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Semiologia psicológica


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Fernanda Carvalho – 3º semestre, TUT 04 
 
 PSICOPATOLOGIA 
Semiologia psicológica: 
 A semiologia psicológica é o estudo de 
sinais e sintomas dos transtornos mentais. É 
uma ciência que estuda a vida dos signos no 
seio da vida social. Charles Morris (1964) 
discrimina três campos distintos no interior da 
semiologia: 
 Semântica: responsável pelo estudo 
das relações entre os signos e os 
objetos a que se referem; 
 Sintaxe: compreende as regras e leis 
que regem as relações entre os vários 
signos de um sistema; 
 Pragmática: relação entre os signos e 
seus usuários. 
 Os signos de maior interesse para a 
psicopatologia são os sinais comportamentais 
objetivos, verificáveis pela observação direto 
do paciente, e os sintomas (queixas, vivências 
subjetivas relatadas pelo paciente). 
 Sá Junior (1988) apresenta uma definição 
de sintoma e sinal um pouco diferente. Ele 
discrimina os sintomas objetivos (observados 
pelo observador) dos sintomas subjetivos 
(percebidos apenas pelo paciente). Os sinais, 
por sua vez, são definidos como dados 
elementares das doenças que são 
provocados pelo examinador (sinal de 
Romberg, sinal de Babinski, etc.). 
 Segundo o linguista russo Roman Jakobson 
(1896-1982), já os antigos filósofos estoicos 
desmembraram o signo em dois elementos 
básicos: signans (o significante: suporte 
material, veículo do signo) e signatum (o 
significado: aquilo que é designado e que 
está ausente, o conteúdo do veículo). De 
acordo com essa relação de significado e 
significante, o filósofo norte-americano 
Charles S. Peirce (1839-1914) afirmou que há 
três tipos de signos: o ícone (o elemento 
significante evoca imediatamente o 
significado, graças a uma grande 
semelhança entre eles), o indicador (a 
relação entre o significante e o significado é 
de contiguidade) e o símbolo (o elemento 
significante e o objeto ausente- significado 
são distintos em aparência e sem relação de 
contiguidade). 
Divisões da semiologia: 
 A semiologia (tanto a médica como a 
psicopatológica) pode ser dividida em duas 
grandes subáreas: semiotécnica e 
semiogênese (Marques, 1970). 
 A semiotécnica refere-se a técnicas e 
procedimentos específicos de observação e 
coleta de sinais e sintomas, assim como a sua 
descrição. No caso de transtornos mentais, a 
semiotécnica concentra-se na entrevista 
direta com o paciente, seus familiares e 
demais pessoas com as quais convive. É 
crucial para a semiotécnica em 
psicopatologia, a observação minuciosa, 
atenta e perspicaz do comportamento do 
paciente, do conteúdo do seu discurso e do 
seu modo de falar, da sua mímica, da 
postura, da vestimenta, da forma como 
reage e do seu estilo de comportamento com 
o entrevistador, com seus familiares e, 
eventualmente, com outros pacientes. 
 Já a semiogênese, por sua vez, é o campo 
de investigação da origem, dos mecanismos 
de produção, do significado e do valor 
diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas. 
Síndromes e Entidades Nosológicas 
(transtornos específicos): 
 Na prática clínica, os sinais e sintomas não 
ocorrem de forma aleatória; surgem em 
certas associações. Definem-se, portanto, as 
síndromes como agrupamentos 
relativamente constantes e estáveis de 
determinados sinais e sintomas. A síndrome é 
puramente uma definição descritiva de um 
conjunto momentâneo e recorrente de sinais 
e sintomas. 
 Denominam-se, em medicina e 
psiquiatria, entidades nosológicas, doenças 
ou transtornos específicos (como 
esquizofrenia, doença de Alzheimer, anorexia 
nervosa, etc.). São os fenômenos mórbidos 
nos quais podem-se identificar (ou pelo 
menos presumir com certa consistência) 
 Fernanda Carvalho – 3º semestre, TUT 04 
 
certas causas ou fatores causais (etiologia), o 
curso relativamente homogêneo, certos 
padrões evolutivos e estados terminais típicos. 
 Além disso, nas entidades nosológicas ou 
transtornos, busca-se identificar mecanismos 
psicológicos e psicopatológicos 
característicos, antecedentes genético-
familiares. 
Definição de psicopatologia e ordenação 
dos seus fenômenos: 
 A psicopatologia, em acepção mais 
ampla, pode ser definida como o conjunto de 
conhecimentos referentes ao adoecimento 
mental do ser humano. É um conhecimento 
que se esforça por ser sistemático, elucidativo 
e desmistificante. 
 É preciso saber reconhecer sinais e 
sintomas. Saber reconhecer o paciente com 
doença mental e saber o manejo e 
encaminhamento. Por isso que entre outros 
motivos, a OMS disse que “não existe saúde 
sem saúde mental”. 
 Ao contrário do que muitos pensam, essa 
disciplina não é subjetiva. Exemplo: não 
podemos simplesmente “achar” que alguém 
está triste, mas sim observar a pessoa, a sua 
situação para, assim, poder descrever aquilo 
que a gente observou. Essa observação 
precisa ser isenta de julgamentos ou dogmas, 
não é um fato bom ou ruim, mas sim um 
fenômeno. Na psicopatologia não inclui 
critérios de valor, busca-se apenas observar, 
identificar e compreender os diversos 
elementos do transtorno mental. O 
conhecimento que se busca está 
permanentemente sujeito a revisões, críticas 
e reformulações, ou seja: a psicopatologia 
como ciência dos transtornos mentais requer 
um debate científico e público constante de 
todos os seus postulados, noções e verdades 
encontradas. 
 Filósofo alemão do início do século 20, Karl 
Jaspers que começou com o conhecimento 
da psicopatologia. Ele ficou muito tempo em 
um hospital psiquiátrico (que na época servia 
de asilos, os quais deixavam muito a desejar e 
existia muitos relatos de abusos que 
aconteciam, principalmente porque não 
havia perspectiva de tratamento eficaz, 
como existe hoje) observando os pacientes, 
classificando e categorizando. Lá ele 
escreveu o seu livro que diz: ”nosso tema é o 
homem todo em sua enfermidade”, embora 
ele reconheça que existem limites na 
psicopatologia, que mesmo o objeto de 
estudo sendo o ser humano na sua 
totalidade, nunca se pode reduzir por 
completo o ser humano a conceitos 
psicopatológicos. 
 A ciência psicopatológica é tida como 
uma das abordagens possíveis do ser humano 
mentalmente doente, uma parte do que 
compõe o saber clínico, mas não o único 
saber do conhecimento. A psicopatologia 
sempre perde, obrigatoriamente, aspectos 
essenciais do ser humano, sobretudo nas 
dimensões existenciais, estéticas, éticas e 
metafísicas. 
 Portanto, não se pode compreender ou 
explicar tudo o que existe em um ser humano 
por meio de conceitos psicopatológicos. 
Assim, ao se diagnosticar Van Gogh como 
esquizofrênico (ou epiléptico, maníaco 
depressivo ou qualquer que seja o 
diagnóstico formulado), ao se fazer uma 
análise psicopatológica de sua biografia, isso 
nunca explicará totalmente sua vida e sua 
obra. Sempre resta algo que transcende à 
psicopatologia e mesmo à ciência, 
permanecendo no domínio do mistério. 
 Husserl também faz parte do fundamento 
da psicopatologia. Ele criou uma corrente 
filosófica chamada fenomenologia, que 
entre outras coisas defende o estudo da 
natureza pela observação dos seus 
fenômenos. “Não podemos saber o que 
exatamente está se passando pela cabeça 
de uma pessoa, mas podemos observar o 
comportamento, a linguagem, os gestos, a 
aparência”. 
Forma e conteúdo dos sinais e sintomas: 
patogênese e patoplastia 
 A forma (patogênese) é mais geral e 
universal, comum a todos os pacientes, em 
todas ou quase todas as culturas, enquanto 
que o conteúdo (patoplastia) é algo bem 
mais pessoal, dependendo da história de vida 
singular do indivíduo, de seu universo culturalFernanda Carvalho – 3º semestre, TUT 04 
 
específico e da personalidade cognição 
prévias ao adoecimento. 
Tipos de fenômenos: 
 Semelhantes: comum a todas as 
pessoas: fome, sede, sono, medo, 
desejo, medo, ansiedade, etc. (temos 
uma compreensão própria, porque 
são coisas que nós mesmos podemos 
sentir). São coisas que pertencem ao 
cotidiano humano em geral, logo são 
muito fáceis de serem compreendidos. 
 Em parte diferentes: podem ser 
experimentados por todos, mas 
podem se assemelhar às vivências da 
doença mental. Exemplo: luto. Esse 
tipo de fenômeno só irá acontecer em 
situações específicas. É o plano em 
que o psicológico e o psicopatológico 
se sobrepõem. São fenômenos que o 
ser humano comum experimenta, mas 
que apenas em parte são semelhantes 
aos vivenciados pela pessoa com 
transtorno mental. Assim, todo ser 
humano comum pode sentir tristeza, 
mas a alteração profunda, 
avassaladora, que uma paciente com 
depressão psicótica experimenta é 
apenas parcialmente semelhante à 
tristeza normal. 
 Qualitativamente novos: que não 
pertencem à experiência humana 
comum, diferentes, próprios a certas 
doenças e estados mentais, psicóticos 
como alucinações e delírios, alteração 
da cognição nas demências, sintomas 
afetivos. 
É importante salientar primeiramente que 
normal e saúde são coisas diferentes, assim 
como anormal e patológico também. 
Funções psíquicas: 
 Aparência geral: cuidada ou 
descuidada? (Cabelo, barba, odor, 
vestimenta, ...) 
 Consciência; 
 Atenção e Orientação; 
 Sensopercepção; 
 Pensamento; 
 Linguagem; 
 Afetividade; 
 Vontade; 
 Memória; 
 Inteligência.

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