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Problema 2 – “FACE AVERMELHADA” 
Graziela, 20 anos, comerciante e residente em Barro Alto- GO, queixavase de febre diária associada 
à poliartrite simétrica acometendo articulações interfalangeanas proximais, punho e joelhos há cerca de 3 
meses. Procurou assistência médica e durante o exame físico foi constatado discreto eritema e descamação 
em região malar. Foram solicitados exames complementares que mostraram anemia normocítica e 
normocrômica, com pesquisa de fator antinúcleo (FAN) reagente 1/320 e anticorpos anti-DNA positivo. 
Diante dos achados (quadro clínico, exame físico e exames complementares), foi prescrito corticoterapia via 
oral (prednisona 5mg ao dia). 
Após 40 dias do início da prednisona começou a apresentar dispneia e dor na região anterior do 
tórax, procurando assistência em um serviço de Emergência. Ao ser avaliada pelo médico plantonista, na 
ausculta pulmonar e cardíaca podia-se ouvir um som semelhante a um “atrito” com diminuição do murmúrio 
vesicular fisiológico à direita. Na radiografia de tórax constatou-se opacificação em base de hemitórax 
direito. Graziela foi internada para elucidação diagnóstica e iniciado Ciprofloxacino e Amicacina. 
 
QUESTÕES DE APRENDIZAGEM: 
 
Doenças autoimunes do colágeno 
1. Compreender as principais doenças autoimunes do colágeno e suas respectivas características (Lúpus, Artrite Reumatoide e 
Dermato polimiosite). 
INTRODUÇÃO 
As doenças do colágeno correspondem a um grupo de doenças com características autoimunes que 
acometem vários órgãos. 
Manifestações intratorácicas são frequentes, podem ser assintomáticas ou sintomáticas e com graus variados 
de gravidade. Comprometimento intratorácico pode ser: problema ou vários padrões simultaneamente, tais 
como alvéolo, interstício, vasos, tecido linfático e vias aéreas. 
Manifestações pulmonares: pneumonias intersticiais difusas e a hipertensão pulmonar, que em conjunto 
representam as principais causas de mortalidade e morbidade nos pacientes. É importante que as doenças 
pulmonares em pacientes com colagenose podem ser apenas não da própria doença de base, mas também da 
terapêutica instituída, ocasionando danos pulmonares medicamentosos ou infecções bacterianas ou por 
germes oportunistas, como Pneumocystis jirovecise, e micobacterioses atípicas por causa da 
imunossupressão. 
As doenças do colágeno com maior comprometimento intersticial e que possuem significância clínica são: 
artrite reumatoide, esclerose sistêmica progressiva, lúpus eritematosos sistêmicos, Dermato polimiosite, 
doença mista do tecido conjuntivo e síndrome de Sjögren. 
Lúpus 
 
Definição: é uma doença autoimune sistêmica caracterizada pela produção de auto anticorpos, formação e 
deposição de imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos e dano tecidual. Etiologia é pouco 
conhecida, porém sabe-se da importante participação de fatores hormonais, ambientais, genéticos e 
imunológicos para o surgimento da doença. As características clínicas são polimórficas, e a evolução 
costuma ser crônica, com períodos de exacerbação e remissão. 
 
Sinais e sintomas: A doença pode cursar com sintomas constitucionais, artrite (90%), serosite, nefrite, 
 
vasculite, miosite, manifestações mucocutâneas, hemocitopenias imunológicas, diversos quadros 
neuropsiquiátricos, hiperatividade reticuloendotelial e pneumonite. 
 
Manifestações: artrite não erosiva, deficiência vitamina D (osteoporose), Fotossensibilidade, lesão em asa 
de borboleta, ulceras nasais, fenômeno de Raynaud, alopecia, pericardite, derrame pleural, endocardite de 
Libman Sacks, anti Sn e anti DNA nativo e neuropsiquiátrico. 
Diagnostico: Precisa de 4 critérios dentre 11. 
Critérios da pele e mucosa (1-4) 
Eritema malar: região malar 
Lesão discoide: todo corpo 
Fotossensibilidade: causa eritema após exposição ao sol 
Úlcera oral: tipo afta indolor 
Critérios articulares (5) 
Artrite: não erosiva, 2 ou mais articulações periféricas 
Critérios de serosa (6) 
Serosite: pleurite e pericardite 
Critérios sistêmicos (7-11) 
Alteração renal: dá para ver em EAS (proteinúria não devia quantificar e cilindros presentes). 
Alteração neurológica: convulsão- alterações metabólicas e psicose 
Alterações hematológicas: alterações hematológicas com reticulositos, leucopenia, linfopemia e trombocitopenia —> pancitopenia 
Alteração imunológica: 
Anticorpo antinuclear: mais pedido quando investiga lúpus. O FAN é um marcador de triagem. Se for “não reagente” a chance de 
ter lúpus é muito pouca. Se for “reagente” pode ter lúpus ou não. Alta sensibilidade e baixa especificidade. 
 
Artrite reumatoide 
Definição: doença inflamatória de etiologia desconhecida (tem uma lógica, mas não a comprovação da 
etiologia). 
Causa: destruição articular irreversível. Pela proliferação de macrófagos e fibroblastos na membrana 
sinovial após estimulo autoimune ou infeccioso. A inflamação sinovial é tão forte que pode formar os panos 
da artrite reumatoide. 
Manifestações: articulares e extra articulares (diversos órgãos  coração, pulmão). A artrite é de caráter 
erosiva, ou seja, destrói tudo e causa deformação. 
Diagnostico: ACR/EULAR de 2010 somas dos achados: acometimento articular; sorologia; provas de 
atividade inflamatória e duração dos sintomas. 
 
Achados clínicos: O que pode encontrar quando as deformidades estiverem presentes. 
Poliartrite simétrica acometida aditivas: várias articulações acometidas. Aditiva: aumenta 
 
Exames laboratoriais: VHS e PCR 
Em fases tardias surgem deformidades tais como: 
- Deformidade em botoeira e pescoço de cisne 
- Flexão das interfalangianas proximais e hiperextensão das interfalangianas distais. 
- Mãos em dorso de camelo  aumento do punho das articulações interfalangianas 
- Joelhos valgos 
- Hálux valgo 
- Desvio ulnar dos dedos (dedos em ventania) 
- Vasculites, derrame pleural  piora do quadro. 
Dermatopolimiosite 
Definição: As miopatias inflamatórias são um grupo heterogêneo de doenças que se caracterizam por 
fraqueza muscular proximal e elevação sérica de enzimas originadas da musculatura esquelética. 
Dermatomiosite: inflamação na pele. Polimiosite: vários músculos inflamados 
Manifestações: principal é a fraqueza proximal e simétrica de cinturas escapular e pélvica e de musculatura 
cervical. 
- A evolução gradual e progressiva. 
- Poucos apresentam mialgia associada. 
- Disfagia, distúrbios cardíacos, acometimento respiratório, vasculite e calcificações subcutâneas 
(calcinoses) são manifestações extramusculares possíveis. 
- As pápulas de Gottron são consideradas patognomônicas de DM e consistem de pápulas róseas ou 
violáceas localizadas nas superfícies extensoras das articulações interfalangeanas e metacarpofalangeanas, 
cotovelos, joelhos e maléolo medial. 
- O sinal de Gottron é um eritema macular com a mesma distribuição das pápulas de Gottron. 
- Heliótropo: lesões eritematosas ou violáceas nas pálpebras superiores, é outro sinal típico. 
- Manchas ou placas eritematosas desencadeadas por fotoexposição: tórax superior, ombros e dorso (sinal do 
xale) ou no pescoço e tórax anterior em "V" (sinal do decote). Fissuras e descamação podem ocorrer nas 
polpas digitais dos quirodáctilos e são referidas como “mãos de mecânico” 
Diagnostico: 1- Fraqueza muscular proximal das cinturas pélvica e escapular; clinica 
2 - Lesões cutâneas características de DM: heliótropo; pápulas de Gottron; sinal de Gottron. Clinica. 
3 - Evidência de miosite à biópsia muscular: os parâmetros mais utilizados para evidenciar inflamação 
muscular incluem necrose de fibras musculares do tipo I e II; fagocitose de elementos celulares; 
degeneração e regeneração de fibras musculares com variação no diâmetro das fibras musculares; e 
infiltrado linfomonocitário endomisial na PM e perimisial e perivascular na DM; critério patologia 
4 - Elevação dequalquer enzima muscular sérica: 
creatinofosfoquinase (CPK), sendo essa mais sensível, ou aldolase 
ou desidrogenase lática (DHL), ou aminotransferases [em 
 
particular, a aspartato-aminotransferase (AST) /transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) ]; critério 
laboratorial 
5 - Eletromiografia compatível com miopatia: potenciais de unidade motora polifásicos, de baixa amplitude 
e de curta duração; fibrilações, mesmo em repouso; descargas de formato bizarro e repetitivas; critério 
neurológico 
 
Lúpus eritematoso sistêmico 
2. Compreender a fisiopatologia, as formas de apresentação, os critérios diagnósticos e os exames laboratoriais indicados do 
Lúpus Eritematoso Sistêmico. 3. Discutir o tratamento multidisciplinar e medidas de prevenção das complicações no Lúpus 
Eritematoso Sistêmico. 
Fisiopatologia 
Doença autoimune sistêmica caracterizada pela produção de auto anticorpos, formação e deposição de 
imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos e dano tecidual. Sua etiologia permanece ainda pouco 
conhecida, porém sabe-se da importante participação de fatores hormonais, ambientais, genéticos e 
imunológicos para o surgimento da doença. As características clínicas são polimórficas, e a evolução 
costuma ser crônica, com períodos de exacerbação e remissão. 
Formas de apresentação 
 
a) Lesões de pele: ocorrem em cerca de 80% dos casos, ao longo da evolução da doença. As lesões mais características são 
manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta (a distribuição no rosto 
lembra uma borboleta) e que não deixam cicatriz. As lesões discóides, que também ocorrem mais frequentemente em áreas 
expostas à luz, são bem delimitadas e podem deixar cicatrizes com atrofia e alterações na cor da pele. Na pele também pode 
ocorrer vasculite (inflamação de pequenos vasos), causando manchas vermelhas ou vinhosas, dolorosas em pontas dos dedos das 
mãos ou dos pés. Outra manifestação muito característica no LES é o que se chama de fotossensibilidade, que nada mais é do que 
o desenvolvimento de uma sensibilidade desproporcional à luz solar. Neste caso, com apenas um pouco de exposição à claridade 
ou ao sol, podem surgir tanto manchas na pele como sintomas gerais (cansaço) ou febre. A queda de cabelos é muito frequente 
mas ocorre tipicamente nas fases de atividade da doença e na maioria das pessoas, o cabelo volta a crescer normalmente com o 
tratamento. 
b) articulares: a dor com ou sem inchaço nas juntas ocorre, em algum momento, em mais de 90% das pessoas com LES e envolve 
principalmente nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés, tendem a ser bastante dolorosas e ocorrem de forma intermitente, com 
períodos de melhora e piora. Às vezes também surgem como tendinites. 
c) A inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleuris) e coração (pericardite) são relativamente comuns, podendo ser 
leves e assintomáticas, ou, se manifestar como dor no peito. Caracteristicamente no caso da pleuris, a dor ocorre ao respirar, 
podendo causar também tosse seca e falta de ar. Na pericardite, além da dor no peito, pode haver palpitações e falta de ar. 
d) Inflamação nos rins (nefrite): é uma das que mais preocupam e ocorrem em cerca de 50% das pessoas com LES. No início pode 
não haver qualquer sintoma, apenas alterações nos exames de sangue e/ou urina. Nas formas mais graves, surge pressão alta, 
inchaço nas pernas, a urina fica espumosa, podendo haver diminuição da quantidade de urina. Quando não tratada rapidamente e 
adequadamente o rim deixa de funcionar (insuficiência renal) e o paciente pode precisar fazer diálise ou transplante renal. 
e) Alterações neuro-psiquiátricas: essas manifestações são menos frequentes, mas podem causar convulsões, alterações de humor 
ou comportamento (psicoses), depressão e alterações dos nervos periféricos e da medula espinhal. 
f) Sangue: as alterações nas células do sangue são devido aos anticorpos contra estas células, causando sua destruição. Assim, se 
os anticorpos forem contra os glóbulos vermelhos (hemácias) vai causar anemia, contra os glóbulos brancos vai causar diminuição 
de células brancas (leucopenia ou linfopenia) e se forem contra as plaquetas causará diminuição de plaquetas (plaquetopenia). Os 
sintomas causados pelas alterações nas células do sangue são muito variáveis. A anemia pode causar palidez da pele e mucosas e 
cansaço e a plaquetopenia poderá causar aumento do sangramento menstrual, hematomas e sangramento gengival. Geralmente a 
diminuição dos glóbulos brancos é assintomática. 
O envolvimento articular é a manifestação mais frequente, depois dos sintomas constitucionais, sendo 
detectado em mais de 90% dos pacientes durante a evolução da doença. Artrite do lúpus: é uma artrite que não 
causa deformação (reumatoide é erosiva- causa deformação). 
 
 
Necrose asséptica de múltiplas articulações, principalmente da cabeça do fêmur, pode ocorrer, 
particularmente nos pacientes em uso de GC em dose elevada por longos períodos. 
 
Perda de massa óssea com aumento do risco de osteoporose e fraturas geralmente está associada com uso 
crônico de GC e deficiência de vitamina D decorrente da baixa exposição solar. As lesões de pele são 
comuns e podem ser variadas. 
 
A maioria dos pacientes apresenta fotossensibilidade após exposição à radiação solar ou artificial (lâmpadas 
fluorescentes ou halógenas). 
 
A clássica lesão em asa de borboleta, caracterizada por eritema malar e no dorso do nariz, preservando o 
sulco nasolabial, é identificada em menos de 50% dos casos. Essa lesão não é tão frequente, apenas metade tem 
 
Úlceras orais e nasais, em geral indolores, são achados em cerca de um terço dos pacientes. 
 
As lesões do lúpus discoide manifestam-se por placas eritematosas cobertas por uma escama aderente, 
envolvendo comumente o couro cabeludo, as orelhas, a face e o pescoço. 
 
Inicialmente, essas lesões são hiperpigmentadas e evoluem com uma área central atrófica, com ausência de 
pelos. 
 
No lúpus cutâneo subagudo, as lesões são simétricas, superficiais, não cicatriciais, localizadas em áreas 
fotoexpostas. 
 
Elas iniciam como pequenas pápulas eritematosas, progredindo para lesões anulares policíclicas ou 
papuloescamosas (psoriasiformes) e costumam cursar com a presença do anticorpo anti-Ro/SSA. Quem tem 
lesões de aspecto psoriasiforme pode pedir a dosagem do anticorpo anti-Ro/SSA. 
 
O fenômeno de Raynaud, caracterizado por alterações vasculares (vasoconstrição e vasodilatação) que 
determinam mudança na coloração das extremidades (palidez, cianose e rubor), está presente em cerca de 
16% a 40% dos pacientes e geralmente se associa com estresse emocional ou frio. Raynaud – palidez, cianose e 
rubor na pele, principalmente nas extremidades expostas ao frio. 
 
Na experiência clínica, alopecia, geralmente difusa ou frontal, é um achado frequente, constituindo-se em 
um bom marcador de agudização do LES. Muito comum lesão no couro cabeludo e alopecia. 
 
Pericardite é a manifestação cardíaca mais comum, podendo ser clínica ou subclínica, e ocorre em até 55% 
dos pacientes. 
 
Envolvimento pulmonar ou pleural ocorre em cerca de 50% dos pacientes. 
 
A manifestação mais comum é pleurite com derrame de pequeno a moderado volume, geralmente bilateral; 
menos comumente, hipertensão pulmonar e pneumonite lúpica. 
 
Endocardite de Libman-Sacks caracteriza-se por lesões verrucosas, localizadas especialmente nas valvas 
aórtica e mitral, sendo descritas em até 43% dos pacientes. 
 
Episódios tromboembólicos também podem estar associados à presença de anticorpos antifosfolipídios e ao 
uso crônico de GC ou de anticoncepcional oral. 
 
Manifestações de doença renal ocorrem em cerca de 50% dos pacientes, sendo hematúria e proteinúria 
persistentes os achados mais observados. Nefrite lúpica pode cursar com síndrome nefrítica ounefrótica, 
consumo de complementos, positivação do anti-DNA nativo e, nas formas mais graves, trombocitopenia e 
perda de função renal. 
 
 
Sintomas neuropsiquiátricos podem ocorrer nos pacientes com LES, sendo possível dividi-los em eventos 
primários (danos imunomediados no SNC) e secundários (repercussão da doença em outros órgãos ou 
complicações terapêuticas). 
 
O espectro clínico do lúpus neuropsiquiátrico inclui síndrome cerebral orgânica, psicose, quadros 
depressivos, déficits funcionais, acidentes vasculares encefálicos, neuropatias periféricas, neuropatias 
cranianas, mielite transversa e convulsões. 
 
Convulsão e psicose podem constituir-se na primeira manifestação isolada da doença. 
 
- Fato mais marcante do lúpus: acometimento das articulações. A artrite do lúpus difere da artrite reumatoide —> reumatoide é 
erosiva, já a do lúpus não é erosiva (não destrói a articulação). 
- Maior risco de osteoporose- deficiência de vitamina D 
- Fotossensibilidade 
- Clássica lesão em asa de borboleta: não é tão frequente (comum em metade) 
Úlceras nasais em ⅓ 
Tem muitos exames que medem anticorpos 
- Fenômeno de Raynaud: causa vasodilatação e vasoconstrição, usa coloração das extremidades. Pode até necrosar as 
extremidades. 
- Alopecia 
- Pericardite 
- Derrame pleural pode se observado em raio x de tórax. 
- Endocardite de libman sacks: complicação muito rara. 
- Marcadores: anti sn e anti DNA nativo 
- Sintomas neuropsiquiátrico 
 
Casos especiais 
Lúpus induzido por medicamentos (“lúpus droga relacionado” - LDR) As manifestações clínicas surgem 
após a administração de medicamentos, sendo hidralazina e procainamida os mais frequentemente 
envolvidos. 
- Recentemente, têm sido descritos casos tratados com agentes anti-TNF. 
- Os sintomas podem ser semelhantes aos de LES, havendo comprometimento cutâneo, musculoesquelético, 
sintomas constitucionais e serosites. 
- Raramente ocorrem alterações hematológicas graves, acometimento neuropsiquiátrico ou renal. 
- Caracteriza-se pela presença de anticorpos anti-histona. 
- As manifestações desaparecem com a retirada do fármaco desencadeante. 
- O tratamento envolve uso de medicamentos para o controle dos sintomas, como analgésicos comuns e anti-
inflamatórios não esteroides (AINES) e, em casos refratários, glicocorticoides, como a prednisona em dose 
de 0,5 mg/kg/dia até a resolução do quadro clínico. Controle dos sintomas: analgésicos, AINEs, glicocorticoides. 
- Lúpus na gestação: Mulheres lúpicas geralmente têm fertilidade preservada. Durante a gestação, as 
complicações obstétricas são maiores, assim como o risco de exacerbação da doença, especialmente no 
puerpério.  o problema é manter a gestação porque pode ter complicações 
- O prognóstico é melhor para ambos, mãe e feto, quando a doença está em remissão há pelo menos 6 meses 
antes da concepção. 
- Durante a gestação, há maior prevalência de pré-eclâmpsia, eclampsia, sofrimento fetal e morte fetal, 
principalmente em mulheres com nefrite lúpica e presença de anticorpos antifosfolipídios. 
 
- O tratamento pode ser realizado com GC e antimaláricos, nas doses indicadas no item esquema de 
administração, além de todos os cuidados e orientações recomendadas para os demais pacientes com LES.  
tratamento com GC e antimaláricos 
- Imunossupressores geralmente são contraindicados durante a gestação. 
 
Critérios diagnósticos 
- O diagnóstico é estabelecido a partir da presença de pelo menos 4 dos 11 critérios de classifcação, em 
qualquer momento da vida dos pacientes, propostos pelo American College of Rheumatology (ACR) em 
1982 (33) e revisados em 1997. 
1. Eritema malar: eritema fixo, plano ou elevado nas eminências malares, tendendo a poupar a região 
nasolabial. 
 
2. Lesão discoide: lesão eritematosa, infiltrada, com escamas queratóticas aderidas e tampões foliculares, 
que evolui com cicatriz atrófica e discromia. 
 
3. Fotossensibilidade: eritema cutâneo resultante de reação incomum ao sol, por história do paciente ou 
observação do médico. 
 
4. Úlcera oral: ulceração oral ou nasofaríngea, geralmente não dolorosa, observada pelo médico. 
 
5. Artrite: artrite não erosiva envolvendo 2 ou mais articulações periféricas, caracterizada por dor à 
palpação, edema ou derrame. 
 
6. Serosite: a) pleurite – história convincente de dor pleurítica ou atrito auscultado pelo médico ou evidência 
de derrame pleural; ou b) pericardite – documentada por eletrocardiografa ou atrito ou evidência de derrame 
pericárdico. 
 
7. Alteração renal: a) proteinúria persistente de mais de 0,5 g/dia ou acima de 3+ (+++) se não quantifcada; 
ou b) cilindros celulares – podem ser hemáticos, granulares, tubulares ou mistos. 
 
8. Alteração neurológica: a) convulsão – na ausência de fármacos implicados ou alterações metabólicas 
conhecidas (por exemplo, uremia, cetoacidose, distúrbios hidroeletrolíticos); ou b) psicose – na ausência de 
fármacos implicados ou alterações metabólicas conhecidas (por exemplo, uremia, cetoacidose, distúrbios 
hidroeletrolíticos). 
 
9. Alterações hematológicas: a) anemia hemolítica com reticulocitose; ou b) leucopenia de menos de 
4.000/mm3 em duas ou mais ocasiões; ou c) linfopenia de menos de 1.500/mm3 em duas ou mais ocasiões; 
ou d) trombocitopenia de menos de 100.000/mm3 na ausência de uso de fármacos causadores. 
 
10. Alterações imunológicas: a) presença de anti-DNA nativo; ou b) presença de anti-Sm; ou c) achados 
positivos de anticorpos antifosfolipídios baseados em concentração sérica anormal de anticardiolipina IgG 
ou IgM, em teste positivo para anticoagulante lúpico, usando teste-padrão ou em VDRL falso positivo, por 
pelo menos 6 meses e confirmado por FTA-Abs negativo. 
 
11. Anticorpo antinuclear (FAN): título anormal de FAN por imunofluorescência ou método equivalente em 
qualquer momento, na ausência de fármacos sabidamente associados ao lúpus induzido por fármacos 
 
Precisa de 4 critérios dentre 11. 
 
Critérios da pele e mucosa (1-4) 
Eritema malar: região malar 
Lesão discoide: todo corpo 
Fotossensibilidade: causa eritema após exposição ao sol 
 
Úlcera oral: tipo afta indolor 
 
Critérios articulares (5) 
Artrite: não erosiva, 2 ou mais articulações periféricas 
 
Critérios de serosa (6) 
Serosite: pleurite e pericardite 
 
Critérios sistêmicos (7-11) 
Alteração renal: dá para ver em EAS (proteinúria não devia quantificar e cilindros presentes). 
Alteração neurológica: convulsão- alterações metabólicas e psicose 
Alterações hematológicas: alterações hematológicas com reticulositos, leucopenia, linfopemia e trombocitopenia —> pancitopenia 
Alteração imunológica: 
Anticorpo antinuclear: mais pedido quando investiga lúpus. O FAN é um marcador de triagem. Se for “não reagente” a chance de 
ter lúpus é muito pouca. Se for “reagente” pode ter lúpus ou não. Alta sensibilidade e baixa especificidade. 
 
Exames laboratoriais 
EAS: Alteração renal: a) proteinúria persistente de mais de 0,5 g/dia ou acima de 3+ (+++) se não 
quantificada; ou b) cilindros celulares – podem ser hemáticos, granulares, tubulares ou mistos. 
Anti-DNA nativo positivo - testes específicos, mas têm baixa sensibilidade. 
Anti-Sm positivo - testes específicos, mas têm baixa sensibilidade. 
VDRL 
Anticorpo antinuclear (FAN) - presente em mais de 95% dos pacientes com a doença ativa, o teste apresenta 
baixa especificidade. Títulos de FAN acima de 1:80 são considerados significativos. 
Tratamento multidisciplinar 
- O tratamento do LES envolve inicialmente medidas gerais, listadas a seguir. 
- Prestar aconselhamento, suporte e orientação por meio de tratamento multidisciplinar para o paciente e 
seus familiares, informar sobre a doença e sua evolução, possíveis riscos e recursos disponíveis para 
diagnósticoe tratamento; transmitir otimismo e motivação para estimular a adesão ao tratamento e o 
cumprimento dos projetos de vida. 
- Realizar orientação dietética para prevenção e controle de osteoporose, dislipidemia, obesidade e 
hipertensão arterial sistêmica (HAS); dar preferência para uma dieta balanceada, com baixo teor de sal, 
carboidratos e lipídios, especialmente nos usuários crônicos de GC; considerar a suplementação de cálcio e 
de vitamina D para todos os pacientes. 
- Estimular a realização de exercícios físicos regulares aeróbicos para melhorar e manter o condicionamento 
físico dos pacientes; evitar exercícios nos períodos de importante atividade sistêmica da doença. 
- Adotar proteção contra luz solar e outras formas de irradiação ultravioleta, por meio de barreiras físicas, 
como roupas com mangas longas, gola alta e uso de chapéus; evitar exposição direta ou indireta ao sol e a 
lâmpadas fluorescentes ou halógenas. 
- Realizar avaliação ginecológica anual, com exame clínico das mamas e do colo do útero para detecção de 
displasia cervical causada por HPV. 
- Realizar avaliação oftalmológica a cada 6 a 12 meses, especialmente para pacientes em uso de 
antimaláricos 
- Realizar consulta odontológica periódica para preservação da saúde oral. 
- Realizar vacinação anual contra o vírus da gripe e vacinação pneumocócica a cada 5 anos. Em pacientes 
com LES e em uso de imunossupressores, devem-se evitar vacinas com vírus vivos atenuados. 
 
- Suspender o tabagismo. 
- Receber orientações a respeito da anticoncepção. Havendo necessidade do uso de anticoncepcionais orais, 
dar preferência para os sem ou com baixa dose de estrogênio. 
- Não é aconselhado o uso de anticoncepcionais orais em pacientes com LES e história de doença 
cardiovascular ou risco aumentado para a ocorrência de fenômenos tromboembólicos. 
- Recomenda-se evitar a concepção nos períodos de atividade da doença ou durante o tratamento com 
medicamentos contraindicados na gestação. 
- Realizar teste cutâneo para tuberculose (reação de Mantoux) antes da introdução dos medicamentos 
imunossupressores e quimioproflaxia com isoniazida para pacientes com infecção latente, de acordo com as 
normas do Ministério da Saúde para o diagnóstico e tratamento da Tuberculose. 
- Realizar investigação sorológica para hepatite B, hepatite C e HIV antes do início do tratamento. 
- Realizar tratamento empírico com anti-helmíntico para estrongiloidíase antes de iniciar o uso dos 
medicamentos imunossupressores. 
- Realizar controle e tratamento dos fatores de risco cardiovasculares, tais como diabetes melito, hipertensão 
arterial sistêmica, dislipidemia e obesidade. 
Suporte, acompanhamento nutricional (aporte proteico), fisioterapia (acometimento articular), atividade física, proteção solar, 
avaliações ginecológicas, avaliação oftalmológica (antimalárico- hidroxicloroquina) a cada 6 meses. Vacinação anual para gripe. 
Anticoncepção, parar de fumar. Teste de tuberculose, hepatite B, C e HIV. 
Medidas de prevenção das complicações: 
Evitar fatores que podem levar ao desencadeamento da atividade do lúpus, como o sol e outras formas de 
radiação ultravioleta; tratar as infecções; evitar o uso de estrógenos e de outras drogas; evitar a gravidez em 
fase ativa da doença e evitar o estresse são algumas condutas que os pacientes devem observar, na medida 
do possível. O reumatologista é o especialista mais indicado para fazer o tratamento e o acompanhamento de 
pacientes com LES e quando necessário, outros especialistas devem fazer o seguimento em conjunto. 
 
Irat- questões 
Questão 01- Lúpus (LES) é uma doença inflamatória 
autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos 
como pele, articulações, rins e cérebro. Em relação aos 
auto anticorpos envolvidos na investigação do Lúpus, 
julgue os itens abaixo: 
A) Anti-SM. 
VERDADEIRO – Os anticorpos anti-dsDNA e anti-Smith 
são altamente específicos para LES e frequentemente 
confirmam o diagnóstico, se estiverem presentes. 
B) Anti-DNA 
VERDADEIRO – Os anticorpos anti-dsDNA e anti-Smith 
são altamente específicos para LES e frequentemente 
confirmam o diagnóstico, se estiverem presentes. 
C) Anti-LA 
VERDADEIRO – Associação com lesões cutâneas 
subagudas e crônicas, síndrome de Sjögren e lúpus neonatal. 
Nos casos com pesquisa de FAN negativa, particularmente 
com lesões cutâneas fotossensíveis, recomenda-se a 
realização da pesquisa de anticorpos anti-Ro/SSA e anti-
La/SSB. 
D) Anti-RO. 
VERDADEIRO – Associação com lesões cutâneas 
subagudas e crônicas, síndrome de Sjögren e lúpus neonatal. 
Exame útil no diagnóstico do lúpus eritematoso sistêmico 
(LES) na ausência de outro marcador sorológico (anticorpos 
anti-dsDNA e anti-Sm). 
Questão 02 - Em relação ao desenvolvimento do LES e 
sua etiopatogenia, julgue os itens: 
A) É uma doença infectocontagiosa. 
FALSO – é uma doença autoimune sistêmica (produção de 
anticorpos). 
B) Não trata-se de uma doença autoimune. 
FALSO – é uma doença autoimune sistêmica (produção de 
anticorpos). A principal causa da LES é o desequilíbrio na 
produção de anticorpos que reagem com proteínas do 
 
próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos 
como na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins, 
etc. Dessa forma, entendemos que o tipo de sintoma que a 
pessoa desenvolve, depende do tipo de autoanticorpo que a 
pessoa tem e, que como o desenvolvimento de cada 
anticorpo se relaciona às características genéticas de cada 
pessoa, cada pessoa com lúpus tende a ter manifestações 
clínicas (sintomas) específicas e muito pessoais. 
C) Fatores ambientais não influenciam essa doença. 
FALSO – Embora a causa do LES não seja conhecida, sabe-
se que fatores genéticos, hormonais, ambientais e 
imunológicos participam de seu desenvolvimento. Portanto, 
pessoas que nascem com susceptibilidade genética para 
desenvolver a doença, em algum momento, após uma 
interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções 
virais ou por outros micro-organismos), passam a apresentar 
alterações imunológicas. 
D) O LES é uma doença imunologicamente provocada por 
antígeno, caracterizada por anticorpos imunoglobulina G de 
alta afinidade ao DNA de fita dupla, bem como por 
proteínas nucleares. 
VERDADEIRO – Na maioria das DDTC, essa resposta 
inflamatória é desencadeada principalmente por mecanismos 
autoimunes que envolvem a ativação de células do sistema 
imunológico e produção de anticorpos (resposta imune 
humoral). A resposta autoimune humoral nas 
conectivopatias é induzida de forma específica por antígenos 
autólogos que se constituem em componentes moleculares 
distribuídos nas células e tecidos do próprio organismo 
(autoantígenos). Nesses incluem-se os ácidos nucleicos 
(DNA, RNA), proteínas (enzimas, proteínas constitutivas de 
estruturas ou organelas subcelulares), lipídios (fosfolípides 
distribuídos na membrana celular) ou carboidratos, além de 
complexos macromoleculares. 
 
Questão 03 - Em relação ao LES, julgue os itens: 
A) Doença generalizada que pode afetar qualquer sistema. 
VERDADE – Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, 
desencadeada por um desequilíbrio no sistema imunológico, 
exatamente aquele que deveria proteger a pessoa contra o 
ataque de agentes como vírus e bactérias. O lúpus pode se 
manifestar sob a forma cutânea (atinge apenas a pele) ou ser 
generalizado. Nesse caso, atinge qualquer tecido do corpo e 
recebe o nome de lúpus eritematoso sistêmico (LES). 
B) Os tratamentos para serosite ou artrite leve a moderada 
incluem hidroxicloroquina, anti-inflamatórios não 
esteroidais ou corticosteroides. 
VERDADE – Hidroxicloroquina 
- Atualmente, a base de tratamento, por reduzir 
exacerbações da doença e de outros sintomas 
constitucionais. 
- Pode ser útil em pacientes com artrite ou artralgia e podereduzir os escores de dor autorrelatados e a incidência de 
exacerbação da doença. 
- Pode reduzir o acúmulo de doenças orgânicas múltiplas e 
diminuir o risco de complicações trombóticas. 
- Geralmente, os efeitos adversos são mínimos. 
- Pode ser usado em conjunto com anti-inflamatórios não 
esteroidais (AINEs) e/ou corticosteróides, se necessário. 
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) 
- São frequentemente usados como medida de primeira linha 
no LES para o controle de rigidez articular, bem como para 
dor musculoesquelética e serosa. O naproxeno é o agente de 
primeira linha preferido. 
- A resposta desfavorável aos AINEs para a dor 
musculoesquelética deve levantar suspeitas de que 
mecanismos não inflamatórios possam estar envolvidos. 
- A pressão arterial deve ser monitorada, e os AINEs devem 
ser evitados em pacientes com hipertensão ou doença renal. 
- Se a terapia de longo prazo com AINEs for indicada, 
deverão ser consideradas a erradicação da Helicobacter 
pylori e a necessidade de proteção gástrica. 
Corticosteróides 
- Recomendados quando falharem outras medidas para 
aliviar os sintomas. Uma dose baixa (<10 mg prednisolona) 
pode ser útil no manejo dos sintomas de dor articular, fadiga 
e serosite. 
- Os efeitos adversos da corticoterapia no longo prazo são 
bem documentados e os pacientes devem ser aconselhados 
em relação ao risco de hipertensão, hiperglicemia e 
possíveis alterações cutâneas. É necessário cautela com o 
uso de corticosteróides em pacientes com sintomas no trato 
gastrointestinal superior, especialmente se também 
estiverem tomando AINEs. A menor dose possível para 
controlar os sintomas deve ser usada pelo menor tempo 
possível. 
C) Os tratamentos para casos de maior gravidade podem 
incluir ciclofosfamida, micofenolato de tacrolimo associado 
a corticosteroides. 
VERDADE – - A nefrite lúpica é uma das manifestações 
mais graves do LES, portanto necessita ser adequadamente 
tratada. Seu manejo inclui um período inicial de terapia 
imunossupressora intensa para controle da atividade de 
doença (fase de indução), seguido por um período mais 
longo de terapia imunossupressora mais leve, objetivando a 
consolidação da terapia inicial e prevenção de recaídas (fase 
de manutenção). Na fase de indução, um dos seguintes 
imunossupressores deverá ser usado juntamente com 
corticoides em altas doses: ciclofosfamida, micofenolato 
mofetil, micofenolato mofetil associado ao tacrolimo. A fase 
de indução dura em médica 3 a 6 meses. 
D) O LES é uma doença crônica multissistêmica que afeta 
com maior frequência idosos do sexo masculino. 
FALSO – O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma 
doença crônica multissistêmica que afeta com maior 
frequência mulheres em idade fértil. O lúpus eritematoso 
 
sistêmico (LES) afeta mulheres com maior frequência que 
homens. Praticamente todos os estudos epidemiológicos 
relatam um risco muito mais elevado de LES em mulheres 
em comparação com homens (12:1) na faixa etária de 15 a 
45 anos; na faixa etária >45 anos, a proporção é de 2:1. 
Questão 04 - Em relação ao Lúpus Eritematoso 
Sistêmico, julgue os itens: 
A) O LES é uma doença crônica multissistêmica que afeta 
com maior frequência homens em idade fértil. 
FALSO – O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma 
doença crônica multissistêmica, podendo se desenvolver 
problemas nas articulações, sistema nervoso, sangue, pele, 
rins, trato gastrointestinal, pulmões e outros tecidos e 
órgãos. O lúpus pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, 
raça e sexo, porém as mulheres são muito mais acometidas. 
Cerca de 70% a 90% das pessoas que têm lúpus são 
mulheres em idade fértil. 
B) O LES é uma doença multissistêmica e, além dos 
sintomas constitucionais, pode envolver a pele e as 
articulações. 
VERDADE – A doença pode cursar com sintomas 
constitucionais, artrite (90%), serosite, nefrite, vasculite, 
miosite, manifestações mucocutâneas, hemocitopenias 
imunológicas, diversos quadros neuropsiquiátricos, 
hiperatividade reticuloendotelial e pneumonite. 
Os sintomas do lúpus variam muito de pessoa para pessoa, a 
maioria dos pacientes apresenta sintomas de fadiga (o 
sintoma mais comum, acometendo cerca de 80 a 100% dos 
pacientes), erupções cutâneas típicas e/ou sintomas 
musculoesqueléticos. Os sintomas podem começar 
subitamente com febre, assemelhando-se a uma infecção 
súbita ou podem desenvolver gradualmente ao longo de 
meses ou anos, com episódios (chamados exacerbações) de 
febre, mal-estar, perda de peso, fadiga ou linfadenopatias 
intercalando-se com períodos em que os sintomas estão 
ausentes ou são mínimos. Além desses sintomas 
constitucionais, a maioria das pessoas com lúpus têm 
sintomas leves que afetam principalmente a pele e as 
articulações. Entretanto, a serosite, a nefrite, as citopenias 
hematológicas e as manifestações neurológicas podem 
ocorrer durante a evolução da doença. 
C) Para caracterizar a doença de Lúpus não pode haver 
manifestações como serosite, nefrite, citopenias 
hematológicas e manifestações neurológicas. 
FALSO – tem que ter essas manifestações. Apesar de serem 
sintomas incomuns em casos de LES, alguns pacientes 
podem apresentar serosite intensa (pleurite, pericardite e 
peritonite podem sugerir diagnóstico), manifestações 
orgânicas como nefrite (possivelmente após fatores 
desencadeantes como exposição solar ou infecção), 
citopenias hematológicas e manifestações neurológicas 
durante a evolução dessa doença. 
D) O rash malar, quando presente no paciente com lúpus, é 
caracterizado como eritema nas bochechas e ponte do nariz, 
poupando os sulcos nasolabiais. 
VERDADE – Manifestações da pele são uma apresentação 
comum do LES. A erupção cutânea fotossensível malar ou 
em forma de borboleta característica ocorre em 30% a 40% 
dos pacientes. Esse rash eritematoso se estende das 
bochechas até a ponte do nariz, poupando os sulcos 
nasolabiais. Ela pode ser dolorosa e pruriginosa, geralmente 
persiste por alguns dias, cura-se sem cicatrização, mas, em 
geral, retorna após a exposição solar. Quando isso ocorre 
acima e abaixo do pescoço, ela é chamada de erupção 
cutânea lúpica aguda e generalizada. 
Questão 05 - Em relação às manifestações clínicas do 
LES, julgue os itens: 
A) O rash malar eritematoso se estende das bochechas até a 
ponta do nariz e sulcos nasolabiais. 
FALSO – A manifestação cutânea aguda é a mais 
conhecida no LES e sua forma localizada é descrita como 
rash malar ou rash em “asa de borboleta”, notadamente 
simétrica, poupando o sulco nasolabial. A lesão é 
encontrada em 20% a 60% dos pacientes. 
B) O Lúpus Discoide se manifesta como manchas 
eritematosas elevadas com descamação queratósica aderente 
e obstrução folicular. 
VERDADE – discoide manifestam-se por placas 
eritematosas cobertas por uma escama aderente, envolvendo 
comumente o couro cabeludo, as orelhas, a face e o pescoço. 
- Lupus Discoide é a forma mais comum de Lupus 
Eritematoso que se caracteriza pelo aparecimento de 
manchas avermelhadas, arredondadas, bem definidas e 
descamativas na pele, que tendem a evoluir deixando 
cicatriz atrófica e alterações pigmentares 
C) A artrite tende a ser simétrica e tipicamente não erosiva. 
VERDADE – A artrite no lúpus apresenta algumas 
características: 
- É uma poliartrite – acomete mais de quatro articulações ao 
mesmo tempo. 
- É uma artrite simétrica – costuma acometer ambos os 
joelhos, cotovelos, tornozelos e outras articulações 
simultaneamente. 
- É migratória – a inflamação de uma articulação pode 
desaparecer em apenas 24 horas e surgir em outra. 
- Não costuma causar deformidades graves nem cursa 
rigidez matinal prolongada, como na artrite reumatóide. A 
dor é desproporcional à aparência física das articulações 
D) Não ocorre comprometimento renal. 
FALSO – Manifestações de doença renal ocorremem cerca 
de 50% dos pacientes, sendo hematúria e proteinúria 
persistentes os achados mais observados. Nefrite lúpica pode 
cursar com síndrome nefrítica ou nefrótica, consumo de 
complementos, positivação do anti-DNA nativo e, nas 
formas mais graves, trombocitopenia e perda de função 
renal. 
Questão 06 – Em relação à Artrite Reumatoide (AR) e à 
Dermatopolimiosite, julgue os itens: 
 
a) Pacientes com Dermatopolimiosite apresentam 
manifestações cutâneas e sistêmicas, sendo mais comuns 
lesões em áreas fotoexpostas, fraqueza muscular proximal, 
alterações da musculatura respiratória e disfagia. 
VERDADE - Pacientes com DM apresentam 
manifestações cutâneas e sistêmicas, sendo mais comuns 
lesões em áreas fotoexpostas, fraqueza muscular 
proximal, alterações da musculatura respiratória e 
disfagia. Na forma juvenil, há maior incidência de 
calcinose cutânea. 
- A dermatomiosite (DM) é doença do tecido conjuntivo que 
associa miopatia a manifestações cutâneas características, 
cuja causa permanece desconhecida, sendo considerada 
doença idiopática. Na etiologia, consideram-se as 
associações com antígenos de histocompatibilidade, vírus, 
drogas e auto-imunidade. Foi reconhecida há mais de 100 
anos e descrita na literatura por Wagner. Denominada 
inicialmente pseudotriquinose, foi associada a reação do 
sistema retículo-endotelial. A associação com neoplasia foi 
publicada pela primeira vez por Stertz em 1916. A 
classificação foi proposta por Bohan e Peter e revista, em 
1996, por Drake. Pacientes com DM apresentam 
manifestações cutâneas e sistêmicas, sendo mais comuns 
lesões em áreas fotoexpostas, fraqueza muscular proximal, 
alterações da musculatura respiratória e disfagia. Na forma 
juvenil, há maior incidência de calcinose cutânea. O 
diagnóstico é realizado através da história e exame físico, 
sendo corroborado pelas enzimas musculares, biópsia 
muscular, biópsia cutânea, eletroneuromiografia (ENMG), 
ultra-sonografia (USG) e ressonância nuclear magnética 
(RNM) 
b) A Artrite Reumatóide é uma doença autoimune 
caracterizada por poliartrite periférica e assimétrica que leva 
à deformidade e à destruição das articulações por erosão do 
osso e cartilagem 
FALSO – a poliartrite é simétrica. 
A artrite reumatóide (AR) é uma doença autoimune de 
etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite 
periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição 
das articulações por erosão do osso e cartilagem. (Afeta 
mulheres duas vezes mais do que os homens e sua 
incidência aumenta com a idade). Em geral acomete grandes 
e pequenas articulações em associação com manifestações 
sistêmicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. 
Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade 
da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de 
vida em cinco a dez anos. Com a progressão da doença, os 
pacientes desenvolvem incapacidade para realização de suas 
atividades tanto de vida diária como profissional, com 
impacto econômico significativo para o paciente e para a 
sociedade. 
c) Fazem parte dos critérios diagnósticos: rigidez matinal: 
rigidez articular durando pelo menos 1 hora; artrite de três 
ou mais áreas: pelo menos três áreas articulares com edema 
de partes moles ou derrame articular, artrite de articulações 
das mãos (punho, interfalangeanas proximais e 
metacarpofalangeanas); artrite simétrica. 
VERDADE – Além desses, são critérios clínicos e 
laboratoriais nódulos reumatoides, fator reumático 
sérico e alterações radiográficas como erosões ou 
descalcificações localizadas em radiografias de mãos e 
punhos. Orientação para classificação: Quatro dos sete 
critérios são necessários para classificar um paciente 
como tendo artrite reumatóide. Obs: Pacientes com dois 
ou três critérios não são excluídos da possibilidade do 
futuro desenvolvimento da doença, não sendo 
considerados, contudo, para inclusão neste protocolo. 
Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, o 
diagnóstico de artrite reumatoide é feito quando pelo menos 
4 dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos 6 
semanas: 
 Rigidez articular matinal durando pelo menos 1 
hora 
 Artrite em pelo menos três áreas articulares 
 Artrite de articulações das mãos: punhos, 
interfalangeanas proximais (articulação do meio 
dos dedos) e metacarpofalangeanas (entre os dedos 
e mão) 
 Artrite simétrica (por exemplo no punho esquerdo e 
no direito) 
 Presença de nódulos reumatóides 
 Presença de Fator Reumatóide no sangue 
 Alterações radiográficas: erosões articulares ou 
descalcificações localizadas em radiografias de 
mãos e punhos. 
d) São indicativos de mau prognóstico na artrite reumatoide: 
início da doença em idade mais precoce; altos títulos de 
fator reumatóide; VHS e/ou proteína C reativa elevada 
persistentemente; artrite em mais de 20 articulações, entre 
outros. 
VERDADE – São fatores de mau prognóstico: início da 
doença em idade mais precoce, VHS e PCR 
persistentemente elevados, anti CCP e FR positivos (ainda 
mais se altos títulos), limitação funcional, tabagismo, baixo 
nível socioeconômico, erosões presentes, acometimento 
extra-articular, presença do epítopo compartilhado. 
 
Questão 07 - A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença 
autoimune caracterizada pelo ataque do próprio corpo 
 
às articulações podendo limitar a movimentação no dia a 
dia. Em relação a esta doença, julgue os itens: 
A) O metotrexato é comumente usado como opção de 
primeira linha. 
VERDADE – 1ª linha. O primeiro medicamento é o 
metotrexato (contraindicação: gestante- aborto) em 
monoterapia. Em caso de toxicidade dividir a administração 
por VO em 2 vezes. Se não tolerar muda a via. 
B) É uma artrite crônica e erosiva que requer tratamento 
precoce e agressivo. 
VERDADE – A artrite reumatoide (AR) é uma artrite 
erosiva crônica que requer tratamento precoce e agressivo. 
C) Afeta principalmente as grandes articulações. (COM 
ANOS SEM TRATAMENTO) 
FALSA – A artrite reumatoide afeta principalmente as 
pequenas articulações das mãos e dos pés. Além disso, a 
doença afeta as articulações do punho, cotovelos, ombros, 
pescoço, quadris, joelhos, tornozelos, pés e as articulações 
temporomandibulares. As outras articulações da coluna 
vertebral além daquelas do pescoço, em geral não são 
afetadas diretamente na AR. O acometimento em geral 
simétrico das pequenas e grandes articulações é a 
característica principal da AR. 
D) As pequenas articulações são poupadas do processo 
erosivo. 
FALSO – são as mais afetadas. 
As articulações mais acometidas são mãos, punhos, joelhos, 
e pés de forma simétrica, embora quaisquer articulações 
possam ser envolvidas. Nas mãos, o acometimento do punho 
é praticamente presente em todos os pacientes. As 
articulações metacarpofalangeanas (MTCFs) e 
interfalangeanas proximais (IFPs) estão frequentemente 
envolvidas; as interfalangeanas distais (IFDs) geralmente 
são poupadas (mas não sempre). Desvio ulnar das 
articulações MTCFs frequentemente está associado com 
desvio radial dos punhos. Outras deformidades frequentes 
incluem a deformidade em pescoço de cisne (hiperextensão 
da IFP e flexão da IFD), em botoeira (flexão de IFP e 
hiperextensão de IFD), dedo em Z (acometimento de 
primeira MTCF). Os pacientes podem ter acometimento das 
articulações de joelho; nesse local, pode ocorrer herniação 
da cápsula articular do joelho formando um cisto poplíteo 
(cisto de Baker), que está associado à inflamação e à 
ruptura, podendo simular uma tromboflebite. Na coluna, o 
acometimento geralmente é cervical, e a doença lombar é 
rara. Uma articulação tipicamente acometida é a 
temporomandibular, podendo causar cefaleia, dor referida 
em ouvido e dor à mastigação. 
Questão 08 - Em relação ao diagnóstico da AR, julgue os 
itens: 
A) O diagnóstico deArtrite Reumatoide é realizado com 
base nas manifestações clínicas da doença. 
VERDADE – O diagnóstico de AR deve ser feito 
considerando-se achados clínicos e exames complementares. 
O paciente deve ter pelo menos uma articulação com 
sinovite clínica (edema articular) que não seja melhor 
explicado por outra doença. Deve-se excluir dessa avaliação 
as articulações interfalangeanas distais (IFD), primeira 
carpometacarpiana (CMTC) e primeira metatarsofalangeana 
(MTF). 
Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, o 
diagnóstico de artrite reumatóide é feito quando pelo menos 
4 dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos 6 
semanas: 
- Rigidez articular matinal durando pelo menos 1 hora 
- Artrite em pelo menos três áreas articulares 
- Artrite de articulações das mãos: punhos, interfalangeanas 
proximais (articulação do meio dos dedos) e 
metacarpofalangeanas (entre os dedos e mão) 
- Artrite simétrica (por exemplo no punho esquerdo e no 
direito) 
- Presença de nódulos reumatóides 
- Presença de Fator Reumatóide no sangue 
- Alterações radiográficas: erosões articulares ou 
descalcificações localizadas em radiografias de mãos e 
punhos. 
B) Os exames laboratoriais ou os exames radiográficos são 
úteis e podem auxiliar na determinação das informações 
prognósticas. 
VERDADE – Na avaliação laboratorial o fator reumatóide 
pode ser encontrado em cerca de 75% dos casos já no início 
da doença. Anticorpos contra filagrina/profilagrina e 
anticorpos contra peptídio citrulinado cíclico (PCC) são 
encontrados nas fases mais precoces da doença, mas 
apresentam um custo maior. As provas de atividade 
inflamatória como o VHS e a proteína C reativa 
correlacionam-se com a atividade da doença. Exames de 
imagem como radiografias, ultrassonografias, tomografias, 
ressonância, etc podem ser solicitados pelo médico 
reumatologista após a avaliação de cada quadro clínico 
individualmente. 
Alguns aspectos clínicos e laboratoriais estão relacionados à 
progressão mais rápida da destruição articular e devem ser 
identificados desde o momento do diagnóstico. Os fatores de 
mau prognóstico são: sexo feminino, tabagismo, baixo nível 
socioeconômico, início da doença em idade mais precoce, 
FR ou anti-CCP em títulos elevados, provas inflamatórias 
(velocidade de eritrossedimentação ou proteína C reativa) 
persistentemente elevadas, grande número de articulações 
edemaciadas, manifestações extra-articulares e presença 
precoce de erosões na evolução da doença. 
C) Os exames de imagem são indispensáveis para 
realização do diagnóstico. 
FALSO – No fechamento do diagnóstico de artrite 
reumatóide, os exames de imagem não são obrigatórios, já 
que, esse é realizado com base nas manifestações clínicas da 
doença. E assim os exames radiográficos são úteis e podem 
auxiliar na determinação das informações prognósticas do 
 
paciente. Exames de imagem como radiografias, 
ultrassonografias, tomografias, ressonância, podem ser 
solicitados pelo médico reumatologista após a avaliação de 
cada quadro clínico individualmente. 
D) O Anti-CCP não tem relevância no quadro de AR. 
FALSO – O anticorpo anti-CCP é um novo marcador 
sorológico para a AR, com utilidade diagnóstica e 
prognóstica que suplementa o FR. A sua importância fica 
realçada diante da tendência atual de tratar a AR mais cedo e 
mais agressivamente com agentes que modificam o curso da 
doença. Assim, os anticorpos anti-CCP aparecem como uma 
alternativa de marcador imunológico específico para o 
diagnóstico da Artrite Reumatóide, especialmente útil para a 
abordagem das formas iniciais em que a doença não está 
plenamente desenvolvida. Além de sua propriedade 
diagnóstica, alguns autores têm sugerido que eles possuem 
valor prognóstico baseado em estudos que mostraram 
associação dos mesmos com formas mais erosivas da 
doença. 
Questão 09 - Em relação ao quadro clínico da AR, julgue 
os itens: 
A) A maioria dos pacientes está com cerca de 50 anos, 
sendo a idade média geralmente entre 50-55 anos. 
VERDADE – AR é mais frequente em mulheres e na faixa 
etária de 30 a 50 anos, com pico de incidência na quinta 
década de vida. 
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória 
crônica que pode afetar várias articulações. A causa é 
desconhecida e acomete as mulheres duas vezes mais do que 
os homens. Inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua 
incidência aumenta com a idade. Todas as faixas etárias 
podem ser acometidas, mas a doença é mais prevalente nos 
pacientes entre a 4ª e 6ª décadas de vida, com nítido 
predomínio no sexo feminino (2,5 a 3 vezes em relação ao 
sexo masculino). A AR acomete cerca de 1% da população 
adulta mundial, sendo uma das doenças reumáticas mais 
comuns. Tem predileção por mulheres numa proporção de 
3:1 homem, com pico de incidência dos 50 aos 75 anos, mas 
pode ocorrer em qualquer idade. 
B) A deformidade em pescoço de cisne é observada em AR 
avançada, com danos aos ligamentos e às articulações A 
rigidez matinal que dura mais de 1 hora é comumente 
relatada. 
VERDADE – As articulações inflamadas provocam rigidez 
matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição 
da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver 
deformidades e incapacidade para realização de suas 
atividades tanto de vida diária como profissional. As 
deformidades mais comuns ocorrem em articulações 
periféricas como os dedos em pescoço de cisne, dedos em 
botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (joanete). 
Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, o 
diagnóstico de artrite reumatóide é feito quando pelo menos 
4 dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos 6 
semanas: 
- Rigidez articular matinal durando pelo menos 1 hora 
- Artrite em pelo menos três áreas articulares 
- Artrite de articulações das mãos: punhos, interfalangeanas 
proximais (articulação do meio dos dedos) e 
metacarpofalangeanas (entre os dedos e mão) 
- Artrite simétrica (por exemplo no punho esquerdo e no 
direito) 
 Presença de nódulos reumatóides 
- Presença de Fator Reumatóide no sangue 
- Alterações radiográficas: erosões articulares ou 
descalcificações localizadas em radiografias de mãos e 
punhos. 
C) Na deformidade em botoeira há uma flexão de IFP com 
hiperextensão de IFD. 
VERDADE – Deformidades em “botoeira” (flexão das IFP 
e hiperextensão das IFD). 
A deformidade em botoeira pode resultar de laceração do 
tendão, deslocamento, fratura, osteoartrite ou artrite 
reumatoide. Classicamente, a deformidade é causada pela 
ruptura da fixação central anexada ao tendão extensor à base 
da falange medial, permitindo a protrusão da falange 
proximal (“botoeira”) entre as faces laterais do tendão 
extensor. Uma deformidade em botoeira consiste na flexão 
da articulação interfalangiana proximal (IFP) acompanhada 
de hiperextensão da articulação interfalangiana distal (IFD). 
 
D) O comprometimento é unicamente articular. 
FALSO – pode ter acometimento sistêmico. 
Os sintomas mais comuns são os da artrite (dor, edema, 
calor e vermelhidão) em qualquer articulação do corpo, 
sobretudo mãos e punhos. O comprometimento da coluna 
lombar e dorsal é raro mas a coluna cervical é 
frequentemente envolvida. Além das articulações, porém 
menos comumente, outros órgãos ou tecidos como a pele, 
unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, 
olhos e sangue podem apresentar alterações. A chamada 
Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos 
e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma 
crônica da AR) também pode ocorrer. 
Questão 10 - Em relação à AR, julgue os itens: 
A) O fator reumatoide é positivo em cerca de 99% dos 
pacientes com AR. 
FALSO – Fator reumatóide é um anticorpo contra a porção 
Fc da IgG, que por sua vez é um anticorpo. O fator 
reumatóide e a IgG se unem para formar complexos imunesque contribuem para causar doenças reumatológicas. O fator 
 
reumatóide pode ser medido através de exame de sangue em 
pacientes com suspeita de artrite reumatoide. 
É encontrado no soro de cerca de 70% dos pacientes com 
artrite reumatoide e correlaciona-se estatisticamente com 
pior prognóstico (níveis mais elevados associam-se à doença 
agressiva, presença de nódulos reumatoides e manifestações 
extra-articulares). 
B) O anti-CCP pode ser positivo quando o FR for negativo. 
VERDADE - Dosagem CCP: não é obrigatório mas pode 
auxiliar em dúvida diagnostica (FR negativo pede CCP). 
Recentemente diversos anticorpos contra antígenos do 
sistema filagrina-citrulina foram estudados na artrite 
reumatoide, sendo que anticorpos contra peptídeos 
citrulinados cíclicos (anti-ccp) demonstraram maior 
aplicabilidade clínica. Trata-se de um exame com elevada 
sensibilidade (81%) e especificidade (até 98% - ELISA II) 
para artrite reumatóide, sendo útil sobretudo no subgrupo de 
pacientes com artrite na fase inicial e FR negativo. Sua 
pesquisa é útil na investigação de artrites inflamatórias 
indiferenciadas e parece agregar valor prognóstico adicional 
ao FR. 
C) Corticosteroide e/ou anti-inflamatório não esteroidal 
podem ser usados para controlar os sintomas em pacientes 
com doença em estágio inicial ou naqueles com exacerbação 
aguda da atividade da doença. 
VERDADE – O tratamento medicamentoso vai variar de 
acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade, 
devendo ser mais agressivo quanto mais agressivo for a 
doença. Os antiinflamatórios são a base do tratamento 
seguidos de corticóides para as fases agudas e drogas 
modificadoras do curso da doença, a maior parte delas 
imunossupressoras. Mais recentemente os agentes 
imunobiológicos passaram a compor as opções terapêuticas. 
O tratamento com antiinflamatórios deve ser mantido 
enquanto se observar sinais inflamatórios ou o paciente 
apresentar dores articulares. O uso de drogas modificadoras 
do curso da doença deve ser mantido indefinidamente. O 
tratamento medicamentoso é sempre individualizado e 
modificado conforme a resposta de cada doente. Em alguns 
pacientes há indicação de tratamento cirúrgico, dentre eles 
cita-se a sinovectomia para sinovite persistente e resistente 
ao tratamento conservador, artrodese, artroplastias totais, etc 
D) Artrite psoriática é um diagnóstico diferencial de AR 
VERDADE – O diagnóstico diferencial varia em 
apresentações diferentes dos pacientes, mas devem incluir 
lúpus eritematoso sistêmico, artrite psoriásica e gota. 
O acometimento das IFD é útil para diferenciar artrite 
reumatóide de outras condições, como osteoartrose e artrite 
psoriásica, uma vez que é raro na artrite reumatóide.

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