em seio materno. • Translactação - A relactação ou translactação funciona por meio de uma sonda que leva o leite (artificial ou não) para a boca do bebê enquanto ele está mamando no seio. O cano fino de silicone é preso a um recipiente onde está o leite e o cano é fixado com fita no seio materno para que ele entre na boca do bebê enquanto ele mama. Assim, ao sugar o leite do peito, o bebê também suga o leite da sonda. • Sonda orogástrica ou nasogástrica - Indicado para pacientes menores de 32 semanas de idade gestacional; crianças com dificuldade no mecanismo sucção-degluticão (portadoras de encefalopatia, hipotonia, anormalidades maxilo-facial); crianças com desconforto respiratório(por patologias cardíacas e/ou pulmonares). 1. gavagem 2. contínuo ALEITAMENTO MATERNO Devido às suas características nutricionais e imunológicas, o leite materno é considerado o melhor alimento para os recém-nascidos nos primeiros meses de vida. A Organização Mundial da Saúde, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses, e a manutenção da amamentação associada com alimentos complementares até o segundo ano de vida ou mais. Estima-se que mais de 1.500.000 de óbitos poderiam ser evitados em todo o mundo se as crianças fossem alimentadas dessa maneira. Além de desempenhar papel fundamental na sobrevida infantil, o leite materno também apresenta efeitos benéficos para a mãe e para a família. Dentre as principais vantagens destacam-se: - Melhor digestibilidade devido a menor carga de soluto, melhor relação lactoalbumina/caseína e presença de enzimas como a lipase, protease e amilase. Predomínio da alfa-lactoalbumina e ausência de beta-lactoalbumina cuja hidrólise é mais lenta e é altamente alergênica e responsável pelas cólicas do lactente. - Baixa quantidade de fenilalanina e tirosina, cuja metabolização é limitada no recém-nascido e presença de taurina que não existe no leite de vaca. - Em comparação com o leite de vaca, o leite humano contém maior quantidade de ácidos graxos de cadeia longa e poliinsaturados, essenciais para o desenvolvimento da retina e sistema nervoso central. - Contém vários componentes imunológicos (imunoglobulinas, lactoferrina, lisozima, fibronectina, etc.) que protegem o lactente contra uma série de doenças infecciosas, agindo diretamente sobre algumas bactérias patogênicas ou favorecendo o crescimento de uma flora intestinal que impede o desenvolvimento de agentes patogênicos. - Diminui a probabilidade do desencadeamento de processos alérgicos É seguro, pronto para ser consumido e na temperatura adequada. - A criança amamentada ao seio tem menor risco de obesidade, trabalha melhor a musculatura orofacial favorecendo o desenvolvimento adequado da arcada dentária. - Determina maior interação mãe/filho e forte ligação emocional que facilita o desenvolvimento da criança e seu relacionamento com outras pessoas. - Proporciona involução uterina materna mais rápida e consequentemente menor perda de sangue. - Protege a mãe contra anemia devido a menor sangramento no puerpério e maior período de amenorreia. - Está associada a menor risco materno de câncer de mama e de ovário. - É um método natural de planejamento familiar, com maior eficácia nos primeiros seis meses, quando a criança está em aleitamento materno exclusivo, em livre demanda, inclusive durante a noite, e a mãe ainda está em amenorréia (LAM – do inglês lactational amenorrhea method) Proporciona economia de dinheiro que possibilita melhor aproveitamento do orçamento familiar Diante das evidências dos benefícios do leite materno e da crescente preocupação com as reduzidas taxas de amamentação em todo o mundo, várias organizações estão empenhadas em promover o aleitamento materno. A OMS e o UNICEF, em 1989, publicaram uma declaração conjunta para a proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno contendo dez passos que os serviços materno-infantis devem seguir para o sucesso dessa prática. Em 1992, lançou-se a Iniciativa Hospital Amigo da Criança, uma estratégia para impulsionar a implantação dos dez passos em todas as maternidades. Além disso, o Método Canguru veio com intuito de melhorar este processo. Este consiste em uma assistência neonatal que implica contato pele a pele precoce entre a mãe e o recém-nascido de baixo peso, de forma crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo, desta forma, uma maior participação dos pais nos cuidados a seu recém-nascido. NECESSIDADES CALÓRICAS As recomendações das necessidades energéticas são baseadas no peso, idade gestacional corrigida e condição clínica. Como demonstrado na literatura, tanto a falta quanto o excesso de oferta energética são extremamente deletérias para o recém nascido pré-termo. No caso da TN mista (nutrição enteral e parenteral), é importante ressaltar a necessidade do cálculo diário/semanal (dependendo da gravidade do caso) estimado das calorias e proteínas oriundas da nutrição enteral, seja leite materno cru de mãe para filho (preferencialmente), leite materno de banco de leite, leite materno aditivado e/ou fórmula infantil. No caso da fórmula infantil, considerar o tipo de formulação (específica para prematuro ou não) e proteína (intacta, hidrolisada ou aminoácido livre). A somatória das ofertas da nutrição enteral e parenteral deverá atingir as necessidades diárias de nutrientes. As recomendações das necessidades energéticas são baseadas no peso, idade gestacional corrigida e condição clínica. Como demonstrado na literatura, tanto a falta quanto o excesso de oferta energética são extremamente deletérias para o recém-nascido pré-termo. Para o prematuro na fase estável de crescimento, uma oferta energética entre 110 e 135 kcal/kg/dia promove crescimento satisfatório, desde que a oferta proteica esteja adequada MACRONUTRIENTES Os macronutrientes são nutrientes necessários ao organismo em maiores quantidades e que conferem os valores de energia que os alimentos fornecem. São constituídos por carboidratos, proteínas e lipídios e a unidade de medida é o grama. Cada um dos macronutrientes essenciais exerce sua função específica no organismo e o equilíbrio alimentar do ser humano depende da proporção ideal entre eles. No que se refere as criançase adolescentes é importante avaliar a necessidade frente ao quadro clínico e diagnóstico apresentado na internação. NECESSIDADES PROTEICAS O reconhecimento das necessidades proteicas advém de estudos da composição fetal, comparação com o leite humano e resultados dos estudos clínicos através da técnica de balanço e do método fatorial, porém, todos apresentam algum tipo de limitação. A abordagem fatorial, que combina a estimativa das taxas de crescimento do feto com a idade gestacional e composição dos tecidos recém-formados, apresenta alguns inconvenientes porque desconsidera situações do ambiente extrauterino, como necessidade energética alterada em função da presença de doenças, modalidade da alimentação, entre outros fatores. As estimativas dos requerimentos que utilizam a comparação com o leite humano também são limitadas, em função da variação da composição do LH nas diferentes idades gestacionais, nas fases de lactação, e as diferenças entre a composição do leite das próprias mães. As estimativas das necessidades nutricionais mediante os resultados de estudos clínicos que incluem antropometria (ganho de peso, comprimento e perímetro cefálico), balanço de nitrogênio, concentrações de proteínas totais e ureia plasmática, são utilizadas com frequência, porém imprecisas para a determinação de valores de nutrientes para estas crianças. A partir de estudos sobre a incorporação fetal de proteínas, as necessidades proteicas para recém- nascidos pré-termo mudaram consideravelmente. Além disso, deve-se levar em conta também a qualidade da proteína ofertada, ou, em última análise, o seu perfil de aminoácidos, algo também bastante estudado em relação à proteína do leite humano.10;13 Uma oferta enteral mínima de 3g/kg/dia já é efetiva no crescimento de prematuros, ressaltando que esta oferta varia em relação ao peso de nascimento, sendo maior naqueles nascidos com menos de 1000 gramas. Já ofertas superiores a 4,5g/kg/dia podem causar efeitos colaterais indesejáveis nessas crianças. Atualmente recomenda-se para prematuros até 1.500g, em alimentação enteral plena, a ingestão de 3,5-4,5g (kg/dia) de proteína ou o equivalente a 3,2-4,1g/100 kcal, valores efetivos para se obter crescimento e desenvolvimento seguros (Tabela 6).1;7;8;13;17 Esse teor pode ser diminuído gradualmente até o RN atingir o termo. NECESSIDADES DE CARBOIDRATOS Os carboidratos são fontes energéticas essenciais para o crescimento. As necessidades destes nutrientes para os prematuros variam de 11,5 a 15g/kg/dia. Ofertas inferiores a 10,5g/100 kcal podem causar efeitos colaterais pela potencial falta de glicose em tecido cerebral. NECESSIDADES LIPÍDICAS Os lipídios são os macronutrientes com maior densidade energética, extremamente úteis na geração de energia, tanto para o metabolismo basal, como para o crescimento do recémnascido pré-termo. Além disso, eles são veículos para a absorção de vitaminas lipossolúveis. Na oferta lipídica devem estar presentes também os ácidos graxos essenciais (ácidos linoleico e alfa-linolênico) e os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (ácido araquidônico e docosaexaenoico). Para suprir as necessidades dos prematuros devem-se ofertar de 4,8 a 6,8g/kg/dia de lipídios (Tabela 6).1;6;7;18 A ESPGHAN orienta que o total de lipídios deve estar mais próximo ao limite superior. A composição de lipídios para prematuros deve conter: ácido linoleico, de 385 a 1700mg/kg/ dia; ácido alfa-linolênico, de 55 a 270mg/kg/dia; ácido araquidônico, de 18 a 45mg/kg/dia; e ácido docosaexaenoico, de 12 a 60mg/kg/dia. Nas fórmulas para prematuros o total de triglicerídeos de cadeia média deve ser no máximo 40% do total de lipídios, segundo a ESPGHAN. NECESSIDADES DE VITAMINAS E MINERAIS A incorporação de 60 a 90mg/kg/dia de cálcio minimiza o risco de doença metabólica óssea. É importante salientar que a absorção intestinal de cálcio é dependente dos níveis de vitamina D circulantes. Também é importante a relação entre o cálcio e fósforo, tanto para a absorção de ambos os minerais, como para sua deposição óssea. Para se obter este equilíbrio fisiológico, a relação dever ser de 2 para 1. Nas guias consultadas, a oferta de cálcio situa-se entre 120 e 230mg/kg/dia e a de fósforo, entre 60 e 140mg/kg/dia, respeitando-se a proporção citada anteriormente. ANEXO 6 NOME: ________________________________________________________________________ ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL PARA AMAMENTAÇÃO Abril 2018 Amamentar é muito mais que nutrir a criança. É um processo que envolve a interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe. Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o bom crescimento e desenvolvimento da criança, sendo capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de nutrientes até o segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. É importante saber que não existe leite fraco, e que cada mãe produz o leite ideal para o seu bebê. Com a amamentação o seu bebê terá uma digestão fácil, porque o leite materno é mais bem absorvido e tolerado pelo organismo do bebê, diminuindo as cólicas. Nos primeiros meses o bebê poderá mamar em livre demanda construindo seus horários. É importante que os horários entre uma mamada e outra não ultrapassem três horas, para que o bebê ganhe peso adequadamente. ORIENTAÇÕES DE ALIMENTAÇÃO MATERNA DURANTE AMAMENTAÇÃO 1. Beber aproximadamente uns três litros de água por dia, para suprir a necessidade hídrica da secreção láctea. 2. Consumir alimentos fonte de ferro (carnes, ovos, feijão, lentilha, entre outros), alimentos fonte de cálcio (sardinha, brócolis, couve, semente de gergelim). 3. Evitar café, chá preto, chocolate, alimentos com corante, alimentos light e adoçantes naturais. 4. Não consumir bebidas alcoólicas, nem fumar. 5. Não tomar medicamentos sem orientação médica, pois algumas drogas podem ser transmitidas para o leite. 6. Selecionar uma grande variedade de alimentos. Uma alimentação rica em hortaliças e frutas é sempre benéfica para o organismo. 7. Fazer uma alimentação fracionada em 6 vezes/dia, para garantir níveis glicêmicos constantes e nutrientes adequados. 8. Consumir cereais integrais. CÓLICAS Pode acontecer porque o aparelho intestinal do bebê ainda é imaturo. A tendência é que as cólicas desapareçam sozinhas com o tempo. Elas duram no máximo até 5 meses de idade. As cólicas também podem acontecer por que o bebê engole ar durante a mamada. A partir daí vem a necessidade de deixar o bebê na vertical por 10 minutos após cada mamada. O choro da cólica é diferente do normal, normalmente se parece com um grito e pode durar dias em alguns casos. Alimentos que podem causar cólica: Couve flor, brócolis, repolho, pimentão, feijão (dei- xar de molho em bastante água de um dia para o outro na geladeira, jogar a água fora, depois passar água quente, e cozinhar), leite de derivados, frutas cítricas (abacaxi, laranja, limão, acerola, mara- cujá, manga, morango, caqui, kiwi), pimenta, amendoim, frutos do mar. ** O ideal é retirar os alimentos suspeitos gradativamente, testando um a um, por alguns dias, e recolocando novamente até que consiga observar quais alimentos realmente podem estar cau- sando cólicas no bebê. Cada criança é única. Tenha um caderno de anotações para isto e anote nos dias de cólica forte qual foi sua alimentação naquele dia. ATENÇÃO Não ofertar chás, água e suco antes dos 6 meses de idade.Lembrando que para crianças prematuras deve-se usar a idade corrigida. Não ofertar alimentos até 6 meses de idade (corrigida para prematuros), apenas caso indicação médica ou nutricionista. Não ofertar farinhas industrializadas com açúcar/maltodextrina em mamadeiras ou na forma de mingau de nenhum tipo ou marca para crianças até um ano de idade, apenas o leite materno ou a fórmula láctea (quando necessário) são suficientes. Não dar sucos até 1 ano de idade. HIGIENIZAÇÃO DE MAMADERAS/MORDEDORES/BICOS (Pelo menos 3 vezes ao dia) 1. Escovar os frascos um a um, com sabão (ou detergente), eliminando todos os resíduos. Enxaguar bem e deixar secar sobre uma superfície limpa e desinfetada. 2. Lavar os bicos, arruelas e protetores por dentro e por fora, com água e sabão (ou deter- gente), escovando bem; 3. Enxaguar bem e deixar secar naturalmente em recipiente limpo e coberto. 4. Deixar ferver em água por 10 minutos ou mergulhar completamente todo o material na solução de hipoclorito de sódio a 0,02% e deixar de molho por 15 minutos em recipiente plástico com tampa, sendo um recipiente exclusivo para frascos e outro para bicos, arrue- las e protetores. 5. Enxaguar bem em água corrente e deixar secar naturalmente sobre uma superfície limpa e desinfetada. HIGIENIZAÇÃO DE MAMADEIRAS/MORDEDORES/BICOS (Todas as vezes) 1. Lavar com água e sabão; 2. Enxaguar bem e deixar secar naturalmente; 3. Guardar em local protegido. NOME: _______________________________________________________ ORIENTAÇÃO PARA ORDENHA E ARMAZENAMENTO DO LEITE MATERNO Siga os passos para o procedimento correto: 1. Faça a ordenha da sua mama, não esqueça de lavar as mãos antes de iniciar, utilizar máscara e touca para não haver nenhuma contaminação no seu leite. 2. Para armazenar seu leite utilize recipiente de vidro, esterilizado (ferva os vidros por 15 minutos e coloque secar com a “boca” virada para baixo em um pano limpo). Os recipientes devem ter tampa de plástico. 3. Coloque uma etiqueta no vidro com a data de coleta e com o horário do início da coleta. 4. O prazo de validade do Leite Materno Cru dura até 12 horas em geladeira e 15 dias no congelador 5. Quando alguém, na sua ausência, for oferecer o leite para o seu bebê, o frasco deverá ser retirado do freezer e descongelado, de preferência, na geladeira. 6. Amorne o leite em banho-maria (água quente em fogo desligado), agitando o vidro lentamente para misturar os seus componentes. O leite não deve ser fervido e nem aquecido em microondas, pois este tipo de aquecimento pode destruir os componentes do leite. 7. Amorne apenas a quantidade de leite que o bebê for utilizar. 8. O leite morno que sobrar deve ser desprezado. O restante de leite descongelado e não aquecido poderá ser guardado na geladeira e utilizado no prazo de até 12 horas após o descongelamento. O leite materno é o melhor alimento para o seu bebê. Ele deve ser oferecido exclusivamente até os seis meses de idade corrigida (no caso de bebês prematuros). A continuidade do aleitamento ma- terno deve ser até os 2 anos ou mais, conforme mãe e bebê desejarem. Em alguns casos em que a mãe precisar ficar longe do bebê, como retornar ao trabalho ou estudar ela pode ordenhar o seu leite para que alguém oferecer ao bebê.
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