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Políticas-Públicas-e-Legislação-Educacional-APOSTILA-1

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Complementação Pedagógica 
Coordenação Pedagógica – IBRA 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
 
 
 
Políticas Públicas e 
Legislação Educacional 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 
 
 
 
1 DEFININDO LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL ............................................... 04 
 
 
 
2 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA ................. 07 
 
 
 
3 A NOVA LDB E A EDUCAÇÃO BÁSICA ..................................................... 11 
 
 
 
4 EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA ...................................................................... 19 
 
 
 
5 O FUNDEB.................................................................................................... 28 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS.......................................... 31 
 
 
 
ANEXOS .......................................................................................................... 33 
 
 
 
3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar 
nosso trabalho. 
 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação 
dos nossos/ seus alunos. 
 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos 
serem os mais importantes para a disciplina. 
 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
"
4 
 
 
 
 
1 DEFININDO LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL 
 
 
 
 
A legislação da educação pode ser considerada como o corpo ou conjunto 
de leis referentes à educação, seja ela estritamente voltada ao ensino ou às 
questões à matéria educacional, como, por exemplo, a profissão de professor, a 
democratização de ensino ou as mensalidades escolares (MARTINS, 2008). 
 
Ainda assim, a partir da nova ordem geral da educação nacional, decorrente 
da Lei 9.394/96, poderíamos de alguma forma cogitar o uso das expressões legislação 
educacional e legislação de ensino. 
 
Quanto utilizarmos a expressão legislação educacional ou legislação da 
educação estaremos nos referindo à legislação que trata da educação escolar, nos 
níveis de educação (básica e superior) (MARTINS, 2008). 
 
Quando dizemos legislação educacional estamos nos referindo, portanto, de 
forma geral, à educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) 
e à educação superior. Assim, podemos nos referir apenas à legislação da educação 
básica ou à legislação da educação superior. 
 
Se desejo referir-me aos níveis de ensino fundamental e ensino médio, que 
formam à educação básica, podemos utilizar a expressão legislação do ensino 
fundamental ou legislação do ensino médio. 
 
Certo é que a legislação educacional pode ser, pois, tomada como corpo ou 
conjunto de leis referentes à educação. É um complexo de leis cujo destinatário é o 
homem trabalhador ou o homem consumidor (MARTINS, 2008). 
 
É este o sentido de legislação como legis data. A legislação se revela, 
sobretudo, em regulamentos ditos orgânicos ou ordenados, expedidos pelos 
magistrados em face da outorga popular. 
 
A legislação educacional, como nos parece sugerir, é uma disciplina de 
imediato interesse do Direito ou mais precisamente do Direito Educacional. Mas um 
olhar interdisciplinar dirá que ela é central na Pedagogia quando no estudo da 
organização escolar (MARTINS, 2008). 
 
 
 
 
"
5 
 
 
 
 
Por não termos alcançado, ainda, uma fase de pleno gozo de equidade, 
diríamos que a legislação educacional é até final do século XX a única forma de Direito 
Educacional que conhecemos e vivenciamos na estrutura e funcionamento da 
educação brasileira (MARTINS, 2008). 
 
Desta forma, a legislação educacional pode ser entendida como a soma de 
regras instituídas regular e historicamente a respeito da educação. 
 
Todas as normas educacionais, legais e infralegais, leis e regulamentos, 
com instrução jurídica, relativas ao setor educacional, na contemporaneidade e no 
passado, são de interesse da legislação educacional. 
 
Essas premissas nos levam a inferir que a legislação educacional pode ter 
uma acepção ampla, isto é, pode significar as leis da educação, que brotam das 
constituições nacionais, como a Constituição Federal, considerada a Lei Maior do 
ordenamento jurídico do país, às leis aprovadas pelo Congresso Nacional e 
sancionadas pelo Presidente da República. 
 
Pode, também, a legislação abranger os decretos presidenciais, as portarias 
ministeriais e interministeriais, as resoluções e pareceres dos órgãos ministeriais ou 
da administração superior da educação brasileira. 
 
Neste momento nos interessa o sentido da Legislação Educacional como ação 
do Estado sobre a educação, vista, pelo Estado-gestor, como política social. A 
legislação educacional é, portanto, base da sustentação da estrutura político-jurídica 
da educação e pode possuir duas naturezas: uma reguladora e uma regulamentadora. 
 
A partir de seu caráter, podemos derivar sua tipologia. Dizemos que a 
legislação é reguladora, quando se manifesta através de leis, sejam federais, 
estaduais ou municipais. As normas constitucionais que tratam da educação são as 
fontes primárias da regulação e organização da educação nacional, pois, por elas, 
definem-se as competências constitucionais e atribuições administrativas da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Abaixo das normas 
constitucionais, temos as leis federais, ordinárias ou complementares, que regulam o 
sistema nacional de educação (MARTINS, 2008). 
 
 
 
 
"
6 
 
 
 
 
A legislação reguladora estabelece, pois, a regra geral, a norma jurídica 
fundamental. Daí, o processo regulatório voltar-se sempre aos princípios gerais e à 
disposição da educação como direito, seja social ou público subjetivo. 
O principal traço da regulação é sua força de regular, isto é, poder, regularmente, ou 
que pode traduzido também pela democraticamente, estabelecer regras gerais de 
Direito ou normas gerais criadores de Direito. 
 
Quando dizemos que a educação é direito social ou que o acesso ao ensino 
fundamental é direito público subjetivo, a imperatividade normativa reside na origem 
da fonte de direito, a Constituição, seja Federal, Estadual ou Municipal. Por isso, 
uma vez aprovadas, as leis devem ser respeitadas e cumpridas. 
 
A legislação regulamentadora, ao contrário da legislação reguladora não é 
descritiva, mas prescritiva, volta-se à própria práxis da educação. 
 
Os decretos presidenciais, as portarias ministeriais e interministeriais, as 
resoluções e pareceres dos órgãos do Ministério da Educação, como o Conselho 
Nacional da Educação (CNE) ou o Fundo de Desenvolvimentoda Educação (FNDE) 
falam como serão executadas as regras jurídicas ou das disposições legais contidas 
no processo de regulação da educação nacional. A regulamentação não cria direito 
porque limita-se a instituir normas sobre a execução da lei, tomando as providências 
indispensáveis para o funcionamento dos serviços educacionais. 
Diríamos, em substância, que a estrutura político-jurídica da educação contida 
na Constituição Federal e nas Leis Federais regulam a estrutura político- jurídica da 
educação enquanto os decretos, as portarias, as resoluções, os pareceres, as 
instruções, enfim, prescrevem a forma de funcionamento do serviço educacional 
(MARTINS, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
7 
 
 
 
 
2 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL BRASILEIRA 
 
 
 
 
A preocupação em se criar leis específicas para a Educação no Brasil é bem 
recente. A constituição de 1824 tratava de princípios gerais sobre instrução primária 
gratuita a todos os cidadãos, com referências genéricas a respeito de colégios e 
universidades que ministravam Ciências, Belas Artes e Letras. Em 15 de novembro de 
1.827, foi publicada a primeira Lei Orgânica do Ensino no Brasil, entretanto, tornou-se 
praticamente inexequível, por não haver professores para efetivarem seus 
dispositivos. Nesse ano de 1827, foram instituídos pelo Decreto Imperial de 11 de 
agosto, os primeiros cursos jurídicos, um em São Paulo (Faculdade de Direito São 
Francisco) e outro em Olinda. Em 1834, mesmo com o fortalecimento das assembleias 
provinciais para legislarem sobre a instrução pública, ou ainda as reformas Couto 
Ferraz (1854) e Leôncio Correia (1879), poucas mudanças ocorreram na estrutura 
educacional durante o Império. 
 
A Constituição de 1891 facultou, em seus artigos, atribuições aos Estados 
brasileiros para que organizassem seus sistemas educacionais, dentro das normas 
constitucionais previstas, cabendo à União poderes específicos para legislar sobre a 
organização municipal do Distrito Federal, bem como, sobre o ensino superior. Ao 
Congresso foi atribuído, mas não privativamente, a criação de instituições de ensino 
secundário nos Estados e a competência de prover sobre a instrução secundária no 
Distrito Federal. 
 
 
 
Reforma do ensino nos Estados. 
 
Em decorrência dessa atribuição concedida aos Estados, a partir de 1920 teve 
início, em várias unidades da federação, movimentos de renovação educacional 
inspirados na escola nova europeia, sendo os mais significativos, a reforma 
Lourenço Filho no Ceará, em 1923; reforma Anísio Teixeira, na Bahia, em 1925; 
reforma Fernando de Azevedo, no Distrito Federal, em 1927 e a reforma Francisco 
Campos, em Minas Gerais, em 1928. 
 
 
 
 
 
 
"
8 
 
 
 
 
Criação do Ministério da Educação e Saúde. 
 
A revolução de 1930 provoca um grande anseio de renovação que se refletiu 
no âmbito educacional, com a criação, ainda naquele ano, do Ministério da 
Educação e Saúde. Sob inspiração do então ministro Francisco Campos, aconteceram 
duas reformas: a do ensino secundário e a do ensino superior, por meio de dois 
estatutos, ambos de 11 de abril de 1931: o decreto-lei 18.951 - Estatuto das 
Universidades Brasileiras - e o Decreto 18.952, que reorganizou a Universidade do Rio 
de Janeiro (REIS, 2005). 
 
A Constituição de 1.934 acolheu no capítulo V “Da família, da educação e da 
cultura” – o inciso II, destinado a regular especificamente a educação, considerada 
direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos. A 
Constituição de 1934 estabeleceu a competência da União para entre outras 
atribuições, fixar o plano nacional de educação, abrangendo todos os graus e ramos, 
comuns e especializados, com poderes de coordenar, fiscalizar, exercer ação supletiva 
onde fosse necessário e estimular a atividade educacional em todo o país. 
 
Assim, competia aos Estados e ao Distrito Federal organizar e manter os 
sistemas educativos em seus territórios, respeitando as diretrizes estabelecidas pela 
União. Ao Conselho Nacional de Educação - a ser organizado na forma da lei ordinária, 
cabia elaborar o plano nacional de educação, dependente do poder legislativo. 
Durante os três anos de vigência da Constituição, cuidou-se da elaboração do 
Plano Nacional da Educação, apresentado ao Congresso Nacional, sem, no entanto, 
ter sido por ele votado. 
 
A Constituição de 1937, inspirada em princípios centralizadores, restringiu a 
autonomia dos Estados, dando ênfase ao ensino pré-vocacional e ao profissional, 
considerando, em matéria de educação, o primeiro dever do Estado, sobretudo, às 
classes menos favorecidas. O Ministério da Educação e Saúde expandiu-se, criando 
o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP), por meio do qual firmava 
convênios para auxiliar os estados, no campo do ensino primário, integrado, em 
1942, ao Fundo Nacional do Ensino Primário (REIS, 2005). 
 
Em 9 de abril de 1942, na gestão do Ministro Gustavo Capanema, foi 
promulgada a Lei Orgânica do Ensino Secundário - conhecida como Reforma 
Capanema, que instituiu o primeiro ciclo secundário de quatro anos, ou curso 
 
"
9 
 
 
 
 
ginasial, e um segundo ciclo, de três anos, apresentando duas opções: curso 
clássico ou científico. Nos novos currículos previstos nesta Lei, predominavam o 
enciclopedismo e a valorização da cultura geral e humanística. Por influência da 
Segunda Guerra, esta Lei instituiu também a educação militar somente para alunos do 
sexo masculino. 
 
A Constituição de 1946 deu competência à União para legislar sobre diretrizes 
e bases da educação nacional, mantendo o capítulo da educação e da cultura, referido 
na Constituição de 1934. Os Estados voltaram a ter maior autonomia para 
organizar seus sistemas educacionais, mantendo os dispositivos sobre o ensino 
primário obrigatório, oficial e gratuito. 
 
A Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, criada com base em dispositivo 
constitucional, que regula a competência da União, entendeu que a função de 
legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional deveria constar de um texto 
legal único. Assim, o poder executivo, em 1948, encaminhou ao Congresso Projeto de 
Lei que originou muitos debates entre diferentes correntes educacionais, resultando 
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de nº 4.024/61, a primeira a tratar 
especificamente da educação nacional, após 15 anos da promulgação da Constituição 
de 1946 (REIS, 2005). 
 
A Constituição de 1967, com as alterações da Emenda Constitucional nº 1, 
de 17 de outubro de 1969, manteve a atribuição da União de legislar sobre diretrizes 
e bases da educação nacional. Assim, em 1971, o Congresso Nacional propõe 
alterações no ensino de 1º e 2º graus e à LDB vigente, nº 4.024/61. 
 
 
 
Lei 5.692/71 de 11 de agosto de 1.971. 
 
As alterações propostas têm início em maio de 1971, na Faculdade de 
Educação da Universidade de Brasília, onde numeroso grupo representante de 
diferentes estâncias educacionais de todo o Brasil, é convidado pelo então Ministro 
Jarbas Passarinho do Ministério da Educação e Cultura, a participar do “Curso de 
Especialização sobre o ensino de 1º e 2º graus”, com a finalidade de se elaborar o 
ante-projeto da lei de reforma do ensino, a qual redundou na Lei 5.692/71, também 
conhecida como “Reforma Passarinho”. 
 
 
"
10 
 
 
 
 
A Constituição de 1988, por sua natureza, exigiu uma nova lei para a 
educação, já dimensionada no substitutivo de autoria do Senador Darcy Ribeiro, 
com a colaboração do Senador Marco Maciel, dando origem ao projeto da atual LDB 
nº 9.394/96. 
 
A Lei 9.394/96 é considerada “uma prova de maturidade” no dizer do 
 
Presidente Fernando Henrique Cardoso, e uma revolução na educação brasileira, 
 
Após 25 anos de vigência da 5.692/71, a LDB busca o pleno 
desenvolvimentoda pessoa humana e suas inovações caracterizam um projeto para 
a educação, que visa a mobilizar toda a sociedade brasileira acompanhada de uma 
clara vontade política de mudar. Na discussão do projeto de lei no Senado, até chegar 
aos 91 artigos aprovados, defendeu-se ardorosamente o fortalecimento da 
descentralização e a democratização do espaço escolar como veremos no próximo 
tópico (REIS, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
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3 A NOVA LDB E A EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
 
 
Com a aprovação da Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), o dia 20 de dezembro de 1996 assinala um momento de transição 
significativo para a educação brasileira. 
 
Nessa data, completados 35 anos, revogou-se a 1ª LDB com as alterações 
havidas no período, entrando em vigor nossa 2ª LDB. O Chefe do Poder Executivo 
sancionou a Lei 9.394/96, denominando-a “Lei Darcy Ribeiro” e, com este ato, 
dividiu, formalmente, a conhecida história da Nova LDB: 
 
 Um primeiro momento, caracterizado por amplos debates entre as partes 
(Câmara Federal, Governo, partidos políticos, associações educacionais, 
educadores, empresários etc.) e outro, 
 
 Atrelado à orientação da política educacional governamental e assumido pelo 
professor homenageado. 
 
Na disputa entre o coletivo e o individual, entre a esfera pública e a esfera 
privada, entre os representantes da população e os representantes do governo, está 
vencendo a política neoliberal, dominante não só na dimensão global, mas também 
com pretensões de chegar a conduzir o trabalho pedagógico na sala de aula. 
 
Objetivo: a busca da qualidade (total), no sentido de formar cidadãos 
eficientes, competitivos, líderes, produtivos, rentáveis, numa máquina, quando pública, 
racionalizada. Este cidadão – anuncia-se – terá empregabilidade e, igualmente, será 
um consumidor consciente. A lei foi produzida, existe. 
 
Enquanto lei, resta-nos identificar, compreender e avaliar a intencionalidade 
de suas propostas, para a adoção das posturas pertinentes. 
 
Todavia, as recentes diretrizes e bases da educação nacional não têm o poder, 
por si só, de alterar a realidade educacional e, de modo especial, a formação inicial e 
continuada de professores, mas podem produzir efeitos em relação a essa mesma 
realidade, de tal modo “que, de acordo com Saviani (1990), numa avaliação 
posterior, podem ser considerados positivos ou negativos”. 
 
 
 
 
 
"
12 
 
 
 
 
De modo geral, “em alguns aspectos a legislação provoca consequências 
positivas; em outros, consequências negativas”. Daí a importância de encaminhar as 
questões essenciais sobre a formação dos profissionais da educação. 
 
Nós necessitamos de uma política pública de formação, que trate, de 
maneira ampla, simultânea, e de forma integrada, tanto da formação inicial, como 
das condições de trabalho, remuneração, carreira e formação continuada dos 
docentes. Cuidar da valorização dos docentes é uma das principais medidas para a 
melhoria da qualidade do ensino ministrado às nossas crianças e aos nossos jovens. 
E, de acordo com a Constituição, a “valorização” é conteúdo próprio do capítulo que 
trata da Educação, dispondo, em termos de princípio, sobre a “valorização dos 
profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei, plano de carreira para o magistério 
público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público 
de provas e títulos, assegurando regime único para todas as instituições mantidas pela 
União”. Estes princípios estão explicitados na Nova LDB. 
 
Por essas razões, procuraremos apontar os dispositivos legais inseridos na 
Nova LDB com algumas observações que possam ser consideradas nos estudos e 
reflexões sobre os rumos dos cursos e programas de formação de professores para 
a educação básica. 
 
Durante três décadas e meia, a estrutura e o funcionamento dos cursos de 
formação dos profissionais da educação tiveram por fundamento legal a 1ª LDB e suas 
alterações, sobretudo as introduzidas pelo Regime Militar. Com a edição da Lei n.º 
9.394/96, nova normatização começa a ser debatida e implementada. Assim, os 
cursos de formação dos profissionais da educação que vinham funcionando, agora 
objeto de reflexão e questionamento sob a Nova LDB, têm a moldura da legislação 
revogada. 
 
A Nova LDB, em um momento de transição normativa, fixa, em relação aos 
 
Profissionais da Educação, diversas normas orientadoras: 
 
 As finalidades e fundamentos da formação dos profissionais da educação; 
 Os níveis e o locus da formação docente e de “especialistas”; 
 Os cursos que poderão ser mantidos pelos Institutos Superiores de 
 
Educação; 
 
"
13 
 
 
 
 
 A carga horária da prática de ensino; 
 
A valorização do magistério e a experiência docente. 
 
Mais adiante trataremos desses temas, no entanto, para melhor 
compreendê-los, de início, faremos algumas referências aos níveis da educação 
escolar, pois a formação dos profissionais da educação básica é estruturada de acordo 
com as etapas desse nível de ensino. 
 
 
 
Níveis da Educação Escolar 
 
É de todo conveniente iniciar com uma visão ampla da organização da 
educação escolar brasileira, principalmente porque o Inspetor Escolar, para o qual é 
direcionada esta apostila, vai atuar sobremaneira nos níveis da educação básica. 
 
Assim, iniciamos por lembrar que a educação escolar brasileira se compõe 
de dois “níveis”: a educação básica, constituída de três “etapas” -- educação infantil, 
ensino fundamental e ensino médio e a educação superior. 
 
A par desses níveis da educação, os quais podemos chamar de “regulares”, 
a Lei nos contempla com outras modalidades de educação: a educação de jovens e 
adultos, a educação profissional e a educação especial. Em relação à educação 
escolar indígena, prevista nas disposições gerais, pela sua especificidade, há que 
ser regulamentada e tratada no quadro geral da formação de profissionais da 
educação, tendo em vista “manter programas de formação de pessoal 
especializado”, destinado à tais comunidades. 
A seguir, apresentaremos um quadro que procura retratar os níveis e 
modalidades da educação brasileira, nos termos dos artigos 21, 37, 39, 44, 58 e 78 da 
Lei n.º 9.394/96. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
14 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CARVALHO (2006) 
 
Obs: Observar que a educação fundamental ainda se apresenta com mínimo de 8 anos, porém, 
prevalece os 9 anos. 
 
 
 
Formação de Profissionais, Finalidade e Fundamentos 
 
A Nova LDB, ao estabelecer a finalidade e os fundamentos da formação 
profissional, utiliza a expressão formação de profissionais da educação e, mais 
adiante, refere-se à formação de docentes. Para melhor compreensão dessas 
expressões, utilizaremos o entendimento de Freitas (1992 apud Carvalho, 2006), 
"
15 
 
 
 
 
que nos parece apropriado para isso. Segundo esse autor, profissional da educação 
é “aquele que foi preparado para desempenhar determinadas relações no interior da 
escola ou fora dela, onde o trato com o trabalho pedagógico ocupa posição de 
destaque, constituindo mesmo o núcleo central de sua formação”. Portanto, não há 
identificação de “trabalho pedagógico com docência, (...) sendo este um dos 
aspectos da atuação do profissional da educação”. 
 
No entanto, ainda de acordo com Freitas (1992 apud Carvalho, 2006), há 
que se reafirmar que a formação do profissional da educação é a “sua formação como 
educador, com ênfase na atuação como professor”. 
 
A Lei coloca como finalidade da formação dos profissionais da educação 
“atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às 
características de cada fase de desenvolvimento do educando”. Assim, criar condições 
e meios para se atingir os objetivo da educação básica é a razão de serdos 
profissionais da educação. 
 
Formação com tal finalidade terá por fundamentos, segundo a Lei, “a 
associação entre teorias e práticas, inclusive mediante capacitação em serviço” e “o 
aproveitamento da formação e experiências anteriores”, adquiridas, estas, não só 
em instituições de ensino, mas também em “outras atividades”, que não do ensino 
(CARVALHO, 2006). 
 
 
 
Níveis e locus da formação docente 
 
Outra norma estabelece que “A formação de docentes para atuar na educação 
básica far-se-á em nível superior”. E, em decorrência disto, meta ambiciosa 
estipula que, após a Década da Educação, iniciada nos últimos dias de 
1997, “somente serão admitidos (na educação básica) professores habilitados em 
nível superior ou formados por treinamento em serviço”. É a primeira vez que nossa 
legislação contempla tal dispositivo. Difícil de se concretizar, mas vale pela intenção 
e por se constituir fonte de legitimação para os movimentos de reivindicação 
(CARVALHO, 2006). 
 
 
 
 
 
 
"
16 
 
 
 
 
Frente a esse prazo, e transitoriamente, é “admitida, como formação mínima 
para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do 
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”. 
 
Além das universidades e institutos superiores de educação, a formação 
docente poderá se dar também em outras instituições de ensino superior tais como 
faculdades integradas, faculdades isoladas e centros universitários. O Sistema Federal 
de Ensino, de acordo com o art. 8º do Decreto n.º 2.306, de 19/08/97, comporta as 
seguintes instituições de ensino superior, todas com possibilidade de participar, de 
alguma forma, do processo de formação de profissionais da educação: I – 
universidades; II – centros universitários; III – faculdades integradas; IV – faculdades 
e V – institutos superiores ou escolas superiores. 
 
 
 
Proposta Pedagógica 
 
Relacionada com essa problemática, outra inovação na LDB que diz respeito 
diretamente à formação do docente, consiste na participação deste na elaboração, 
execução e avaliação da proposta pedagógica da escola, primeira incumbência dos 
estabelecimentos de ensino e, ao mesmo tempo, expressão efetiva de sua 
autonomia pedagógica, administrativa e de gestão, respeitadas as normas e 
diretrizes do respectivo sistema. Agora, na escola, tudo começa, desde logo, pela 
elaboração da proposta pedagógica. Esse “é o passo primeiro, o ato originário da 
instituição. Tudo o mais deve vir depois. O que se deseja instaurar é o princípio da 
realidade pedagógica, que se funda na autonomia da escola”. O CEE, usando 
termos de Azanha, continua seu esclarecimento, dizendo, dentre outras coisas, que 
elaborar o projeto pedagógico é um exercício de autonomia. 
 
 
 
Formação de Profissionais de Educação 
 
A formação de profissionais de educação básica para administração, 
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação 
básica poderá será feita, diz o art. 64, em cursos de graduação em pedagogia ou em 
nível de pós-graduação, garantida, nessa formação, a base comum nacional. Mas 
 
 
 
 
"
17 
 
 
 
 
essa formação também poderá se dar nos ISEs, que manterão, entre outros, “cursos 
formadores de profissionais para a educação básica...” (art. 63, I). 
 
 
 
Prática de Ensino na Formação Docente. (art. 65) 
 
Na ordem de disposições gerais, a Nova LDB explicita aspectos da formação 
docente, incluindo “a prática de ensino de, no mínimo, trezentas horas”, consistindo 
essa prática, no dizer do Conselho Nacional de Educação (CNE), “o espaço por 
excelência da vinculação entre formação teórica e início da vivência profissional, 
supervisionada pela instituição formadora”. 
 
 
 
Outras Disposições Legais 
 
Finalizando, e de acordo com o espaço disponível, outras observações 
sobre o tema desenvolvido poderiam ser as seguintes: 
 
(1) Experiência docente (art. 67, § único) – merece destaque a disposição legal que, 
valorizando os profissionais da educação, coloca como pré-requisito, para o 
exercício profissional de quaisquer outras funções de magistério, “a experiência 
docente”; 
 
(2) Pedagogia sem formação docente: nas diversas normas da Nova LDB, não 
encontramos dispositivo que contemple a docência como base de formação no 
Curso de Pedagogia. Desta forma, parece-nos haver lacuna na Lei, ao exigir a 
docência para o exercício de funções de “especialistas” e, não, como base da 
formação do graduado em pedagogia: quer dizer, poderemos ter especialistas em 
educação sem formação docente; 
 
(3) Base comum nacional: o conceito de “base comum nacional”, originário dos 
encontros da ANFOPE, incorporado à Nova LDB, se, por um lado, supera o limitado 
conceito de currículo mínimo da legislação anterior, por outro, numa acentuada 
contradição, figura somente no Curso de Pedagogia (CARVALHO, 2006). 
Nas considerações de Severino (1997) acerca da nova LDB, pouca ênfase é 
posta no caráter participativo e democrático da gestão do sistema (omitiram-se as 
diretrizes claramente democratizantes na formação do Conselho Nacional de 
Educação, por exemplo), as exigências de qualidade, de compromisso social, de 
"
18 
 
 
 
 
projeto científico e cultural parecem valer apenas para as instituições públicas, os 
critérios de acompanhamento e de avaliação das instituições privadas de ensino estão 
mal delineados e pouco explícitos. Exemplo disso é a fraca cobrança da atuação dos 
órgãos colegiados na tomada de decisões a respeito da condução das atividades 
acadêmicas nas instituições de ensino superior privadas. Se é de se elogiar a 
autonomia que lei parece atribuir às instituições universitárias, é de se lamentar a 
soberania que fica implicitamente atribuída as mantenedoras das universidades 
particulares, onde a vontade dos donos é a única fonte das decisões, ainda que 
formalmente delineadas em termos legais. 
 
A emenda constitucional nº 14 que altera dispositivo referente à intervenção 
da União na gestão da educação nos Estados e Municípios e no seu financiamento, 
o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do ensino Fundamental e de 
Valorização do Magistério, a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
padecem da mesma ambiguidade. Além de terem atropelado a própria Lei,, já que a 
antecederam, traduzem muito mais a opção do grupo hegemônico do momento que 
a efetiva demonstração de uma política coerente e comprometida com as carências 
daqueles que mais precisam da educação. 
 
As implicações da nova LDB para as associações dos educadores encontram-
se no desafio que ela representa para novas etapas dessa luta sem fim por melhores 
condições de trabalho. Tratando-se de referência política e legal possível para o 
momento, a categoria do Magistério, sobretudo em sua modalidade sindical, deve dar 
continuidade a sua luta no sentido de exigir implementação efetiva de sua valorização, 
mediante medidas concretas de uma política educacional competente e coerente. A 
nova LDB deve ser tomada como instrumento não só de trabalho pedagógico, mas 
também de trabalho político para os educadores, para quem o compromisso com a 
construção da cidadania é, no meu entender, uma redobrada exigência. Nem sempre 
o discurso legal expressa adequadamente a legitimidade e muito menos é eficaz na 
consecução de seus objetivos declarados, mas, mesmo assim, pode e deve servir 
de estímulo e de roteiro para a ação 
compromissada com a legitimidade (SEVERINO, 1997). 
 
 
 
 
 
 
 
"
19 
 
 
 
 
4 EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA 
 
 
 
 
A expressão “Educação Profissional” é genérica e abrange vasta gama de 
processos educativos, de formação e de treinamento em instituições e modalidades 
variadas. 
Os termos educação profissional, ensino técnico, ensino profissionalizante, 
formação profissional, capacitação profissionale qualificação profissional costumam 
ser utilizados indistintamente na literatura e na prática. Referem-se tanto ao ensino 
ministrado nas instituições públicas e escolas regulares quanto a quaisquer 
processos de capacitação da força de trabalho, de jovens e adultos, ministrados por 
uma ampla variedade de cursos técnicos, de formação ou de treinamento, com 
natureza, duração e objetivos diferenciados. Estes cursos são oferecidos pelas 
instituições mais diversas, desde as organizações patronais que compõem o sistema 
S1, até instituições privadas ou públicas que atuam em áreas de capacitação e 
desenvolvimento de recursos humanos, instituições comunitárias ou sindicais, 
 
departamentos de recursos humanos de empresas, organizações não 
governamentais, etc. 
 
Esta indistinção terminológica que contribui para gerar confusão se origina 
no estágio de desenvolvimento da própria legislação concernente, já que o ensino 
profissional está passando por uma reforma que se iniciou em meados da década de 
1990, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e os 
instrumentos que a complementaram, tais como decretos, portarias, pareceres, 
normas, etc. Os capítulos mais recentes desta reforma foram a promulgação dos 
Decretos 5.154, em 23 de julho de 2004, e 5.224 e 5.225, em 1 de outubro de 2004, 
pelo Presidente Luis Inácio Lula da Silva. 
 
Até dia 23 de julho de 2004, a definição de Educação Profissional adotada 
oficialmente no país emanava do Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997, que, 
entre outros, regulamenta o art. 39 da Lei de Diretrizes e Bases, que trata 
especificamente da educação profissional, e era o principal instrumento jurídico do 
tema: 
 
 
1 
SESI, SENAI, SESC, SENAC 
 
"
20 
 
 
 
 
Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997, que regulamenta o art.39 da Lei de 
 
Diretrizes e Bases: 
 
Art. 3º A educação profissional compreende os seguintes níveis: 
 
I - básico: destinado à qualificação e reprofissionalização de trabalhadores, 
independente de escolaridade prévia; 
 
II - técnico: destinado a proporcionar habilitação profissional a alunos 
matriculados ou egressos do ensino médio, devendo ser ministrado na forma 
estabelecida por este Decreto; 
 
III - tecnológico: correspondente a cursos de nível superior na área 
tecnológica, destinados a egressos do ensino médio e técnico. 
 
Portanto, Educação Tecnológica refere-se a um nível da educação 
profissional, correspondente aos cursos de nível superior, destinados aos egressos do 
ensino médio e técnico, e regulamentados por dispositivos próprios, 
especialmente pelo decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997: 
 
 
 
Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997 
 
As disposições da Lei de Diretrizes e Bases foram regulamentadas pelo 
Decreto 2.208, de 17 de Abril de 1997, o principal instrumento jurídico da Educação 
Profissional, até 2004, que em verdade retoma uma discussão anterior à Lei de 
Diretrizes e Bases, engavetada com o projeto de lei 1603/96, trazendo mudanças 
significativas para a tradição de educação profissional, principalmente para o ensino 
técnico. 
 
Este Decreto descreve os objetivos da Educação Profissional dentro do 
pressupostos apresentados, prescrevendo que esta modalidade de educação é um 
ponto de articulação entre a escola e o mundo do trabalho; que tem a função de 
qualificar, requalificar e reprofissionalizar trabalhadores em geral, independente do 
nível de escolaridade que possuam no momento do seu acesso; que ela habilita 
para o exercício de profissões quer de nível médio, quer de nível superior; e, por último, 
que ela atualiza e aprofunda conhecimentos na área das tecnologias voltadas 
para o mundo do trabalho. 
 
 
 
"
21 
 
 
 
 
De acordo com os objetivos estabelecidos, define os níveis da educação 
profissional: básico, destinado a trabalhadores jovens e adultos, independente de 
escolaridade, com o objetivo de qualificar e requalificar; um segundo nível, o técnico, 
para alunos jovens e adultos que estejam cursando ou tenham concluído o ensino 
médio; e o terceiro, nível tecnológico, que dá formação superior, tanto graduação como 
pós-graduação, a jovens e adultos. 
 
O Decreto também trata da organização curricular. O nível básico, como 
educação não-formal, qualificante, mas que não habilita, não deve ter base curricular 
estabelecida formalmente. A educação profissional de nível técnico tem organização 
curricular própria, independente do currículo do ensino médio. Assim sendo, esta 
modalidade de educação profissional será sempre concomitante ou posterior à 
conclusão do ensino médio, mantendo, contudo, vínculo de complementaridade. 
 
Outro aspecto regulamentado é o que estabelece responsabilidades quanto 
à estrutura curricular, ou seja, a quem compete o quê na organização da estrutura 
curricular para a Educação Profissional. A União, através do Conselho Nacional de 
Educação, por proposta do Ministério da Educação, estabelece diretrizes 
curriculares nacionais que devem descrever competências e habilidades básicas, 
por áreas do setor produtivo, e indicar a carga horária mínima necessária para a 
obtenção de uma habilitação profissional em cada uma dessas áreas. Aos sistemas 
de ensino federal e estaduais cabe estabelecer o currículo básico, deixando, no caso 
da educação profissional, 30% da carga horária mínima para que as escolas possam 
renovar permanentemente seus currículos, independente de prévia autorização de 
qualquer órgão normativo - o que deverá agilizar as adequações da escola às 
demandas colocadas pelo avanço do conhecimento e pelas transformações do setor 
produtivo. 
 
Um outro aspecto inovador, no mesmo caminho da flexibilidade, é 
possibilidade de organização curricular por módulos, que implica a possibilidade de 
saídas intermediárias. 
Além disso, o Decreto 2.208/97 frisa que é necessária a criação de 
“mecanismos institucionais permanentes para fomentar a articulação entre escolas, 
trabalhadores e empresários, ou seja, para que os setores educacionais e produtivos 
 
 
 
"
22 
 
 
 
 
atuem organicamente no sentido de definir, estabelecer e rever as competências 
necessárias às diferentes áreas profissionais” (BERGER FILHO, 1999). 
 
Art.10 - Os cursos de nível superior, correspondentes à educação 
profissional de nível tecnológico, deverão ser estruturados para atender aos diversos 
setores da economia, abrangendo áreas especializadas, e conferirão diploma de 
Tecnólogo. 
 
Art. 11- Os sistemas federal e estaduais de ensino implementarão, através 
de exames, certificação de competência, para fins de dispensa de disciplinas ou 
módulos em cursos de habilitação do ensino técnico. 
 
O Decreto 5.154/2004, apesar de ter revogado o Decreto 2.208/97, não se 
atém a questões de definição já que está mais preocupado com a organização dos 
diversos níveis, e, portanto, na prática, continuam valendo as definições anteriores. 
O novo decreto diz o seguinte sobre educação tecnológica: 
 
Art. 5º - Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e 
pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne aos objetivos, características e 
duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais definidas pelo Conselho 
Nacional de Educação. 
 
 
 
Distinção entre educação tecnológica e educação sequencial: 
 
A Lei de Diretrizes e Bases inovou com a criação dos cursos sequenciais por 
campo do saber. Entretanto, conforme o Conselho Nacional de Educação, os cursos 
superiores de tecnologia não podem ser confundidos com os cursos sequenciais 
(Resolução N. 01/99 de 27 de janeiro de 1999, dispõe sobre os cursos sequências 
de educação superior nos termos do art. 44 da Lei 9.394/96). Tecnológicos e 
sequenciais possuem naturezas diferentes, com objetivos diversos. 
 
Os cursos sequenciais não são sujeitos a regulamentação curricular. Sãoorganizados para atender às necessidades dos cidadãos e das empresas. A 
flexibilidade é grande, dependendo das demandas. Dessa forma, não geram direitos 
específicos para além da certificação. 
 
Os Cursos Superiores de Tecnologia são legalmente cursos regulares de 
graduação, com Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional 
"
23 
 
 
 
 
de Educação, focados no domínio e na aplicação de conhecimentos científicos e 
tecnológicos em áreas de conhecimento relacionado a uma ou mais áreas 
profissionais. Permitem todo tipo de pós-graduação. Buscam o desenvolvimento de 
competências profissionais que possibilitem a correta utilização da tecnologia. O 
acesso ao curso de tecnologia ocorre como nos outros cursos de graduação: é 
aberto “a candidatos que tenham concluído o ensino médio” e “tenham sido 
classificados em processo seletivo”. 
 
A Constituição Federal de 1988 trata da Educação em seu Capítulo III – 
 
Seção I. 
 
Em seus dez artigos (205 a 214), seu espírito é de complementaridade entre 
as esferas de governo – federal, estadual e municipal, tendo salvaguardo em seu 
Artigo 22, XXIV que “Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases 
da educação nacional”. 
 
No Capítulo III, Seção I, o Art. 214 faz referência à formação para o trabalho: 
 
A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, 
visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à 
integração das ações do Poder Público que conduzam a: 
 
I - erradicação do analfabetismo; 
 
II - universalização do atendimento escolar; 
III - melhoria da qualidade de ensino; 
IV - formação para o trabalho; 
 
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. 
 
 
 
 
Segundo Lima Filho (2002), o nível de generalização da Lei de Diretrizes e 
Bases é tal que a torna menos importante como lei maior da educação nacional, isto 
é, as diretrizes e bases que reordenam de fato a educação caminham por fora da Lei 
de Diretrizes e Bases: nas medidas provisórias, emendas constitucionais, projetos 
de lei encaminhados pontualmente ao Congresso pelo Executivo e nas resoluções 
do Ministério da Educação. A Lei de Diretrizes e Bases tem, sobretudo, um papel 
legitimador das grandes reformas que estão sendo feitas com grande velocidade na 
 
"
24 
 
 
 
 
educação, tanto por iniciativa do Ministério da Educação, quanto de alguns estados 
e municípios. 
 
Em relação à Educação Profissional, a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 é 
considerada um marco na sua forma de tratamento, pela forma global com que o tema 
é tratado, e pela flexibilidade permitida ao sistema e aos alunos. 
 
Até então, a Lei de Diretrizes e Bases anterior, assim como leis orgânicas para 
os níveis e modalidades de ensino, sempre trataram da educação profissional apenas 
parcialmente. Legislaram sobre a vinculação da formação para o trabalho a 
determinados níveis de ensino, como educação formal, quer na época dos ginásios 
comerciais e industriais, quer posteriormente através da Lei 5.692/71, com o 
segundo grau profissionalizante. 
 
Na atual Lei de Diretrizes e Bases o Capítulo III do Título V – “Dos níveis e das 
modalidades de educação e ensino” − é totalmente dedicado à educação profissional, 
tratando-a como parte do sistema educacional. Neste novo enfoque a educação 
profissional tem como objetivos não só a formação de técnicos de nível médio, mas a 
qualificação, a requalificação, a reprofissionalização de trabalhadores de qualquer 
nível de escolaridade, a atualização tecnológica permanente e a habilitação nos níveis 
médio e superior. 
 
Enfim, regulamenta a educação profissional como um todo, contemplando as 
formas de ensino que habilitam e estão referidas a níveis da educação escolar no 
conjunto da qualificação permanente para as atividades produtivas. Embora a lei não 
o explicite, a educação profissional é tratada como um subsistema de ensino. 
 
Em seu Art. 39, a Lei de Diretrizes e Bases faz referência ao conceito de 
“aprendizagem permanente”. A educação profissional deve levar ao “permanente 
desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva”. E mais uma vez, também, destaca 
a relação entre educação escolar e processos formativos, ao fazer referência à 
integração entre a educação profissional e as “diferentes formas de educação”, o 
trabalho, a ciência e a tecnologia. O parágrafo único deste artigo e os artigos 40 e 42 
introduzem o caráter complementar da educação profissional e ampliam sua 
atuação para além da escolaridade formal e seu locus para além da escola. 
Finalmente, estabelece a forma de reconhecimento e certificação das 
competências adquiridas fora do ambiente escolar, quer para prosseguimento de 
 
"
25 
 
 
 
 
estudos, quer para titulação, de forma absolutamente inovadora em relação à 
legislação preexistente, permitindo a certificação de profissionais sem a necessidade 
de educação formal nos cursos. 
 
 
 
O Decreto 5.154/2004 
 
O Decreto 5.154 de 23 de julho de 2004, publicado no Diário Oficial da União 
em 26 de julho de 2004, regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 
9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases e revoga, em seu Art. 9º o Decreto 2208/97, até 
então o principal instrumento legal da educação profissional. 
 
Em essência é um decreto que introduz flexibilidade à educação profissional 
especialmente no nível médio, e dá liberdade às escolas e estados (no caso do nível 
médio) de organizar a sua formação, desde que respeitando as diretrizes do Conselho 
Nacional de Educação. 
 
O Decreto prevê o desenvolvimento da educação profissional através de 
cursos e programas, em três planos: formação inicial e continuada de trabalhadores 
- inclusive integrada com a educação de jovens e adultos; educação profissional de 
nível médio; e educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. 
 
Introduz alguns conceitos novos, como o de itinerário formativo: 
Art. 3º 
§ 1º ... considera-se itinerário formativo o conjunto de etapas que compõem 
a organização da educação profissional em uma determinada área, possibilitando o 
aproveitamento contínuo e articulado dos estudos 
 
E também estabelece a articulação do nível médio com o nível técnico de 
educação, em diferentes graus, que o decreto chama de integrado (quando o curso 
de nível médio é oferecido ao mesmo tempo que a formação técnica e o aluno tem 
matrícula única); concomitante (quando os cursos são dados separadamente, até em 
instituições diferentes); subsequente (quando a formação técnica é oferecida a quem 
já concluiu o ensino médio). 
O Decreto introduz a terminalidade em “etapas”, ou seja, várias vias de 
saída durante a formação técnica de nível médio e também a graduação 
tecnológica, sempre observando que o aluno tenha certificação da terminalidade 
"
26 
 
 
 
 
obtida e a possibilidade de continuar os estudos aproveitando a etapa cumprida. 
Este conceito, na verdade, é uma reedição da formação em módulos prevista no 
decreto 2.208/97 (ver acima). 
 
Art. 6º Os cursos e programas de educação profissional técnica de nível médio 
e os cursos de educação profissional tecnológica de graduação, quando 
estruturados e organizados em etapas com terminalidade, incluirão saídas 
intermediárias, que possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o 
trabalho após sua conclusão com aproveitamento. 
 
§ 1º Para fins do disposto no caput considera-se etapa com terminalidade a 
conclusão intermediária de cursos de educação profissional técnica de nível médio 
ou de cursos de educação profissional tecnológica de graduação que caracterize 
uma qualificação para o trabalho, claramente definida e com identidade própria. 
 
§ 2º As etapas com terminalidade deverão estar articuladas entre si, 
compondo os itinerários formativos e os respectivos perfis profissionais deconclusão. 
 
 
 
Os Decretos 5.224 e 5.225 de 1 de outubro de 2004 
 
O Decreto 5.224 de 1º de outubro de 2004 dispõe sobre a organização dos 
Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET). Com autonomia 
administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar, os CEFETs 
passam a poder atuar em todos os níveis da educação tecnológica, desde o básico 
até a pós-graduação, inclusive dedicando-se à pesquisa aplicada, prestação de 
serviços e licenciatura. 
 
Art. 2º Os CEFETs têm por finalidade formar e qualificar profissionais no 
âmbito da educação tecnológica, nos diferentes níveis e modalidades de ensino, 
para os diversos setores da economia, bem como realizar pesquisa aplicada e 
promover o desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em 
estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade, especialmente de 
abrangência local e regional, oferecendo mecanismos para a educação continuada. 
O Decreto 5225 complementa o Decreto 5224, dispõe sobre a organização 
do ensino superior e a avaliação de cursos e instituições. Ele transforma os CEFETs 
 
"
27 
 
 
 
 
em faculdades de tecnologia, com autonomia para criar, organizar e extinguir, em 
sua sede, cursos e programas de educação superior voltados à área tecnológica, 
assim como remanejar ou ampliar vagas nos cursos existentes nessa área (Art. 2 - 
§1) 
 
Art. 3º Os atuais Centros de Educação Tecnológica privados passam a 
denominar-se faculdades de tecnologia. 
Art. 4º Compete à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do 
Ministério da Educação a supervisão dos Centros Federais de Educação 
Tecnológica e das faculdades de tecnologia referidas no art. 3º. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
28 
 
 
 
 
5 O FUNDEB 
 
 
 
 
A Emenda Constitucional n.º 53/06, que criou o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da 
Educação - FUNDEB - aprovada em 06 de dezembro de 2006, tem por objetivo 
proporcionar a elevação e uma nova distribuição dos investimentos em educação. 
 
Esta elevação e nova distribuição ocorrerão devido às mudanças relacionadas 
às fontes financeiras que o formam, ao porcentual e ao montante de recursos que o 
compõem, e ao seu alcance. 
 
Com as modificações que o FUNDEB oferece, o novo Fundo atenderá não 
só o Ensino Fundamental (6/7 a 14 anos), como também a Educação Infantil (0 a 5/6 
anos), o Ensino Médio (15 a 17 anos) e a Educação de Jovens e Adultos. O 
FUNDEF, que vigorou até o fim de 2006, permitia investimentos apenas no Ensino 
Fundamental nas modalidades regular e especial, ao passo que o FUNDEB vai 
proporcionar a garantia da Educação Básica a todos os brasileiros, da creche ao 
final do Ensino Médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua 
infância. 
 
O FUNDEB terá vigência de 14 anos, a partir do primeiro ano da sua 
implantação. Os porcentuais de contribuição dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios para o FUNDEB sobre as receitas de impostos e transferências 
especificadas pela Ementa Constitucional n.º 53/06, elevar-se-ão gradualmente, de 
forma a atingir 20% em três anos, quando então o FUNDEB estará plenamente 
implantado. 
 
Estimativas do Governo Federal apontam para um montante de receitas de 
impostos e transferências dos Estados e Municípios de cerca de R$ 51 bilhões e de 
uma parcela de complementação da União de cerca de R$ 5,0 bilhões em 2009, 
quando o FUNDEB estiver totalmente implantando. O universo de beneficiários do 
Fundo é da ordem de 48 milhões de alunos da Educação Básica. (ainda não saíram 
os dados atualizados). 
No âmbito de cada Estado e do Distrito Federal foi criado um Fundo (para 
efeito de levantamento das matrículas presenciais e de distribuição dos recursos). 
 
"
29 
 
 
 
 
Entretanto, o FUNDEB não é considerado Federal, Estadual, nem Municipal, por se 
tratar de um Fundo de natureza contábil, formado com recursos provenientes das 
três esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal); pelo fato da arrecadação e 
distribuição dos recursos que o formam serem realizadas pela União e pelos 
Estados, com a participação do Banco do Brasil, como agente financeiro do Fundo 
e, por fim, em decorrência de os créditos dos seus recursos serem realizados 
automaticamente em favor dos Estados e Municípios de forma igualitária, com base 
no número de alunos. 
 
Esses aspectos do FUNDEB revestem-no de peculiaridades que transcendem 
sua simples caracterização como Federal, Estadual ou Municipal. 
 
Assim, dependendo da ótica com que se observa, o Fundo tem seu vínculo 
com a esfera Federal (a União participa da composição e distribuição dos recursos), 
a Estadual (os Estados participam da composição, da distribuição, do recebimento e 
da aplicação final dos recursos) e a Municipal (os Municípios participam da 
composição, do recebimento e da aplicação final dos recursos). 
 
A regulamentação do FUNDEB deu-se através de medida provisória (M.P. 
n.º 339/2006), publicada no DOU em 29/12/06. A utilização deste instrumento para 
regulamentar o FUNDEB teve como objetivo apressar o repasse dos recursos, tendo 
em vista que a E.C. n.º 53/06 só foi publicada em 20/12/06; o envio de um projeto de 
lei poderia atrasar o repasse dos recursos do Fundo no exercício de 2007. 
 
Como consequência da utilização de Medida Provisória para regulamentar o 
FUNDEB temos o risco de perda de sua eficácia, se a mesma não for convertida em 
Lei no prazo de sessenta dias, prorrogáveis uma única vez, por igual período, não se 
computando neste prazo os períodos de recesso (Constituição Federal, art. 62, §§ 
3.º, 4.º e 7.º). 
 
Vale lembrar ainda que a M.P. n.° 339/06 não revogou todos os dispositivos 
da lei n.º 9.424/96 (a qual dispõe sobre o FUNDEF). Continuam ainda em vigor os 
artigos do 9.º ao 12, 14 e 15, dispositivos dessa Lei que tratam, entre outros assuntos, 
de: 
 
 Plano de Carreira e Remuneração do Magistério; 
 
 Cumprimento do art. 212 da Constituição Federal; 
 
 
"
30 
 
 
 
 
 Competência dos Tribunais de Contas para estabelecer mecanismos adequados 
à fiscalização do cumprimento pleno do disposto no art. 212 da Constituição 
Federal; 
 
 Salário-Educação. 
 
Uma das muitas novidades trazidas pela E.C. n.º 53/06, para a valorização dos 
profissionais de educação e para combater a falta de professores e funcionários nas 
escolas, foi a referência a pisos salariais, tanto para os profissionais da educação 
escolar pública quanto para os profissionais do magistério público da educação básica 
(art. 206, VIII, da Constituição Federal, art. 60, III). A primeira referência remete para 
lei federal a definição de um piso salarial nacional para os profissionais da educação 
escolar pública. 
 
Na segunda referência, a Emenda Constitucional delegou a tarefa de fixar 
prazo para o envio e aprovação de lei federal específica sobre o piso salarial 
profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica 
para a lei regulamentadora. A Medida Provisória n.º 339/06 estabeleceu o prazo de 
noventa dias para o envio do projeto de lei e um ano para sua aprovação, contados de 
sua publicação (28/12/2006). A apresentação do projeto ao Congresso Nacional deve 
ser feita, portanto, até o dia 29/03/2007. 
 
Os recursos do FUNDEB serão distribuídos entre o Distrito Federal, os 
Estados e seus Municípios, considerando-se exclusivamente as matrículas presenciais 
efetivas, nos respectivos âmbitos de atuação prioritária, conforme os §§ 
2.º e 3.° do art. 211 da Constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"
31 31 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS 
 
 
 
AGUIAR, M.A. Institutos superiores de educação na nova lei de diretrizes e bases daeducação nacional. In: BRZEZINSKI, I. (Org.). LDB interpretada: diversos olhares 
se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997. p. 159-60. 
 
BERGER FILHO, Ruy Leite. Educação profissional no Brasil: novos rumos, artigo 
publicado na Revista Iberoamericana de Educación - Número 20, Maio/Agosto 
1999. Organización de Estados Iberoamericanos. 
 
BOYARD, Aluízio Peixoto e outros. A Reforma do Ensino: LDB 5.692/71. São 
Paulo: Ed. LISA, 1972. 
 
BRASIL. Cartilha do FUNDEB. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Principais 
Mudanças em Relação ao FUNDEF –Brasília: MARÇO DE 2007. 
 
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer No. CES 968/98 de 
17.12.98. Brasília, 1998. p. 1. Retificação do Parecer CES 672/98, tratando de 
Cursos Sequenciais no Ensino Superior. 
 
BRASIL. Lei 11.274 de 06 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 
32 e 87 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e 
bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino 
fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. 
 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 
de dezembro de 1996. 
 
CARVALHO, Djalma Pacheco de. Nova lei de diretrizes e bases e a formação de 
professores para a educação BÁSICA. Revista Ciência e Educação, 2006 (146)1. 
 
ENCICLOPÉDIA MIRADOR (1972). Rio de Janeiro: Enc. Britânica do Brasil 
Publicações Ltda, v. 7, p. 1195. 
 
GATTI, B. A. Curso de pedagogia em questão ou a questão da formação dos 
educadores. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 1998. (mimeo. 6) 
 
LIMA FILHO, Domingos Leite. Impactos das recentes políticas públicas de educação 
in: Revista Perspectiva, Florianópolis, v.20, n.02, p.269-301. jul/dez.2002. 
 
MARTINS, Vicente. O que legislação educacional (2008). Disponível em: 
<direitonet.com.br> Acesso em: 15 ago. 2010. 
 
NISKIER, Arnaldo. LDB nº 9.394/96 - A Nova Lei da Educação: uma visão Crítica. 
Rio de Janeiro: Ed. Consultor, 3. ed., 1996.
32 32 
 
 
 
 
 
 
 
REIS, Amélia Salazar dos. Breve História da Legislação Educacional no Brasil 
(2005). Disponível em:<http://www.cefetsp.br/edu/eja/historia_legislacao_brasil.doc> 
Acesso em: 22 ago. 2010. 
 
SAVIANI, D. A Nova Lei de Diretrizes e Bases. In: Pro-Posições, Campinas, n. 1, p. 
7-13, mar. 1990. 
 
SEVERINO, Antonio L. sobre a nova lei de diretrizes e bases da educação nacional. 
Suplemento de Educação. Jornal da APEOESP, março, 1997. 
 
SOUZA, H. J. de. Como se faz análise de conjuntura. 13.ed. Petrópolis: Vozes, 
1993.
http://www.cefetsp.br/edu/eja/historia_legislacao_brasil.doc
33 33 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
DOCUMENTOS FEDERAIS IMPORTANTES 
 
 
 
 
DOCUMENTO ASSUNTO PUBLICAÇÃO 
Lei Federal n° 
8.069/90 
Estatuto da Criança e do Adolescente Título I 
(Capítulos IV e V) (Consultar a Lei 11.185/2005) 
D.O.U. 
13/07/90 
 
 
 
 
Lei Federal nº 
9.394/96 
Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. (Título I - Da Educação; Título II - Dos 
princípios e fins da educação nacional; Título III - 
Do direito à educação e do dever de educar (atrs 
6º e 7º); Título IV - Da organização da educação 
nacional (Art 8º ao 20);Título V - Dos níveis e das 
modalidades de educação e ensino (art 21 ao 60) 
e Título VI - (arts. 61,62,64,65 e 67) 
 
 
 
 
D.O.U. 
23/12/96 
 
Lei Federal nº 
9.475/97 
Dá nova redação ao art. 33 da Lei nº 9.394/96 que 
estabelece as diretrizes e bases da Educação 
Nacional. 
 
D.O.U. 
23/07/97 
 
 
Lei Federal nº 
10.287/2001 
Altera dispositivo da Lei nº 9394/96 de 20 de 
dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional. Art.12 da Lei n° 
9394/96 inciso VIII. 
 
 
D.O.U. 
21/0/2001 
 
 
Lei Federal nº 
10.793/2003 
Altera a redação do art. 26, do § 3º do art. 92 da 
Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, que 
"estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional" (Educação Física obrigatória, facultativa 
em alguns casos). 
 
 
D.O.U. 
02/12/2003 
 
 
Lei Federal nº 
10.639/2003 
Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, 
que estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, para incluir no currículo oficial da Rede 
de Ensino a obrigatoriedade da temática "Historia 
e Cultura Afro-Brasileira". 
 
 
D.O.U. 
10/01/2003 
 
 
Lei Federal nº 
11.114/2005 
Altera os artigos: 6º, 30, 32, 87da Lei nº 9394/96, 
de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de 
tornar obrigatório o início do ensino fundamental 
aos seis anos de idade. 
 
 
D.O.U. 
17/05/2005 
Lei Federal nº 
11.161/2005 
 
Dispõe sobre o ensino da língua espanhola 
D.O.U. 
08/08/2005 
 
 
 
Lei Federal nº 
11.274/2006 
Altera a redação dos arts. 29; 30; 32 e 87 da Lei nº 
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) 
anos para o ensino fundamental, com matrícula 
obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. 
 
 
 
D.O.U. 
07/02/2006 
34 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei Federal nº 
11.183/2005 
Dá nova redação ao inciso II do caput do art.20 da 
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que 
estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. 
 
 
D.O.U. 
06/10/2005 
 
 
Lei Federal nº 
11.331/2006 
Acrescenta parágrafo ao art. 44 da Lei nº 9.394, de 
20 de dezembro de 1996, que estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional, com 
relação a processo seletivo de acesso a cursos 
superiores de graduação. 
 
 
D.O.U. 
26/07/2006 
 
 
Lei Federal nº 
11.525/2007 
Acrescenta parágrafo 5º ao art. 32 da Lei nº 
9394/1996, para incluir conteúdo que trate aos 
direitos das crianças e dos adolescentes no 
currículo do ensino fundamental. 
 
 
D.O.U. 
26/09/2007 
 
 
Decreto-lei nº 
1.044/69 
Dispõe sobre o tratamento excepcional para 
alunos portadores de afecções que indica. (Ler 
Parecer CEB/CNE nº 06/98 e CNE/CEB nº 
31/2002). 
 
 
D.O.U. 
21/10/69 
 
 
Decreto nº 
5.154/2004 
Regulamenta o parágrafo 2º do artigo 36 e os 
artigos 39 a 41 da LDB e revoga o Decreto 
2208/97. (consultar o Parecer CNE/CEB nº 
39/2004) 
 
 
D.O.U. 
26/07/2004 
 
Parecer 
CEB/CNE nº 
06/98 
Entendimento a respeito da vigência do Decreto nº 
1.044/68, que dispõe sobre o tratamento 
excepcional para os portadores de afecções. 
Consultar Parecer CEB/CNE nº 31/02 
 
 
D.O.U. 
27/04/98 
Parecer 
CEB/CNE nº 
31/2002 
 
Consulta tendo em vista o art. 24, inciso VI e o art. 
47, § 3º da LDB. 
 
D.O.U. 
04/10/2002 
 
Parecer 
CEB/CNE nº 
39/2004 
Aplicação do Decreto nº 5.154/2004 na Educação 
Profissional Técnica de Nível Médio e no Ensino 
Médio. (Ler Resolução CNE/CEB Nº 01/2005 e 
Parecer CNE/CEB Nº 35/03 ) 
 
 
D.O.U. 
07/11/2005 
 
Parecer 
CEB/CNE nº 
06/2005 
Reexame do Parecer CNE/CEB nº 24/2004, que 
visa o estabelecimento de normas nacionais para 
a ampliação do Ensino Fundamental para nove 
anos de duração. 
 
 
D.O.U 
14/07/2005 
 
 
Parecer 
CEB/CNE nº 
22/2005 
Solicitação de retificação do termo que designa a 
área de conhecimento "Educação Artística" pela 
designação: "Arte, com base na formação 
específica plena em uma das linguagens: Artes 
visuais, Dança, Música e Teatro" 
 
 
D.O.U 
23/12/2005 
Parecer 
CEB/CNE nº 
38/2006 
 
Inclusão obrigatória das disciplinas Filosofia e 
Sociologia no currículo do ensino médio 
 
D.O.U 
14/08/2006 
Resolução 
CNE/CEB nº 
Dispõe direito dos profissionais de Educação com 
formação de nível médio na modalidade normal, 
D.O.U 
22/08/03 
35 
 
 
 
 
 
01/2003 exercício da docência em vista o disposto na LDB. 
 
 
Resolução 
CEB/CNE nº 
01/2005 
Atualiza as Diretrizes Curriculares definidas pelo 
Conselho Nacional de Educação (CNE) para o 
Ensino Médio e para a Educação Profissional 
Técnica de nível médio às disposições do Decreto 
nº 5.154 /2004. Ler Resolução CNE/CEB nº 04 / 
2005 
 
 
 
D.O.U 
11/03/2005 
ResoluçãoCNE/CEB nº 
03/2005 
 
Define normas nacionais para a ampliação do 
Ensino Fundamental para nove anos de duração. 
 
D.O.U. 
08/08/2005 
 
 
 
Resolução CNE/ 
CEB nº 04/2005 
Inclui novo dispositivo à Resolução CNE / CEB nº 
01 /2005, que atualiza as Diretrizes Curriculares 
Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de 
Educação para o Ensino Médio e para a Educação 
Profissional Técnica de nível médio às disposições 
do Decreto Nº 5154 / 2002. 
 
 
 
D.O.U. 
11/11/2005

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