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Amputação- Órteses e próteses

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AMPUTAÇÕES
AMPUTAÇÕES
Derivada do Latim
• Ambi = ao redor de / em volta de 
• Putatio = podar / retirar
Retirada geralmente cirúrgica, total ou parcial
de um membro.
HISTÓRICO
• Evidências arqueológicas sugerem que, mesmo
entre povos pré-históricos, havia um pequeno
número de amputações (congênitas e traumáticas).
• A primeira amputação foi descrita por Hipócrates,
na Grécia Antiga. Era um caso de desarticulação do
joelho. Em torno do ano 100 d.C. (ligadura dos
vasos na cirurgia de amputação).
• Na Idade Média, voltou-se a praticar a cauterização,
um método bárbaro de estancar sangramentos e
hemorragias com óleo fervendo ou ferro quente.
HISTÓRICO
• A amputação provavelmente tenha sido um 
dos primeiros tipos de cirurgia na história da 
Medicina. 
• Nas guerras haviam amputações sem 
anestesia.
• O tempo de cirurgia era fundamental.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A amputação geralmente é temida por todos, 
pois traz a imagem de mutilação (alteração da 
imagem corporal), incapacidade, 
impossibilidade de trabalhar e de exercer suas 
atividades de vida diária.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A amputação não é como o fim de alguma coisa 
ou simplesmente a perda de uma membro que 
consequentemente irá gerar incapacidades.
INCENTIVAR E DAR DEVIDA IMPORTÂNCIA AO 
QUE AINDA TEMOS 
CONSIDERAÇÕES GERAIS
INDICAÇÕES
INDICAÇÕES ELETIVA
• Indicada para pacientes de sequelas ou
processos mórbidos, visando melhorar as
condições de vida do paciente
URGÊNCIA
• Indicada em casos graves, traumas, neoplasias
em estágio avançado ou sepses, os quais
trazem riscos de vida para o paciente.
INDICAÇÕES
• NECROSE
- Causada por Doença Vascular Periférica
- Causada por Queimaduras
- Causada por Congelamento
• CONGÊNITAS
- Malformações
• TRAUMAS
• TUMORES (Osteosarcoma)
• INFECCIOSAS (Osteomielite)
• NEUROPÁTICAS
CAUSAS MAIS COMUNS ENTRE AS FAIXAS 
ETÁRIAS
• Criança
- Malformações
• Meia-idade
- Traumática
- Infecções Crônicas
• Idosos
- Vasculares
ETIOLOGIA
• Amputações Congênitas
- A causa é desconhecida
- Fatores genêticos e ambientais (exposições a agentes
químicos, drogas, alterações cromossômicas, doenças ou
síndrome, com alterações durante a terceira e a oitava
semana de vida intra-uterina).
- Uso da TALIDOMIDA nos anos 50 e 60 contra enjoo
matinal.
OBS: As crianças geralmente acostumam-se com facilidade a
utilizar o membro malformado.
ETIOLOGIA
• Amputações Infecciosas
- Cada vez menos frequente devido aos avanços laboratoriais e
medicamentos
- Ex: Meningite Meningocócita (lesões cutâneas importante
que podem causar necroses das extremidades)
- Processos traumáticos e vasculares também podem levar à
infecções.
ETIOLOGIA
• Amputações Tumorais
- Também têm diminído devido ao avanço no diagnóstico precoce,
radioterapia, quimioterapia
• Amputações Traumáticas
- Mais frequente no sexo masculino, adultos jovens
- Geralmente é necessário uma segunda cirurgia para adaptação do
coto à prótese.
ETIOLOGIA
• Amputações Neuropáticas
- Praticamente não se realiza mais deivdo ao
avanço da medicina e ciências da reabilitação.
- Ex: Diabetes Melilitus, Hanseníase, Polio,
Espinha Bífida, Polineuropatia
ETIOLOGIA
• Amputações Vasculares
- Ainda é a principal causa de amputação de 
membros inferiores (DVP) principalmente
quando associada ao tabagismo e diabetes.
- Ex.: Arteriosclerose, insuficiência arterial, 
doenças arteriais,...
ETIOLOGIA
Amputações Vasculares (Cont.)
- Pctes acima de 50 anos
- Fatores de risco:
tabagismo sedentarismo
hipertensão arterial hipermicemia
diabetes excesso de peso
hiperlipidemia antecedentes familiares
QUAL A IMAGEM DE UMA CIRURGIA DE 
AMPUTAÇÃO?
MÉTODO
• Primeiro passo → ligar artérias e veias para
prevenir/minimizar a hemorragia
• Os músculos são retirados
• Só então os osso é cerrado
• A pele e os músculos da região amputada são
rearranjados
COMPLICAÇÕES
• Membro Fantasma
• Coto não adequado à protetização (cicatrizes
cutâneas invaginadas ou aderentes, pele friável
sob zonas de pressão, excesso ou deficiência
de tecidos moles ou comprimento de coto
inadequado)
• Encurtamentos e Aderências
COTO
• O membro residual de amputação é
denominado coto.
• O coto de amputação, agora
considerado como um novo membro, é
o responsável pelo controle da prótese
durante a posição ortostática e a
deambulação.
COTO
Para que isso seja possível, ele deve apresentar
algumas características, tais como:
1) Nível adequado: nem sempre o melhor coto é o
mais longo. Para alguns níveis de amputação
podemos obter resultados menos satisfatórios com
a protetização e reabilitação;
2) Coto estável: a presença de deformidades nas
articulações proximais ao coto pode dificultar a
deambulação e a protetização;
3) Presença de um bom almofadamento;
COTO
4) Bom estado da pele: coto com boa sensibilidade,
sem úlceras e enxertos cutâneos facilita a
reabilitação cutâneos facilita a reabilitação;
5) Ausência de neuromas terminais: para certos níveis
a presença de neuromas impede o contato e/ou
descarga distal;
6) Boa circulação arterial e venosa, evitando isquemia
e estase venosa;
COTO
7) Boa cicatrização: as suturas devem ser efetuadas em
locais apropriados conforme o nível de amputação. As
cicatrizes não devem ser irregulares, hipertróficas ou
apresentar aderências, retrações, deiscências e
supurações;
8) Ausência de edema significativo (Carvalho, 2001).
COTO
• As características do coto são fundamentais para o
sucesso do encaixe protético
• Complicações:
- Cicatrizes cutâneas invaginadas
- Aderências
- Pele Friável sob zonas de pressão
- Excesso ou deficiência de tecidos moles
- Comprimento inadequado do coto
COTO
Os novos materiais de interface e proteção do coto de
amputação, atualmente disponíveis, ao permitirem
uma melhor distribuição das pressões sobre zonas
fragilizadas, como sejam as zonas de pele enxertadas
e/ou de retalho livre com diminuição da consistência e
sensibilidade, facilitam uma deambulação eficaz e
pouco gasto energético.
AMPUTAÇÕES
Níveis de amputações e avaliação 
funcional de amputados
NÍVEL DE AMPUTAÇÃO - MMSS
•AMPUTAÇÃO PARCIAL DA MÃO
PRÓTESE FUNCIONAL OU ESTÉTICA
DESARTICULAÇÃO DE PUNHO
• Boa suspensão
• Boa alavanca
preservação da prono-supinação.
AMPUTAÇÃO DE ANTEBRAÇO
(transradial)
movimentos residuais
alavanca Cotos curtos: braquio-radial
DESARTICULAÇÃO DO COTOVELO
• boa alavanca. 
• presença dos 
epicôndilos 
• facilita a suspensão.
• uso de articulações 
externas.
• estética 
comprometida
AMPUT. ACIMA DO NÍVEL DO 
COTOVELO
(TRANSUMERAL)
DESARTICULAÇÃO DE OMBRO
• nível de difícil
protetização ausência
de alavanca
• raramente adaptada
c/ prótese mecânica
• recurso único de
movimentos de
escápula
AVALIAÇÃO CLÍNICA
• Estabilidade Proximal
• Alinhamento / 
Posicionamento
• Pegar e Soltar
• Propriocepção
• Sensação
• Desejos do Paciente
NÍVEL DE AMPUTAÇÃO DE MMII
NÍVEL DE AMPUTAÇÃO - MMII
• Amputações do pé:
- Desarticulação de Syme
- Desarticulação de Chopart
- Desarticulação de Lisfranc
- Amputação Transmetatarsiana
- Desarticulação Metatarsofalangeanas
- Desarticulação Interfalangeanas
DESARTICULAÇÃO INTERFALANGEANA
Problemas funcionais e estéticos 
• Equilíbrio e deambulação normais
• Causas: processos traumáticos e vasculares
• Prevenção: 
– sapatos de segurança ( indústria metalúrgica) 
– calçados especiais( doenças vasculares e neuropáticas)
Desarticulação Metatarsofalangeana
• Causas: traumáticas, vasculares, neuropát.
• Gera deformidades e desvios podálicos;
– 2º e 3º dedos → hálux valgo
– 4º e 5º dedos → sem alterações na marcha
– 1º (hálux)→ altera marcha (fase de impulso)
• Sobrecarga na cabeça dos metatarsos → úlceras
de pressão
Amputação Transmetatarsiana
• Causa: vascular, infecciosa e traumática
• Secção óssea próxima à cabeça ou base MTT
• Descarga realizada distalmente
• Comprometimento da marcha, principalmente na fase 
de desprendimento do antepé.
Amputação de Lisfranc
• Causas:vasculares 
• Desarticulação dos MTT /cubóide e cuneiformes.
• Reinserções de músculos (Tibial anterior/ fibular curto);
• Secção proximal dos nervos: evita neuromas
Amputação de Chopart
• Causas: vasculares, infecciosas, traumáticas
• Desarticulação entre os ossos navicular e cubóide
com o tálus e o calcâneo;
• Amputação do retropé;
• Evolui para pé equino
• Descarga distal
• Reinserção de tibial anterior
• Cuidado com os nervos
Amputação de Syme
• Desarticulação tibiotársica
• Secção abaixo dos maléolos, conservando a sindesmose
tibiofibular;
• Permite descarga distal sobre o coto
• Protetização com pé mecânico.
• Causas: vasculares, traumáticas, anomalias congênitas
ou adquiridas ou quando as anteriores não são possíveis;
• Coxim do calcâneo
Amputação de Pirogoff
• Similar à de Syme
• Exceto: 
– Artrodese entre a tíbia e o calcâneo que é
seccionado verticalmente;
– Osteossíntese
– Espaço menor entre coto e solo
Amputação Transtibial
• Entre a desarticulação tibiotársica e a de joelho;
• Pode ser: proximal, médio(ideal) e distal;
• Descarga de peso no tendão patelar
• Mioplastia e miodese
• Proximal: Deformidade em V do joelho
• Distal: coto longo e bom controle sobre a prótese
– Suprimento sanguíneo ruim/ coxim escasso
• Medial: bom coto e coxim, fácil reabilitação
Amputação Transtibial
• Vantagens:
✓Manutenção da articulação do joelho
✓Menor gasto energético na marcha
✓Fácil colocação e remoção da prótese
✓Marcha mais fisiológica
Desarticulação do Joelho
• Causas: traumas irreversíveis, tumores e
anomalias tibiofibulares;
• Preservação da patela
• Nervos profundos e músculos reinseridos
• É indicada a descarga distal
• Bom controle sobre a prótese
• Deformidade em V de quadril (posturas
inadequadas).
Desarticulação de joelho
• Vantagens para amputações bilaterais:
✓Bom equilíbrio na posição sentada
✓Facilidade nas transferências
✓Possibilidade de marcha sem prótese
Desarticulação de joelho
• Vantagens em relação às transfemorais:
✓Maior braço de alavanca
✓Maior força muscular
✓ Possibilidade de descarga distal
✓ Bom controle rotacional sobre a prótese
✓Melhor suspensão protética
✓ Facilidade para colocação e remoção da prótese
Amputação Transfemoral
• Entre desarticulação de joelho e quadril
• Proximal, medial e distal
• Causas: vasculares, tumores, infecção, traumas
• Cuidados: nervos, suturas, miodese e mioplastia 
• Descarga de peso em apoio isquiático e/ou em paredes
laterais do coto;
• Proximal : deformidade em V + ABD do quadril
• Distal: maior alavanca e controle sobre prótese
AUMENTO DO GASTO ENERGÉTICO NA MARCHA
Desarticulação de Quadril
• Retirada de todo o MI, exceto da cabeça do 
fêmur;
• Causa: traumas complexos e tumores
• Descarga de peso na tuberosidade isquiática
Desarticulação Sacroilíaca
• Remoção de metade da pelve e de todo o MI
homolateral;
• Causa: neoplasia óssea, metástases
• Descarga de peso no ísquio contralateral à
amputação;
NÍVEL DE AMPUTAÇÃO - MMII
TRASTIBIAL LONGA 
(abaixo do joelho)
Mais de 50% do comprimento da 
tíbia
TRASTIBIAL
(abaixo do joelho)
Entre 20 e 50% do comprimento da 
tíbia
TRASTIBIAL CURTA
(abaixo do joelho)
Menos de 20% do comprimento da 
tíbia
DESARTICULAÇÃO DO JOELHO Amputação através da articulação 
do joelho; fêmur intacto
TRASCONDILIANA (GRITI STOKES) Amputação acima dos epicondilos
femurais
TRANSFEMORAL LONGA
(Acima do joelho)
Mais de 60% do comprimento do 
fêmur
NÍVEL DE AMPUTAÇÃO - MMII
TRANSFEMORAL
(Acima do joelho)
Entre 35 e 60% do comprimento do 
fêmur
TRANSFEMORAL CURTA
(Acima do joelho)
Menos de 35% do comprimento do 
fêmur
DESARTICULAÇÃO DO QUADRIL Pelve intacta
HEMIPELVECTOMIA Ressecção da metade inferior da pelve
HEMICORPORECTOMIA Amputação dos dois membros 
inferiores e da pelve abaixo do nível L4-
L5
AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA
AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA
• O exame cuidadoso de cada pessoa é uma parte integrante do
atendimento fisioterapêutico.
• Os dados mais importantes a serem obtidos :
- Informações relativas ao estado do membro residual (suas
condições)
- Suas funções cardiopulmonares e fisiológica geral pós-cirúrgicas
- Sua habilidade de mover-se (Mobilidade)
- Suas sensações sobre amputação e planos de alta.
AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA
• OBS: O fisioterapeuta deve participar ainda no
planejamento da alta, para assegurar a continuidade
do atendimento pós-cirúrgico.
• Os dados são obtidos ao longo dos atendimentos,
outros só podem ser obtidos até que alguma
cicatrização aconteça e ainda há dados que precisam
aguardar a cicatrização completa.
• SCANEAR QUADRO 25.2 (guia para avaliação 
pós-cirúrgica) da pág. 1.132 do O’Sullivan
AVALIAÇÃO INICIAL DA FISIO
• Dados devem conter:
- Pequena revisão do prontuário
- Dados da avalição:
- FORÇA MUSCULAR
- AMPLITUDE DE MOVIMENTO
- EDEMAS
- ESTADO CICATRICIAL
- MEDIDA DO COTO (quando possível)
- SENSIBILIDADE
- Estado Funcional
- Mobilidade no leito
- Transferências
- Locomoção
- Resultados Esperados (pré-alta hosp. e pós-alta hosp.)
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
Específico caso a caso, porem em geral é:
- ADM do membro não envolvido deve ser precoce e seguir 
as estimativas padrão.
- ADM da articulação logo acima do membro residual deve 
ser feita após ter ocorrido alguma cicatrização inicial e/ou 
se o curativo permitir (medidas goniométricas específicas)
- ADM da articulação mais proximal do membro residual 
deve ser feita precocemente
FORÇA MUSCULAR
O Teste Muscular Manual (TMM) deve ser feito
precocemente em todos os outros membros não
envolvidos.
Já no membro envolvido normalmente precisa-se
esperar até que tenha ocorrido a maior parte da
cicatrização.
Também os TMM devem priorizar grupos musculares
específicos para cada amputação
OUTROS DADOS
• Presença de Edemas
• Condição da pele e cicatriz
• Forma do coto (tecido redundante cônico, bulbar,
cilíndrico)
• Sensibilidade (membro afetado e não afetado)
• Propriocepção articular
ESTADO FUNCIONAL
• MOBILIDADE NO LEITO
- Rolamentos
- De deitado para sentado e retorno
- Abdominais (MMSS)
ESTADO FUNCIONAL
• TRANSFERÊNCIAS
- Sentado para em pé
- Em pé para sentado na cadeira
ESTADO FUNCIONAL
• LOCOMOÇÃO (MMII)
- Deambulação
- Independente ou com auxílio
FUNCIONALIDADE (MMSS)
DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL 
PARA USO DE PRÓTESE
Uma Meta primordial do período pós-cirurgico é 
determinar a adequação da pessoa para a 
protetização.
NEM TODAS AS PESSOAS COM AMPUTAÇÕES 
SÃO CANDIDATAS PARA O USO DE UMA 
PRÓTESE.

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