Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 1 SUMÁRIO INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ......................................................................................................................... 2 CONCEITO ...................................................................................................................................................... 2 classificações ................................................................................................................................................. 2 quanto ao sujeito: autêntica, judicial ou doutrinária ................................................................................ 2 QUANTO AO MODO: GRAMATICAL, TELEOLÓGICA, HISTÓRICA E SISTEMÁTICA ...................................... 2 quanto ao resultado: declaratória, extensiva e restritiva ......................................................................... 3 interpretação exofórica e endofórica ........................................................................................................ 3 interpretação extensiva ................................................................................................................................. 4 interpretação analógica ................................................................................................................................. 5 conceito ..................................................................................................................................................... 5 intepretação analógica x analogia ............................................................................................................. 6 https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 2 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL CONCEITO A interpretação é a busca da vontade da lei. Afinal, a interpretação é imprescindível para todas as leis, inclusive, as que são consideradas claras. CLASSIFICAÇÕES QUANTO AO SUJEITO: AUTÊNTICA, JUDICIAL OU DOUTRINÁRIA Essa classificação leva em consideração o sujeito que será responsável pela interpretação, ou seja, a figura do intérprete. ➢ Autêntica: é a interpretação realizada pelo próprio legislador. Dessa forma, este edita uma lei com o propósito de esclarecer o significado de outra. Por exemplo, o conceito de funcionário público para fins penais (CP, art. 327). ➢ Judicial: é a interpretação realizada pelo Poder Judiciário. ➢ Doutrinária: é a interpretação realizada pelos estudiosos do Direito (doutrinadores). QUANTO AO MODO: GRAMATICAL, TELEOLÓGICA, HISTÓRICA E SISTEMÁTICA A classificação avalia o meio utilizado pelo intérprete para alcançar o significado da lei. ➢ Gramatical (Literal): é a interpretação que se apega a literalidade das palavras contidas na lei. Autêntica: Legislador Judicial: Poder Judiciário Doutrinária: Doutrinador https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 3 ➢ Teleológica: é a intepretação que busca alcançar a vontade apresentada na lei. ➢ Histórica: é a interpretação que indaga a origem da lei, identificando os fundamentos de sua criação1. ➢ Sistemática: é a interpretação que leva em consideração o sistema jurídico em que está contido a lei a ser interpretada. QUANTO AO RESULTADO: DECLARATÓRIA, EXTENSIVA E RESTRITIVA Essa classificação leva em consideração a conclusão extraída pelo intérprete da lei. ➢ Declaratória: é aquela que resulta da perfeita sintonia entre o texto de lei e a sua vontade2. ➢ Extensiva: é aquela que amplia o sentido da lei, pois esta disse menos do que desejava. ➢ Restritiva: é aquela que restringe o sentido da lei, pois esta disse mais do que desejava ➢ INTERPRETAÇÃO EXOFÓRICA E ENDOFÓRICA 1 Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral. 8ª edição. 2020, pág. 70 2 Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral – v. 1. 14ª edição. 2020, pág. 104 Gramatical (Literal): Texto literal da lei Teleológica: Vontade/finalidade da lei Histórica: Origem da lei Sistemática: Ordenamento jurídico (sistema jurídico) Declaratória: Sentido exato da lei Extensiva: Amplia o sentido da lei Restritiva: Restringe o sentido da lei https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 4 Segundo Cleber Masson3, a interpretação exofórica é aquela em que o intérprete se socorre de termos que não se encontram dentro do ordenamento jurídico para descobrir o alcance e o significado da norma penal. Por exemplo, o conceito de veneno (homicídio qualificado) é fornecido pela química e não pelo Direito. Por outro lado, na interpretação endofórica, para identificar o significado da norma penal o intérprete utiliza conceitos contidos em outras normas jurídicas. Por exemplo, no tipo penal do art. 237 do CP, os impedimentos do casamento se encontram no Código Civil. Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - detenção, de três meses a um ano. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA Como dito anteriormente, a interpretação extensiva é aquela que amplia o sentido literal da lei para alcançar o seu significado. DÚVIDA: A interpretação extensiva pode ser utilizada para prejudicar o réu? A doutrina e jurisprudência majoritária entende que SIM. Nesse sentido, segundo Cleber Masson4: “Por se tratar de mera atividade interpretativa, buscando o efetivo alcance da lei, é possível a sua utilização até mesmo em relação àquelas de natureza incriminadora.” Como exemplo, a “arma branca” no roubo qualificado (CP, art. 157, §2º, VII) admite a interpretação extensiva, já que tanto uma faca, quanto uma tesoura, amoldam-se ao seu conceito. 3 Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral – v. 1. 14ª edição. 2020, pág. 105 4 Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral – v. 1. 14ª edição. 2020, pág. 104 Exofórica: Conceitos fora do ordenamento jurídico Endofórica: Conceitos no ordenamento jurídico https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 5 Por outro lado, Rogério Sanches5 cita o art. 41 da Lei Maria da Penha, que veda a aplicação dos benefícios do JECRIM ao agressor: Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Da leitura do dispositivo legal, percebe-se que a vedação se refere aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher. Contudo, os Tribunais Superiores tem entendimento firmado que a vedação acima se estende, também, para as contravenções, ou seja, com uso da interpretação extensiva em relação ao termo “crimes”. INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA CONCEITO A interpretação analógica é uma técnica utilizada pelo legislador para facilitar a interpretação da lei. Para tanto, o legislador cita um exemplo daquilo que vai ser interpretado (fórmula casuística) e abre a possibilidade de que a lei alcance casos similares ao citado (fórmula genérica). 5 Cunha, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral. 8ª edição. 2020, pág. 73 INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA Amplia-se o sentido de um termo INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA • HOMICÍDIO QUALIFICADO (art. 121, §2º, I) EXEMPLO • Mediante paga ou promessa de recompensa FÓRMULA GENÉRICA • Expressão "ou outro" • Motivo torpe https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9099.htm cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 6 DÚVIDA: A interpretação analógica pode ser aplicada in malam partem (gravosa) para o réu? A resposta é SIM. Por se tratar de um método interpretativo ampliativo, seu resultado pode significar um resultado mais gravoso ao réu. SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, com o intuito de receberherança, mata seu pai. No exemplo acima, “A” praticou um homicídio qualificado pelo motivo torpe, já que o motivo do crime foi econômico, assim como é aquele praticado “mediante paga ou promessa de recompensa”. Art. 121, § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; Assim, ainda que o Código Penal não tenha apresentado essa espécie de motivo torpe, trouxe um caso similar, admitindo, portanto, a aplicação da interpretação analógica. INTEPRETAÇÃO ANALÓGICA X ANALOGIA MUITO IMPORTANTE DÚVIDA: A interpretação analógica é sinônimo de analogia? A resposta é NÃO. Como dito anteriormente, a interpretação analógica é uma técnica utilizada pelo legislador para facilitar a compreensão da lei. Para tanto, apresenta-se um exemplo daquilo que deve ser interpretado e, ato contínuo, permite-se a ampliação de sua incidência para outros casos concretos similares. Por outro lado, a analogia é uma espécie de integração legislativa, ou seja, em face da ausência de lei específica para o caso concreto, o juiz utiliza-se de uma lei aplicável a uma situação semelhante. Em razão do princípio da legalidade, no Direito Penal, a analogia só pode ser utilizada em benefício do investigado/acusado, ou seja, somente é admissível a analogia in bonam partem. Por exemplo, o art. 128, II, do Código Penal, prevê a possibilidade da mulher, vítima de estupro (CP, art. 213), interromper a gestação, sem que isso configure o crime de aborto. https://www.cursoagoraeupasso.com.br/ cursoagoraeupasso.com.br AGORA EU PASSO! 7 Contudo, por analogia, é possível aplicar a mesma regra do aborto humanitário em favor da vítima de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A). Em suma, é possível sintetizar as diferenças da interpretação analógica e analogia no esquema abaixo. ANALOGIA Espécie de integração legislativa Aplica-se uma lei similar ao caso concreto diante da ausência de lei própria NÃO se admite a analogia in malam partem (gravosa) INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA Espécie de interpretação legislativa Utiliza-se de um exemplo e, em seguida, apresenta uma fórmula genérica ("ou outro...) Pode resultar em interpretação in malam partem (gravosa) https://www.cursoagoraeupasso.com.br/
Compartilhar