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RESUMO DE TÉCNICAS CIRÚRGICAS

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TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
TERMINOLOGIA Cirúrgicas
A terminologia é formada por prefixos que designam a parte do corpo relacionada à cirurgia e por sufixos que indicam o ato cirúrgico referente. Os principais objetivos da terminologia cirúrgica são:
· Fornecer a definição do termo cirúrgico;
· Descrever o tipo de cirurgia;
· Facilitar o preparo dos instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados para cada tipo de cirurgia;
Os profissionais de enfermagem que atuam no centro de material e esterilização precisam conhecer essa terminologia cirúrgica para poder preparar corretamente os materiais que serão reutilizados.
PREFIXOS DA TERMINOLOGIA CIRÚRGICA E SEUS SIGNIFICADOS
	PREFIXO
	RELATIVO A
	Adeno
	Glândula
	Blefaro
	Pálpebra
	Cisto
	Bexiga
	Colo
	Cólon
	Colpo
	Vagina
	Entero
	Intestino
	Gastro
	Estômago
	Histero
	Útero
	Nefro
	Rim
	Oftalmo
	Olho
	Orqui
	Testículo
	Osteo
	Osso
	Oto
	Ouvido
	Proto
	Reto
	Rino
	Nariz
	Salpingo
	Trompa
	Traqueo
	Traqueia 
SUFIXOS DA TERMINOLOGIA CIRÚRGICA E SEUS SIGNIFICADOS
	SUFIXOS
	SIGNIFICADOS
	Ectomia
	Remoção parcial ou total
	Pexia
	Fixação de um órgão
	Plastia
	Alteração da Forma ou Função
	Rafia
	Sutura
	Scopia
	Visualização do interior do corpo por aparelhos especiais
	Stomia
	Abertura de um órgão sem seu fechamento posterior
Principais cirurgias com sufixo Ectomia
· Ventriculoectomia: Ventrículo
· Cistectomia: Bexiga
· Colectomia: Cólon
· Esplenectomia: Baço
· Fistulectomia: Fistula
· Gastrectomia: Estomago
· Hepatectomia: Parcial do fígado
· Histerectomia: Útero
· Lobectomia: Lobo de um órgão
· Mastectomia: Glândula Mamária
· Ovariectomia: Ovário
· Pneumectomia: Pulmão
· Prostatectomia: Próstata
· Salpingectomia: Trompa
· Tireoidectomia: Tireoide
· Orquiectomia: Testículo
Principais cirurgias com sufixo Pexia
· Cistopexia: Bexiga
· Histeropexia: Útero à parede abdominal
· Nefropexia: Rim à parede abdominal
· Aritenoidepexia: Aritenóide
Principais cirurgias com sufixo Plastia
· Artroplastia: Articulação para restaurar movimento e função
· Mamoplastia: Mama
· Rinoplastia: Nariz
· Toracoplastia: Tórax
· Laringoplastia: Laringe
Principais cirurgias com sufixo rafia
· Blefarorrafia: Pálpebra
· Gastrorrafia: Estomago 
· Herniorrafia: Hérnia
· Perioneorrafia: Períneo
· Tenorrafia: tendão
Principais cirurgias com sufixo Scopia
· Artroscopia: Articulação
· Broncoscopia: Brônquios
· Cistoscopia: Bexiga
· Colonoscopia: Cólon
· Endoscopia: Órgãos internos
· Gastroscopia: Estômago
· Laparoscopia: Cavidade Abdominal
· Laringoscopia: Laringe
· Uretroscopia: Uretra
· Histeroscopia: Útero
Principais cirurgias com sufixo Stomia ou Tomia (Stomia é a abertura de um órgão sem seu fechamento posterior e Tomia é a abertura de um órgão com seu fechamento posterior)
· Artrotomia: Articulação
· Cistotomia: Bexiga
· Enterotomia: Intestino
· Laparotomia: Parede abdominal
· Traqueostomia: Traqueia
· Laringostomia: Laringe
· Ruminostomia: Rúmen
· Toracotomia: Tórax
PRINCIPAIS APARELHOS PARA VISUALIZAÇÃO DIRETA
	APARELHO
	FINALIDADE
	Artroscópio
	Artroscopia
	Cistoscópio
	Cistoscospia e ureteroscopia
	Colonoscópio
	Colonoscopia
	Laparoscópio
	Laparoscopia
	Laringoscópio
	Laringoscopia
	
	
TERMINOLOGIAS QUE NÃO SEGUEM AS REGRAS CITADAS
Amputação: Remoção de um membro ou de uma parte necrosada do corpo
Anastomose: Conexão e sutura de dois órgãos ou vasos
Artrodese: Fixação Cirúrgica de articulações
Biópsia: Remoção de um tecido vivo para fins diagnósticos
Cauterização: Destruição de um tecido por meio de um caústico ou calor, ou bisturi elétrico
Cesariana: Retirada do feto por incisão através da parede abdominal
Deiscência: Separação de bordos previamente suturados e unidos
Dissecção: Corte, retalhamento
Enxerto: Transplante de órgão ou tecido
Episiotomia: Incisão perineal destinada a evitar a ruptura do períneo durante o parto
Evisceração: Saída de vísceras de sua cavidade
Paracentese: Punção cirúrgica da cavidade para a retirada de líquidos
Ressecção: Remoção cirúrgica de parte de órgão
Toracocentese: Punção cirúrgica da cavidade torácica
CLASSIFICAÇÃO DE CIRÚRGIAS
Segundo a perda de sangue:
· Cruenta-Há perda de sangue 
· Incruenta-Praticamente não há perda de sangue
Segundo a finalidade:
· Curativa ou de necessidade que podem ser de extrema urgência ou urgência relativa
· De conveniência: Realizadas em pacientes hígidos (orquiectomia)
· Experimentais: Realizadas com a finalidade de estudo (Ruminostomia) 
Segundo a técnica aplicada:
· Conservadoras 
· Mutiladoras (ex: amputação de membros) 
· Reparadora (ex: dermorrafias) 
Segundo o resultado:
· Paliativa (ex: neurectomia em equinos) 
· Radical (cura total da lesão)
Segundo o prognóstico:
· Bom 
· Grave 
· Reservado
ESTERILIZAÇÃO, DESINFECÇÃO E ANTI-SEPSIA
ESTERILIZAÇÃO: É a destruição de todos os microorganismos (bactérias, vírus, esporos) existentes em instrumentais ou materiais cirúrgicos, que entram em contato com vasos sanguíneos ou tecido livre de microorganismos. Ex: Pinças, agulhas, cateteres, etc...
Todo produto médico hospitalar deve passar por um REPROCESSAMENTO que segue uma ou mais das seguintes etapas para que possa ser reutilizado, desde que não seja material descartável.
· Limpeza
· Desinfecção
· Esterilização
· Embalagem
· Teste de qualidade
Alguns instrumentos não podem ser colocados em autoclave, como o endoscópio que deve ser limpo com solução especifica para remoção da sujidade.
A limpeza é a remoção da sujidade, e pode ser manual ou automatizada.
· A limpeza manual se dá com detergentes, escovas, jatos de água e água quente. 
· A limpeza automatizada se dá em equipamentos específicos (lavadoras), detergentes enzimáticos e temperatura.
Métodos de esterilização:
Físicos: Usa-se radiação ionizante ou calor, esse calor pode ser o calor úmido com o uso de autoclave na temperatura de 120°C a 130°C de 30 a 40 minutos ou seco com o uso estufa á 180°C por 60 minutos.
Autoclaves são como panelas de pressão, usado normalmente em tecidos como aventais cirúrgicos.
Químicos: Com soluções como glutaraldeído 2%, acido peracético 0,2% e peróxido de hidrogênio 3-6%, ou ainda com gases como oxido etileno-ETO, plasma de peróxido de hidrogênio-STERRAD e autoclave de formaldeído.
O monitoramento do processo de esterilização é realizado por indicadores químicos ou biológicos para testar a eficácia do equipamento na instalação e após manutenção, verificar também a eficácia após qualquer modificação proposta no processo de esterilização e deve-se estabelecer a eficácia como rotina diária.
Para esse monitoramento usam-se indicadores:
O melhor desinfetante é aquele com baixa toxicidade, sem odor, que dê tempo de exposição pequeno, porém eficaz, alta concentração para se usar pouco e gastar menos, não pode causar corrosão e ter alto beneficio com baixo custo.
ANTI-SEPSIA: É a destruição dos microorganismos em tecidos vivos. Ex: Local da cirurgia. O antisséptico ideal deve ter:
· Elevado espectro de ação
· Ação imediata
· Elevado efeito residual	
· Baixa toxicidade
· Baixo custo
A equipe de trabalho não deve sair com vestimentas cirúrgicas para fora da sala, a mesma deve ficar guardada na sala de paramentação em armários específicos.
Uma cirurgia envolve:
· Paramentação cirúrgica
· Técnica cirúrgica
· Duração da cirurgia 
· Instrumental e campos cirúrgicos esterilizados
· Profilaxia antimicrobiana
· Nº reduzido de pessoas
· Manter as portas fechadas
Paramentação cirúrgica: Paramentar, segundo Aurélio, significa vestir-se com paramentos. É um procedimento indispensável para quem participa de um ato cirúrgico. Deve ser realizada com prontidão e respeito aos princípios de assepsia.
· GORROS: É indicado para prevenir a dispersão de partículas do couro cabeludo e queda de cabelo sobre o campo estéril. O primeiro paramento a ser vestido deve ser o gorro que cobre totalmente toda a cabeça e superfície dos cabelos, eliminando a possibilidade do cabelo ou caspas desprenderem-se sobre o campo cirúrgico.
· PROPÉS: Podem ser de tecido ou descartável; seu uso não interfere na incidência de infecçãode sítio cirúrgico, assim como sapatos privativos de centro cirúrgico; porém, sua utilização reforça a atenção quanto à entrada em área restrita. Deve ser colocado logo após o gorro cirúrgico.
· MÁSCARA: Seu uso refere-se à prevenção de contato da mucosa dos integrantes da equipe cirúrgica com fluídos e gotas de sangue do paciente, mas seu escape lateral faz com que tenha pequeno ou nenhum papel na prevenção de infecções, embora reduza significativamente o número de microrganismos eliminados no ambiente durante a fala, devendo ser trocada a cada duas horas ou sempre que se apresentar úmida ou suja. Deve-se compor de fibras de algodão ou sintéticas, cobrindo nariz, barba, bigode e costeletas, não devendo ser reaproveitada em outras cirurgias, mesmo que ainda aparente estar em boas condições de uso.
As soluções antissépticas devem estar em dispensadores fixos ou escovas/esponjas embebidas descartáveis. Proteger da exposição da luz solar direta. Preferir almotolias descartáveis e estabelecer rotina de reprocessamento das almotolias reenvasáveis.
ANTISSEPSIA DAS MÃOS E DOS BRAÇOS
1. Fazer antissepsia das mãos e dos antebraços com solução de PVP-I OU Clorexidine degermante. 
2. Utilizando escova descartável, cerdas macias e de uso individual.
3. Escove no sentido das mãos para o cotovelo fazendo 60 movimentos. Iniciando na ponta dos dedos e terminando nos punhos. Depois passe para o antebraço.
4. Atenção especial à unhas e espaços interdigitais.
5. Enxague a partir das mãos para o antebraço, todo esse procedimento deve ser realizado com a mão em um nível superior aos cotovelos.
6. Secar com toalha estéril.
Aventais: Possui finalidade de barreira física contra contaminação. Deve ter um bom comprimento e deve ser de manga comprida. 
Luvas: Não se toca do lado de fora da luva, só do lado de dentro. Já vem dobrado certinho, com as palmas pra cima.
PREPARO DA PELE DO PACIENTE
1. Banho pré-operatório (pequenos animais)
2. Remoção de pelos (tricotomia)
3. Antissepsia cirúrgica
Banho pré-operatório: Tem a finalidade de eliminar a sujidade e reduzir a flora transitória da pele. Sempre que possível quando não for emergência.
Remoção de pêlos (Tricotomia): Cuidado com o uso de lâminas. Pois, cortes microscópicos na pele servem como foco para proliferação de microrganismos. Deve ser feito para facilitar a antissepsia, facilitar a visualização do local da incisão, evitar que o pelo caia na incisão cirúrgica e que os mesmos interfiram na técnica de sutura.
Deve ser feito próximo do momento da cirurgia na sala de preparação logo após indução. Diminuindo assim proliferação de microorganismos, diminui a probabilidade de ter que fazer a tricotomia de novo e diminui irritabilidade da pele.
Deve ser feito na área mais ampla possível para ter mais segurança na cirurgia, sobre a pele previamente limpa, com técnica limpa ou estéril.
Quando a tricotomia é feita imediatamente antes da cirurgia o risco de infecção é de 3,1%, quando feito 24 horas antes a taxa de infecção é de 7,1%, se feito com mais de 24 horas essa taxa aumenta para cerca de 20 %.
Antissepsia cirúrgica: Fazer limpeza escrupulosa da pele com solução degermante. Usar antisséptico apropriado para preparação da pele. Os antissépticos recomendados são Clorexidine e Iodóforo (PVPI). Não pode usar os dois juntos, pois um anula o efeito do outro.
A antissepsia deve ser feita em círculos concêntricos em direção à periferia. Numa área ampla incluindo a possível ampliação da cirurgia ou inserção de drenos.
TIPOS DE FIOS
As cirurgias são caracterizadas por três tempos principais que são:
· Diérese: Divisão dos tecidos que possibilita o acesso à região a ser operada.
· Hemostasia: Parada do sangramento
· Sintese: Fechamento dos tecidos. É o conjunto de manobras manuais e instrumentais para unir tecidos separados, proporcionando a continuidade anatômica e funcional, favorecendo a cicatrização. 
Possui objetivo de reconstruir, repor e restituir s integridade do tecido explorado. A escolha da sutura e do material utilizado vai depender dos seguintes fatores:
· Tipo de tecido
· Tempo de cicatrização
· Estado geral do paciente
· Técnica cirúrgica
· Preferências/Disponibilidade
Os fios de suturas ideias devem ser de fácil manuseio, com boa segurança ao nó, boa manutenção da força tensil, resistência adequada aos tecidos e secreções, devem provocar baixa reação tecidual e não favorecer ou manter infecções. Ainda, não ser alergênico, não ser carcinogênico, não ser corrosivo, não ser tóxico, ser facilmente esterilizável e possuir baixo custo.
Características da sutura:
· Tamanho da sutura (menor possível)
· Flexibilidade: Diâmetro e composição – facilidade de manipulação
· Características da superfície e revestimento: Altera facilidade em passar pelo tecido, mínimo trauma, pode ser multifilamentado / monofilamentado capilaridade.
· Capilaridade: Fluidos e bactérias são carregados para o interior das fibras multifilamentadas, onde macrófagos e neutrófilos não penetram.
· Absorção de fluidos: Capacidade de absorção de fluidos quando estiver totalmente imerso neste meio o ideal é que sejam de baixa absorção.
· Segurança relativa do nó: Força necessária para desfazer ou romper nó
· Memória : capacidade em retornar a forma de origem
· Pliabilidade: facilidade de manuseio 
· Força tensil: força de tensão que se consegue suportar antes de romper, deve ser maior que a do tecido
· Coeficiente de atrito (CA): Capacidade do fio em deslizar pelo tecido, quanto menor CA maior facilidade de deslizar no tecido e menor a segurança no nó
· Elasticidade: Capacidade de distensão do fio
· Plasticidade: Capacidade em se adaptar a nova forma após tracionado
· Maior segurança do nó
· Menor tensão nas bordas
Classificação dos fios de sutura
Podem ser classificado quanto ao comportamento podendo ser absorvíveis por fagocitose ou hidrolise ou não absorvíveis (são isolados por fibroblastos). Ou por sua estrutura que pode ser monofilamentado ou multifilamentado, esse último pode ser trançado, torcido ou revestido. Os monofilamentado possuem maior força tensil, menor coeficiente de atrito e menor capilaridade, porém como desvantagem tem uma menor flexibilidade e menor memória.
ABSORVÍVEIS
Perdem 100% da sua força tensil em 60 dias. Absorção completa em 60/90/120/180 dias. Podem ser:
Orgânicos
Absorção por fagocitose, feito de colágeno do intestino de ruminantes. Possui absorção acelerada por infecção, enzimas digestivas e catabolismo aumentado. Quando cromada traz mais resistência / menos reação tecidual. São Eles:
· CATEGUTE
Feito da submucosa do intestino ovino ou serosa do intestino bovino (90% colágeno). Multifilamentar capilar. Absorção. Digestão por enzimas proteolíticas (colágeno). Induz reação inflamatória intensa (CE). Absorção prematura (enzimas digestivas, ambiente infectado e tecido altamente vascularizado). O categute pode ser a simples ou a cromada. O categute simples possui maior reação inflamatória e perde força tensil rapidamente, já o cromado possui maior força tensil, maior resistência a digestão e menor reação tecidual. Em ambos os nós afrouxam quando molhados.
Sintéticos
Absorção por hidrólise. São polímeros à base de glicose. Absorção acelerada na presença de amônia. Amonólise. Infecções bacterianas (Proteus mirabilis). São degradados por hidrólise. Possuem mínima reação tecidual, não sofrem ação de enzimas digestivas, não devem ser utilizados em tecidos contaminados. Perda da força tênsil em 14, 21 e 42 dias. Absorção em 60, 90, 180 dias. CUSTO ELEVADO. São eles:
· ÁCIDO POLIGLICÓLICO (Dexon)
· POLIGLACTINA 910 (Vicryl)
· POLIDIOXANONA (PDS)
· POLIGLICAPRONE 25 (Monocryl)
Orgânicos
· SEDA
Obtida do casulo do bicho-da-seda. Multifilamento torcido ou trançado. Tratado com óleo, seda ou silicone para reduzir capilaridade. Perde força tensil em 6 meses (2 anos). Baixo custo. Fácil manipulação. Baixa resistência e segurança de nó (revestimento). Produz reação tecidual. Promove ulceração / predispõe cálculos. Não utilizar em feridas contaminadas
· ALGODÃO
São multifilamentos.Força tensil e segurança de nó mesmo molhado. Perda da força tensil lentamente 50% é perdido em 6 meses e 70% em 2 anos. Possui alta capilaridade. Reação tecidual intensa. Não é facilmente manipulado. Potencializa infecções.
Sintéticos
· POLIAMIDA (Náilon)
Pode ser monofilamentar ou Multifilamentar. Reação tecidual mínima. Não capilar. Pode ser usado em tecidos contaminados. Nó deslizante e possui memória.
· POLIPROPILENO (Prolene)
Monofilamentar. Força tensil menor que o náilon. Fio sintético de maior segurança de nó. Mínima reação tecidual. Pode ser usado em tecidos contaminados. Resistente mas de difícil execução de nó (desliza). 
Metálicos
São monofilamentar ou Multifilamentado (torcido). Possuem maior força tensil e maior segurança de nó. Mínima reação tecidual. Extremidade do fio não flexível podendo causar reação inflamatória. Estável em feridas contaminadas. Pode cortar o tecido e migrar / quebrar.
FORÇA TENSIL
DIAMETRO
12-0 (mais fino) a 7 (mais grosso)
B e S (Brown e Sharp) fio de aço
REAÇÃO TECIDUAL
Os fios devem ser escolhidos de acordo com:
· Característica do fio
· Interação sutura-tecido (reação, digestão)
· Fio deve ser no mínimo tão forte quanto o tecido
· Resistência fio e dos tecidos devem ser inversamente proporcionais
· Alteração biológica causada pelo fio / cicatriz
· Propriedades mecânicas do fio e do tecido (alongamento)
OUTROS MATERIAIS DE SUTURA
ADESIVOS DE TECIDOS
Cianoacrilatos (n-butil e isobutil-2-cianoacrilato). Usado experimental ou clinicamente em fechamento de incisões cutâneas. Formação de granuloma. Infecção em ferida contaminada. Cicatrização tardia em bordas separadas. Aderência deficiente em superfície úmida.
GRAMPEADORES CIRÚRGICOS
Substituto da sutura manual.
PADRÕES DE SUTURAS
Posição das suturas
· Aposição
· Invaginante
· Eversão
· Sobreposição
A extensão dessas suturas pode ser:
· Continua: Que vai do nó inicial ao final. Sutura rápida. De fácil remoção. Custo baixo. Menor reação inflamatória. O problema é que se um nó abrir toda a sutura abre.
· Interrompida: São vários nós individuais. Se algum nó abrir a sutura ainda é mantida. Lenta. Maior custo. Maior reação inflamatória. Bordas da ferida sobtensão.
SUTURAS INTERROMPIDAS
· SIMPLES SEPARADO
É a sutura mais utilizada. Sutura de aposição. Facilidade de confecção. Agulha inserida perpendicularmente à borda da ferida. Nós laterais à incisão. Tensão excessiva – inversão das bordas. Usada em Pele, subcutâneo, fáscias, vasos sanguíneos, nervos, trato gastrointestinal.
· WOLFF / U HORIZONTAL
Aposição ou Eversão. Interfere menos na cicatrização. Formação de cicatriz excessiva. Tensão – captonada. Usado em pele, subcutâneo, fáscia, músculo, tendão.
· DONATTI / U VERTICAL
Aposição ou Eversão. Resistência em tecidos sob tensão. Iniciar distante da borda e finalizar perto da borda. Elimina espaço morto. Usado em Pele, subcutâneo e fáscias.
· SULTAN / X
Aposição. Oclusão mais resistente que o PSS. Impede eversão das bordas. Fácil e rápida execução. Usado em pele e musculatura.
· LEMBERT
Invaginante. 
1ª.borda – longe e perto
2ª. Borda – perto e longe
Não penetra no lúmen. Usado para oclusão de órgãos ocos.
· MAYO / JAQUETÃO
Imbricação.
1ª. Borda – longe (de fora para dentro)
2ª. Borda – perto (de fora para dentro)
1ª. Borda – longe (de dentro para fora)
Usado em anel herniários (bovinos e equinos). 
SUTURAS CONTÍNUAS 
· CONTINUA SIMPLES
Aposição. Fácil e rápida execução. Tecidos sob pouca tensão. Menor resistência que o PSS. Subcutâneo, fáscias, trato gastrointestinal.
· ANCORADO DE FORD
Festonada. Maior segurança que a sutura contínua simples. Maior quantidade de material utilizado. Usado para pele, musculatura (diafragma e membros).
· COLCHOEIRO / U CONTÍNUO
Aposição e eversão. Fácil e rápida execução. Usado em Pele.
· SCHIMIDEN
Boa captação das bordas da ferida. Mucosa para serosa. Recomendada como 1º. Plano. Sutura inicial em órgãos ocos. 
· BOLSA DE FUMO
Bolsa de Tabaco. Evita a contaminação do campo operatório. Feito em cirurgias de períneo, fixação de tubos e sondas.
· LEMBERT
Invaginante. Agulha sempre perpendicular.
1ª. Borda (longe – perto)
2ª. Borda (perto – longe)
Usado em órgãos ocos.
· CUSHING
Invaginante. Não contaminante. Agulha perpendicular à borda da ferida. Agulha entra na mesma altura em que saiu no lado oposto.
· INTRADERMICA
Agulha paralela à borda. SÓ na derme. Boa aparência estética. Animais agressivos, cesarianas.
· PAKER - KERR
Sutura de Cushing suturada sobre uma pinça e tracionada após a remoção da pinça. Cushing ou Lembert acima. Oclusão de cotos. 
ESPESSURA DO TECIDO
ESPESSURA DA SUTURA
NÓS
INSTRUMENTAL CIRúRGICO
Montagem da mesa
A montagem dos instrumentos sobre a mesa deve seguir a seguinte ordem:
Mesa organizada. Lembrando que na foto o cirurgião estaria na parte inferior da foto.
Os instrumentos que compõe a diérese são: 
	Cabo de Bisturi – 03, 04 e 07
A numero 7 é usadas em incisões mais profundas.
	Lâmina
Cada uma possui o espaço correspondente ao seu bisturi.
	
Tesoura de Mayo
Indicada para tecidos fibrosos, musculo, linha alba...
	
Tesoura de Matzenbaum
Usado em tecidos delicados .
	
Tesouras de cortes gerais: Fina fina, Romba romba e fina romba
Usado para cortes de fios, sondas, tubos. Podem ser curvas ou retas.
	
Tesoura Íris
Para cortes precisos em cirurgias oftálmicas ou tecidos delicados.
As pinças usadas são:
	
Pinça dente de rato
Possui dentes que aumentam fixação no tecido.
	
Pinça anatômica
Possui ranhuras na ponta.
	
Backhaus
Usadas para prender os campos cirúrgicos na pele do animal.
	
Kelly
Região preensora apresenta ranhuras que ajudam na fixação do tecido. As ranhuras ocupam apenas uma porção da lâmina.
	
Kocher
Possui dente igual pinça dente de rato. Usada em tecidos volumosos. Ranhuras ocupam toda a porção da lamina. 
	
Halsted - Mosquito
Delicada, usadas para vasos menores.
Outros instrumentos:
	
Porta Agulha Mayo
Possui ranhuras transversais e sulco central.
	
Porta Agulha Mathieu
Trava acionada por pressão
	
Allis
Apresentam ranhuras que se encaixam.
	
Babycock
Possui ponta lisa.
	
Afastadores de Farabeuf
	
Pinças coprostáticas – Doyen
Indicados para cirurgias do trato intestinal. Bloqueiam passagem do conteúdo intestinal
	
Forceps
Usadas para cirurgias ortopédicas.
	
Martelo e Osteotomo
Usadas para cirurgias ortopédicas.
LAPAROTOMIA
APARELHO DIGESTÓRIO DE GRANDES ANIMAIS
Laparotomia é uma manobra cirúrgica que envolve uma incisão através da parede abdominal para aceder à cavidade abdominal.
No equino qualquer dor abdominal é chamada de síndrome cólica, normalmente dada no intestino. A maior dificuldade em equinos é a falta de diagnósticos fieis da real necessidade de cirurgia. É feito paracentese para avaliar liquido abdominal (o problema é que o equino normalmente passa mal nas horas em que o laboratório está fechado) observa-se então a coloração deve ser amarelo claro, se estiver vermelho pode estar tendo sofrimento de alça, se for verde é rompimento de alça. Outro parâmetro a ser avaliado é a frequência cardíaca que aumenta e não diminui (se diminuir o tratamento feito é o conservacionista e não cirúrgico), o terceiro parâmetro é a palpação retal para avaliar algo anormal, consegue-se palpar estruturas próximas da pelve. Raríssimas vezes sabem-se da necessidade de cirurgia pela palpação. Até porque pode estar normal na palpação e o problema é na porção mais cranial. Essa laparotomia é chamada de exploratória. 
Técnica: 
Animal em decúbito dorsal, tricotomia (com o animal na mesa). Colocam-se os panos de campo (antigamente usavam-se campos plásticos e aderentes, porque as alças tinham que ser molhadas, não pode ressecar, pois caso resseque há produção de muco que resulta na aderência da alça. Não se usa mais o plástico devido alto custo). Atualmente molhando as alças acaba molhando o pano de campo aumentando permeabilidade e contaminação, paradiminuir essa contaminação usam-se dois panos de campo. 
Peritonite é a infecção do peritônio dada pela abertura do abdômen e a mesma deve ser evitada. 
A incisão deve ser feita no meio do abdômen e do tamanho que caiba o braço, incisão de um palmo normalmente é suficiente. Mas vai depender de cada caso.
Cuidado com manipulação de alças, pois são extremamente pesadas, se estiverem vazias podem ser seguradas pelas tênias.
Primeiro corta-se pele, subcutâneo, parede abdominal e peritônio. Deve-se abrir na linha Alba pois não tem tanto sangramento. Caso pegue músculo ao invés da linha branca, vai sangrar mais, porém dá pra ser controlado. Após a incisão da parede, deve-se abrir o peritônio. 
Procedimentos nas alças intestinais: 
1- Enterotomia
2- Enterectomia
3- Bypass
Obstruções podem ser dadas por fezes, corpo estranho, enterólitos (pedra que se forma no intestino). Esses processos obstrutivos são resolvidos com Enterotomia, abre a alça desobstrui e depois fecha. Aumenta o risco de contaminação, por isso deve ser feito o mais longe possível da cavidade cirúrgica (da incisão), logo quando é o cólon maior se faz na flexura pélvica. Drena o intestino com uma mangueira e isso se faz no cólon ventral também. Após essa drenagem interna das alças se deve fazer a limpeza externa dessas alças com a mangueira usada anteriormente, logo se lava toda a alça evitando que essa água entre em contato com a incisão.
Depois faz a primeira camada de sutura, invaginante (pode ser a de Cushing), aqui se pega camada muscular, depois segunda camada que pega somente a serosa, depois se lava com soro e PVP iodo ou ainda antibiótico e rifocina spray.
Em ruminantes faz laparotomia com o animal de pé. Em equinos de pé só se o problema for no cólon menor. Quando em pé a abertura se da pelo flanco. Em equinos não é recomendado pois dificilmente sabe-se em qual alça é o problema.
Em torções os vasos sanguíneos são obstruídos podendo levar a necrose e óbito. Principalmente em delgado, por isso a intervenção deve ser imediata. Nos casos em que há necrose da alça é necessário Enterectomia, ou seja, tirar parte necrosada e unir as partes boas com ponto simples separado, contínuo, ou o que o cirurgião tiver maior facilidade. Em pequenos animais não pode ser o contínuo pois diminui luz do intestino, recomenda-se o uso do fio Vicryl pois traz menos reação e pode ser usado em todas as faces, inclusive pele. Quando na pele o ponto cai sozinho. O fio normalmente será o 2-0 nas alças devido delicadeza, ainda se usa o 0, 1 e o 2, sendo que o 0 e 1 são usados no e o 2 é usado na parede abdominal, deve ser grosso e forte pois vai sofrer pressão de vísceras, o 2 ainda não são ideais, o ideal seria 3 e 4 que não se acha no Brasil.
Cuidado na hora de ligar as duas partes boas, pois pode ocorrer que na hora de tirar as pinças, as pinças estarem invertidas, invertendo posição das alças. Antes de fechar o animal é necessário avaliar se há vazamento pela sutura, se houver, deve-se fechar com ponto simples separado.
Outra técnica de alça é a bypass, onde se faz outra passagem, o intestino delgado desemboca no ceco, para isso passa pela válvula ileocecal, o intestino delgado é composto de duodeno, jejuno e íleo, depois de toda cirurgia de delgado a valva para de funcionar. Na auscultação do ceco consegue-se auscultar o funcionamento da valva. Como ela para de funcionar ocorre o acúmulo antes da valva, com isso o intestino para seus movimentos peristálticos, com essa parada há descarga de líquido dentro desse intestino, esse líquido volta para o estomago (refluxo) e o cavalo não vomita, o estomago enche tendo que ser tirado esse liquido com drenagem por sonda, caso não seja feito o estomago pode estourar.
Para diminuir o refluxo, faz-se o bypass, ou seja, uma passagem do íleo até o ceco, depois faz uma incisão em ambos e sutura os dois (um preso no outro) e o liquido que não passar pela valva vai passar por essa passagem. Quando a valva do animal voltar a funcionar o animal ficará com duas sondagens e não causará mais nenhum problema. 
CIRURGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO
Estômago e Intestino
Anatomia topográfica é a base da cirurgia, pois deve-se conhecer as estruturas próximas ao local da cirurgia. No digestórios temos esôfago, estômago e intestino e seus anexos como pâncreas e fígado. A cirurgia de trato digestório é contaminada, principalmente no intestino, onde temos colônias de bactérias que fora do intestino podem trazer grandes problemas. 
O trato digestório com exceção do esôfago possui serosa, porção externa muscular, submucosa (camada de sustensão da sutura, camada mais resistente que não rasga com facilidade) e mucosa. O estômago armazena o alimento e faz um pouco da digestão, principalmente nos cães que não costumam mastigar a comida, e essa “mastigação” é feita pelo estômago. O alimento é amolecido pelo suco gástrico e quebrado pelas contrações do estomago. No intestino essas três camadas também são respeitadas. No esôfago não tem serosa e sim adventícia, dificultando sutura, ainda o esôfago possui irrigação menor, irrigação segmentar dificultando cicatrização.
Quando vai operar estomago ou intestino sempre vai existir uma fase contaminada da cirurgia que é quando se expõe a luz do intestino, bactérias fora da luz se multiplicam, por isso é indicado que se tenham dois centros cirúrgicos, um onde são feitos cirurgias contaminadas e uma onde são feitos cirurgias limpas. Para evitar contaminação. Caso haja contaminação, pode haver deiscência de suturas de pele por exemplo. É papel do cirurgião tornar essa fase contaminada o mais rápido possível.
Suturas de TGI e fios indicados
O fio deve ser impermeável, monofilmentar, o mais asséptico possível, com uma boa hemostasia, deve-se manter a irrigação dos órgãos (caso não mantém haverá isquemia e necrose) e deve-se procurar ao máximo manter a luz do órgão, para que não haja quadros de obstruções.
Hemostasia é uma fase importante da técnica cirúrgica, dependendo da técnica há a necessidade de ligar determinados vasos, então é necessário interromper fluxo de sangue do local onde será incisado e direcionar a irrigação para outro lugar. A hemostasia pode ser feita com pinças hemostáticas e ligadura. A ligadura é feita passando o fio ao redor do vaso, abaixo da pinça e dando o primeiro nó de cirurgião, nesse momento se abre a pinça, bem no momento em que se esta apertando o nó, depois mais dois ou três sobrenós ou nós de segurança. Na hora que terminar a ligadura, o fluxo de sangue vai ser interrompido. Em vasos de calibre maior com pressão maior é necessária ligadura maior, pois numa ligadura simples pode haver rompimento, nesses casos usa-se a dupla ligadura, onde se usa duas pinças, uma embaixo da outra, ocluindo a passagem de sangue, depois passa o fio por entre os vasos e dá o nó, da os nós e os sobrenós, com o fio sem cortar, passa de novo o fio e dá um novo nó acima do nó anterior, a partir do segundo nó é que se solta a pinça. Nesse caso, vai ficar um nó em cima do outro, trazendo uma maior segurança da ligadura. Quando se identifica um vaso, não pode sair incisando, deve-se difusionar o vaso, e pinças esse vaso com duas pinças, incisando no meio, evitando o sangramento, então antes de incisar o vaso deve-se fazer uma ligadura e só depois fazer a incisão. Outro método de hemostasia é a compressão, feita em calibres menores, apenas a compressão, já impede o fluxo sanguíneo naquele lugar. E ainda, pode-se fazer hemostasia com suturas, onde só a pressão do tecido suturado ja causa a hemostasia. 
Princípios da sutura
A sutura sempre deve incorporar à submucosa porque ela que sustenta a sutura, deve-se manter o contato serosa com serosa para que haja cicatrização, deve-se manter o suprimento sanguíneos e fazer uma pressão adequada para a hemostasia e anastomose, por isso deve-se usar pinças coprostáticas  como a doyen e mesmo assim, ainda é preferível que se use os dedos.
Tipos de sutura
A sutura de preferência não deve ser perfurante, ou seja, não deve incluir a mucosa, nem sempre se consegueisso, principalmente em intestino. Em técnicas não perfurantes, temos uma cirurgia não contaminada.  Para estomago são usados principalmente cushing e lembert que são invaginantes.
ESTÔMAGO
O estômago é dividido em fundo, corpo e região do piloro. A cárdia é a junção do esôfago com o estômago, existe uma curvatura entre cárdia e fundo chamado incisura cárdica. O estômago possui curvatura maior e menor, depois temos a incisura angular. O piloro é dividido em canal pilórico, parte pilórica e antro pilórico, e o piloro é à saída do estômago para o intestino. A mucosa do estomago é toda tortinha e não lisa. O estômago é irrigado principalmente por ramos da artéria gastro epiplóica esquerda e direita.
Cuidados especiais
Animal pode apresentar vômito, por isso animal pode estar desidratado com desequilíbrio eletrolítico, então é necessário repor esse líquido. Paciente pode ter úlceras na mucosa gástrica, e ainda pode ter quadro de pneumonia aspirativa e ainda esofagite devido excesso de vomito, e sempre que possível o animal deve estar em jejum.
O antibiótico será usado quando tiver lesão da parede como necrose, caso não tenha essa lesão não é necessário o uso de antibiótico. O controle de hemorragia do estomago é realizado por compressão. Procurar usar uma técnica o menos traumático possível e sempre manipular o órgão com pinças especiais. Ally e babycock apenas em situações especiais ou suturas de reparo.
Escolha do fio
Para cirúrgia de estômago usam-se fios absorvíveis monofilamentares como PDS, Maxon ou Monocryl, esses fios possuem força tensil alta, reação tecidual mínima e eles mantêm força tensil por 45 dias, tempo suficiente para cicatrização que no estômago é rápida.
Os multifilamentares podem ser usados, com os mesmos cuidados quando se usa o não absorvível, obrigatoriamente essa sutura não pode ser transfixante, ou seja, não penetrante. Deve-se evitar o Categute, porque ele será rapidamente absorvível devido alta vascularização que acelera absorção do fio. Além disso, o categute causa reação tecidual muito exarcebada que pode causar deiscência de sutura. 
Usar de preferência sempre fios agulhados, pois a agulha é mais delicada e menos traumática e fio com calibre pequeno, 2-0 ou 3-0. (não usar fios grossos, pois é mais traumático e o fio provoca maior tensão das bordas, podendo causa isquemia e deiscência).
TÉCNICAS
GASTROTOMIA
É a incisão no estômago, através da parede gástrica para o interior do lúmen, usado para retirada de corpo estranho como meia que o cão ingeriu, e ainda para úlceras que deverão ser corrigidas. Para acessar o abdômen é feito laparotomia mediana.
Tipos de laparotomia:
· Laparotomia mediana é realizado na porção média feita na linha Alba
· Laparotomia paramediana desvia da linha Alba
· Laparotomia lateral ou flanco é o acesso pelo flanco usado em grandes animais.
Em pequenos é mais usado a mediana. A mediana pode ser dividida em mediana pré retro umbilical que vai do processo xifóide até o fim do abdômen, pré – umbilical que vai do processo xifóide até a cicatriz umbilical e retro umbilical que vai da cicatriz umbilical para baixo. Na região da linha Alba (faixa fibrosa) não sangra, logo a desvantagem dos acessos que fogem na linha Alba é esse alto índice de sangramento.
Ao visualizar a linha Alba, é feito incisão com bisturi virado ao contrário para evitar que vísceras sejam atingidas, depois de pinças a linha Alba, abre a incisão com tesoura mayo. Então a gastrotomia é realizada por uma laparotomia pré retro umbilical, se expõe o estômago, e isola-o por compressas, faz se a inspeção da cavidade e incisa, essa incisão deve ser feita longe dos vasos, ou seja, no fundo do estomago um pouco mais para a porção medial.
O estômago é um saco mole, na hora da sutura se tem muita firmeza, então se usa pinças babycock ou suturas de ancoragem, que são suturas que pegam mucosas e serosas, faz-se a sutura, depois faz outra e deixa o fio comprido para que o órgão seja suspenso por esses fios dando firmeza, a incisão começa com bisturi até acessar a luz, amplia a sutura com tesoura de metzembaum devido delicadeza do tecido. Depois de acessar o estômago, consegue se visualizar bem as camadas. 
Sutura do estomago
Usa-se duas camadas, a primeira é um ponto continuo que engloba serosa, muscular e submucosa, usa-se padrões de sutura invaginante como a cushing, a luz do estomago é grande então não vai interferir no tamanho da luz, ou ainda usa-se o ponto continuo simples. Depois é feito a segunda camada, sela a sutura para evitar extravasamento, usa-se sutura invaginante como cushing ou lembert inclui somente serosa e muscular. Após terminar a sutura, deve-se lavar a região da sutura e aspirar o liquido da cavidade abdominal. Antes de começar a sutura, é necessário trocar luva e instrumental. Depois da síntese é necessário reposicionar o órgão para que não seja colocado torcido dentro da cavidade, depois da reposição é feito sutura da parede abdominal, com pontos simples interrompidos para que se soltar um ponto não abra a cirurgia inteira, feito com fio absorvível Monocryl, vicryl e PDS. O padrão de sutura é o simples separado ou o X sultan. Na hora da sutura deve-se englobar fáscia muscular, músculo e peritônio para diminuir risco de aderências. Depois de fechar musculatura, fecha-se subcutâneo, de preferência com padrão continuo como cushing, ou alguns pontos interrompidos simples. E depois sutura de pele com fios não absorvíveis que geram reação tecidual menor, Nylon com padrão ponto simples separado. Evitar o continua porque o animal pode acessar e lamber, abrindo a sutura.
GASTRECTOMIA
É tirar uma porção do estomago. Ressecção da porção do estomago, normalmente quando se tem tumor, ulcera que levou a uma lesão muito grande, síndrome da dilatação e torção gástrica  que pode levar a áreas de necrose.
Acesso com laparotomia mediana retro umbilical ou pré - retro umbilical para proporcionar uma melhor exploração da cavidade. Deve-se isolar o órgão com compressas. No estomago chega vasos na porção que será retirada, logo há a necessidade de fazer ligadura dos vasos ao redor do tecido a ser excisado (retirado, incisão é corte e excisão é retirada de fragmento), faz-se a excisão do tecido necrótico junto com a borda de tecido normal para que se tenha uma boa margem de segurança da cirurgia, a avaliação é dada pela coloração, pois tecido necrótico é roxo e deve ser retirado, ainda, tecido saudável sangra, então pode retirar até onde começar a sangrar.
Usa-se duas camadas, a primeira é um ponto continuo que engloba serosa, muscular e submucosa, usa-se padrões de sutura invaginante como a cushing, a luz do estomago é grande então não vai interferir no tamanho da luz, ou ainda usa-se o ponto continuo simples. Depois é feito a segunda camada, sela a sutura para evitar extravasamento, usa-se sutura invaginante como cushing ou lembert inclui somente serosa e muscular. Após terminar a sutura, deve-se lavar a região da sutura e aspirar o líquido da cavidade abdominal. Antes de começar a sutura, é necessário trocar luva e instrumental. Depois da síntese é necessário reposicionar o órgão para que não seja colocado torcido dentro da cavidade, depois da reposição é feito sutura da parede abdominal, com pontos simples interrompidos para que se soltar um ponto não abra a cirurgia inteira, feito com fio absorvível Monocryl, vicryl e PDS. O padrão de sutura é o simples separado ou o X sultan. Na hora da sutura deve-se englobar fáscia muscular, músculo e peritônio para diminuir risco de aderências. Depois de fechar musculatura, fecha-se subcutâneo, de preferência com padrão continuo como cushing, ou alguns pontos interrompidos simples. E depois sutura de pele com fios não absorvíveis que geram reação tecidual menor, Nylon com padrão ponto simples separado. Evitar o continua porque o animal pode acessar e lamber, abrindo a sutura.
GASTROPEXIA
Fixação do estomago na parede abdominal em pacientes que desenvolveram a dilatação gástrica e torção. Animais que já tiveram torção ficam predispostos a novas torções,com a fixação essa torção é evitada. Sempre fixa em paciente com torção e dilatação. 
Temos as técnicas incisional ou ciruncustal, que são pouco usadas pois não trazem boa segurança, então faz-se a bolt loop, que é técnica eficaz que não precisa acessar a cavidade. A desvantagem é o não acesso ao estômago porque ai não consegue avaliar como esta. 
É construído um retalho o estomago que será passado por um túnel no músculo transverso. Primeiro realiza duas incisões paralelas distantes cerca de 2,5 - 3 cm no peritônio parietal e músculo transverso do abdômen. Difusiona-se o retalho e constrói-se um túnel, separa o músculo transverso do abdominal interno.
No estomago é feito um retalho seromuscular com 4 x 2,5 a 3 cm do antro pilórico ventral. Passo o retalho pelo túnel da musculatura com pinça atraumatica ou sutura de ancoragem, depois sutura esse retalho ao estomago com ponto simples separado não transfixante com fio não absorvível 2-0.
Cuidados pós-operatórios de cirurgia de estômago
· Monitorar sangramentos
· Jejum de 12 a 24 horas pós - cirurgia, sendo 24hs o ideal
· Usa-se protetor de mucosa e antieméticos.
A alimentação será reintroduzida de forma líquida até mais ou menos o terceiro dia pós-operatório, depois comida pastosa por uma semana, e só depois a ração seca e mesmo assim misturada à ração pastosa ou umedecendo-a. A água também deve ser controlada, ele pode beber, só não pode beber muito.
Trato gastrointestinal (tgi)
intestinos
O intestino é dividido em intestino delgado e grosso, O intestino é cerca de duas a cinco vezes o comprimento do corpo. O delgado é 4x o grosso, mas com diâmetro menor.
O duodeno é relativamente fixo a parede abdominal, relacionado ao estomago e pâncreas, por isso a dificuldade de se mexer no duodeno, na região proximal temos o problema de manipulação por causa do pâncreas, que é bem complicada devida alterações de vascularizações e ainda qualquer manipulação do pâncreas podem causar pancreatites. O ducto biliar comum e pancreático desemboca no inicio do duodeno na papila duodenal.
O Jejuno é mais estreito e mais longo e geralmente vai estar vazio. O íleo possui parede mais espessa, com região de dobra ileocecal na borda anti - mesentérica com vasos adicionais que irrigam essa porção. Anexo ao íleo tem o ceco, que fica a direita da linha média, entre as porções ascendentes e descendentes do duodeno. É um fundo de saco cego que parece uma vírgula, também chamado de apêndice, a inflamação da pontinha leva a apendicite, Depois colon que é dividido em ascendente, transverso e descendente. Com estrias longitudinais e coloração pálida. 
O mesentério liga todo o intestino e permite uma mobilidade dessa víscera, logo o intestino não é fixo e sim móvel. O mesentério é quem nutre o intestino, e é onde encontramos os linfonodos. A vascularização do intestino se da pela artéria mesentérica cranial que se origina na aorta, e a caudal que supre o terço final do intestino e os linfáticos que são os linfonodos mesentéricos principalmente. Também possui camada mucosa, submucosa, muscular e serosa.
O acesso é feito com laparotomia mediana pré retro umbilical para se acessar todo o intestino. Usa-se afastadores auto-estáticos como Gosset ou Balfour. O abdômen é dividido em mesogástrico, epigástrico e hipogástrico. Depois de acessar a cavidade é necessário expor e isolar as alças com compressas, usa-se os afastadores auto-estáticos que ficam fixados sem a necessidade do auxiliar. Lembrar de minimizar contaminações bacterianas. Deve-se isolar a alça afetada com compressas. Na hora que encontrar a alça a ser incisada é necessário ordenhar as fezes para os lados, tirando os da área que vai ser feito a cirurgia. Para que o conteúdo não continue vindo, colocam-se as pinças de doyen ou segura com os dedos do auxiliar.
A flora bacteriana intestinal é maior que a do estomago, tendo bactérias com potencial patogênico alto como staphilococcus, pseudômonas, streptococcus... Por isso deve-se minimizar ao Maximo a contaminação, sempre preservando a vascularização.
Sutura
Sempre incluir submucosa na sutura, na hora da sutura deve-se trocar tudo, tanto luva como instrumental. Necessário lavar com solução fisiológica ou ringer lactato aquecido antes de suturar. 
Avaliação das viabilidades das alças
Para saber se pode manter a alça ou se é necessário excisar essa alça. Os critérios são cor, pulsação da artéria, peristaltismo, (se não tiver peristaltismo é indicado que se tire essa porção), textura da parede (muito fina são inviáveis e sangramento da incisão) e sangramento da incisão.
Escolha da sutura
Absorvíveis monofilamentados como PDS, Monocryl e Maxon. Deve-se sempre optar pelo não absorvível nos pacientes debilitados, pois pacientes que perdem proteína tem hipoproteinemia, traduzida por uma diminuição da albumina, é necessário proteína para a cicatrização, logo cicatrização fica retardada, e não queremos que o fio seja absorvido antes da cicatrização estar adequada.
Categute não é recomendado, devido alta capilaridade do intestino. Não usar seda, não usar algodão. De preferência fios agulhados com o padrão de sutura interrompido evitando deiscência de sutura.  Ponto separado simples. Pontos separados por 2 a 4 mm, afastados de 2 a 3 mm da borda, para evitar também a deiscência da borda. Fios com calibre 2-0 a 4-0.
Antibioticoterapia
Sempre será usado por causa do risco de contaminação. Principalmente em paciente que retiram grande porção do intestino, pacientes que tem ressecção extensa com possibilidade derrame de conteúdo para a cavidade, em obstruções com super crescimento bacteriano, na presença de tecido revitalizado e pacientes debilitados. Resumindo em todos os casos. Os antibióticos usados são as cefazolinas (20 mg/kg IV), amoxicilina + clavulanato (20 mg/kg IV) associados ao metronidazol (15 – 20 mg/kg IV).
TÉCNICAS
ENTEROTOMIA
É a incisão do intestino, para remoção de corpo estranho ou para biópsia. Quando se vai fazer uma biopsia, o ideal é que seja de espessura completa, englobando todas as camadas do intestino. Tira-se apenas uma cunha, e depois aproxima apenas as bordas dessa cunha.
Faz-se incisão longitudinal do intestino sempre próximo da borda anti - mesentérica onde é menos vascularizado. Retira o corpo estranho ou o segmento da biopsia. Padrão da sutura ponto simples separado. Reposiciona na cavidade. Sutura da parede abdominal e sutura da pele.
O ponto simples separado pode ser não transfixante, ou ainda estrangulante com penetração da luz, onde na hora de aplicar o ponto coloca-se mais forte, que rasga serosa e mucosa e se fixa apenas na submucosa. 
ENTERECTOMIA
É a retirada de um segmento do intestino, indicado para corpo estranho com comprometimento da parede, neoplasias  com margem de 4 cm de segurança e úlceras.
Incisão retro umbilical ou pré retro umbilical, com inspeção da cavidade, localização do segmento obstruído e ordenha do conteúdo para sair do campo cirúrgico. Há a colocação das pinças, recomenda-se dedos para segurar a parte que vai ser mantida e pinças para a parte que vai ser retirada. Depois de retirar o segmento é necessário juntar os segmentos que restaram, com sutura simples separada, começando com borda mesentérica para evitar que torça e depois se faz com as bordas anti-mesentérica. Depois sutura mesentério, para evitar hérnia interna, evitando que alça passe por esse espaço causando hérnia. 
Usa-se suturas de aposição, pois permite o realinhamento das camadas intestinais acelerando a cicatrização. É de fácil realização, possui boa resistência, permite regeneração rápida da mucosa, reduz a deposição de tecido fibroso e menor inflamação. Reduz formação de aderência e estenose. Não se usa invaginante, pois pode diminuir luz do intestino.
O nome dado a junção de uma borda com a outra é a anastomose, que pode ser término terminal (liga porção terminal com porção terminal), término lateral (liga porção terminal e lateral da parede do intestino) ou ainda latero lateral (liga lateralmente duas alças). Na enterectomia usa-se a termino terminal.
Cuidadoem pinçar para que se deixe uma pequena área que permita a sutura e incisão. Depois de terminar a sutura deve-se ver se está tendo extravasamento, onde se pega seringa, agulha e solução fisiológica, coloca entre as suturas e injeta a solução fisiológica, se tiver ponto de extravasamento a solução fisiológica vai extravasar, daí se faz mais um pontinho. Sutura-se mesentério, reposiciona alça, recobre a região operada com omento ou epiplon, que é extremamente vascularizado, impedindo aderência, melhorando cicatrização e ainda contém possíveis extravasamentos para o abdômen. 
Algumas vezes a região acometida esta na transição do intestino jejuno e íleo por exemplo. São diâmetros diferentes, logo temos disparidades de diâmetros. Se igualar o diâmetro do menor para o maior pode haver estenose. Então deve - se tornar o menor maior e manter o maior então se aumentam abrindo uma cunha na borda de diâmetro menor, depois faz a sutura mesentérica com mesentérica e anti - mesentérica com a cunha.  Deve-se evitar a manipulação excessiva, proteger e umidificar essas alças intestinais com solução fisiológica e buscar sempre um menor tempo cirúrgico.
Complicações
Podem ser decorrentes de falhas da sutura, que acabam com a deiscência. Ainda, depois da manipulação do íleo, pode ocorrer paralisia do íleo (íleo paralitico), que deve voltar logo, se não voltar é porque houve alteração na vascularização, ficando afuncional. Ainda pode haver peritonite, choque, estenose, síndrome do intestino curto e morte.
A alimentação será reintroduzida de forma líquida por 24 horas pós – operatório, depois comida pastosa por sete dias, e só depois a ração seca.
CIRURGIA DO SISTEMA REPRODUTOR
FEMININO
O reprodutor feminino é formado por ovários, envoltos por túnica albugínea localizado dentro da bolsa ovariana. Essa bolsa localiza-se caudal do pólo do rim, o direito é mais cranial, seguido temos oviduto, útero com dois cornos e vagina. Ventral ao útero temos bexiga, ureter e dorsal temos cólon.
Vascularização: Se vai tirar o útero e ovário deve-se conhecer a vascularização, pedículo ovariano é irrigado pela artéria e veia ovariana com vasos tortuosos, a veia ovariana direita drena para a veia cava caudal, vaso de grande calibre, logo deve-se ter muito cuidado, pois se perder esses vasos o animal pode vir a óbito por choque volêmico, a veia ovariana esquerda drena para veia renal que drena para veia cava. O pedículo ovariano é formado por artéria e via ovariana, ligamento suspensório e tecido conjuntivo (mesovário), o útero é irrigado por artéria ovariana e uterina. Se aplicar muita força na ligadura desses vasos pode acontecer de rasgar esse vaso. Oviduto liga ovário e útero, ao longo do corno temos o vaso que vai irrigando as porções do corno. O ligamento suspensório se insere próximo a última costela e puxa o ovário para baixo, muito dorsal, por isso a dificuldade de exteriorizar o ovário. Consegue-se palpar principalmente em cães.
Indicação: Técnica utilizada para alterar a capacidade de reprodução, auxiliar parto, tratar ou evitar moléstias dos órgãos reprodutivos e estabilizar moléstias, exemplo:
· Esterilização eletiva
· Pseudogestação
· Piometra
· Distócias
A Piometra é de cunho hormonal, que acumula pus dentro do útero causando septicemia, e outros. Raramente o tratamento é clinico e não cirúrgico. A castração evita Piometra, evita desenvolvimento de câncer de mama.
A diabetes no cio desestabiliza, por isso é necessário a castração.
O nome da cirurgia pode ser: 
· Ovariectomia = tira ovário
· Histerectomia = tira útero
· Ovariohisterectomia = remove o ovário e útero, osh.
· Para acessar o abdômen é feito laparotomia mediano retro umbilical com 2cm caudal a cicatriz umbilical. Existem veterinários que fazem pelo flanco (poucos). É feito elevação da parede abdominal com afastador de Farabeuf. Deve-se identificar útero e ovário com gancho ou dedo indicador.
Acessos muito pequenos não são adequados, deve caber no mínimo quatro dedos. Exceto em animais muito pequenos. É necessário que se tenha espaço para se caso perder o órgão consiga recuperá-lo rapidamente. Deve-se identificar o pedículo ovariano e fazer um óstio no mesovário.
Corno é latero dorsal, então na hora do acesso se vê vísceras e não útero, é necessário afastar tudo com dedo (gancho não é muito recomendado). Corre o dedo até a coluna e passa pela lateral e sai pescando o corno, mais fácil na região perto da bifurcação. Caso não ache pode-se afastar um pouco das vísceras laterais. O ligamento suspensório pode prender o ovário dificultando exteriorização. Pode soltar o mesmo com muita atenção, pois ao romper o ligamento pode causar sangramento se atingir os vasos ao redor.
É importante identificar pedículo e bolsa ovariana para que o ovário não fique lá depois da cirurgia (síndrome do ovário remanescente), depois de identificar o pedículo faz-se abertura do mesovário separa e liga pedículo ovariano. Depois do óstio coloca três pinças hemostáticas. Kelly abaixo do ovário envolvendo todo o pedículo ovariano, a pinça curva são melhores posicionadas. Cuidado para não pinçar parte do ovário. Caso o pedículo esteja muito profundo usam-se duas pinças, na região do oviduto e será incisado entre 1º e 2º pinça e a incisão será entre 1º e 2º pinça. Na técnica de 3 pinças incisa-se entre 1º e 2ª pinça.
Aqui será feita a ligadura, porque ai não sangra vaso do órgão a ser retirado e não sangra o coto que vai ficar. Depois do órgão excisado faz-se a primeira ligadura abaixo da 3ª pinça. Usa-se técnica de 3 pinças em vasos de grande calibre e grande pressão. Depois de fazer o nó abaixo da 3ª, na hora de apertar o nó o auxiliar vai soltando devagar a pinça e deve ser assim para que a ligadura não fique frouxa. Cuidado para não romper o tecido com nós muito fortes. O primeiro nó cirurgião com 3 sobre nós.
Após passa-se o fio para trás e volta para frente formando um 8 e dá um nó, um pouco acima do nó anterior, e ao apertar o nó a pinça será solta devagar ao mesmo tempo. Ligadura com boa segurança e com menos risco de perder essa ligadura.
Para ligadura do pedículo usa-se o fio absorvível polidiaxona/poliglicoico. Pode-se usar o nylon tamanho 2.0 a 0. Após a ligadura dos dois ovários deve-se fazer uma janela no ligamento largo e com tesoura de Metzembaum divulsionar o ligamento e ligar os vasos maiores.
Ao tentar exteriorizar o ovário, as alças podem atrapalhar, por isso isola o órgão com compressas. Depois de ligar ovário liga-se útero (pedículo uterino) o que apóia o útero é o ligamento largo, necessário então ser rompido para isso rompe mais ou menos na altura do corpo uterino que é menos vascularizado. Pode ser rompido pelo dedo ou com a tesoura de Metzembaum rasgando ligamento e pode rasgar vasos que faz vasoconstrição da parede fazendo hemostasia. Deve-se rasgar esfregando a tesoura e não cortando para haver vasoconstrição, se o cão for muito grande deve fazer ligadura após ligar o ligamento largo e é necessário ligar os outros vasos, em animais de pequeno porte podem ser ligados junto com o útero e em grande porte devem ser ligada individualmente com fio agulhado e só depois ligadura do útero. 
A técnica envolve expor o corpo do útero e identificar a pelve, usa a técnica de 3 pinças, coloca pinça embaixo da bifurcação no corpo uterino, incisa entre primeira e segunda e ligadura abaixo da 3ª trança o fio para trás e para frente com o nó acima do nó anterior, aqui também se faz a mentalização do coto, o fio que ficou sobrando pode servir para prender esse omento, pois diminuirá aderência evitando que o coto se adere na bexiga, a ligadura é sempre acima da cérvix.
Antes de fechar o abdômen deve-se voltar em cada ligadura, seca e olha possíveis sangramentos do coto, se tiver sangrando pinça de novo para síntese da parede abdominal (muscular) usa absorvível, sutura ponto simples separado ou sultan, para saber se ta bem fechada pega pinça anatômica e pinça os espaços, não deve passar, se passar sutura mais. Para a síntese do subcutâneo pode-se usar categute, ou Vicryl. Usar categutese não tiver outra opção. Podem-se usar pontos interrompidos. Necessário ancorar na camada muscular, grudando subcutâneo na parede, depois pode se usar a cushing que invagine, aproximando a borda da pele, diminuindo tensão. Depois faz a pele com não absorvível interrompido, usando Nylon com ponto simples separado. 
Se esquecer um pedaço do ovário o mesmo pode se tornar um tumor, e ainda vai continuar com manifestação hormonal podendo causar Piometra de coto.
CIRURGIA DO SISTEMA REPRODUTOR
MASCULINO
No reprodutor masculino temos pele, fáscia espermática, túnica vaginal parietal e visceral que envolve testículos, pedículo, músculo, vasos, e depois túnica albugínea, músculo cremaster que retrai o testículo para o abdômen no frio e coloca para fora no calor, testículo, epidídimo com ducto arterial deferente, artéria escrotal. 
A formação do testículo é na cavidade abdominal próximo a bexiga, depois ele desce para o canal inguinal e vai para a bolsa. A túnica vaginal é uma continuação do peritônio. Na cabeça do epidídimo temos plexo pampiniforme com vasos, na cauda do epidídimo temos ligamento que se liga na túnica vaginal. O ducto deferente é quem carrega espermatozóides. O cremaster se adere a cauda do epidídimo. 
Cirurgia chamada orquiectomia que pode ser túnica aberta ou túnica fechada. Quando se expõe o testículo o que se vê é a túnica, e na fechada não se abre essa túnica.  Quando se abre essa túnica vaginal há uma via de acesso a cavidade abdominal por essa túnica ser prolongamento do peritônio. Risco de contaminação é maior em grande sempre fechado e em pequeno sempre aberto, pois se consegue individualizar melhor as estruturas e se liga apenas os vasos com ducto, dando maior segurança a ligadura. No final da técnica fecha túnica. O acesso pode se dar de duas maneiras: 
· Pré escrotal: Acima do escroto. É a de eleição. Não consegue ser feita em gatos, não há espaço, a bolsa é caudal e não arrasta no chão. No prepúcio se consegue ver uma linha e é nessa linha que se faz a incisão da pele, subcutânea será difusionado, puncionando o testículo para a incisão, o mesmo já sai pela incisão envolto pela túnica, abre a túnica com bisturi e pressiona testículo que sai, na hora que ele sai, leva as outras estruturas. A túnica estará presa na cauda, e deve soltar, então é necessário incisar, ligar, mas dificilmente é ligado e sim rompido com pinça hemostática pinça 2 ligamentos e vai puxando até romper. Junto com a ruptura do ligamento rompe músculo e se sangrar faz ligação. Restaram plexo e ducto que será ligado com a técnica das pinças, deve ser forte a ligadura, pois é um vaso de alta pressão. Pode ocorrer de a ligadura ficar frouxa e pode sangrar dentro do abdômen. O mesmo procedimento é feito nos dois testículos, depois fecha túnica com sutura simples separada, U que retrai todo o tecido, assim como o X, 1 ponto é o suficiente, reposiciona a túnica no canal e fecha a pele. Para fechar as do 1 ponto de subcutâneo central seguido de síntese da pele com Nylon, sutura simples separado. 
· Escrotal: No escroto, na rafi escrotal, ou uma incisão sobre cada testículo. A desvantagem é que o animal senta e contamina ferida e ainda a bolsa sangra muito podendo formar coagulo e dor, com pós operatório ruim. Orquiectomia escrotal deve ser fechada, tanto pele como túnica, a do gato as vezes apenas a túnica poderá ficar aberta. 
Se perder o pedículo na fêmea, é necessário procurar, é normalmente é perto da bexiga, e como ela vem da aorta, pode-se seguir a aorta para achar o pedículo. Perda do pedículo é causa de pânico, logo tem que ter muito cuidado.
Cuidados pós - operatórios
No macho é necessário repouso leve de 4 dias, colar elisabetano (exceto em gatos) na escrotal, roupa cirúrgica (pré-escrotal).
Na fêmea é necessário repouso, fêmea não deve subir escada, cama, deve ficar quieta, evitar caminhadas, saltos, repouso de 4 dias, roupa cirúrgica, colar apenas em animais muito atentados.
Curativo da ferida cirúrgica com Clorexidine, Mertiolate e pomadas antibióticas e cicatrizantes, coloca gases estéril, absorvente, micropore e roupa, deve-se trocar curativo a cada 3 dias. Tira-se o ponto de 7 a 10 dias. Não dar banho, apenas depois de tirar os pontos. 
O antibiótico não será dado nos casos da cirurgia ter sido feita em local adequado com paramentação estéril, tudo de forma adequada. Cirurgia limpa, antibiótico será inútil. 
O antibiótico será dado quando a cirurgia não seguir regras de assepsia e em pacientes com infecções. Em gatos não se prescreve antibiótico, na fêmea grande maioria prescreve Amoxilina porque não possuem uma boa cicatrização. 
Cuidados pré - operatório
Tricotomia ampla, banho pré operatório 2 ou 3 dias antes para não interferir na contaminação, jejum alimentar de 12 horas, e hídrico de 6 a 8 horas, em filhotes jejum alimentar de 8 horas e hídrico de 4 horas, é necessário para evitar refluxo, e pneumonia aspirativa. 
Na fêmea a castração deve ser feita antes do primeiro cio para evitar incidência de tumores, antes do primeiro cio a fêmea pode desenvolver incontinência por deficiência do estrógeno, então o ideal é castrar entre o primeiro e o segundo cio. Castra depois de dois meses do segundo cio, não deixar passar do terceiro cio.
No macho a castração deve ser feita antes de atingir maturidade sexual para evitar obstrução renal em gatos, pois quando castrado muito novo o ureter fica pequeno então castra quando o animal demarca território.
SISTEMA REPRODUTOR DE GRANDES ANIMAIS
ORQUIECTOMIA
É a remoção cirúrgica dos testículos, podendo ser unilateral ou bilateral. É um procedimento cirúrgico que em grandes animais é de considerável importância para facilitar o manejo, pois, a agressividade do animal vem da testosterona produzida pelo testículo, logo sem os testículos essa agressividade tende a diminuir. Com a castração o animal perde menos peso durante competições, e recupera mais rapidamente o peso caso ele perca durante competições, evita cobertura indesejáveis nos casos dos cavalos de fazenda que puxa carroça que montam na égua caríssimo do milionário, nesses casos, pode ser feito esmagamento, onde se faz palpação retal, acha o bolinho fetal, e esmaga com a mão e deixa la pois o organismo vai reabsorver, só se consegue fazer no inicio da gestação, até os três meses, diminui agressividade, em casos de tumor e claudicação, o animal claudica muitas vezes, pois os mamíferos quando estão no útero o testículo se desenvolve na cavidade abdominal e com o tempo vai descendo, e quando o animal nasce, esse testículo deve estar na bolsa escrotal ou pelo menos insinuado, desce pelo canal inguinal, que permanece aberto, podendo em determinada ocasião, o testículo voltar para a cavidade abdominal, e é puxado pelo músculo cremaster, testículo já esta maiorzinho então não consegue passar, causando dor no animal, resultando claudicação. Essa claudicação nem sempre é devido a dor no testículo, pode ser dor em outra região que pode estar causando retração do testículo, logo deve-se fechar muito bem o diagnóstico antes de recomendar a castração, pois pode acontecer de castrar e o animal continuar claudicando. Priabismo é a exposição do pênis sem a retração posterior. 
Emasculação é o esmagamento de vasos para evitar sangramento, esse esmagamento é feito por emasculadores. Antigamente era feito com fios de sutura, por ligaduras. Porém se perdia muito tempo. O emasculador deve ser confiável, para que o animal não tenha hemorragias. O emasculador deve ficar no mínimo cinco minutos para garantir a ligadura. 
Funiculite é uma fistula que se forma onde estava o testículo, fibrose com fistula que fica purgando, causada por complicações pós-castração feita errada. Só será resolvido cirurgicamente, onde será descolado e retirado essa fistula.
Orquiectomia em equinos não se sutura, só se sutura em áreas grandes quando se faz retirada de tumores. Cicatrização deve acontecer de fora para dentro. Não se fecha saco escrotal após procedimento, para evitar que pequenos vasos sangrem e acumulem nesse saco. Pode pingar sanguee não escorrer sangue. Cirurgia contaminada, pois o saco fica aberto, e o animal deita em lugares sujos. Necessário que a cirurgia seja o mais asséptico possível, pois o grande problema é a contaminação ir para o abdômen causando peritonite que mata.
ANESTESIA E PRÉ - OPERATÓRIO
Através da anestesia geral ou através de tranquilização, associada a analgesia local na pele do escroto e no cordão testicular. Necessária contenção física, limpeza da região escrotal e do pênis, anti-sepsia local e Antibioticoterapia profilática. O escroto e os canais inguinais devem ser palpados para determinar a ausência de algum dos testículos ou a presença de hérnia inguinal. O diagnostico no pró- operatório de hérnia inguinal e especialmente importante para se precaver de complicações como a eventração ou evisceração.
TÉCNICAS DE ABORDAGEM
Existem três técnicas de orquiectomia conhecidas, o que diferencia é a túnica vaginal, se vai abrir ou não, se vai abrir e emascular ou se vai abrir e deixar aberta.
Anatomicamente o testículo fica dentro do saco escrotal, onde se tem vasos, artérias e veias, ainda músculo cremaster. O peritônio é uma serosa da cavidade abdominal, que recobre o testículo e volta para dentro da cavidade, quando ele entra nessa região do saco escrotal é chamada túnica vaginal. se abrir túnica vagina e enfiar o dedo, consegue-se acessar a cavidade abdominal, logo bactérias também conseguem acessar.
Orquiectomia Fechada: Secciona-se a pele, mas não é aberta a túnica vaginal. Nesta técnica, uma porção da túnica vaginal parietal e do músculo cremaster é removida. Esta técnica não expõe a cavidade abdominal ao meio externo. É emasculado toda a região envolvendo túnica vaginal e todo o plexo ou funículo. Túnica continuou fechada, não ha acesso para a cavidade abdominal. Mesmo com o animal deitado na mesa da cirurgia, é aconselhado que se bloqueie onde será passado o bisturi. Necessárias duas incisões, uma em cada testículo. O bloqueio anestésico deve ser feito bem na base do testículo, para evitar que o animal tracione esses testículos. Caso o animal tracione, não puxe, apenas mantenha, Após incisão do saco escrotal, sai o testículo envolto pela túnica vaginal, quanto mais se conseguir puxar o testículo para fora será melhor. A túnica vaginal dificulta um pouco essa exteriorização. A função do músculo cremaster é o auxilio na produção do espermatozóide, pois aproxima o testículo da cavidade quando esta frio e quando esta calor ele relaxa para refrescar o testículo. E a produção de espermatozóides depende desse conforto térmico. O cremaster pode ser ligado e separado para facilitar a manipulação.
Orquiectomia semi fechada: Secciona-se a pele e a túnica vaginal, exterioriza-se o testículo e emascula-se o funículo juntamente com a túnica.vaginal. Nesta técnica, uma porção da túnica vaginal parietal é removida com o funículo e testículo. Esta técnica expõe temporariamente a cavidade abdominal ao meio externo. Faz incisão no saco escrotal, na túnica vaginal e traciona o testículo, com isso se consegue tracionar mais esse testículo, porque não está limitado pela túnica vaginal. Na hora de fazer a emasculação, vai emascular junto à túnica vaginal como na técnica anterior.
Orquiectomia aberta: Secciona-se a pele e a túnica vaginal, exterioriza-se o testículo e emascula-se somente o funículo. Nesta técnica, a túnica vaginal parietal não é envolvida no processo de emasculação. Esta técnica expõe a cavidade ao meio externo. É a mais arriscada em relação a contaminação.
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
· Edema pós-operatório: Normal, ocorre normalmente no prepúcio e escroto. Acontece em todas as técnicas, um dos segredos é fazer esses animais andar bastante e tomar bastante ducha. O frio da água e a água batendo na região do edema fazem com que o edema diminua. 
· Hemorragias: São comuns, aquelas que o animal fica pingando, causado pelos vasos de pele que fica sangrando Acontece durante, imediatamente ou mesmo após alguns dias do ato cirúrgico. O que não pode acontecer, são aquelas hemorragias que escorrem sangue.
· Infecções: Normal de acontecer no local da cirurgia, o que não pode acontecer é a bactéria ascender para a cavidade abdominal e causar peritonite.
· Evisceração ou eventração: A evisceração é quando a alça sai da cavidade abdominal pela incisão onde foi retirado o testículo e a eventração consegue ver aumento do volume, mas a alça ainda esta presa pela pele, não se vê alça. Grave complicação. Pode ocorrer até seis dias após a cirurgia. 
PENECTOMIA
É a amputação do pênis, é a retirada total ou parcial do pênis, nos casos de tumores, habronemose (tecido de granulação provocado por um parasita transmitido pela mosca, comum em períodos de temperatura muito elevado, onde temos mais moscas) e priapismo, que é a exposição do pênis sem a retração posterior, animal fica com o pênis exposto, pode ser causado por acepromazina. Equinos fazem tecido de granulação com muita facilidade, por isso deve se tratar qualquer tipo de ferimento. 
Para a amputação, nos casos de tumores, pode se primeiramente congelar com nitrogênio líquido que congela rápido e descongela lentamente, causando morte celular,  faz-se cerca de três a quatro ciclos de congelamento sobre o tumor. 
TÉCNICA DA AMPUTAÇÃO
Abre a uretra e corta a parte ruim. A uretra é bem elástica, então se consegue puxá-la e suturar no corpo do pênis. Primeiro deve-se fixar o pênis para cortar, fixa-se com backauss, necessário fazer garrote nas artérias calibrosas que causam ereção do pênis. Se não ligar essas artérias o animal vai morrer sangrando. Não pode tracionar o pênis na hora de fixa-o, senão depois da amputação vai haver retração, e quando o animal urinar a urina se acumula no prepúcio. Deve-se colocar sonda uretral, para guiar e saber onde esta a uretra e também serve para que o animal não urina na cicatriz cirúrgica evitando deiscência dos pontos. Logo a mesma ainda é mantida depois da cirurgia.
O pós-operatório é feito com Antibioticoterapia sistêmica com penicilinas na dose de 10000 UI a cada 24 horas, durante 10 dias. Como terapia antiinflamatória pode-se utilizar fenilbutazona na dose de 2,2 mg/ Kg, 1 vez ao dia, durante cinco dias, Como uso tópico deve0se fazer ducha fria com duração de 20 minutos, duas vezes ao dia por 10 dias.
TÉCNICAS CIRURGICAS DE SISTEMA LOCOMOTOR
É com o aparelho locomotor que o animal faz o que é designado a fazer, seja corrida, obstáculo ou salto. Esse tipo de cirurgia é caro. Normalmente o funcionário que treina o animal demora muito para chamar o veterinário, então, eles mesmos tentam resolver o problema até que esse problema que podia até ser pequeno, torna-se uma grave fratura.
Teoricamente todas as fraturas podem ser corrigidas, o grande problema é o acesso (dificilmente se mexe num coxal ou fêmur devido quantidade de massa corporal).  Alguma fratura ja se sabe que não vai dar certo, logo, já é indicado a eutanásia.
Laminite é um distúrbio circulatório dentro do casco, que deforma o casco e fica mole. Qualquer coisa que esses animais passem desencadeia Laminite, como por exemplo estresse de viagem, cólica forte, pós cirúrgica, animal apoiando apenas em um membro só. São coisas que devem ser avaliadas antes de dar qualquer opinião para o proprietário. Qualquer osso do organismo pode sofrer fraturas.
Quando se faz RX de equinos, é necessário que seja feita no mínimo de 4 posições. Deve-se procurar contornar todo o osso, para identificar qualquer fratura, mesmo sendo pequena. Muitas vezes o problema nem sempre será por causa da fratura em si, e sim na estrutura adjacente que será prejudicada pela fratura presente.
Fraturas de rádio normalmente possuem indicação de eutanásia. A índole do animal é levada em conta, pois animais muito agressivos dificultam qualquer pós-operatório. Em locomotor não temos apenas as cirurgias ortopédicas, mas também de estruturas moles.
Animais de hípica começam tarde, e isso é bom pois a estrutura desses animais ja está bem desenvolvida, terão lesões de ligamento, muscular e outras. Agora animais quecomeçam a treinar com dois anos possuem mais chances de fraturas. 
Artroscopia
As lesões normalmente ocorrem em articulações, principalmente a do carpo. Para resolver esse problema temos duas técnicas de invasão. A primeira é a artroscopia que é a invasão cirúrgica de uma articulação com auxílio de uma câmera óptica chamado artroscópio. Faz-se um furinho na articulação e investiga-a toda através de fibras óptica. Dependendo do uso dessas fibras ópticas elas receberam um nome, nesses casos é chamado artroscopia. Ela é rígida, com visor que pode ser acoplado a uma televisão e ainda possui uma lente como de lupa onde apenas você consegue enxergar. Lembrando que a imagem da TV é invertida/oposta. Com movimentação contrária. Ainda tem uma entrada onde se acopla um cabo de luz, que manda luz para dentro da articulação. Esse tipo de aparelhagem custa cerca de 50 mil dólares. Instrumental delicado, deve se ter cuidado para que não se quebre as fibras, e caso ocorra o seu campo de visão será diminuído. 
Fazendo parte desse instrumental temos a kamisa, que possui duas entradas para soro, para se jogar soro dentro da articulação, cuja função é dilatação da articulação, caso contrário não se consegue enxergar e a outra função é lavagem dessa articulação, porque o soro entra e depois sai, sai por outro orifício que foi feito, e quando ele sai, leva juntos, pequenos fragmentos ósseos, pequena porção de sangue e outros. Essa lavagem é feita com frasco de soro e equipo que são acoplados a essas kamisa. Ainda se acopla uma perinha de aparelho de pressão com uma agulha para bombear esse soro. 
Ainda, temos o fórceps usado para tirar fragmentos da articulação, necessário pelo menos umas quatro. Cada uma custa cerca de 500 reais. Temos espátulas para descolar a fratura quando já está consolidando a lesão. Curetas ou brocas para arredondar onde foi feito a reparação. 
Consegue-se enxergar ligamentos, estruturas ósseas e cartilagem. Diferente da imagem do raios-X que não aparece cartilagens. A artroscopia pode ser exploratória, ou seja, para descobrir a lesão. O artroscópio aumenta 30 vezes o tamanho da imagem. Para se saber até onde devo raspar, deve-se prestar atenção do barulho da cureta no osso e da consistência, quando chegar no osso bom, não vai esfarelas facilmente como o osso não bom. E é ai que você deve parar.
Artrotomia
É a segunda técnica, consiste na invasão da articulação por meio de incisão ampla o suficiente para permitir visualização das estruturas envolvidas. Não é mais feita, pois atualmente só se usa a artroscopia. Deve-se abrir a pele, abrir o subcutâneo e a capsula articular, sabe-se que esta dentro da capsula quando começa a escorrer o liquido sinovial que deve ser amarelinho e viscoso. Em lesões esse liquido ta mais claro que o normal e menos viscoso. Fica alterado, porque devido a lesão o organismo começa a produzir esse liquido em excesso para tentar resolver o problema, essa articulação começa a inchar de tanto liquido produzido. Depois de abrir a capsula ja se visualiza o osso, se vê apenas esse pedacinho que foi aberto, diferente da artroscopia. Retira o fragmento e cureta o local onde saiu esse fragmento, depois se fecha a capsula, subcutâneo e pele. Depois que se fecha, está vazio de liquido, mas rapidamente essa é reposta.
A entrada da articulação é feita no portal, onde se coloca as agulha para fazer infiltração por exemplo. Deve ser nesses quatro portais para não correr o risco de furar o tendão, causando depois deiscência de pontos e ainda de furar a bainha. Ainda temos ligamentos muito fibrosos. Nesse portal, temos pele, subcutâneo e a cápsula. 
Na Artrotomia é necessário fazer um garrote, com uma espécie de borracha. Para segurar o sangue, ajudando a não sangrar tanto, não atrapalhando a cirurgia e não perdendo tempo para fazer hemostasia.
Artrotomia X Artroscopia
As desvantagens da artrotomia é um maior risco de infecção, é mais agressiva e o tempo de recuperação é maior e ainda a cicatriz, que fica feia, mostrando que o animal ja foi operado e a vantagens da artrotomia é o menor custo e não necessita de instrumental especial.
As vantagens da artroscopia é o menor risco de infecção, menos agressiva, só se fecha a pele com apenas um pontinho e possui um tempo de recuperação menor. A desvantagem é o preço elevado tanto para o cirurgião como para o proprietário e requer instrumental específico. Esse tipo de cirurgia custa em media três mil e quinhentos reais.
TÉCNICAS CIRURGICAS DO SISTEMA URINÁRIO
Anatomia do Trato Urinário
É formado por rim direito e esquerdo conectado a bexiga pelos ureteres direito e esquerdo, da bexiga parte a uretra que na fêmea é pré-púbica, peribupica e perineal, no macho a divisão é maior, temos uretra peniana, púbica, pré-púbica, perineal, prostática, escrotal. A do macho é mais fina e longa e fêmeas curta e larga.
O rim direito é mais cranial que o esquerdo com localização subcostal, ou seja, abaixo do arco costal. O lobo hepático cobre parte do rim. Temos a fossa renal que é a impressão no rim do tecido hepático. Por estar abaixo do arco costal o acesso é mais difícil do que o direito.
No rim temos o hilo renal que é aonde chega vasos e artérias e onde sai o ureter. No gato o pênis não é abdominal e sim perineal. Na fêmea o útero é posicionado dorsalmente a bexiga.
Técnicas
· As técnicas empregadas no sistema urinário são:
· Nefrotomia: Incisão - abertura do parenquima renal para o acesso ao parenquima
· Nefrectomia: Retirada parcial ou total do rim, pouco indicada a parcial, usada nos casos de cistos que envolvem pouca porção do rim, por exemplo, ou ainda em casos de traumas do parênquima renal. A total é bem mais fácil e mais indicada, como nos casos de hidronefrose grave, por exemplo, assim como neoplasias, tumores e cistos maiores.
· Cistotomia: Abertura da bexiga com sutura posterior.
· Cistectomia: Quando tira uma porção da parede da bexiga, pode ser parcial, técnica bem usada para tirar áreas de necrose em caso de lesões, já a total não é realizada, a única indicação são os tumores de bexiga próxima a uretra e mesmo assim com prognostico não é bom.
· Uretrotomia: Abertura e sutura da uretra para retirada de calculo.
· Uretrostomia: Abertura sem fechada posterior, é a criação de uma fistula permanente na uretra em pacientes que romperam a uretra sem a possibilidade de reconstrução, e ainda em paciente com recidiva de calculo, ou com obstrução que não se consegue tirar, incisa a uretra acima da lesão, e faz uma nova abertura para a pele.
Cauterização: Sondagem do animal, usada para colheita de material e ainda no auxilio à desobstrução. Tenta empurrar esse cálculo para a bexiga. Deve ser realizada somente quando necessário e sempre com a tecnica correta, para evitar consequencias indisejaveis. Empurra-se para a bexiga porque é mais fácil fazer uma Cistotomia do que uma Uretrotomia. Pois o tecido da uretra é muito fino, podendo causar estenose e ainda diminui a luz da uretra. A Cateterização é indicada de forma diagnóstica na colheita de urina e citologia e terapêutica. Quando temos tumores de bexiga, não é indicado que se faça citologia nessas formações, pois descamam demais, e ao retirar a agulha acaba ocorrendo disseminação de célula tumoral para a cavidade abdominal, por isso o mais indicado é a citologia do animal por sonda. Sonda o animal até chegar na formação, depois mexe a sonda e ainda aspira com a seringa, claro que não é tão sensível, mas é a indicada.
Cistocentese: Indicado para cultura e antibiograma para diagnostico de cistite bacteriana. Possui alto valor diagnostico e menor risco de contaminação. Nos casos em que há contra-indicação da Cistocentese, é feito sondagem ou micção espontânea, porém deve-se saber que há maior contaminação.
Biópsias: Para diagnostico de neoplasias e causas de Proteinuria e glomerulonefrites. A citologia normalmente não é tão suficiente exceto se tiver formação, agora para alterações renais não é eficiente, nesses casos é necessário um fragmento do rim, que se consegue de duas maneiras, pode - se fazer

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