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ANTROPOLOGIA DINÂMICA A Antropologia Dinâmica,se diferencia da antropologia cultural pois,não se trata da cultura em si,mas sim da diferença entre elas(mitos e ritos).Este polo de pensamento e de prática antropológica é ao mesmo tempo próximo e diferente da antropolgia social clássica.Próxima,porque evidência a articulação de diferentes níveis sociais,dentro de uma determinada cultura. O que caracteriza essencialmente as diferentes tendências dessa antropologia que qualificamos aqui de dinâmica,é sua reação comum frente a orientação do seu ponto de vista conservadora.Praticamente,de fato,todas as perceptivas etnológicas que se elaboram a partir dos anos 30(a antropologia social,simbólica,cultural) e que conhecem para muitos,uma renovação durante os anos 50,com o impulso de análise estrutural,estão animadas por uma uma abordagem claramente antievolucionista. É praticamente contra essa tendência do pensamento etnológico que um certo número de antropólogos contemporâneos se levantam.A partir de uma crítica vigorosa,tanto do funcionalismo,quanto do estruturalismo.Não é evidentemente possível,dentro do quadro limitado desse trabalho,dar conta da riqueza e diversidade das pesquisas que de uma forma ou de outra,participam hoje do desenvolvimento extremamente ativo dessa antropologia que qualificamos de dinâmica. A especificidade da prática antropológica 1.Uma ruptura metodológica:a prioridade dada à experiência pessoal do "campo" A abordagem antropológica de base,provém de uma ruptura inicial em relação a qualquer modo de conhecimento abstrato e especulativo,que não estaria baseado na observação direta dos comportamentos sociais a partir de uma relação humana.Pois a etnografia,que é fundadora da etnologia e da antropolgia ,não consisite apenas em coletar,através de um método estritamente indutivo,uma grande quantidade de informações,mas em impregnar-se dos temas obsessionais de uma sociedade,de seus ideais,de suas angústias.O etnógrafo é aquele que deve ser capaz de viver nele mesmo a tendência principal da cultura que estuda.Assim,a etnografia é antes a experiência de uma imersão total,consistindo em uma verdadeira aculturação invertida,longe de compreender uma sociedade apenas em suas manifestações "exteriores". 2.Uma inversão temática:o estudo do infinitamente pequeno e do cotidiano A História,a sociologia clássica dão uma prioridade quase sistemática à sociedade global,bem como às formas de atividades instituídas.Assim,como quando estudamos as associações voluntárias,privilegiam nitidamente as grandes,ifluenciam diretamentes a(grande)política: os partidos,os sindicatos...em detrimento das assossiações de menor importância numérica.Os fenômenos sociais não escritos,não formalizados,não institucionalizados(a maior parte da nossa existência)são então rejeitados para o registro inconsciente do "folclore".A abordagem etnológica consiste precisamente em dar atenção a esses materiais residuais que foram durante muito tempo considerados indignos de uma atividade tão nobre quanto à atividade científica. 3.Uma exigência:o estudo da totalidade. Uma das caracteríscas da abordagem antropológica é que se esforça em levar tudo em conta,de estar atenta para que nada lhe tanha escapado.No campo,tudo deve ser observado,anotado,vivido,mesmo que não seja direto ao que devemos estudar.É a razão pela qual toda abordagem que consiste isolar experimentalmente objetos não cabe no modo de conhecimento próprio da antropologia,pois o que pretende estudar é o próprio contexto no qual se situam esses objetos.O antropólogo não pode,de fato,se tornar um especialista,um perito de tal área particular,sem correr o risco de abolir o que é a base da própria especificidade de sua prática. 4.Uma abordagem:a análise comparativa. A abordagem comparativa,que se confunde com a própria antropologia,é umas das mais ambiciosas e exigentes que há.A primeira forma de comparatismo,o evolucionismo se ordena os fatos colhidos dentro de um discurso que se apresenta como histórico.Com o funcionalismo,a sociedade estudada adquire uma autonomia não apenas empírica,mas também teórica.Não se trata mais de comparar as sociedades entre si,mas de mostrar através de monografias,como se realiza a integração das diferenças funçoes em jogo em uma mesma sociedade. Se a antropologia contemporânea é tão comparativa quanto no passado,não se deve mais nada à abordagem do comparativismo dos primeiros etnólogos.Não ultiliza mais os mesmos métodos e não tem mais o mesmo objeto.O que se compara hoje são costumes, comportamentos, instituiçoes, não mais isolados dos seus contextos,e sim fazendo parte destes;são sistemas de relação.As diferenças nunca são dadas,são recolhidas pelo etnólogo.