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História e Considerações sobre Amputações

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● Histórico 
 - Amputações de MMII: 
# São tão antigas quanto à própria 
humanidade 
# Heródoto (IV e V a.C.) escape de 
tortura por amputação do pé 
# Documentos: vasos no museu de 
Louvre-Paris 
 + Italiana (IV a.C.) 
 + Grego (II a.C.) 
# Sistema de Guilhotina (Idade Média) 
– punições judiciais 
# Partes moles dos cotos com melhor 
atenção (XVII) 
# Primeiras desarticulações, mas 
não haviam componentes protéticos (XVII), 
sendo que o 1º joelho em sistema modular surgiu 
200 anos mais tarde 
# No século XIX (corte com formão) 
# A descoberta da anestesia no ano de 
1850, foi um marco histórico nas cirurgias e 
ajudou muito na evolução das amputações 
# No século XX, quanto mais alta as 
amputações, maiores eram os riscos de 
vida 
# Massagem e descarga de peso para 
conseguir pele mais resistente, o que não 
garante resultado satisfatório 
# Século passado: apoio distal para 
confecção do molde; importância da 
mioplastia (fixação das extremidades de 
músculos protegendo o coto ósseo) e miodese 
(reinserção de mm e tendões) 
# Primeiras mioplastias após 2ª Guerra 
Mundial - século XX preocupação com os valores 
de cada nível de amputação (amputar para 
salvar vida e não querer fazer coto com um 
bom nível) 
# Anos 70: conceito de protetização 
imediata 
# Houve praticamente uma estagnação 
das técnicas cirúrgicas em comparação a 
evolução tecnológica das próteses 
 
 
 
# Foi no século XX que tivemos o maior 
avanço tecnológico na área de componentes 
ortopédicos 
# A I Guerra Mundial aumentou o n° 
de amputados e forçou estudo maior sobre 
componentes protéticos. Até então tudo era feito 
de forma laminada (pé, joelho, etc). Após a II 
Guerra Mundial começou-se a fabricar 
componentes protéticos pré-fabricados, 
agilizando a confecção de uma prótese 
# Foi nesta época que surgiram 
indústrias que até hoje atuam somente 
fabricando componentes protéticos 
# Hoje protesistas deixaram de dedicar a 
fabricação de componentes, aprimorando as 
técnicas relacionadas à adaptação das 
próteses aos pacientes, obtendo evolução 
dos encaixes 
● Considerações gerais 
 - Amputação é uma palavra que deriva do 
latim, com o seguinte significado: ambi = em 
volta de; e putatio = podar/retirar 
 - Definição: amputação é definida como sendo 
a retirada, normalmente cirúrgica, total ou 
parcial de um membro 
# Para os pacientes menos esclarecidos, o 
termo “amputação” está relacionado com o 
terror, derrota e mutilação, trazendo de 
forma implícita, uma analogia com a 
incapacidade e a dependência 
# Por vezes, a amputação de um membro 
corresponde mesmo ao último recurso para 
salvar uma vida 
# A amputação é a perda de uma parte 
do “EU”, em que a imagem corporal fica 
comprometida e profundamente alterada. Esta 
alteração produz uma desvantagem física 
permanente, provocando muitas vezes 
alterações das necessidades fisiológicas, 
psicológicas e sociais 
# No entanto a amputação, de uma forma 
geral, provocada quer por problemas 
vasculares, traumatismo, diabetes, tumor, 
quer por deformidade congênita deve ser 
encarada como: 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
 + Uma forma de tratamento, a qual, 
na maior parte das vezes, soluciona 
problemas relacionados à extremidade 
(membro) dolorosa e frequentemente sem função 
(Downie, 1983) 
 + O único meio de fornecer uma 
melhoria de qualidade de vida (QV) e não um 
fim em si mesmo, sendo um processo através do 
qual se alcançam novos horizontes (Cruz, 
1994) 
# Sequela importante impossibilitando 
descarga de peso e marcha funcional. Restringe 
qualidade de vida 
 
# A amputação deve ser vista pelo 
paciente como o início de uma nova fase, sem 
quaisquer patologias ou deformidades sérias, as 
quais poderiam incapacitar indivíduos 
# As amputações iniciam-se com um 
estudo cuidadoso das condições de 
permeabilidade vascular no nível da 
amputação e uma inspeção detalhada dos 
tecidos lesados 
# Um bom coto de amputação deve 
ser firme, sem aderências cicatriciais, 
contraturas articulares e neuromas, porém, 
isto dependerá de alguns fatores: 
 + Mioplastia: utilizada fragmento de 
músculos para reparar uma perda de substância 
ou para corrigir deformidade 
 + Miodese: reinserção dos músculos e 
tendões seccionados à extremidade óssea 
amputada, proporcionando poder de contração 
@ Coxim firme para o controle da 
prótese 
 + Neurectomia: deve ser realizada 
com leve tração nervosa e corte brusco. O coto 
nervoso deve estar profundo 
 + Tecidos ósseos: resecção das 
arestas e arredondamento das bordas 
 + Suturas: em planos e sem tensões 
exageradas para evitar aderências 
 + Posicionamento: correto para se 
evitar as retrações e encurtamentos musculares 
● Etiologia das amputações 
 - Para Carvalho (2001), May (1993) e 
Eskelinen, et al (2004) as principais causas de 
amputação são: 
# Doença vascular periférica 
# Traumatismo 
# Tumor 
# Deficiência congênita 
# Infecciosa 
 - Friedmann (1994), considera também as 
seguintes causas: 
# Queimaduras térmicas ou elétricas 
# Esmagamento 
 - Amputações Congênitas 
# Geralmente realizadas em crianças e 
adultos jovens que apresentam 
deformidades importantes que podem 
impossibilitar a protetização ou dificultar a 
função do membro residual 
# Se a cirurgia for realizada tardiamente 
a criança, já maior pode participar da 
decisão 
# Crianças geralmente acostumam-
se com facilidade a utilizar o membro 
malformado e uma prótese pode ser criada para 
torná-lo mais funcional 
# Por outro lado, quando realizada nos 
1os anos de vida, têm-se uma reabilitação 
precoce e maior aceitação do paciente 
# Causa frequentemente 
desconhecida (medicamento usado por 
gestantes Talidomida) 
 
 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
 - Amputações Tumorais 
# Incidência é maior em jovens entre 15 
e 18 anos no sexo masculino e 10 a 14 no 
sexo feminino (Gonçalves & Cassone, 2001) 
# Tem diminuído consideravelmente 
devido ao diagnóstico precoce e aos bons 
resultados obtidos através das técnicas de 
tratamento (a radioterapia, a quimioterapia, a 
enxertos e a cirurgias conservadoras) 
 - Amputações Infecciosas 
# Também têm sido menos frequentes em 
virtude dos grandes avanços laboratoriais e 
do desenvolvimento de medicamentos mais 
específicos 
# A meningite meningococcica é uma 
amputação infecciosa clássica, caracterizada por 
lesões cutâneas importantes que podem causar 
necroses das extremidades 
# As infecções também podem estar 
relacionadas a processos traumáticos e 
vasculares 
 - Amputação Traumáticas 
# Mais frequente no do sexo masculino, 
em adolescentes e adultos jovens, porque 
esta faixa etária está mais exposta e sujeita a 
acidentes de trabalho, por meios de transporte, 
além de queimaduras e minas perdidas em 
alguns países 
# Ocasionalmente têm-se amputações 
decorrentes de lesões por arma de fogo 
# Com o advento de técnicas cirúrgicas e 
a utilização de fixadores externos, o índice 
de amputações por lesões traumáticas tem 
diminuído razoavelmente 
 - Amputações Vasculares 
# Atinge pacientes com faixa etária 
mais avançada, os quais estão mais suscetíveis 
a como por exemplo arteriosclerose 
# Entre os fatores predisponentes 
encontram-se: hipertensão arterial, alto nível de 
colesterol, trigliceres e tabagismo 
# Dentre as patologias vasculares, 
podemos citar: doenças arteriais, venosas ou 
linfáticas, sendo as doenças arteriais a causa 
mais comum (arteriosclerose, tromboangeíte) 
# Neuropatia periférica: tb pode ser 
considerada uma etiologia para amputações, 
podendo ser causada por: diabetes melitus, 
alcoolismo, doenças infecciosas (Hansen, Polio) 
alterações medulares (espinha bífida e o trauma 
medular)- Neuropatia periférica 
# Diminuição ou perda da 
sensibilidade vibratória, térmica, tátil e 
dolorosa, aumentando o risco de úlcerações; 
# Perda da “sensibilidade protetora” 
que nos confere autoproteção dos traumas 
# Dores aumentam durante as 
atividades, quando os músculos necessitam de 
mais oxigênio 
# A neuropatia acomete os nervos 
causando fraqueza muscular e 
deformidades articulares 
 # Orientações para pacientes com 
neuropatia: 
 + Secar bem os pés após o banho 
 + Cuidado com água quente 
(verificar antes com as mãos) 
 + Cuidado com as unhas, é 
preferível lixá-las 
 + Não caminhar descalço e evitar 
chinelo de dedo 
 + Inspecionar os pés diariamente 
 + Exercitar os pés e tornozelos 
 + Usar calçados e palmilhas 
apropriadas 
 + Não cortar calos (se for o caso ir ao 
podólogo) 
 + Usar hidratante nos pés e meias 
em dias frios 
● Indicações das amputações 
 - As indicações geralmente ocorrem em 
caráter de urgência ou por indicação 
eletiva 
# Amputações de urgência: são 
indicadas em casos graves, como grandes 
traumas, tumores avançados ou sepse, condições 
que trazem risco a vida do paciente 
# Indicações eletivas: visam melhorar 
as condições de vida do paciente 
● Níveis de amputação 
 - O membro residual de amputação é 
denominado coto 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
 - O coto de amputação, agora considerado 
como um novo membro, é o responsável pelo 
controle da prótese durante a posição 
ortostática e a deambulação 
 - Para que isso seja possível, ele deve 
apresentar algumas características, tais como: 
# Nível adequado: nem sempre o 
melhor coto é o mais longo 
# Coto estável: a presença de 
deformidades nas articulações proximais ao coto 
pode dificultar a deambulação e a protetização 
# Presença de um bom almofadamento 
# Bom estado da pele: coto com boa 
sensibilidade, sem úlceras e enxertos cutâneos 
facilita a reabilitação 
# Ausência de neuromas terminais: 
para certos níveis a presença de neuromas 
impede o contacto e/ou descarga distal 
# Boa circulação arterial e venosa, 
evitando isquemia e estase venosa 
# Boa cicatrização: as cicatrizes não 
devem ser irregulares, hipertróficas ou 
apresentar aderências, retracções, deiscências e 
supurações 
# Ausência de edema significativo 
 - Sistema Internacional de classificação 
define os níveis de amputação: 
# Desarticulação interfalangiana 
 + Causa traumática (amputação 
espontânea) ou vascular 
 + Geralmente não apresenta 
problemas funcionais e estéticos ao 
paciente 
 + Muitas vezes é preferível realizar 
uma amputação a permanecer com os 
próprios dedos não-funcionais, rígidos, 
deformados e dolorosos 
 + Este tipo de amputação não altera 
o equilíbrio e a deambulação dos pacientes 
 + Nas amputações de hálux 
procura-se manter a base da falange 
proximal, devido á inserção dos tendões 
extensor e flexor curto 
# Desarticulação 
metatarsofalangiana 
 + Causa traumática, neuropática 
ou vascular 
 + Amputações isoladas do 2º ao 5º 
dedo não causam alterações significativas 
na marcha 
 + Amputações do 2º e do 3º dedo 
provocam desvios em hálux-valgo 
 + A amputação do hálux é a mais 
comprometedora, dificultando a marcha 
especialmente durante a fase de impulso, mas 
quando mais lenta, é pouco observável 
 + A amputação dos artelhos 
sobrecarrega os metatarsos, elevando a 
pressão local, provocando úlceras plantares, 
em pacientes com alterações vasculares e perda 
de sensibilidade protetora 
 + Mal perfurante devido a descarga 
de peso desigual 
 
# Amputação transmetatarsiana 
 + Amputação através da secção 
média de todos os metatarsos 
 + A secção óssea pode ser realizada de 
forma discretamente oblíqua (1º = 2º > 3º > 4º 
> 5º), para melhor alinhamento metatarsal 
 + Secção óssea realizada próxima à 
cabeça ou à base dos metatarsos pois a 
falange fina e longa pode causar desconforto ou 
perfurar o coxim 
 + Há prejuízo na marcha (perda do 
rolamento final) 
 
# Desarticulação de Lisfranc 
 + Desarticulação entre os 
metatarsos com o cubóide e cuneiforme 
 + Comum deformidade em flexão 
plantar, as quais dificultam a protetização e 
limitam a descarga de peso distal total (a 
reinserção dos dorsoflexores nos óssos do tarso 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
tem dado bons resultados na prevenção dessas 
deformidades) 
 + Sutura realizada no dorso do pé 
(assim como nas amputações vistas 
anteriormente), preservando o retalho plantar 
 
# Amputação naviculocuneiforme-
transcubóide 
 + Encontra-se entre os níveis de 
Lisfranc e Chopard, com a manutenção de 
todo o osso navicular e secção do cubóide 
ao nível da articulação 
naviculocuneiforme 
 + A articulação tálus-navicular é 
mantida auxiliando a manutenção do 
posicionamento do tálus, o que não ocorre na 
amputação de Chopard 
 
# Desarticulação de Chopart 
 + É uma desarticulação realizada 
entre os ossos navicular e cubóide com o 
tálus e o calcâneo, respectivamente 
 + Conhecida como articulação do 
retropé, o coto na amputação apresenta um 
predomínio dos músculos flexores 
plantares inseridos na tuberosidade posterior 
do calcâneo 
 + Em virtude do curto braço de 
alavanca, evolui frequentemente para um 
equino importante, diminuindo a área de 
apoio e muitas vezes tornando a amputação 
não-funcional 
 + São em geral realizadas devido a 
patologias vasculares e em menor grau 
infecciosas, traumáticas e tumorais 
 
# Desarticulação de Syme 
 + É a desarticulação tibio-társica 
com secção ao nível dos maléolos e 
manutenção da sindesmose tibiofibular, sendo a 
secção óssea paralela ao solo (em ortostatismo) 
 + Realizada muitas vezes quando as 
amputações transmetatarsianas, de Lisfranc 
(desarticulação dos metatarsos) ou de Chopard 
(retira navicular e cubóide) não são possíveis 
 + Permite descarga de peso distal 
sobre o coto e protetização futura com pé 
mecânico 
 + Ponto desfavorável é a estética 
 + Marcha sem protetização 
possível, mas com grande claudicação 
devido a discrepância entre membros 
 + A amputação de Syme é bastante 
indicada por: 
@ Ser considerada um 
procedimento tecnicamente fácil 
@ Apresentar coto bastante 
longo e durável com possibilidade de descarga 
distal 
@ Permitir uma reabilitação e 
protetização precoce 
 
# Amputação de Pirogoff 
 + Similar à de Syme, porém é 
tecnicamente mais difícil e mais demorada 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
 + Secção ao nível dos maléolos 
com “encaixe” da parte posterior do 
calcâneo (encontro entre calcâneo e tíbia) 
 + Como resultado observa-se um 
espaço menor entre o coto e o solo, quando 
comparado à amputação de Syme 
 
# Amputação de Boyd 
 + Similar a Pirogoff porem o corte 
a secção do calcâneo é horizontal 
 + Neste nível continua discreta 
discrepância entre membros 
# Amputação transtibial 
 + Este nível de amputação está entre 
a Desarticulação tibiotársica e a 
desarticulação do joelho 
 + A amputação transtibial pode ser 
dividida em três níveis: 
@ Terço proximal: logo abaixo 
do tubérculo tibial com preservação do tendão 
do quadríceps para a extensão 
@ Terço médio: localizado na 
transição musculo-tendínea do tríceps 
sural. Considerado nível ideal, com bom 
suprimento sanguíneo, bom comprimento do 
coto, os pacientes não encontram 
dificuldades na reabilitação 
@ Distal: coto longo, com grande 
braço de alavanca, mas com coxim escasso de 
tecido subcutâneo e muscular e com suprimento 
sanguíneo precário 
 + Para esses níveis de amputação 
devemos considerar a importância funcionalda articulação do joelho na reabilitação e 
na deambulação dos pacientes amputados 
 + Os cotos transtibiais apresentam 
uma tendência à deformidade em flexão do 
joelho (tanto maior quanto mais proximal o 
nível da amputação) 
 + Vantagens das amputações 
transtibiais quando comparadas a amputações 
mais altas: 
@ Manutenção da articulação 
do joelho 
@ Menor gasto energético 
durante a marcha 
@ Facilidade para colocação e 
remoção da prótese 
@ Marcha mais fisiológica 
 
# Desarticulação de joelho 
 + Por muito tempo evitada e 
substituída pela amputação transfemoral 
(dificuldade e pela estética das protetizações) 
 + Atualmente sabe-se das suas 
inúmeras vantagens em relação a 
amputação transfemoral 
 + Preserva-se a patela 
 + Em virtude do comprimento total do 
fémur, o paciente com desarticulação do joelho 
apresenta uma boa alavanca de movimento, 
conseguindo um grande controle sobre a prótese 
 + Pode ocorrer um ligeiro grau de 
deformidade em flexão do quadril causadas 
por posturas inadequadas 
 + Indicada a descarga distal, 
proporcionando maior propriocepção ao 
paciente amputado 
 + Vantagens da Desarticulação do 
joelho em relação a amputação transfemural 
@ Maior braço de alavanca 
@ Maior força muscular 
@ Possibilidade de descarga 
distal 
@ Melhor suspensão protética 
@ Facilidade para colocação e 
remoção da prótese 
@ Menor gasto energético 
durante a deambulação 
 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
 + Para pacientes com amputações 
bilaterais, teríamos como vantagem: 
@ Com equilíbrio na posição 
sentada 
@ Facilidade nas 
transferências 
@ Possibilidade de marcha sem 
prótese 
@ Evita contraturas em flexão 
de joelho, encontradas em cadeirantes 
transtibiais 
# Amputação transfemoral 
 + Refere-se a toda amputação 
realizada entre a desarticulação do joelho e 
a do quadril 
 + Para os pacientes transfemorais, 
está totalmente contra-indicada a descarga 
distal. Para isso, os encaixes protéticos são 
confeccionados de modo que suportem a 
descarga de peso em apoio isquiático e/ou nas 
paredes laterais do coto, dependendo do tipo 
de encaixe utilizado 
 + Pode ser dividido em 3 níveis: terço 
proximal, médio e distal 
 + Coto tende a deformar em 
abdução e flexão de quadril (glúteo médio 
íntegro enquanto ad são seccionados) 
 + Pacientes apresentam durante a 
marcha um gasto energético 65% maior que 
cidadãos não amputados 
# Desarticulação de quadril 
 + Consiste na retirada de todo o 
membro inferior, inclusive da cabeça do 
fêmur, mas a pelve permanece intacta 
 + Não apresenta coto ósseo, 
restando apenas uma cobertura músculocutânea 
do glúteo máximo 
# Desarticulação sacroilíaca 
 + Cirurgia radical, na qual é retirada 
metade da pelve 
 + Indicações geralmente 
relacionadas à neoplasias; 
 
● Avaliação funcional do amputado 
 - A avaliação do nível da amputação e da 
qualidade do coto, são de fundamental 
importância, e destes aspectos depende em 
grande parte as possibilidades de reabilitação do 
indivíduo 
 - O paciente amputado deve ser avaliado o 
quanto antes para que se possa dar início aos 
programas de reabilitação 
 - Verificar se o coto ainda está 
edemaciado, indicando faixa elástica até o 
edema diminuir 
 - Verificar o nível da amputação e testar 
a possibilidade de descarga terminal total 
para todos os níveis que permitem esse tipo de 
descarga (parciais do pé, desarticulação do 
joelho e desarticulação do quadril) 
 - Verificar más posições do coto 
 - Verificar as partes ósseas, essenciais na 
confecção dos encaixes (pacientes diabéticos e 
com hanseníase, precisam de isolamento ósseo 
maior pela falta de sensibilidade) 
 - Espículas ósseas, neuromas e peles 
aderentes são problemas sérios que podem 
inviabilizar a protetização 
 - Fatores fundamentais para a correta 
indicação da prótese 
# Estado geral de saúde do paciente 
(inclusive o membro contralateral não 
amputado) 
# Idade 
# Profissão 
# Peso 
# Atividade física 
# Prática de esportes 
# Sexo 
# Acessibilidade no trabalho e moradia 
# Condição sócio-econômica 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
# Grau de instrução do paciente 
 - A melhor prótese para um determinado 
paciente não é sempre a mais moderna e 
onerosa 
 - Com uma boa amputação, um bom nível, 
um encaixe e um alinhamento perfeito, o 
paciente se reabilitará até mesmo com 
componentes mais baratos e não tão modernos 
● Reabilitação 
 - Reabilitar um amputado não significa 
necessariamente protetizá-lo 
 - Para os candidatos à protetização, a 
reabilitação só finaliza quando atingem o 
uso da prótese com controle total e 
independência nas atividades diárias, 
profissionais e recreativas 
 - Pré-amputação 
# Nem sempre pode ser realizada 
com todos os pacientes 
# Indicada para pacientes que 
apresentam uma deficiência funcional 
global (no sistema cárdiorrespiratório e 
musculoesquelético) 
 - Preconiza-se na reabilitação pré-
amputação, os itens: 
# Aliviar o quadro de ansiedade e 
depressão do paciente 
# Conscientizar o paciente sobre os 
recursos protéticos 
# Mobilidade no leito (prevenir 
deformidades e úlceras) 
# Exercícios de fortalecimento de 
membro inferior contralateral à 
amputação, de MMSS e tronco 
# Manter ou ganhar ADM (passivo e 
ativo) 
# Manter ou restabelecer a 
capacidade respiratória 
# Treinar independência nas 
atividades de vida diária 
# Treinar transferências, equilíbrio e 
marcha 
 - Pós-amputação: 
# Nesta fase, realiza-se além dos itens da 
reabilitação pré-amputação, cuidados com o 
coto 
# Em alguns pacientes, realiza-se a 
protetização imediata 
 + Cuidado especial com o local da 
sutura durante exercícios 
 + Orientação quanto à más 
posturas (prevenir deformidades) 
 
 + Orientar que o coto deve estar 
paralelo ao membro contralateral 
 - Principais objetivos do tratamento pós-
amputação 
# Prevenir contraturas articulares 
# Fortalecer e restabelecer o 
controle motor do membro amputado 
# Fortalecer e manter ADM do 
membro não amputado 
# Manter edema do coto controlado 
# Estimular independência, 
autonomia e a deambulação precoce com 
dispositivos auxiliares da marcha 
 - Protetização imediata 
# Executada por médicos cirurgiões e 
técnicos ortopédicos no centro cirúrgico, 
durante o pós-operatório 
# Objetiva-se acelerar a reabilitação 
# Indicado para pacientes jovens e com 
amputações traumáticas transtibiais e 
programadas 
# Realiza-se um curativo rígido com 
alívio das extremidades ósseas e dos 
pontos de descarga de peso (algodão, malha 
tubular, enfaixamento gessado) 
# Prende-se um adaptador na região 
distal do curativo, por meio de ataduras 
gessadas, onde serão fixos componentes 
modulares, posteriormente (tubo e pé) 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG 
 
# Paciente acordará com o membro 
adaptado, preservando sua imagem corporal 
(menor choque) 
# Contribui para manutenção do 
ortostatismo e dos sistemas 
cardiorrespiratório e musculoesquelético 
# Curativo gessado deve ser trocado 
avaliando condição da pele e a cicatrização 
# Observar sinais infecciosos (febre, 
odor do coto, dor, etc) 
# Após cicatrização total, 
confecciona-se uma prótese intermediária, 
em seguida, após maturação do coto, uma 
definitiva (30 a 45 dias) 
 - Protetização precoce 
# Visa recuperação mais rápida e 
segura, iniciada logo após cicatrição do coto, 
utilizando componentes mecânicos definitivos 
 - Vantagens da protetização imediata: 
# Maior controle do edema do coto 
# Estabilização muscular 
# Melhor vascularização 
# Menor atrofia muscular 
# Deambulaçãoprecoce 
# Maior independência 
# Menor tempo de internação 
# Maior aceitação da amputação 
# Menor aparecimento de dores 
fantasmas 
Iara Brandão @futura_fisio. | Órtese e Prótese | 4º Período | Fisioterapia CMMG

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