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ARTRITES REATIVAS Artrite Reativa • Forma de inflamação articular, não supurativas • Condição sistêmica • Tem origem em um processo infeccioso a distância • Na maioria das vezes, a infecção ocorre no trato digestivo (diarreia infecciosa) ou na genitália (uretrite, cervicite) • Relacionada do HLA-B27 • Uma das principais causas de artrite aguda em adultos jovens Síndrome de Reiter • Artrite + conjuntivite + uretrite • Tríade mais encontrada quando os agentes etiológicos são Shigella e Chlamydia Espondilite indiferenciada • Casos em que não se encontram indícios de infecção Formas reconhecidas da artrite reativa • Pós- disentérica ou epidêmica • Pós-venérea ou endêmica HLA-B27 • O risco de desenvolver artrite reativa é cinco vezes maior na população normal positiva para esse antígeno • A frequência nos portadores de artrite reativa varia entre 60-85% • Sua prevalência é menor nos casos de infecção causada por Salmonella e Campylobacter • A presença do HLA-B27 prolonga a sobrevida de bactérias dentro dos leucócitos • Pacientes com HLA-B27 positivo possuem pior prognóstico que os demais EPIDEMIOLOGIA Idade • Acomete indivíduos entre 18-40 anos Sexo • Proporção entre os sexos 1:1 quando se fala de infecção entérica, mas predomina em homens quando é venérea Agentes infecciosos- Diarreias infecciosas • Shigella, salmonella, Campylobacter, Yersinia • Esses agentes cursam tipicamente com diarreia invasiva, com sangue, muco e pus nas fezes Agentes infecciosos – Doença venérea • Chlamydia trachomatis Outros microrganismos • Y.pseudotuberculosis, Clostridium difficile e ureoplasma urealiticum MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Apresentação clínica variável – monoartrite efêmera até um quadro multissêmico grave Início dos sintomas • 1 a 4 semanas após o relato da infecção • Os sintomas musculoesqueléticos são de caráter agudo, desenvolvendo-se em poucos dias Sintomas constitucionais • Fadiga • Mal-estar • Febre • Perda ponderal Manifestações reumatológicas • Artrite ▪ Oligoarticular ▪ Assimétrica ▪ Aditiva ▪ Afeta principalmente os MMII (em especial o joelho) • Artralgias • Dactilite ▪ Edema inflamatório difuso em um dedo solitário • Tendinite do tendão de aquiles • Fasciíte Plantar • Dor na coluna vertebral • Sacroileíte ▪ Alterações assimétricas Sintomas genitourinários • Prostatite • Cervicite • Salpingite Desenvolvimento tardio • Complicações cardíacas em alguns pacientes – Insuficiência aórtica Síndrome de Reiter • Conjuntivite + Artrite + Uretrite Uretrite • Infecciosa (não gonocócica) ou não infecciosa • Secreção intermitente e de pequena quantidade Conjuntivite • Mínima • Persistindo por poucos dias ou semanas • Raramente é sintomática – eritema conjuntival, ardência, prurido e secreção purulenta • Pode ocorrer uveíte anterior (manifestação ocular mais grave) Prognóstico • Pode ser persistente ou recidivante (30-60% dos casos) MANIFESTAÇÕES ASSOCIADAS 1. Balanite Circinada 2. Ceratoderma Blenorrágico 3. Uveíte anterior 4. Úlcera oral Uveíte anterior • Vermelhidão ocular • Dor • Tende a ser unilateral Úlceras orais e balanite • Superficiais • Indolores Ceratoma Blenorrágico • Forma pós-venérea da Are • Pápulas escamosas com crostas na palma das mãos, planta ou dorso dos pés, mas também pode acometer membros, tronco e couro cabeludo • Muitas vezes é indiferenciável da psoríase • Não ocorre na forma pós-disentérica • Vesículas hiperceratóticas, que formam crostas antes de desaparecerem Alterações nas unhas • Onicólise • Pigmentação distal amarelada • Hiperceratose empilhada Manifestações menos comuns • Problemas de condução cardíaca • Insuficiência aórtica • Lesões do sistema nervoso • Infiltrados pulmonares Achados laboratoriais • Aumento do VHS • Anemia Alterações radiológicas • Osteoporose justa articular • Erosões marginais • Perda do espaço articular • Periostite com formação de osso novo • Osteófitos na inserção da fáscia plantar Sequelas tardias • Sacroileite e espondilite • Diferem da EA por serem assimétricas, e por iniciarem em qualquer ponto da coluna HIV • Maior tendência a formas agressivas e refratárias • Padrões 1. Poliartrite aditiva e simétrica 2. Oligoartrite intermitente que afeta principalmente MMII DIAGNÓSTICO • Clínico e de exclusão • Exige a presença de Oligoartrite inflamatória e com um histórico positivo de infecção diarreica ou venérea Gonococcemia • Principal diagnóstico diferencial da ARe • Poliartralgia, febre, seguida por Oligoartrite e tenossinovite • Diferenças ▪ Envolve MMII e MMSS (Are predomina nos inferior) ▪ Rash eritematopustuloso nas extremidades (ARe ceratoma blenorrágico) ▪ Carece de sintomas lombares Análise do líquido articular • Possibilita afastar possíveis diagnósticos diferenciais, como artrite por cristais e artrite infecciosa Hemocultura, cultura das lesões cutâneas e do líquido articular • Podem confirmar o diagnóstico da infecção gonocócica • Casos duvidosos e com cultura negativa – prova terapêutica com ceftriaxone Tipagem para HLA- B27 • Não é essencial para o diagnóstico • Pode ter importância prognóstica- gravidade, cronicidade e propensão a espondilite e a uveíte Sorologia para HIV • Indicada Diferenciação da artrite psoriática • Esse tipo de artrite apresenta inicio gradual, com artrite acometendo mais os MMSS • Ocorrência de menos periartrite associada • Geralmente não apresenta ulcerações orais, nem uretrite e sintomas intestinais associados DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Artrite séptica • Diagnóstico mais importante a ser excluído • Realizar artrocentese • Yersinia e Salmonella podem causar quadros de artrite séptica TRATAMENTO AINE • Tratamento dos sintomas agudos • Curso mínimo de 2 semanas com AINE • Indometacina ▪ 75- 150 mg/dia • Outros AINEs, incluindo os seletivos, podem ser utilizados Corticoides • Raramente utilizados • Empregados quando não houve resposta a pelo menos dois tipos de AINE Corticoides intra-articulares • Tratamento de tendinites e entesites Sulfassalazina • 0,5-3,0 g/dia • Reservado aos casos refratários Agentes neutralizadores do TNF-alfa • Reservado para os pacientes que não responderam ao tto com AINE + glicocorticoides intra-articulares + sulfassalazina • Pacientes que apresentam contraindicação ao tto com sulfassalazina Tratamento antibiótico • Pacientes em vigência de quadro infeccioso agudo (entérico ou genitourinário) • Pacientes e parceiros com quadros de artrite reativa por clamídia PROGNÓSTICO Curso clínico • Imprevisível • O primeiro episódio dura cerca de 2-3 meses (pode persistir por mais de 1 ano), desaparecendo insidiosamente • Após esse período 1. Inicia um curso intermitente, com longos períodos assintomáticos são intercalados com ‘’surtos’’ articulares 2. Seguir um curso crônico de artrite periférica, com risco maior de desenvolvimento de espondilite progressiva • Pacientes que abrem o quadro com a síndrome de Reiter tem maior probabilidade de evoluir com curso intermitente HIV • Diferenciar da Artropatia pelo HIV • Pacientes podem apresentar forma mais agressiva