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Avaliação do crescimento e desenvolvimento Saúde da criança e do adolescente 5° período Maria Geovana Crescimento: Refere-se ao aumento do organismo, que se processa de forma harmônica em todas as partes, mas não ocorre com o mesmo ritmo e ao mesmo tempo. O crescimento é o aumento da massa do organismo, ou seja, seu peso e altura. Desenvolvimento: Significa o aperfeiçoamento gradual e diferencial das várias funções dos órgãos. É a capacidade do indivíduo adquirir de forma harmônica habilidades cada vez mais complexas e especializadas. Caderneta da saúde da criança: Toda criança, ao nascer, recebe no berçário – Lei Federal – a caderneta de Saúde da criança; há as cadernetas das meninas e a dos meninos. E essa caderneta vai acompanhar a criança até os 9 anos de idade; a partir dos 10 anos, há outra caderneta (recém-lançada)- a Caderneta de Saúde do adolescente. Curvas de crescimento: O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da Criança A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do crescimento de crianças (menores de 10 anos) os seguintes gráficos: ➔ perímetro cefálico (de zero a 2 anos), ➔ peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), ➔ comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), ➔ índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos) Como essa ferramenta foi desenhada? Foi feita uma distribuição teórica de indivíduos saudáveis para o mesmo sexo x idade, como se eles tivessem sendo hierarquizados; então, a maioria, nessa idade, tem um peso e uma altura referidos Próximo ao percentil 50→ O meio seria o “adequado” (ou nosso valor de referência de uma normalidade, sem fugir tanto). Interpretação da curva: Essa curva é formulada pelo escore Z. Onde está a linha verde), teríamos 50% das crianças dessa idade nesse peso – classificamos essa criança como uma criança adequada no peso. Na linha vermelha (que está para baixo do escore -3), vemos uma criança que não está atingindo peso adequado e nem entrando na curva – essa criança tem risco para desnutrição (ela está para baixo do escore -3) De 0 a 2, podemos classificar que a criança pode estar normal; de +2 a +3, é um sobrepeso. E quando ela passa da linha preta superior (que é acima de +3), ela já é considerada uma criança obesa. Então precisamos avaliar os pontos. Muitas vezes, temos uma criança que vem no escore 0 e, de repente, ela “despenca” para o -3; algo está acontecendo. Devemos avaliar a alimentação, o meio ambiente, os cuidadores, se ela está ficando muito doente, ou seja, a partir dessa curva, podemos avaliar e colocar tópicos em toda parte da consulta; daí, a importância da prevenção e tratamento. Estatura-alvo: Outra forma de utilizar essa curva é em relação à estatura-alvo. Se pensarmos numa baixa estatura, a criança cresce em altura – provavelmente, ela está no percentil +1. Se ela está crescendo na linha vermelha, e seguindo isso, devemos ficar atentos para ver quando ela vai começar a fazer os estirões para se aproximar dessa estatura-alvo, pois se ela estiver muito abaixo da sua estatura esperada, segundo a altura dos pais, podemos ter realmente uma questão a ser avaliada Sexo feminino: TH = (estatura pai - 13) + estatura da mãe +/- 5 cm 2 Sexo masculino TH = estatura pai + (estatura da mãe +13) +/- 5 cm 2 80% da altura de uma criança depende da genética e somente 20% depende dos outros fatores (há os fatores permissivos e os fatores reguladores). Mas, esses 80% da genética podem cair para 60%, se as condições não forem ideais (forem adversas). Os fatores permissivos são: Nutrição (alimentação): macroelementos e microelementos. A alimentação nos primeiros 2 anos é muito importante, em termos de crescimento; metabolismo, atividade física (a criança que pratica atividade física tem uma tendência maior ao crescimento). O principal hormônio anabólico nessa idade é a insulina. Fatores reguladores: a função tireoideana é um fator muito importante como fator regulador do crescimento. ATENÇÃO: Para o crescimento, precisamos de uma boa alimentação e do fator neuroendócrino. ➔ Cálcio não faz crescer; ele dá massa óssea Nos primeiros 2 anos de vida, o GH participa muito pouco do crescimento; então, o fator determinante neste período não é o GH e sim a alimentação (glicemia), o sol, vitamina D, zinco, ou seja, uma boa alimentação protéica-calórica. Outra coisa importante são os hormônios da tireóide (eles são cruciais para o desenvolvimento). O T3 atua na hipófise, estimulando-a a produzir GH; o T3 também age no fígado, aumentando a produção de IGF-1 (que vai lá nos condrócitos da cartilagem de crescimento e faz crescer). Quando estamos em jejum, produzimos um hormônio chamado grelina (hormônio produzido pelo estômago). A grelina na hipófise e estimula a produzir GH estimula a produção de IGF-1 no fígado); o IGF1 vai no osso, no músculo, no adipócito e promove crescimento. A partir dos dois anos: Sabemos que a produção maior de GH é no período noturno; então, é a noite que a criança produz GH – por isso, a mamadeira noturna deve ser abolida da madrugada, pp para a criança de 2 anos (nos primeiros 2 anos, o GH é pouco importante, mas nos 2 anos já começa a atuar o GH). O GH é produzido à noite, por estímulo da grelina, quando os estômago está vazio; mamadeira noturna → não está em jejum e, com isso, não produz grelina. Se não produz grelina, a hipófise não produz GH, o fígado não produz IGF-1; se não tem IGF-1, a criança não cresce. Conclusão: se a criança continuar com mamadeira à noite, depois de 1-2 anos de vida, o seu crescimento é afetado, uma vez que não será produzido GH, via grelina em jejum. ➔ Explicar para a mãe! Restrição de crescimento intra uterina Criança com RCIU → nasce PIG. Importante: todo PIG deve dar seu catch up (estirão de crescimento)até os 2 anos de idade; a partir de 2 anos, os PIGs que não derem catch up, têm indicação de GH (nos EUA; na Europa, 3 anos). Se perder o “time” de intervir, condena-se essa criança a ficar abaixo da sua estatura-alvo. Método de Greulich-Pyle Se a criança não estiver dando o pico do estirão de crescimento, ela merece uma avaliação da sua maturação biológica. Usamos o método do Rx do punho esquerdo, onde vamos avaliar a idade óssea para ver se a criança está ainda a tempo de dar o estirão, a tempo de intervir (ou com uma nutrição, ou com atividade física, ou com avaliação hormonal). Desenvolvimento passo a passo Até os 4 anos, o cérebro está formado. A sinaptogênese é muito grande até os 2 anos. Sempre valorize o desenvolvimento. Fatores de risco → ausência de pré-natal ou pré-natal incompleto, problemas na gestação, no parto, todos os prematuros, os que nasceram PIG, icterícia grave ao nascimento, hospitalização no perídio neonatal, doenças graves, parentesco entre os pais, casos de deficiência ou doença mental na família, violência domestica, depressão materna, drogas ou alcoolismo entre os moradores da casa, suspeita de abuso sexual. Essas crianças precisam ser monitoradas quanto ao desenvolvimento muito de perto. Desenvolvimento motor (primeiro ano de vida) A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada e motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à medida que a criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e os estímulos deles recebido. A identificação de problemas (tais como: atraso no desenvolvimento da fala, alterações relacionais, tendência ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, agressividade, entre outros) é fundamental para o desenvolvimento e a intervenção precoce para o prognóstico dessascrianças Portanto, são de relevância o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento das crianças, sendo que os principais protocolos preconizam a avaliação objetiva de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitivas nas consultas de supervisão de saúde. ➔ Desenvolvimento é diagnóstico precoce; com isso, podemos intervir com terapia ocupacional, com fonoaudiologia, fisioterapia, entre outros – uma equipe multidisciplinar!
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