Buscar

APOSTILA SOLDADO-BOMBEIRO MILITAR 2CLASSE(1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 395 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 395 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 395 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ÍNDICE 
LÍNGUA PORTUGUESA 
 apreensão do significado global dos textos;  estabelecimento de relações intratextuais e 
intertextuais; .................................................................................................................................................... 1 
 reconhecimento da função desempenhada por diferentes recursos gramaticais no texto, nos 
níveis fonológico, morfológico, sintático, semântico e textual/discursivo; ........................................... 12 
 apreensão dos efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos verbais e não verbais em textos 
de diferentes gêneros: tiras, quadrinhos, charges, gráficos, infográficos etc.;..................................... 22 
 identificação das ideias expressas no texto, bem como de sua hierarquia (principal ou secundária) 
e das relações entre elas (oposição, restrição, causa/consequência, exemplificação etc.);................ 23 
 análise da organização argumentativa do texto: identificação do ponto de vista (tese) do autor, 
reconhecimento e avaliação dos argumentos usados para fundamentá-lo; .......................................... 25 
 dedução de ideias e pontos de vista implícitos no texto; ..................................................................... 29 
 reconhecimento das diferentes “vozes” dentro de um texto, bem como dos recursos linguísticos 
empregados para demarcá-las; ................................................................................................................... 31 
 reconhecimento da posição do autor frente às informações apresentadas no texto (fato ou 
opinião; sério ou ridículo; concordância ou discordância etc.), bem como dos recursos linguísticos 
indicadores dessas avaliações; ................................................................................................................... 33 
 identificação do significado de palavras, expressões ou estruturas frasais em determinados 
contextos; ....................................................................................................................................................... 33 
 identificação dos recursos coesivos do texto (expressões, formas pronominais, relatores) e das 
relações de sentido que estabelecem; ........................................................................................................ 35 
 domínio da variedade padrão escrita: normas de concordância, regência, ortografia, pontuação 
etc. ................................................................................................................................................................... 37 
 reconhecimento de relações estruturais e semânticas entre frases ou expressões; ....................... 50 
 identificação, em textos de diferentes gêneros, das marcas linguísticas que singularizam as 
variedades linguísticas sociais, regionais ou de registro......................................................................... 55 
ANOTAÇÕES .................................................................................................................................................. 71 
 
RACIOCÍNIO MATEMÁTICO 
1. Resolução de problemas numéricos, porcentagem, conjuntos e contagem. ....................................... 1 
2. Sistemas, equações e regra de três simples. ......................................................................................... 12 
3. Área, volume e capacidade. ..................................................................................................................... 17 
4. Cálculo da média, leitura e interpretação de dados representados em tabelas e gráficos............... 18 
ANOTAÇÕES .................................................................................................................................................. 30 
 
INFORMÁTICA 
1. Noções de Informática: conceitos básicos de operação com arquivos nos sistemas operacionais 
Windows 10 e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). ................................................................................. 1 
2. Noções consistentes de uso de Internet para a informação (Mozila Firefox e Google Chrome) e 
correio eletrônico nos sistemas operacionais Windows 10 e Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). .. 7 
3. Noções de trabalho com computadores em rede interna, nos sistemas operacionais Windows 10 e 
Linux (Ubuntu versão 14 ou superior). ........................................................................................................ 22 
4. Noções de escrita e editoração de texto utilizando LibreOffice-Writer (versão 5.0.6 ou superior). . 32 
 
 
5. Noções de cálculo e organização de dados em planilhas eletrônicas utilizando o LibreOffice-Calc 
(versão 5.0.6 ou superior). ............................................................................................................................ 53 
6. Noções, como usuário, do funcionamento de computadores e de periféricos (impressoras e 
digitalizadoras). ............................................................................................................................................. 79 
7. Noções, como usuário, dos sistemas operacionais Windows 10 e Linux (Ubuntu versão 14 ou 
superior). ........................................................................................................................................................ 94 
ANOTAÇÕES ............................................................................................................................................... 103 
 
HISTÓRIA 
1. Brasil Colônia. .............................................................................................................................................. 1 
1.1. Sistema colonial: sociedade do açúcar e da mineração. ..................................................................... 1 
1.2. Paraná: movimentos de ocupação do território. ................................................................................... 4 
1.3. A Família Real no Brasil (1808-1822). ..................................................................................................... 7 
2. Brasil Império. .............................................................................................................................................. 9 
2.1. Paraná: a dinâmica do tropeirismo....................................................................................................... 10 
2.2. Café: escravidão e trabalho livre. ......................................................................................................... 11 
2.3. A emancipação política do Paraná. ...................................................................................................... 13 
2.4. O ciclo da erva-mate. ............................................................................................................................. 14 
2.5. A queda da monarquia. .......................................................................................................................... 16 
3. Brasil República. ........................................................................................................................................ 19 
3.1. Implantação do regime republicano e conflitos sociais. .................................................................... 20 
3.2. A Guerra do Contestado. ....................................................................................................................... 20 
3.3. Política oligárquica e coronelismo. ...................................................................................................... 21 
3.4. A era Vargas: Estado, Trabalho e Cultura. .......................................................................................... 21 
3.5. O Golpe Civil-Militar de 1964. ................................................................................................................ 26 
3.6. Movimentos de resistênciaà ditadura. ................................................................................................ 28 
3.7. A abertura política. ................................................................................................................................. 32 
3.8. A Nova República e as características do Estado Democrático de Direito estabelecidas pela 
Constituição de 1988. 3.8.1. Cidadania e movimentos sociais. 3.8.2. A questão da desigualdade e da 
inclusão social. 3.8.3. A Democracia e o papel das instituições de segurança pública. ....................... 33 
ANOTAÇÕES ................................................................................................................................................. 37 
 
GEOGRAFIA 
1. População e estruturação socioespacial em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, Mundo). 1.1. Teorias 
e conceitos básicos em demografia e políticas demográficas. ................................................................. 1 
1.2. Estrutura demográfica, distribuição da população e novos arranjos familiares. Movimentos, 
redes de migração e impactos econômicos, culturais e sociais dos deslocamentos populacionais. 
População, meio ambiente e riscos ambientais. .......................................................................................... 2 
1.3. Transformação das relações de trabalho e economia informal. ....................................................... 26 
1.4. Diversidade étnica e cultural da população. ....................................................................................... 27 
1.5. Geografias das diferenças: questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais. ............................. 29 
1.6. Espacialidades e identidades territoriais. ............................................................................................ 39 
2. Estrutura produtiva, economia e regionalização do espaço em múltiplas escalas (Paraná, Brasil, 
Mundo). 2.1. O espaço geográfico na formação econômica capitalista. ................................................. 46 
2.2. Exploração e uso de recursos naturais. .............................................................................................. 48 
2.3. Estrutura e dinâmica agrárias ............................................................................................................... 49 
2.4. Industrialização, complexos industriais, concentração e desconcentração das atividades 
industriais. 2.4. Industrialização, complexos industriais, concentração e desconcentração das 
atividades industriais. 2.5. Espacialidade do setor terciário: comércio, sistema financeiro. 2.6. Redes 
de transporte, energia e telecomunicações. .............................................................................................. 50 
2.7. Processos de urbanização, produção, planejamento e estruturação do espaço urbano e 
metropolitano. ................................................................................................................................................ 54 
2.8. As relações rurais-urbanas, novas ruralidades e problemáticas socioambientais no campo e na 
cidade.............................................................................................................................................................. 55 
2.9. Evolução da estrutura fundiária, estrangeirização de terras, reforma agrária e movimentos 
sociais no campo. .......................................................................................................................................... 57 
2.10. Agronegócio: dinâmica produtiva, econômica e regional. .............................................................. 58 
2.11. Povos e comunidades tradicionais e conflitos por terra e território no Brasil. ............................. 58 
2.12. Produção e comercialização de alimentos, segurança, soberania alimentar e agroecologia. .... 60 
 
 
3. Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo. 3.1. Produção 
histórica e contemporânea do território no Brasil. .................................................................................... 65 
3.2. Federalismo, federação e divisão territorial no Brasil........................................................................ 66 
3.3. Formação e problemática contemporânea das fronteiras. ................................................................ 68 
3.4. Conflitos geopolíticos emergentes: ambientais, sociais, religiosos e econômicos. ...................... 68 
3.5. Ordem mundial e territórios supranacionais: blocos e fluxos econômicos e políticos, alianças 
militares e movimentos sociais internacionais. ......................................................................................... 70 
3.6. Regionalização e a organização do novo sistema mundial. .............................................................. 73 
3.7. Globalização: características, impactos negativos e positivos. ....................................................... 75 
4. A representação do espaço terrestre. 4.1. A evolução das representações cartográficas e a 
introdução das novas tecnologias para o mapeamento, através do sensoriamento remoto 
(fotografias aéreas e imagens de satélite) e dos Sistemas de Posicionamento Terrestre (GPS). ....... 77 
4.2. As formas básicas de representação do espaço terrestre e das distribuições dos fenômenos 
geográficos (mapas, cartas, plantas e cartogramas). ............................................................................... 82 
4.3. Escalas, reconhecimento e cálculo. ..................................................................................................... 85 
4.4. Sistema de coordenadas geográficas e a orientação no espaço terrestre. ..................................... 86 
4.5. Projeções cartográficas. ........................................................................................................................ 88 
4.6. Identificação dos principais elementos de uma representação cartográfica, leitura e 
interpretação de tabelas, gráficos, perfis, plantas, cartas, mapas e cartogramas. ................................ 89 
ANOTAÇÕES .................................................................................................................................................. 99 
 
LEGISLAÇÃO 
1. Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e suas alterações. 1.1.Parte geral:  Título I 
– Das Disposições Preliminares.  Título II – Dos Direitos Fundamentais: Capítulos I (Do Direito à 
Vida e à Saúde), II (Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade), III (Do Direito à Convivência 
Familiar e Comunitária), IV (Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer) e V (Do Direito à 
Profissionalização e à Proteção no Trabalho.  Título III – Da Prevenção: Capítulo II, Seção I (Da 
informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos), Seção II (Dos Produtos e Serviços) e 
Seção III (Da Autorização para Viajar). .......................................................................................................... 1 
1.2.Parte Especial:  Título III – Da Prática de Ato Infracional: Capítulos I (Disposições Gerais), II (Dos 
Direitos Individuais) e III (Das garantias processuais) e IV (Das Medidas Socioeducativas).  Título IV 
– Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável.  Título V – Do Conselho Tutelar: Capítulos I 
(Disposições Gerais) e II (Das Atribuições do Conselho). ........................................................................ 16 
ANOTAÇÕES .................................................................................................................................................. 21 
 
 
 
REDAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
1 LÍNGUA PORTUGUESA 
 apreensão do significado global dos 
textos;  estabelecimento de relações 
intratextuais e intertextuais; 
 
 
O primeiro objetivode uma interpretação de um texto é a 
identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-
se as ideias secundárias, ou fundamentações, as 
argumentações, ou explicações, que levam ao 
esclarecimento das questões apresentadas na prova. 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 
 
1. Identificar: é reconhecer os elementos 
fundamentais de uma argumentação, de um 
processo, de uma época (neste caso, procuram-
se os verbos e os advérbios, os quais definem o 
tempo). 
 
2. Comparar: é descobrir as relações de 
semelhança ou de diferenças entre as situações 
do texto. 
 
3. Comentar: é relacionar o conteúdo 
apresentado com uma realidade, opinando a 
respeito. 
 
4. Resumir: é concentrar as ideias centrais e/ou 
secundárias em um só parágrafo. 
 
5. Parafrasear: é reescrever o texto com outras 
palavras. 
 
 
Erros de Interpretação 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de 
erros de interpretação. Os mais frequentes são: 
 
a) Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai 
do contexto, acrescentando-se ideias que não 
estão no texto, quer por conhecimento prévio do 
tema quer pela imaginação. 
 
b) Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se 
atenção apenas a um aspecto, esquecendo que 
um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser 
insuficiente para o total do entendimento do tema 
desenvolvido. 
 
c) Contradição: Não raro, o texto apresenta 
ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar 
conclusões equivocadas e, consequentemente, 
errando a questão. 
 
 
Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e 
a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova 
de concurso qualquer, o que deve ser levado em 
consideração é o que o autor diz e nada mais. 
Roteiro de Interpretação 
 
Na hora de interpretar um texto, alguns cuidados são 
necessários: 
 
a) ler atentamente todo o texto, procurando 
focalizar sua ideia central; 
 
b) interpretar as palavras desconhecidas através 
do contexto; 
 
c) reconhecer os argumentos que dão 
sustentação a ideia central; 
 
d) identificar as objeções à ideia central; 
 
e) sublinhar os exemplos que foram empregados 
como ilustração da ideia central; 
 
f) antes de responder as questões, ler mais de 
uma vez todo o texto, fazendo o mesmo com as 
questões e as alternativas; 
g) a cada questão, voltar ao texto, não responder 
“de cabeça”; 
 
h) se preferir, faça anotações à margem ou 
esquematize o texto; 
 
i) se o enunciado pedir a ideia principal, ou tema, 
estará situada na introdução, na conclusão, ou no 
título; 
 
j) se o enunciado pedir argumentação, esta estará 
localizada, normalmente, no corpo do texto. 
 
 
Dicas para Interpretação de Textos 
 
- Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, 
para encontrar a resposta correta. 
 
- Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se 
destacar as palavras e expressões-chave. 
 
- É necessário limitar-se às informações contidas 
no texto. 
 
- Tente compreender o texto, fragmentando-o em 
parágrafos ou mesmo, em períodos; fica mais 
fácil interpretar. 
 
- Sempre restam duas alternativas consideradas 
possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova 
leitura. 
 
 
As mensagens que uma comunicação pretende transmitir 
nem sempre estão contidas somente na linguagem verbal 
(texto) ou na linguagem não verbal (fotografias, gráficos, 
tabelas, desenhos, esquemas). O conjunto dessas 
linguagens é que estabelece, em sintonia, a comunicação 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
2 LÍNGUA PORTUGUESA 
entre quem a emite e seu destinatário. É o linguístico e o 
imagético presentificando um só fato. A linguagem verbal 
é o instrumento mais eficaz na comunicação que 
estabelecemos um com o outro e com nós mesmos. Ela 
organiza nosso pensamento, faz com que possamos 
explicitá-los e nos acompanha em inúmeras atividades que 
desenvolvemos ao longo de nossas vidas. A humanidade 
tem veiculado, por intermédio da palavra, de geração a 
geração, um volume enorme de conhecimentos, 
comportamentos e valores que constituem a cultura das 
várias comunidades existentes. A linguagem verbal 
apresenta uma estrutura bastante complexa: além de 
representar todos os objetos, permite a sua análise, 
caracterização e interligação com outros conceitos, num 
sistema amplo de relações. Linguagem não verbal - na 
comunicação diária, utilizamo-nos de meios que 
dispensam o uso da palavra. Nossos gestos e olhares são 
prova disso. A maneira como nos vestimos e até como os 
portamos nos vários ambientes que frequentamos também 
comunica, a quem nos observa, preferências e modos de 
vida. A mímica, a pintura, a música e a dança são artes 
que, em sua expressão, prescindem da palavra. Hoje 
convivemos com frequência cada vez maior e mais 
intensamente com a linguagem visual. O cinema, a 
televisão, os computadores, a fotografia, os veículos 
publicitários (outdoors, revistas) têm encontrado, nesse 
tipo de linguagem, um instrumento de comunicação 
extremamente eficaz, devido sobretudo à velocidade com 
que transmite as mensagens. Apesar disso, a palavra 
continua sendo um meio poderoso, capaz de traduzir, 
analisar e criticar qualquer outro tipo de linguagem. Como 
pudemos ver, a interpretação de textos é de fundamental 
importância para o candidato. 
 
 
Você já se perguntou por quê? 
 
 Há alguns anos, as provas de Português, nos principais 
concursos do país, traziam uma frase, e dela faziam-se as 
questões. Eram enunciados soltos, sem conexão, tão 
ridículos que lembravam muito aquelas frases das antigas 
cartilhas: "Ivo viu a uva". Os tempos são outros, e, dentro 
das modernas tendências do ensino de línguas, fica cada 
vez mais claro que o objetivo de ensinar as regras da 
gramática normativa é simplesmente o texto. Aprendem-se 
as regras do português culto, erudito, a fim de melhorar a 
qualidade do texto, seja oral, seja escrito. Nesse sentido, 
todas as questões são extraídas de textos, escolhidos 
criteriosamente pelas bancas, em função da 
mensagem/conteúdo, em função da estrutura gramatical. 
Ocorrem casos de provas contextualizadas, em que todos 
os textos abordam o mesmo assunto, ou seja, provas 
monotemáticas. Dessa maneira, fica clara a importância do 
texto como objetivo último do aprendizado de língua. 
 
 
Quais são os textos escolhidos? 
 
 Textos retirados de revistas e de jornais de circulação 
nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a poesia 
e o conto são quase que exclusividade das provas de 
Literatura (que também trabalham interpretação, por 
evidente). Assim, seria interessante observar as 
características fundamentais desses produtos da 
imprensa. 
 
 
Os Artigos 
 
 São os preferidos das bancas. Esses textos autorais 
trazem identificado o autor. Essas opiniões são de 
expressa responsabilidade de quem as escreveu - 
chamado aqui de articulista - e tratam de assunto da 
realidade objetiva, pautada pela imprensa. Vejamos um 
exemplo: um dado conflito eclode em algum ponto do 
planeta (a todo o instante surge algum), e o professor 
Décio Freitas, historiador, abordará, em seu artigo em ZH, 
os aspectos históricos do embate. Portanto, os temas são, 
quase sempre, bem atuais. Trata-se, em verdade, de texto 
argumentativo, no qual o autor/emissor terá como objetivo 
convencer o leitor/receptor. Nessa medida, é idêntico à 
redação escolar, tendo a mesma estrutura: introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
Exemplo de Artigo 
 
“Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao fim 
deste milênio como centros culturais importantes seriam 
familiares às pessoas que viveram durante o final do 
século passado. O peso relativo de cada uma delas pode 
ter variado, mas as metrópoles que contam ainda são 
basicamente as mesmas: Paris, Nova Iorque, Berlim, 
Roma, Madri, São Petesburgo.” (Nelson Archer - caderno 
Cidades, Folha de S. Paulo,02/05/99) 
 
 
Os Editoriais 
 
 Novamente, são opinativos, argumentativos e possuem 
aquela mesma estrutura. Todos os jornais e revistas têm 
esses editoriais. Os principais diários do país produzem 
três textos desse gênero. Geralmente um deles tratará de 
política; outro, de economia; um outro, de temas 
internacionais. A diferença em relação ao artigo é que o 
autor, o editorialista, não expressa sua opinião, apenas 
serve de intermediário para revelar o ponto de vista da 
instituição, da empresa, do órgão de comunicação. Muitas 
vezes, esses editoriais são produzidos por mais de um 
profissional. O editorialista é, quase sempre, antigo na 
casa e, obviamente, da confiança do dono da empresa de 
comunicação. Os temas, por evidente, são a pauta do 
momento, os assuntos da semana. 
 
 
As Notícias 
 
 Aqui temos outro gênero, bem diverso. As notícias são 
autorais, isto é, produzidas por um jornalista claramente 
identificado na matéria. Possuem uma estrutura bem 
fechada, na qual, no primeiro parágrafo (também chamado 
de lide), o autor deve responder às cinco perguntinhas 
básicas do jornalismo: Quem? Quando? Onde? Como? E 
por quê? Essa maneira de fazer texto atende a uma regra 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
3 LÍNGUA PORTUGUESA 
do jornalismo moderno: facilitar a leitura. Se o 
leitor/receptor desejar mais informações sobre a notícia, 
que vá adiante no texto. Fato é que, lendo apenas o 
parágrafo inicial, terá as informações básicas do assunto. 
A grande diferença em relação ao artigo e ao editorial está 
no objetivo. O autor quer apenas "passar" a informação, 
quer dizer, não busca convencer o leitor/receptor de nada. 
É aquele texto que os jornalistas chamam de objetivo ou 
isento, despido de subjetividade e de intencionalidade. 
 
 
Exemplo de Notícia 
 
 “O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-
presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, 
negou-se a responder ontem à CPI do judiciário todas as 
perguntas sobre sua evolução patrimonial. Ele invocou a 
Constituição para permanecer calado sempre que era 
questionado sobre seus bens ou sobre contas no exterior.” 
(Folha de S. Paulo, 05/05/99). 
 
 
As Crônicas 
 
 Estamos diante da Literatura. Os cronistas não 
possuem compromisso com a realidade objetiva. Eles 
retratam a realidade subjetiva. Dessa maneira, Rubem 
Braga, cronista, jornalista, produziu, por exemplo, um texto 
abordando a flor que nasceu no seu jardim. Não importa o 
mundo com suas tragédias constantes, mas sim o universo 
interior do cronista, que nada mais é do que um fotógrafo 
de sua cidade. É interessante verificar que essas 
características fundamentais da crônica vão 
desaparecendo com o tempo. Não há, por exemplo, um 
cronista de Porto Alegre (talvez o último deles tenha sido 
Sérgio da Costa Franco). Se observarmos o jornal Folha 
de S. Paulo, teremos, junto aos editoriais e a dois artigos 
sobre política ou economia, uma crônica de Carlos Heitor 
Cony, descolada da realidade, se assim lhe aprouver 
(Cony, muitas vezes, produz artigos, discutindo algo da 
realidade objetiva). O jornal busca, dessa maneira, arejar 
essa página tão sisuda. A crônica é isso: uma janela aberta 
ao mar. Vale lembrar que o jornalismo, ao seu início, era 
confundido com Literatura. Um texto sobre um 
assassinato, por exemplo, poderia começar assim:" 
Chovia muito, e raios luminosos atiravam-se à terra. Num 
desses clarões, uma faca surge das trevas..." Dá-se o 
nome de nariz de cera a essas matérias empoladas, muito 
comuns nos tempos heroicos do jornalismo. Sobre a 
crônica, há alguns dados interessantes. Considerada por 
muito tempo como gênero menor da Literatura, nunca teve 
status ou maiores reconhecimentos por parte da crítica. 
Muitos autores famosos, romancistas, contistas ou poetas, 
produziram excelentes crônicas, mas não são conhecidos 
por isso. Carlos Drummond de Andrade é um belo 
exemplo. Pela grandeza de sua poesia, o grande cronista 
do cotidiano do Rio de Janeiro foi abafado. O mesmo pode-
se falar de Olavo Bilac, que, no início do século passado, 
passou a produzir crônicas num jornal carioca, em 
substituição a outro grande escritor, Machado de Assis. 
Essa divisão dos textos da imprensa é didática e objetiva 
esclarecer um pouco mais o vestibulando. No entanto, é 
importante assinalar que os autores modernos fundem 
essa divisão, fazendo um trabalho misto. É o caso de Luis 
Fernando Veríssimo, que ora trabalha uma crônica, com 
os personagens conversando em um bar, terminando por 
um artigo, no qual faz críticas ao poder central, por 
exemplo. Martha Medeiros, por seu turno, produz, muitas 
vezes, um artigo, revelando a alma feminina. Em outros 
momentos, faz uma crônica sobre o quotidiano. 
 
 
Exemplo de Crônica 
 
 “Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a 
janela e encontrava um. Quando não encontrava, dava no 
mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava 
que não havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e 
arte que também dava no mesmo: a crônica estava feita. 
Não tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas 
tenho a varanda aberta sobre a Lagoa - posso não ver 
melhor, mas vejo mais. Otto Maria Carpeaux não gostava 
do gênero "crônica", nem adiantava argumentar contra, 
dizer, por exemplo, que os cronistas, uns pelos outros, 
escreviam bem. Carpeaux lembrava então que escrever é 
verbo transitivo, pede objeto direto: escrever o quê? 
Maldade do Carpeaux. (...) Nelson Rodrigues não tinha 
problemas. Quando não havia assunto, ele inventava. Uma 
tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na 
calçada do jornal. Ele estava com o papel na máquina e 
provisoriamente sem assunto. Inventou que eu descia de 
um reluzente Rolls Royce com uma loura suspeita, mas 
equivalente à suntuosidade do carro. Um guarda nos 
deteve, eu tentei subornar a autoridade com dinheiro, o 
guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei 
sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem 
assunto.” (Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 
02/01/98) 
 
 
Nota-se que a variação é constitutiva das línguas 
humanas, ocorrendo em todos os níveis. A variação 
sempre existirá, no Brasil há apenas uma língua nacional, 
e assim mesmo existe diferenças de pronúncias, no 
emprego de palavras e outros aspectos da língua. Hoje, 
ninguém escreve como fala, e nas sociedades letradas, 
aquelas que usam intensamente a escrita, estas pessoas 
tomam as regras estabelecidas para o sistema de escrita 
como padrões de correção de todas as formas linguísticas. 
No meio dessas letras que o homem espalha por todos os 
lugares, há algo em comum. Existem dois tipos de textos: 
o informativo e o ficcional. 
 
Informativo: quando se escreve sobre coisas 
que acontecem, como nas notícias que aparecem 
em jornais, revistas e na Internet, bem como nas 
leis e bulas. 
 
Ficcional: quando se escreve histórias 
inventadas, como nos livros e gibis. 
 
 
http://www.canalkids.com.br/tecnologia/meios/internet.htm
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
4 LÍNGUA PORTUGUESA 
 
Observe os dois casos práticos abaixo. 
 
 
1. Você escreve um recado para o amigo que senta ao seu 
lado na escola, inventando uma história: 
"Estou namorando a Julieta". 
Que tipo de texto é esse? Ficcional. Tem gente que chama 
isso de mentira. 
 
 
2. Por outro lado, vamos supor que o bilhete é verdadeiro. 
Isto é, você pediu a Julieta em namoro e ela respondeu 
"sim, Romeu!". E agora você está louco para contar 
vantagem para o amigo da carteira do lado. Se o bilhete 
diz "Estou namorando a Julieta", neste caso é verdade, 
isso acontece mesmo. Então, esse bilhete é um texto 
informativo. Isto quer dizer então que a história inventada 
é mentira? Digamos que é "de mentirinha". Alguém já disse 
que a literatura é "a mentira que encanta". As histórias 
inventadas saem da cabeça do escritor. O Sítio do Pica-pau Amarelo, que Monteiro Lobato inventou, nunca existiu 
em lugar nenhum que nossos olhos pudessem ver. O Sítio 
foi criado pela imaginação de Lobato e existe na 
imaginação de quem lê a história. Ou seja, o Sítio existe 
em outro mundo, que a gente não vê: é o mundo da 
imaginação. “Texto é um tecido verbal estruturado de tal 
modo que as ideias formam um todo coeso, uno, coerente. 
Todas as partes devem estar interligadas e manifestar um 
direcionamento único. Assim, um fragmento que trata de 
diversos assuntos não pode ser considerado texto. Da 
mesma forma, se lhe falta coerência, se as ideias são 
contraditorias, também não se constitui texto. Se os 
ele-mentos da frase que possibilitam a transição de uma 
ideia para outra não estabelecem coesão entre as partes 
expostas, o fragmento não se configura um texto. Essas 
três qualidades - unidade, coerência e coesão - são 
essenciais par a existência de um texto”. Veja-se um 
exemplo apresentado por João Bosco Medeiros, em 
“Português Instrumental”.: “O carnaval carioca é 
uma beleza, mas mascara, com o seu luxo, a miséria 
social, o caos político, o desequilíbrio que se estabelece 
entre o morro e a Sapucaí. Embora todos possam 
reconhecer os méritos de artistas plásticos que ali 
trabalham, o povo samba na avenida como herói de uma 
grande jornada. E acrescente-se: há manifestação em prol 
de processos judiciais contra costumes que ofendem a 
moral e agridem a religiosidade popular. O carnaval 
carioca, porque se afasta de sua tradição, está tornando-
se desgracioso, disforme, feio.” O trecho anterior é um 
fragmento que não se constitui texto. Falta-lhe coerência 
entre a afirmativa inicial e a final. A oração subordinada 
que se inicia com embora não apresenta coesão em 
relação à oração principal; não é possível entender o que 
o autor quis dizer com aquelas palavras. Como o texto 
senta várias informações, várias direções: moral, política, 
social, religiosa, estática, acaba por não constituir um todo. 
Não há completude, inteireza, unidade. Os elementos 
estruturais do texto são: o saber partilhado, a informação 
nova, as provas, a conclusão, o tema, a referência. Por 
saber partilhado entende-se a informação antiga, do 
conhecimento da comunidade. De modo geral, o saber 
partilhado aparece na introdução, um local privilegiado 
para a negociação com o leitor. Não é difícil admitir que a 
informação que vai de “não é fácil escrever sobre seu 
próprio pai” até “sentimental” pertence ao saber partilhado. 
O emissor-negocia com o leitor, coloca-se num nível de 
entendimento, estabelece um do, para, em seguida, expor 
informações novas. A informação nova caracteriza-se 
como uma necessidade para a existência do texto. Sem 
ela, não há razão para o emissor escrever nada. Um texto 
só se configura texto quando veicula uma informação que 
não era do conhecimento do leitor, ou que não o era da 
forma como será exposta, o que implica, naturalmente, 
matizes novos e, consequentemente, uma nova maneira 
de ver os A informação nova não significa originalidade 
total, absoluta. É análoga ao contrato que o leitor faz com 
o ficcionista. Ninguém, ao ler “Dom Casmurro”, estará 
interessado em saber se os acontecimentos relatados são 
reais, se houve tempo e naquele espaço uma pessoa que 
se identificava com a personagem -do livro. O leitor entra 
em acordo com o narrador, admitindo como verossímeis 
os acontecimentos relatados. Da mesma forma, o leitor de 
“Memórias de Brás Cubas” não contesta a possibilidade de 
um defunto ser narrador. Aceita o fato e dá 
prosseguimento à leitura”. É sabido que, conforme a 
perspectiva teórica que se adote, o mesmo objeto pode ser 
concebido de maneiras diversas. O conceito de texto não 
foge a regra. Antes de discutirmos sua estrutura é preciso 
saber o que é um texto. Segundo Ingidore Koch, o conceito 
de texto depende das concepções que se tenha de língua 
e de sujeito. Na concepção de língua como representação 
do pensamento e de sujeito como senhor absoluto de suas 
ações e de seu dizer, o texto é visto como um produto - 
lógico - do pensamento (representação mental) do autor, 
nada mais cabendo ao leitor/ouvinte senão captar essa 
representação mental, juntamente com as intenções 
(psicológicas) do produtor, exercendo, pois, um papel 
essencialmente passivo. Na concepção de língua como 
código - portanto, como mero instrumento de comunicação 
- e de sujeito como (pré)determinado pelo sistema, o texto 
é visto como simples produto da codificação de um 
emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a 
este, para tanto, o conhecimento do código, já que o texto, 
uma vez codificado, é totalmente explícito. Já na 
concepção interacional (dialógica) da língua, afirma Koch, 
na qual os sujeitos são vistos como atores/construtores 
sociais, o texto passa a ser considerado o próprio lugar da 
interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que - 
dialogicamente - nele se constroem e são construídos. 
Desta forma, há lugar, no texto para toda gama de 
implícitos, dos mais variados tipos, somente detectáveis 
quando se tem, como pano de fundo, o contexto 
sociocognitivo dos participantes da interação. Ingidore 
adota ainda uma última concepção na qual a compreensão 
deixa de ser entendida como simples “captação” de uma 
representação mental ou como a decodificação de 
mensagem resultante de uma codificação de um emissor. 
Ela é uma atividade interativa altamente complexa de 
produção de sentidos, que se realiza, evidentemente, com 
base nos elementos linguísticos presentes na superfície 
textual e na sua forma de organização, mas que requer a 
http://www.canalkids.com.br/arte/galeria/lobato2.htm
http://www.canalkids.com.br/arte/galeria/lobato2.htm
http://www.canalkids.com.br/arte/galeria/lobato.htm
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
5 LÍNGUA PORTUGUESA 
mobilização de um vasto conjunto de saberes 
(enciclopédia) e sua reconstrução deste no interior do 
evento comunicativo. O sentido de um texto é construído 
na interação texto-sujeitos e não algo que preexista a essa 
interação. Resumindo, texto é uma unidade linguística 
concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão 
(na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade 
comunicativa. Entretanto é possível notar que os 
enunciados (falas) não são o único elemento responsável 
pelo sentido da interação linguística. Além do texto, há na 
situação comunicativa, outros elementos que também 
auxiliam na construção do sentido, como os papéis sociais 
que os interlocutores desempenham, a intenção do locutor, 
o conhecimento de mundo do interlocutor, as 
circunstâncias históricas ou sociais em que se dá a 
comunicação, etc. Um texto pode ser formado apenas pela 
linguagem verbal (por exemplo, um poema, um romance), 
apenas pela linguagem visual (um desenho, uma pintura), 
como também pelas linguagens verbal e visual (uma 
história em quadrinhos, um filme). Quando há o emprego 
dos dois tipos de linguagens, o sentido global do texto só 
se faz com o cruzamento das duas linguagens. Podemos 
classificar os textos, quanto a sua estrutura, em narrativo, 
descritivo e dissertativo. Vejamos aqui as características 
de um texto dissertativo e seu conceito. 
 
 
• O texto dissertativo, ou seja, a dissertação é uma 
explanação lógica de ideias. É um texto que analisa e 
interpreta dados da realidade por meio de conceitos 
abstratos. 
 
 
• O texto narrativo envolve uma dinamicidade que 
determina uma transformação nos fatos e nas 
personagens. Chamamos isto de progressão narrativa. 
Para que a progressão narrativa aconteça é preciso que se 
entabule um conflito entre as personagens. Narração é a 
exposição escrita ou falada de um fato. É um relato de 
acontecimentos em determinada sequência, tendo como 
elementos integrantes: 
 
a) As personagens, 
 
b) Os fatos, 
 
c) O tempo, 
 
d) O espaçoe 
 
e) O foco narrativo. 
 
 
• O texto descritivo é a exposição minuciosa de um fato; a 
representação das características de uma pessoa, de uma 
cena, de um objeto ou de um processo. Para fazer-se uma 
boa descrição, dois recursos são necessários: a 
particularização do espaço, apresentando-se 
detalhadamente as características do ser ou objeto e a 
sensibilização dos sentidos, mobilizando as sensações 
olfativas, táteis, visuais, gustativas e auditivas. De acordo 
com sua finalidade, podemos falar em dois tipos de 
descrição: 
 
a) técnica ou 
 
b) literária. 
 
 
O Conteúdo Literário de um Texto 
 
Tem-se um conteúdo informativo quando se escreve sobre 
coisas que acontecem, como nas notícias que aparecem 
em jornais, revistas e na Internet, bem como nas leis e 
bulas. 
 
 
Informações Literais e Inferências 
 
 Literal é literalmente, textualmente, palavra por palavra. 
É a informação que consta na literatura. Já a inferência é 
a afirmação (conclusão ou indução) de algo já conhecido 
como verdadeiro. É confirmar algo como correto. É alguém 
que corrobora com o que já foi dito. Designa-se por 
inferência a operação mental pela qual obtemos de uma 
ou mais proposições outra ou outras que nela(s) estava(m) 
já implicitamente contida(s). As inferências podem ser 
divididas em dois tipos: imediatas e mediatas. A inferência 
imediata consiste em extrair de uma só proposição outra 
proposição, à qual se atribui o valor de verdade ou 
falsidade. A inferência imediata pode ser obtida por 
oposição ou conversão. A inferência mediata consiste 
numa conclusão obtida a partir de duas ou mais 
proposições. Este tipo de inferência pode ser de três tipos: 
analógicas, indutivas e dedutivas. O termo inferência usa-
se por vezes como sinônimo de raciocínio. Embora tal 
associação não seja incorreta, a verdade é que inferência 
possui um sentido mais abrangente que raciocínio. O 
termo raciocínio será reservado aplicado apenas a um tipo 
de inferências, as mediatas. 
 
 
Significação Contextual de Palavras e Expressões 
 
 Em sentido largo, pode-se entender semântica como 
um ramo dos estudos linguísticos que se ocupa dos 
significados produzidos pelas diversas formas de uma 
língua. Dentro dessa definição ampla, pertence ao domínio 
da semântica tanto a preocupação com determinar o 
significado dos elementos constituintes das palavras 
(prefixo, radical, sufixo) como o das palavras no seu todo 
e ainda o de frases inteiras. Diz-se, por exemplo, que o 
verbo haver é sinônimo de existir numa frase como “Há 
flores sem perfume.” Isso quer dizer que seus significados 
se equivalem. Pode-se também dizer que uma frase 
passiva como “A praça foi ocupada pelos peregrinos.” é 
semanticamente equivalente à sua correspondente na voz 
ativa “Peregrinos ocuparam a praça.” Dentre os conceitos 
de semântica indispensáveis para qualquer vestibular, 
relacionam-se os seguintes: 
 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
6 LÍNGUA PORTUGUESA 
Sinônimos: formas linguísticas que apresentam o mesmo 
significado (coragem / destemor; rápido / ligeiro / lépido). 
 
Antônimos: formas linguísticas de significado oposto 
(progredir x regredir; bom x mau). 
 
Polissemia: propriedade que a mesma palavra tem de 
assumir significados diferentes. 
 
Luísa bate a porta. (fechar) 
 
Antônio bate o carro no poste. (trombar) 
 
O sino bate três vezes. (soar) 
 
O coração bate rápido. (pulsar) 
 
 
Obs.: o significado específico assumido pela 
palavra dentro do contexto linguístico em que ela 
aparece é denominado significação contextual. 
 
 
Ambiguidade: possibilidade de interpretar de maneiras 
diferentes a mesma palavra ou frase. 
 
Ministro falará da crise no Canal 17. 
 
Nessa frase, usada em questão do vestibular da 
FGV/SP, não é possível saber se a expressão “no 
Canal 17” se refere a “falará” (“falará no Canal 
17”, sobre uma crise que a frase não especifica) 
ou a “crise” (“crise no Canal 17”, sobre a qual o 
ministro falará num lugar não mencionado pela 
frase). Para resolver a ambiguidade, optando pela 
primeira interpretação, basta mudar a ordem dos 
termos na frase: 
 
No Canal 17, ministro falará da crise. 
 
 
Optando pela segunda interpretação, a melhor 
solução é deixar clara a relação entre os termos, 
lançando mão de outro recurso diferente da 
mudança de posição das palavras, como, por 
exemplo: 
 
Ministro falará da crise que atinge o Canal 17. 
 
 
Denotação: conceito ou significado que uma palavra 
evoca. Os dicionários trazem dominantemente o 
significado denotativo das palavras (descrevem conceitos 
associados a elas). 
 
 
Conotação: conjunto de valores, impressões ou reações 
psíquicas que se superpõem a uma palavra. Palavras com 
praticamente a mesma denotação possuem conotações 
nitidamente diversas. É o caso de amante, amásia, 
companheira, amigada, concubina. As impressões que 
cada um desses termos provoca são francamente 
diferentes, embora a denotação (o conceito a que o termo 
se refere) não varie. É nesse sentido que se diz que não 
existem sinônimos perfeitos, pois se o são no nível da 
denotação, raramente ocorre o mesmo no nível da 
conotação. 
 
 
Sentido literal: significado usual de uma palavra; sentido 
próprio. 
 
Ex.: Abelhas produzem mel. 
 
 
Sentido figurado: significado não usual de uma palavra, 
decorrente de associações com outros significados. 
 
Ex.: “Iracema, a virgem dos lábios de mel.” 
Ponto de Vista do Autor 
 
O ponto de vista do autor geralmente interfere na produção 
do texto. Existe o ponto de vista físico e o ponto de vista 
mental. 
O Ponto de Vista Físico: consiste na posição 
física do autor. Ou seja, a perspectiva que este 
tem do objeto pode determinar a ordem na 
enumeração dos pormenores. 
 
 
O Ponto de Vista Mental: consiste numa 
impressão pessoal e interpretação do objeto. A 
simpatia ou antipatia do observador pode resultar 
em imagens bastante diferenciadas do mesmo 
objeto. 
 
 
Ideia Global 
 
 Como se forma o sentido de um texto? De que recursos 
dispõe quem escreve para conferir ao texto os sentidos 
que quer expressar? E quem lê, a que elementos deve 
prestar atenção para “descobrir” os sentidos do texto? Ou 
seja, que elementos e que recursos são mobilizados no 
processamento de textos, tanto na recepção quanto na 
produção? Afinal, escrever um texto implica deixar nele as 
marcas necessárias para que seja “lido” de acordo com os 
sentidos que lhe quis dar quem o escreveu. E ler um texto 
implica percorrer o caminho inverso: decifrar as marcas e 
sinais deixados pelo autor para decifrar-lhe o sentido, ou 
os sentidos. Enfim, que recursos, marcas, sinais, 
elementos compõem os textos? Sabe-se que o sentido de 
um texto não se forma exclusivamente pela decifração das 
marcas e sinais deixados nele pelo autor, já que o leitor 
não é um decifrador passivo de signos. O leitor é um 
construtor de sentido (KOCH, 2006, p. 13). Interferem, 
nessa formação de sentido, o conhecimento de mundo do 
leitor, suas crenças, seu passado, suas leituras anteriores, 
além do contexto e de muitos outros fatores. E recorremos 
ainda a vários tipos de conhecimento: linguístico, 
enciclopédico, interacional, comunicacional, meta 
comunicativo, superestrutural (conhecimento da estrutura 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
7 LÍNGUA PORTUGUESA 
dos gêneros dos textos), etc. Percebe-se, então, que tanto 
a produção quanto a recepção de textos são atividades 
complexas. Segundo Maingueneau (2002, p. 20) 
“compreender um enunciado não é somente referir-se a 
uma gramática e a um dicionário, é mobilizar saberes 
muito diversos, fazer hipóteses, raciocinar, construindo um 
contexto que não é um dado preestabelecido e estável.” Já 
Kress et al. (1997, p. 270, apud BALOCCO, 2005, p. 65) 
acrescentam que “a linguagem sozinha não é mais 
suficiente como foco de atenção para aquelesinteressados na construção e reconstrução social do 
significado.” Esses dois autores já sinalizam o caminho 
que pretendo percorrer neste artigo. A intenção é abordar 
o texto em sentido amplo, incluindo e destacando 
elementos pouco considerados. Recomendam as 
estratégias de leitura que, antes de avançar na leitura do 
texto, seja observado o entorno dele, seus 
contextualizadores, a distribuição do material no suporte, a 
ocupação da página pela mancha gráfica, o tratamento 
dado ao material linguístico e não linguístico, a presença 
(ou não) de elementos extralinguísticos, etc. Qual o sentido 
dessa recomendação? Certamente, a justificativa está no 
fato de que ler um texto, em sentido pleno, não se limita, 
reforçando, a decifrar os parágrafos do primeiro ao último, 
levando em consideração somente o material linguístico. 
Da mesma forma como compor um texto não deve se 
limitar a cuidar da estruturação e ordenação de frases e 
parágrafos. O modo como esse material é tratado interfere 
na formação do texto e, portanto, na constituição de seu 
sentido, da mesma forma como interferem outros, 
variados, recursos ativados no processamento dos textos, 
tais como o contexto de enunciação, as vivências e 
saberes do leitor. E interferem, ainda, recursos materiais 
não linguísticos. Creio que não se estará falseando a 
intenção de Maingueneau (2002, p. 12) se estendermos a 
todos os textos o que o autor afirma sobre o texto 
publicitário, quando diz que “[...] um texto publicitário, em 
particular, é fundamentalmente imagem e palavra; nele, 
até o verbal se faz imagem” (p. 12). Em outro momento, o 
autor reforça a ideia do texto visto como imagem: “Um 
enunciado que não é oral constitui, assim, uma realidade 
que não é mais puramente verbal. Em um nível superior, 
todo texto constitui em si uma imagem, uma superfície 
exposta ao olhar.” (p. 81 – grifos do autor). Também para 
Kress et al. (1997, apud BALOCCO, p. 65), “é preciso 
analisar a forma como a linguagem e elementos visuais 
articulam-se num texto, funcionando como ancoragens 
para leituras ideologicamente marcadas.” Koch (2006, p. 
19) igualmente, a par de destacar a importância de levar 
em consideração os conhecimentos do leitor, ressalta que 
“necessário se faz considerar a materialidade linguística do 
texto, elemento sobre o qual e a partir do qual se constitui 
a interação.” Não é intenção repassar aqui a bibliografia 
que aborda a complexidade de fatores que intervêm para 
o processamento dos textos, que aqui apenas 
tangenciamos. O objetivo dessa abordagem inicial foi 
somente contextualizar o assunto. O espectro que forma 
esse conjunto de fatores é vasto. Que trata do material 
linguístico, até já existe razoável literatura. Por isso, a 
intenção, aqui, é trazer à consideração elementos pouco e 
esparsamente abordados na análise de textos. A intenção 
é incluir o material visual do texto, sem excluir os demais 
componentes. O tema que vai nos ocupar será o da 
formação do sentido dos textos, mas adotando uma 
metodologia um pouco diferente. Vamos começar 
introduzindo a noção de texto global. Em seguida, será 
feita análise de parte dos componentes do texto global. 
 
 
 O Texto Global 
 
 Antes de abordar o texto global, uma ressalva. Sabe-se 
que classificar, dividir é sempre uma operação complicada. 
E segregar os constituintes dos textos em grupos 
estanques não corresponde à realidade de funcionamento 
da língua, já que é imprecisa e instável a fronteira entre 
eles. O objetivo dessa segregação é didático, ou seja, 
auxiliar no processo de análise, que se operacionaliza 
observando-se parte por parte. Mas, no final, volta-se à 
síntese. E aqui, a síntese é o texto. É no texto que a língua 
funciona plenamente, na conjugação e confluência de 
todas as partes. Mesmo sabendo-se das imperfeições 
implicadas nas operações de dividir e classificar, está 
sendo proposta uma classificação, com o objetivo, como 
se disse, de auxiliar a análise das partes dessa complexa 
realidade que são os textos. O texto global, na concepção 
aqui visualizada, como mostra a Fig. 1, compõe-se de 
elementos e marcas. O grupo dos elementos subdivide-se 
em três subgrupos: os elementos contextualizadores, 
linguístico-discursivos e extralinguísticos. Os elementos 
linguístico-discursivos e os extralinguísticos serão 
abordados sucintamente. Já os contextualizadores e as 
marcas paralinguísticas merecerão abordagem mais 
extensiva. Será sobre esses dois componentes dos textos 
que estará voltado o foco deste trabalho. A razão de 
destacar esses dois grupos de constituintes textuais deve-
se, especialmente, à carência de abordagens que 
contemplem seu estudo. São raras e esparsas as 
referências às marcas paralinguísticas. Já aos 
contextualizadores são feitas seguidas referências, porém 
carece analisa-los extensivamente. Em compensação, os 
elementos linguísticos, discursivos e gramaticais são 
contemplados amplamente pela bibliografia do ramo. Por 
seu turno, os elementos extralinguísticos, embora sua 
constante presença e inegável contribuição para a 
formação do sentido do texto global, tem seu lócus 
deslocado mais para a semiótica, a comunicação não 
verbal, e, abordá-los, demandaria deslocar também o foco 
da nossa atenção, o que desvirtuaria o nosso objetivo. 
Passemos, então, a rápida abordagem dos elementos 
linguístico-discursivos e extra linguísticos. Os elementos 
linguístico-discursivos abordam, como indica o nome, o 
material da língua e o do discurso utilizados na 
composição dos textos. São normalmente (e 
tradicionalmente) os mais lembrados no estudo de textos, 
e recobrem uma área extensa no domínio da composição 
textual. Veja-se, por exemplo, a extensão do tópico 
elementos coesivos. Inúmeros manuais tratam 
exclusivamente de coesão. O mesmo acontece com os 
elementos morfossintáticos, com a situação de 
enunciação, etc. que perfazem esse conjunto amplo de 
elementos linguísticos e enunciativos. Fica ressaltada a 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
8 LÍNGUA PORTUGUESA 
importância deles e ressalvada a impossibilidade de 
abordá-los em neste exíguo espaço. Os elementos 
extralinguísticos constituintes do texto global também 
acompanham o texto, porém constituem-se de material 
icônico, iconográfico (fotografias, desenhos, mapas, etc.), 
extrapolando, portanto, o material linguístico, mas 
contribuindo para a formação do sentido global do texto. 
Maingueneau (2002, p. 81) faz significativa referência ao 
paratexto e ressalta a importância da espacialidade: “A 
espacialidade do escrito e do impresso permite também 
que lhes associemos elementos icônicos variados 
(esquemas, desenhos, gravuras, fotos etc.)” (grifo do 
autor). São inúmeros os gêneros de textos que vêm 
acompanhados de fotografias que ilustram um evento 
relatado ou que “mostram” o autor do texto; de paisagens 
ilustrativas; de imagens diversas que complementam a 
informação global do texto. Imaginemos os textos 
publicitários, as imagens televisivas, a sucessão de 
quadros de um filme. Trata-se de “textos” em que o normal 
é haver um forte entrelaçamento de recursos linguísticos e 
não-linguísticos. Deles também fica ressaltada a 
importância a impossibilidade de abordá-los, aqui, mais 
exaustivamente. 
 
 
A Fig. 1 visualiza o conjunto de elementos e marcas que constituem o texto global. 
 
Componentes do Texto Global 
Marcas Paralinguísticas 
Elementos 
Extralinguísticos 
Elementos Linguísticos 
Discursivos 
Elementos Contextualizadores 
aspas, asterisco, balão 
(das histórias em 
quadrinhos, tiras), caixa-
alta/caixa-baixa, colunas, 
cor/cores da fonte, 
entrelinhas, espaços, 
itálico, maiúsculas/ 
minúsculas, negrito, 
paralelismos não-
linguísticos (simetrias), 
sinais de pontuação, 
sublinhas, tipo de fonte, 
translineação, etc. 
cores (de fundo, 
sombreamentos, etc.), 
canal, contexto físico 
(virtual),desenhos, 
fotografias, ilustrações, 
imagens, linhas, mancha 
gráfica, marcadores, 
recursos icônicos, 
símbolos, suporte, 
traços, etc. 
coesão, contexto 
enunciativo (situação 
enunciativa, situação de 
comunicação), 
construção frasal, 
conteúdo, co-texto, 
elementos pragmáticos, 
enunciadores, 
paralelismos linguísticos, 
nível (registro), 
ortografia, paragrafação, 
pontuação, seleção 
lexical, etc. 
arroba, assinatura, assunto, autor, 
cores (de fundo, de contorno, etc.), 
data, destinatário, elementos de 
contato (telefone, e-mail, site, fax, 
blog), elementos gráfico icônicos, 
epígrafe, frase de fechamento, 
fórmulas de fechamento, fórmulas de 
cortesia, início dos textos (primeira 
frase), localizadores (rua, bairro, 
cidade, país, CEP), linha de atenção 
(at.), logomarca, meio de 
circulação, nome (empresa, 
repartição), paratexto 
(textos anexos, links), post scriptum 
(P. S.), remetente, subtítulos, 
suporte físico, timbre, título, tópicos, 
vocativo, etc. 
 
 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
9 LÍNGUA PORTUGUESA 
Os Contextualizadores 
 
 Os elementos contextualizadores têm a função de 
situar o texto no mundo e no universo sóciocognitivo do 
leitor. Marcuschi (1983, p. 17) diz que os 
contextualizadores “contribuem para avançar expectativas 
a respeito do texto, situando-o num universo contextual de 
interação”, e cita como exemplos: assinatura, localização, 
data, elementos gráficos, título, início, autor. Van Dijk 
(1977, apud KOCH, 2006, p. 73) refere-se a contexto 
definindo-o como “conjunto de todas as propriedades da 
situação social que são sistematicamente relevantes para 
a produção, compreensão ou funcionamento do discurso e 
de suas estruturas.” O autor se refere a “situação social”, 
não sendo fácil saber qual a abrangência dessa situação 
social. Mas parece referir-se mais a contexto externo, 
extralinguístico. A abrangência que se pretende dar, aqui, 
a elementos contextualizadores é ampla, incluindo 
variados componentes que exercem a função de 
contextualizar o texto. São elementos quer pré-textuais, 
quer pós-textuais, e, às vezes, até intratextuais. Situam-se 
dentro do (que denomino metaforicamente de) quadrilátero 
que emoldura o texto global. Visualizemos, para 
exemplificar, uma carta comercial. Dentro do quadrilátero 
que, imaginariamente, emoldura a carta, situam-se o 
timbre (nome da empresa, localizadores, elementos de 
contato), local e data, endereçamento, vocativo, 
assinatura, etc.). São exemplos de contextualizadores pré-
textuais e pós-textuais. De qualquer forma, o quadrilátero 
permanece uma denominação metafórica, pois se sobe 
que nem todos os textos estão contidos dentro de quatro 
linhas “imaginárias”. Sabe-se que os textos podem se 
apresentar em formas e disposições as mais variadas. 
Outros elementos, além dos citados na Fig. 1, poderiam 
ser incluídos entre os contextualizadores. Em sentido 
amplo, os elementos extralingüísticos no geral podem ser 
considerados contextualizadores. E até os lingüístico-
discursivos. Todos eles contribuem para localizar o texto 
no contexto e no co-texto. Citemos como exemplo a 
logomarca de uma empresa constituída por uma imagem. 
É um elemento extralingüístico, mas exerce, sem dúvida, 
a função de situar o texto, contribuindo com inúmeras 
informações: a empresa, o produto, a época (empresa e 
produto antigos, atuais), o mundo (antigo, ou globalizado), 
etc. Ocorrem, portanto, sobreposições, complementações. 
Cabe notar, ainda, que a contextualização de um texto 
também se realiza pela apreensão do conteúdo do próprio 
texto, não somente pela presença dos elementos 
materiais. Porém, a preocupação não é com o rigor da 
listagem exaustiva. O essencial consiste em perceber que 
existem elementos constitutivos do texto global cuja função 
é situar o texto, e que o importante é incluí-los nos roteiros 
de trabalhos que visam tanto à recepção quanto à 
produção de textos. Essas referências teóricas aos 
contextualizadores serão complementadas adiante, 
quando será feita a análise exemplificativa de um texto. 
 
Parágrafo: Tópico de Parágrafo e Desenvolvimento 
 
O parágrafo é uma estrutura superior à frase, que 
desenvolve, eficazmente, uma única idéia-núcleo. Apesar 
disso, o parágrafo não deve ser uma camisa-de-força do 
texto. Com um pouco de sensibilidade, todos nós somos 
capazes de perceber o momento em que devemos fazer a 
transição entre um parágrafo e outro. As informações 
deste texto devem ser consideradas, portanto, apenas 
balizas de orientação e não receitas a serem seguidas ao 
pé da letra. 
 
 
Início de Parágrafo 
 
 Garcia, com base naquilo que chama parágrafo-padrão, 
propõe uma série de inícios de parágrafo, que denomina 
de tópicos frasais. Neste trabalho, vou utilizar a expressão 
tópico de parágrafo, uma vez que existem termos 
colocados em início de sentenças, como uma espécie de 
“quadro de referência”, que se chamam tópicos de frase ou 
tópicos frasais. É o caso de seqüências como: O carro, 
você viu que ele está sem gasolina? em que o termo O 
carro funciona como tópico de frase. Vamos, portanto, aos 
tópicos de parágrafo. O mais comum deles é a declaração 
inicial. Geralmente, esse tipo de tópico ocorre no mundo 
comentado. Como o próprio nome indica, trata-se de iniciar 
o parágrafo fazendo uma declaração, como no exemplo a 
seguir: O hábito de correr, benéfico para o coração, os 
pulmões e a manutenção da forma física, também origina 
sérios problemas, principalmente ortopédicos. Um outro 
tópico e a alusão histórica. Trata-se de iniciar um parágrafo 
fazendo alusão a um fato acontecido, real ou fictício. 
Temos, agora, a presença do mundo narrado. Vamos a um 
exemplo: Em algum dia perdido na noite dos tempos, há 
cerca de seis mil anos, o homem lançou seu primeiro barco 
na água, e, flutuando, movimentou-se pela primeira vez 
fora de terra firme. É claro que, na alusão histórica, 
também estamos, de certa maneira, fazendo uma 
declaração. O que importa, no entanto, é estarmos 
narrando alguma coisa. Um terceiro tipo de tópico é a 
interrogação. A idéia-núcleo do parágrafo é colocada por 
intermédio de uma pergunta. Seu desenvolvimento é feito 
por intermédio da confecção de uma resposta à pergunta: 
De que maneira uma nação pode conciliar seu 
desenvolvimento com uma pesada dívida externa? Um 
quarto tipo, muito pouco utilizado, é o da omissão de dados 
identificadores. Esse tópico visa criar um certo suspense 
no leitor, por intermédio da ocultação de elementos que 
somente vão aparecer no desenvolvimento do parágrafo. 
Vejamos um exemplo: De uns tempos para cá, tem surgido 
um elemento novo no cenário político nacional. 
Extremamente movediço, ele sempre aparece onde não se 
espera. Se o espreitamos, ele se esconde, em hibernação 
cautelosa. 
 
 
Desenvolvimento do Parágrafo: O desenvolvimento do 
parágrafo dependerá, obviamente, da macroestrutura do 
texto. Há certos tipos de desenvolvimento mais adequados 
ao texto argumentativo. Outros, ao discurso narrativo. Vou, 
entretanto, exemplificar algumas possibilidades de 
desenvolvimento do parágrafo, a partir de um único tópico, 
o seguinte: A vida agitada das grandes cidades aumenta 
os índices de doenças do coração. 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
10 LÍNGUA PORTUGUESA 
Desenvolvimento por Detalhes: A vida agitada das 
grandes cidades aumenta os índices de doenças do 
coração. O tráfego intenso, o ruído do tráfego, as 
preocupações geradas pela pressa, o almoço corrido, o 
horário de entrar no trabalho, tudo isso abala as pessoas, 
produzindo o “stress” que ataca o coração. 
 
 
Desenvolvimento por Definição: A vida agitada das 
grandes cidades aumenta os índices de doenças do 
coração. Vida agitada é aquela em que o indivíduo não tem 
tempo para cuidar de si próprio, mercê dos compromissos 
assumidos e do tempo exíguo para cumpri-los. Entre asdoenças do coração, a mais comum é a que ataca as 
artérias coronárias, assim chamadas porque envolvem o 
coração, como uma coroa, para irrigá-lo em toda a sua 
topologia. 
 
 
Desenvolvimento por Exemplo Específico: A vida 
agitada das grandes cidades aumenta os índices de 
doenças do coração. Imaginemos um chefe de família que 
deixa sua casa, às 6h30 da manhã. Logo de início, tem de 
enfrentar a fila da condução. A angústia da demora; será 
que vem ou não vem o ônibus? Finalmente, vem. 
Superlotado. Sobe ele, aos trancos, e logo enfrenta a 
roleta. - Troco? - Não tem troco pra cem. - Espera um 
pouco para passar na roleta. - Agora tem, pode passar. 
Finalmente o ponto de descida. O relógio de ponto. Em 
cima da hora. Nesse momento, o relógio do coração do 
nosso amigo já passou do ponto. Suas coronárias sofrem 
sob o impacto do “stress” e entram em débito de fluxo 
sanguíneo. 
 
 
Desenvolvimento por Fundamentação da Proposição: 
A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de 
doenças do coração. Somente na última década, segundo 
informações da Secretaria da Saúde do Estado de São 
Paulo, o paulistano se infartou vinte vezes mais do que no 
decênio anterior. O “stress” causado pela vida intensa 
acelera os batimentos cardíacos, por intermédio da injeção 
exagerada de adrenalina, e apressa o surgimento dos 
problemas do coração. 
 
 
Desenvolvimento por Comparação: A vida agitada das 
grandes cidades aumenta os índices de doenças do 
coração. Imagine o leitor, por exemplo, um automóvel 
dirigido suavemente, com trocas de marcha em tempo 
exato, sem freadas bruscas ou curvas violentas. A vida útil 
desse veículo tende a prolongar-se bastante. Imagine 
agora o contrário: um automóvel cujo proprietário se 
compraz em arrancadas de “cantar pneus”, curvas no 
limite de aderência, marchas esticadas e freadas violentas. 
A vida útil deste último tende a decair miseravelmente. 
Podemos fazer isso com nosso coração, conduzindo-o 
com doçura, em ritmo de alegria e de festa, ou podemos 
tratá-lo agressivamente, exigindo-o fora de seu ritmo e de 
seu tempo de recuperação. 
 
 Síntese do Conteúdo Global 
 
Pensemos em um livro. Vamos supor que ele seja escrito 
em linguagem conceitual. Esse livro tem vários capítulos e 
apresenta-se com clareza e boa organização. Como o 
autor conseguiu isso? Com certeza ele tem bom domínio 
do conteúdo e estruturou suas ideias em uma sequência 
que garante a clareza. O livro é dividido em capítulos e 
cada um deles se organiza em parágrafos. Estes, por sua 
vez, são compostos por períodos, nos quais se alojam as 
ideias. É possível, então, reconhecer vários níveis de 
organização das ideias. Não importa a extensão do 
conteúdo. O autor deverá ter sempre a capacidade de 
estruturar suas ideias. Sem isso, sua obra não será 
compreensível. Ou seja, não é suficiente que se tenha bom 
domínio do conteúdo e conhecimento das estruturas de 
organização do texto. É preciso ter uma boa estrutura de 
ideias. E para isso é necessário planejar bem o texto. 
 
 
Ideia e Estrutura 
 
Ideia refere-se a conteúdo. Uma sequência de ideias está 
relacionada com a estrutura. É o conhecimento do assunto 
que indicará o que é essencial ou principal em um texto ou 
em uma obra. A sequência de ideias começa a ser definida 
quando optamos pela estrutura do ensaio e se completa 
na organização dos parágrafos. 
 
 
Conteúdo e Estrutura 
 
O planejamento de um texto é a maior garantia para se 
obter uma boa estrutura de ideias. Do mesmo modo que 
um escritor planeja um livro prevendo partes, capítulos e 
subtítulos, é possível planejar um texto menor prevendo 
seus parágrafos. Mesmo em um texto pequeno, as ideias 
principais podem ser reunidas em um resumo, numa 
síntese ou em uma sequência de itens. Se a síntese do 
conteúdo for feita com a previsão dos trechos do texto, 
provavelmente estarão sendo definidas as ideias centrais 
dos parágrafos. 
 
 
Parágrafo e Estrutura 
 
Ao definir as ideias centrais do parágrafo, começa a ficar 
claro para quem escreve, e para o futuro leitor, a relação 
entre conteúdo e estrutura do texto. Quando considerados 
elementos que relacionam conteúdo e estrutura de ideias, 
os parágrafos não são aleatórios. Portanto, os parágrafos 
não são resultado apenas de regras preestabelecidas 
sobre sua construção. Eles são decorrência natural da 
necessidade de distribuir bem o conteúdo no texto e 
também uma forma de valorizar as ideias principais desse 
conteúdo. 
 
 
Ideias Secundárias 
 
Um texto contém muito mais ideias secundárias do que 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
11 LÍNGUA PORTUGUESA 
ideias principais. Os conteúdos das ideias secundárias não 
são os mais importantes, mas sem eles o texto não flui - 
torna-se pesado. Na verdade, não é possível escrever um 
texto sem as ideias secundárias. 
 
 
Para lembrar: As ideias secundárias funcionam como 
atores coadjuvantes. Cumprem um papel secundário, mas 
imprescindível. Redigir bem depende muito do domínio 
que o autor tem dessas ideias. 
 
 
Colocadas em excesso, as ideias secundárias dificultam a 
compreensão do essencial. Mas quando há ideias de 
menos, o texto fica sintético demais, telegráfico. As ideias 
secundárias são dispensáveis somente quando queremos 
fazer uma síntese ou um resumo do conteúdo. No texto 
seguinte, as ideias principais compõem todo o primeiro 
parágrafo. O segundo e o terceiro parágrafos 
desenvolvem ideias principais e secundárias ou 
complementares. 
 
Esta primeira conferência será 
dedicada à oposição leveza-peso e 
argumentarei a favor da leveza. Não 
quer dizer que considero menos 
válido o argumento do peso, mas 
apenas que penso ter mais coisas a 
dizer sobre a leveza. 
Ideias Principais 
Depois de haver escrito ficção por 
quarenta anos, de haver explorado 
vários caminhos e realizado 
experimentos diversos, chegou o 
momento de buscar uma 
 
Definição global de meu trabalho. Ideia Principal 
Gostaria de propor o seguinte: no 
mais das vezes, minha intervenção 
se traduziu por uma subtração do 
peso; esforcei-me por retirar peso, 
ora às figuras humanas, ora aos 
corpos celestes, ora às cidades; 
esforcei-me sobretudo por retirar 
peso à estrutura da narrativa e à 
linguagem. Nesta conferência, 
buscarei explicar - tanto para mim 
quanto para os ouvintes - a razão por 
que fui levado a considerar 
 
a leveza antes um valor que defeito; Ideia Principal 
direi quais são, entre as obras do 
passado, aquelas em que reconheço 
o meu ideal de leveza; indicarei o 
lugar que reservo a esse valor no 
presente e como o projeto no futuro. 
 
 
 
Intertextualidade x intratextualidade 
 
Inter = Entre dois conjuntos, Intra = Dentro de um conjunto 
 
No exemplo abaixo, Manuel Bandeiras fez uso das obras 
de Drummond, para compor uma poesia em homenagem 
ao amigo. Ele fez uso da intertextualidade. 
 
Carlos Drummond de Andrade 
 
Louvo o Padre, louvo o Filho, 
O Espírito Santo louvo. 
Isto feito, louvo aquele 
Que ora chega aos sessent'anos 
E no meio de seus pares 
Prima pela qualidade: 
O poeta lúcido e límpido 
Que é Carlos Drummond de Andrade. 
 
Prima em Alguma Poesia [1930] 
Prima no Brejo das Almas [1934] 
Prima em Rosa do Povo, [1945] 
No Sentimento do Mundo. [1940] 
(Lírico ou participante, 
Sempre é poeta de verdade 
Esse homem lépido e limpo 
Que é Carlos Drummond de Andrade). 
 
Como é o fazendeiro do ar, [1954] 
O obscuro enigma dos astros 
Intui, capta em claro enigma. [1951] 
Claro, alto e raro. De resto 
Ponteia em viola de bolso [1952] 
Inteiramente à vontade 
O poeta diverso e múltiplo 
Que é Carlos Drummond de Andrade. 
 
Louvo o Padre, o Filho, o Espírito 
Santo, e após outra Trindade 
Louvo: o homem, o poeta, o amigo 
Que é Carlos Drummond de Andrade. 
 
Já em Antologia, o autor buscou em suas próprias obras 
materiais para compô-la. Elepraticou então a 
intratextualidade. 
 
Antologia 
 
A vida 
Não vale a pena e a dor de ser vivida [Soneto Inglês, 15º 
verso] 
Os corpos se entendem mas as almas não. [Arte de Amar 
8º verso] 
A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. 
[Pneumotórax 3º verso, 3º estrofe] 
 
Vou-me embora pra Pasárgada! [Vou-me embora pra 
Pasárgada 1º verso] 
Aqui eu não sou feliz. [Vou-me embora pra Pasárgada 7º 
verso, 1º estrofe] 
Quero esquecer tudo: [Cantiga, 1º verso, 3º estrofe] 
- A dor de ser homem… 
Este anseio infinito e vão [Resposta a Vinícius, 10º verso] 
De possuir o que me possui. [Resposta a Vinícius, 11º 
verso] 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
12 LÍNGUA PORTUGUESA 
Quero descansar [Cantiga, 4º verso, 3º estrofe] 
Humildemente pensando na vida e nas mulheres que 
amei…[Poema só para Jaime Ovalle 9º] 
Na vida inteira que podia ter sido e que não foi. 
[Pneumotórax, 2ºverso] 
 
Quero descansar. [Cantiga, 4º verso, 3º estrofe] 
Morrer [A Morte Absoluta, 1º verso] 
Morrer de corpo e de alma. [A Morte Absoluta, 2º verso] 
Completamente. [A Morte Absoluta, 3º verso] 
(Todas as manhãs o aeroporto em frente me dá lições de 
partir.) [ Lua Nova, 1º verso, 3º estrofe] 
 
Quando a Indesejada das gentes chegar [Consoada, 1º 
verso] 
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, [Consoada, 8º 
verso] 
A mesa posta, [Consoada, 9º verso] 
Com cada coisa em seu lugar. [Consoada, 10º verso] 
 
 reconhecimento da função 
desempenhada por diferentes recursos 
gramaticais no texto, nos níveis 
fonológico, morfológico, sintático, 
semântico e textual/discursivo; 
 
A construção de um texto escrito depende da capacidade 
de construir formas e levá-las a sucessivas transformações 
que são de natureza fonológica, morfológica, sintática e 
semântica. Veja, a seguir, os recursos que devem ser 
considerados quando da construção de um texto: 
 
 
Recursos Fonológicos 
 
Referem-se à sonoridade das palavras. São os seguintes, 
os recursos fonológicos: 
 
Aliteração: Repetição de sons consonantais iguais ou 
parecidos em um contexto. Em geral, a aliteração reforça 
alguma idéia expressa por meio vocabular. 
 
Exemplo: “Leves véus velam, nuvens vãs, a lua.” 
Fernando Pessoa 
 
 
Assonância: Repetição de sons vocálicos iguais em 
sílabas tônicas de palavras próximas em um contexto. 
 
Exemplo: 
 
“E no dia lindo 
vi que vinhas vindo, 
minha vida.” 
Guilherme de Almeida 
 
 
Paronomásia: Jogo de palavras que consiste na 
aproximação (ou substituição) de palavras ou expressões 
que possuem semelhança fonética e / ou ortográfica. 
Exemplo: 
 
“Ei-lo sentado num banco de pedra 
Pálido e polido” 
Oswald de Andrade 
 
 
Onomatopéia: Escolha de vocábulos ou de expressões 
(interjeições) que procura imitar o som do ser nomeado. 
 
Exemplo: 
 
“Dez horas da noite, o relógio farto batia dão! 
dão! dão! dão! dão! dão! dão! dão! dão! dão!” 
Oswald de Andrade 
 
 
Recursos Morfológicos 
 
Os recursos morfológicos são aqueles que se referem à 
formação das palavras. Conhece-los, significa conhecer as 
classes de palavras e suas estrutura, formação e flexão. 
As palavras estão em constante processo de evolução, 
tornando a língua um fenômeno vivo que acompanha o 
homem. Alguns vocábulos caem em desuso (arcaísmos), 
outros nascem (neologismos) e muitos mudam de 
significado com o passar do tempo. Em Língua 
Portuguesa, em função da estruturação e origem das 
palavras, pode-se chegar à seguinte divisão: 
 
Palavras Primitivas: não derivam de outras 
(casa, flor) 
 
Palavras Derivadas: derivam de outras (casebre, 
florzinha) 
 
Palavras Simples: só possuem um radical 
(couve, flor) 
 
Palavras Compostas: possuem mais de um 
radical (couve-flor, aguardente) 
 
 
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário 
o conhecimento dos seguintes processos de formação: 
 
Composição: junção de radicais. São dois tipos de 
composição, em função de ter havido ou não alteração 
fonetica. 
 
Justaposição: sem alteração fonética (girassol, 
sexta-feira) 
 
Aglutinação: alteração fonética, com perda de 
elementos (planalto, pernalta). Gera perda da 
delimitação vocabular e a existência de um único 
acento fônico 
 
Derivação: palavra primitiva (1 radical) acrescida, 
geralmente, de afixos. São cinco tipos de derivação. 
 
Prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva 
(in-feliz, des-leal) 
 
Sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva 
(feliz-mente, leal-dade) 
 
Parassintética ou Parassíntese: acréscimo 
simultâneo de prefixo e sufixo, ao mesmo tempo, 
à palavra primitiva (en+surdo+ecer / a+benção 
+ado / en+forca+ar). Por esse processo se forma 
 
WWW.APOSTILASATENTO.COM.BR 
13 LÍNGUA PORTUGUESA 
essencialmente verbos, de base substantiva ou 
adjetiva; mas há parassintéticos de outras classes 
(subterrâneo, desnaturado) 
 
 
Observação: Se com a retirada do prefixo ou do sufixo não 
existir aquela palavra na língua, houve parassíntese (infeliz 
existe e felizmente existe, logo houve prefixação e 
sufixação em infelizmente; ensurde não existe e surdecer 
também não existe, logo ensurdecer foi formada por 
parassíntese) 
 
 
Regressiva ou Deverbal: redução da palavra 
primitiva (frangão > frango gajão > gajo, 
rosmaninho > rosmano, sarampão > sarampo, 
delegado >delega, flagrante > flagra, 
comunista>comuna). Cria substantivos, que 
denotam ação, derivados de verbos, daí ser 
chamado também derivação deverbal (amparo, 
choro, vôo, corte, destaque, conserva, fala, 
pesca, visita, denúncia etc.). 
 
 
Observação: Para determinar se a palavra primitiva é o 
verbo ou o substantivo cognato, usa-se o seguinte critério: 
substantivo denotando ação constitui-se em palavra 
derivada do verbo, mas se o substantivo denotar objeto ou 
substância será primitivo (ajudar > ajuda, estudar > estudo 
‘“ planta > plantar, âncora > ancorar) 
 
Imprópria ou Conversão: alteração da classe gramatical 
da palavra primitiva (“o jantar” - de verbo para substantivo, 
“é um judas” - de substantivo próprio a comum, damasco 
por Damasco) 
 
Hibridismo: são palavras compostas, ou 
derivadas, constituídas por elementos originários 
de línguas diferentes (automóvel e monóculo- gr 
e lat / sociologia, bígamo, bicicleta - lat e gr / alca-
lóide, alcoômetro - ár. e gr. / caiporismo - tupi e gr. 
/ bananal - afric e lat. / sambódromo - afric e gr / 
burocracia - fran e gr) 
 
Onomatopéia reprodução imitativa de sons (pin-
gue-pingue, zunzum, miau, zinzizular) 
 
Abreviação Vocabular: redução da palavra até o 
limite de sua compreensão (metrô, moto, pneu, 
extra) 
 
Siglonimização - formação de siglas, utilizando 
as letras iniciais de uma seqüência de palavras 
(Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de 
siglas, formam-se outras palavras também 
(aidético, petista, uergiano) 
 
Cabe lembrar, também os neologismos que veremos a 
seguir: 
 
Neologismo: Neologismo pode ser conceituado como o 
elemento resultante da criação lexical (neologia) 
caracterizado por uma nova palavra acrescentada à 
língua. Os principais mecanismos para a ampliação do 
léxico (neologismos) são a derivação e a composição, mas 
há, também, influência de outros povos e culturas (é o caso 
do estrangeirismo). 
 
Segundo IEDA MARIA ALVES , os neologismos podem ser 
fonológicos, sintáticos e semânticos, idéia que adotaremos 
também no presente trabalho. 
 
1. Neologismos Fonológicos: Os neologismos 
fonológicos supõem a criação de um item léxico cujo 
significante seja totalmente inédito e, por isso mesmo, é 
considerado raro em todas as línguas, tanto pela 
resistência na incorporação do que é tido como novo, 
quanto pela decodificação pelo receptor, que nem sempre 
é obtida. Quanto às criações onomatopaicas, costuma-se 
dizer que está calcada, também, em significantes inéditos. 
Contudo, não há uma arbitrariedade absoluta, já que a 
palavra criada se baseia numa relação com certos ruídos 
ou gritos que procuram reproduzir os sons de animais ou 
coisas. A neologia fonológica é, segundo

Continue navegando