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Modernidade Literaria

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1 
 
 Universidade Licungo 
Departamento de Letras e Humanidades 
Curso de Licenciatura em Ensino de Português 2
o 
Ano 
Disciplina: Literaturas Africanas de Língua Portuguesa I (Moçambique) 
 
Nome: Jerónimo Pascoal Balata Docente: Helga Francisco 
 
Modernidade Literária 
A modernidade literária é um conceito que surge em meados do século XIX 
e início do século XX. 
Pensa-se na modernidade literária sob ponto de vista da literatura como um 
movimento ou corrente de ruptura com a tradição clássica. A tradição 
clássica no que se refere a produção de textos ela estava voltada para 
modelos específicos a seguir, ou seja, se retratassem temáticas da realidade 
na tradição clássica, elas deviam ser retratadas tal qual elas eram. 
Debruçar da modernidade literária no sentido de ruptura com a 
europeidade/portugalidade na literatura moçambicana é o mesmo que falar 
do percurso da literatura mas no sentido de esta afastar-se dos modelos 
europeus e consequentemente de temáticas relacionadas aos feitos dos 
portugueses. 
Para LARANJEIRA (1977-64) a poesia de características moçambicanas, 
com efeito, aparece só no século XX. Aponta-se o escritor Rui de Noronha 
(1909-1943), como o precursor da poesia moçambicana. Vivendo numa 
época e numa terra em que utilizar a África real como fundamento de poesia 
era problemático. 
Dúvidas 
1.Falar de Modernidade Literária é 
o mesmo que falar da Literatura 
Modernista? 
2.Qual foi o grande marco literário 
do rompimento das literaturas 
moçambicanas com a 
portugalidade? 
3. No que concerne aos pioneiros 
da poesia moderna em 
Moçambique para LARANJEIRA 
(1995:70) temos: Orlando Mendes, 
Noémia de Sousa e Fonseca 
Amaral, e para FERREIRA 
(1977:73) os pioneiros da moderna 
poesia moçambicana são: Noémia 
de Sousa e Orlando Mendes. 
2 
 
LARANJEIRA (1977-71) constata que Noémia de Sousa e Fonseca Amaral 
juntamente com Orlando Mendes, são eles os pioneiros da moderna poesia 
moçambicana. 
São considerados os pioneiros da moderna poesia moçambicana por ter sido 
os primeiros em nosso contexto a abrirem caminho para a exaltação de 
África, da glorificação dos valores africanos, do protesto e da denúncia. 
Fonseca Amaral é um português radicado desde criança em Moçambique, 
hoje cidadão moçambicano, já na década de 40 apontava para um realismo 
moçambicano, e cuja influência, alguns anos depois, junto dos novos poetas, 
é reconhecida por Rui Knopfli, este autor não tem algum livro publicado é, 
no entanto, um dos mais bem apetrechados poetas moçambicanos e 
considerado pioneiro da poesia moderna moçambicana. 
Noémia de Sousa merece uma nota especial, ainda que também sem livro 
publicado é considerada pioneira da moderna poesia moçambicana. Toda a 
sua produção ulterior se alimenta de raízes profundamente africanas: «Eu 
quero conhecer-te melhor,/minha África profunda e imortal...». África que é 
sua pelo sangue e pela vida: «Ó minha África misteriosa e natural,/minha 
virgem violentada,/Minha Mãe!». 
Orlando Mendes desde trajectórias (1940), com o poema «Evolução», 
coloca-se como pioneiro da moderna poesia moçambicana, e a sua obra 
alarga-se e aprofunda-se, revelando uma consciência aguda das suas 
responsabilidades de homem moçambicano, no exercício permanente da 
recusa altiva. 
A jornada de Orlando Mendes é longa são as seguintes obras da sua autoria: 
 Clima (1959); 
 Depois do Sétimo Dia (1963); 
 Portanto, eu vos Escrevo (1964); 
 Véspera Confiada (1968); 
a) Porque Laranjeira considera 
Fonseca Amaral e Ferreira não 
considera Fonseca Amaral como 
um dos pioneiros da moderna 
poesia moçambicana? 
3 
 
 Adeus de Gutucumbui (1974); 
 A fome das Larvas (1975); 
 País Emerso (caderno 2), (1976). 
Diferentemente de Laranjeira, FERREIRA, (1989:73) considera Orlando 
Mendes e Noémia de Sousa como sendo “pioneiros da moderna poesia 
moçambicana”. 
O sentido de rompimento das literaturas Moçambicanas com a portugalidade 
começa quando os escritores moçambicanos tomam consciência da sua 
identidade e suas verdadeiras raízes, outrossim começam a questionar-se 
sobre os padrões de escrita e as temáticas que por eles eram retratadas nos 
textos e passam assim a escrever de um jeito diferente retratando em seus 
textos cultura moçambicana, temos já a liberdade estética e discursiva nas 
produções literárias pois já tínhamos nos textos expressões tipicamente 
moçambicanas. 
De um modo geral, temos no contexto de rompimento das literaturas 
moçambicanas com a europeidade, os processos intrínsecos a criação 
literária nos textos moçambicanos e exaltação as qualidades do meio cultural 
moçambicano. 
Especificamente quando se pensa na modernidade literária no sentido de 
rompimento com a portugalidade tem-se vários aspectos deixados a lado por 
escritores moçambicanos aquando das produções literárias dentre esses 
aspectos são dignos de menção dois (2) dos aspectos: 
 Ruptura com as tradições portuguesas, isto significa que os escritores 
moçambicanos não seguiam os padrões de escrita dos poetas 
portugueses; 
 As artes sem herança do passado, a afirmação justifica-se pelo facto 
das artes de um modo geral se afastarem das raízes com o passado; 
Os autores que se destacaram no percurso das literaturas moçambicanas 
4 
 
aquando do rompimento com a portugalidade são: 
Noémia de Sousa 
Noémia de Sousa (1926-2003), poetisa, cujo caderno Sangue Negro (1961?) 
pode ser considerado um dos mais acabados exemplos da poética 
negritudinista, a porta-voz dos marginalizados e menosprezados pela cor da 
pele. Com os seus poemas deu um impulso a outros poetas seus 
contemporâneos. 
José Craveirinha 
José Craveirinha (1922 – 2003), poeta, jornalista e activista político, preso 
pela PIDE (o testemunho poético em Cela 1, 1980). Figura tutelar da poesia 
moçambicana, com poemas de inspiração neo-realista e negritudinista 
(Xigubo, 1964, Karingana ua Karingana, 1974). A sua obra na totalidade, 
que exprime uma busca incessante da moçambicanidade, pode ser percebida 
como uma “epopeia” da nação. 
Rui Knopfli 
Rui Knopfli (1932 – 1997), viveu em Moçambique até 1975, um dos nomes 
mais importantes da vida cultural moçambicana. Consciente do labor 
poético, nunca cedeu a imediatismos portadores de ideologias, mantendo 
a sua independência artística, autonomia e, decerto, exclusividade. Autor 
bipátrida, cuja obra, para além de outros temas, denuncia uma procura 
sempre aflita de raízes e identidade (a nível pessoal e literário). Hoje em dia 
recuperado pela voz de novas gerações de poetas. Dentro da sua obra 
destacam-se as colectâneas O País dos Outros (1959), Mangas Verdes Com 
Sal (1969), Memória Consentida. 
Bibliografia 
1. FERREIRA, Manuel. “Negritude, Negrismo, Indigenismo”. In. O Discurso do Percurso Africano. Lisboa: 
Plátano, 1989. P. 57-83. 
5 
 
2. LARANJEIRA, Pires. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. Lisboa, Universidade Aberta, 
1977.