TRABALHO DE LABORATÓRIO INTERDICIPLINAR

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TRABALHO DE LABORATÓRIO INTERDICIPLINAR 
Prof.(a) Luciana Bergo
Trabalho referente ao Seminário
Livro: Capitães da Areia 
Autor: Jorge Amado 
Primeira publicação: 1935
TEMA: Analise do livro tendo como base as matérias ofertadas no 3 semestre do curso de direito
Titulo do Trabalho: Capitães da Areia anasalados sob a ótica do direito penal e constitucional 
Grupo 10
Nome			R.A
	Igor de Souza Lima
	0132593
	
	
	
	
	
	
Introdução: Tal trabalho tem como objetivo analisar o romance de Jorge Amada, sob a ótica do direito penal e constitucional. Afim de facilitar o entendimento do tema proposto ouve a divisão em relação os tipo jurídicos envolvido na obra e em quais capítulos do livro pode se verificar sua incidência.
Visando facilitar a compreensão deste trabalho, indicaremos os fatos jurídicos apreciáveis encontrados na obra, sua caracterização, tipificação (indicação do texto normativo legal) e apresentaremos um pequeno resumo sobre os capítulos que dispõe desse fatos.
Vale ressaltar que antes de entrar propriamente no conto o autor apresenta uma introdução no mínimo inovadora, a qual titula como “Cartas a Redação”
Em seguida a estrutura da obra "Capitães de Areia", o romance de Jorge Amado é dividido em três partes.
A primeira Parte consiste em onze capítulos, tendo como título “Sob a lua, num velho trapiche abandonado” e é composta pelos seguinte capítulos: O trapiche, Noite dos Capitães da Areia; Ponto das Pitangueiras; As luzes do carrossel; Docas; Aventura de Ogum; Deus sorri como um negrinho; Família; Manhã como um quadro; Alastrim; Destino. A segunda Parte é composta por oito capítulos, denominada “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos”, apresentando os seguintes capítulos: Filha de Bexiguento; Dora, Mãe; Dora, Irmã e Noiva; Reformatório; Orfanato; Noite de Grande Paz; Dora, Esposa; Como uma estrela de loira cabeleira. Finalizando com a Terceira Parte denominada “Canção da Bahia, Canção da Liberdade” a qual é composta de oito capítulos denominados: Vocações; Canção de amor da vitalina; Na rabada de um trem; Como um trapezista de circo; Notícias de jornal; Companheiros; Os atabaques ressoam como clarins de guerra; Uma Pátria e uma família; 
Assim como o livro é dividido em 3 partes, seguiremos a mesma lógica, dividindo esse trabalho em 3 tópicos, quais sejam, Tópico 1: “Sob a lua, num velho trapiche abandonado”; Tópico 2: “Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos”; Tópico 3 “Canção da Bahia, Canção da Liberdade”.
SUBSUNÇÃO DOS FATOS A NORMA POR CAPÍTULO: 
TÓPICO 1 – SOB A LUA NUM VELHO TRAPICHE: Tal parte do livro nos insere no mundo dos Capitães da Areia, composto por 11 capítulos que mostram o dia-a-dia do bando, focados na apresentando alguns de seus membros, suas histórias, suas personalidades, seus sonhos e frustrações.
O trapiche: 
Crime de Usurpação
O primeiro crime que encontramos nesse capítulo trata-se da invasão (usurpação) de propriedade privada, caracterizada pelo artigo 161 do C.P. inciso II. Tal atitude caracterizasse esbulho possessório por concurso de pessoas.
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
Tal crime é caracterizado quando o bando invade um casarão, localizado perto do trapiche, quando a porta do lugar cedeu e os meninos o tomaram como refúgio.
Crime de Lesão Corporal 
Em seguida encontramos descrito o crime de lesão corporal, caracterizado pelo Artigo 129 do C.P.
Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Tal crime é caracterizado na discussão (briga pela liderança do grupo) entre Raimundo e Pedro Bala na qual este último teve seu rosto cortado por uma navalha. 
Noite dos Capitães da Areia: 
Crime de Furto
Inaugura-se esse capitulo falando do “Professor” integrante do bando especializado em roubo de livro. Fato esse tipificado como crime no artigo 155 do C.P.
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
Tal crime também é caracterizado pelo furto de um anel por “Gato” outro integrante do bando
Crime de receptação 
No decorrer do capitulo o autor fala de uma reunião do bando onde foi exposto que “Gonzales” um receptor de coisas roubadas havia solicitado o roubo de um chapéu.
Tal fato caracteriza o crime de receptação de coisa roubada, art. 181 do C.P.
Receptação
 Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Estupro de vulnerável
Barandão se recostar num outro garoto, Almiro, de doze anos. Os meninos se acariciavam, chamando-se de “meu filhinho”. Tal fato é tipificado pelo art. 217-A
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) 
Ponto das Pitangueiras: 
Crime de induzimento
Nesse capitulo Gato, Pedro Bala e João Grande praticam trapaças no jogo de cartas contra alguns homens. Atitude criminosa essa tipificada pelo Art. 174 do C.P. 
Induzimento à especulação
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Estupro de vulnerável
Neste capitulo emquadra-se também esse crime já exposto, visto a relação de Gato (menor de idade) e Dalva (mulher maior de idade) 
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) 
Crime de Furto qualificado
Há também nesse capítulo o crime de Furto qualificado, este caracterizado pelos garotos adentarem uma casa para furtar pacote e deixar outro em seu lugar, isto solicitado por um contratante. Vale ressaltar que trata-se de furto qualificado visto as crianças transporem uma barreira (Portão) e incorrem em concurso de pessoa para a pratica o crime, condutas essas tipificadas no paragrafo 4 do artigo 155 do C.P., respectivamente no incisos I e IV
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas
As luzes do carrossel: 
Nesse capítulo temos que recorrer ao ECA, para tipificar uma atitude ilegal, mais especificamente ao artigo 60 de tal dispositivo 
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade.
Portanto o dono do carrossel quando emprega os meninos está indo contra o disposto no texto legal supracitado e incorrendo em comportamento ilegal.
Docas
Perturbação da Ordem
Neste capitulo temos que utilizar do conceito de interpretação dos fatos narrados e talvez até extrapolemos para uma conjuntura de teorização dos possíveis fatos não narrados, beirando a suposição
Visto em tal capitulo ser narrado a luta contra os abusos dos estivadores do porto, feita por “Loiro”, pai de Pedro Bala. Talvez aquele tenha abusado de seu direito de greve é incorrido no crime de Perturbação da ordem, este caracterizado pelo artigo 200 do C.P.
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafoúnico - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
Estupro
Atitude de Pedro Bala ao forçar uma negrinha a ter relações sexuais com ele.
Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos
Aventura de Ogum
Crime contra a liberdade religiosa
A apreensão da imagem de ogum pela polícia, narrado nesse capitulo, é claramente uma afronta a liberdade religiosa, contemplada nos direito fundamentais de nossa constituição e caracterizada como crime pelo art. 208 do C.P.
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Limitação imposta pelo trabalho: Visto tal trabalho ter sido limitado a 20 Laudas, e somente a exposição desta parte daria um trabalho de mais de 20 laudas os demais capítulos dessa parte foram suprimidos, mas os seguinte crimes são encontrados, aliciamento de menor, furto, roubo, tentativa de estupro, aliciamento de menores, incitação a perturbação da ordem, abandono de incapaz dentre outros tantos.