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Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS SO - 3 Tecido Nervoso / BHE: correlação clínica. Caso Clínico: Meninges: ✓ Pia mater (mais interna). Mais fina – LEPTOMENINGE. ✓ Aracnoide: Vai formar o espaço subaracnóideo, onde vai circular o liquor. Mais fina – LEPTOMENINGE. ✓ Dura mater (mais externa). A mais espeça – PAQUEMENINGE. A DURA MATER do crânio é diferente da Dura mater da medula espinal, porque na Dura mater do encéfalo há 2 folhetos: Um mais externo (grudado no osso) chamado de Camada ou Folheto Periosteal, e um mais interno chamado Membrana Meníngea. Dura mater = Folheto Periosteal + Membrana Meníngea. Em Geral a meningite ocorre nas Leptomeninges (mais finas). A bactéria após uma infecção (Ex: respiratória) em geral vai acometer os linfonodos e depois acometer a circulação sistêmica e através dos plexos coroides e pequenos vasos meníngeos ela consegue atingir o sistema nervoso. Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Entre a Dura mater e o periósteo (calota craniana) existe um espaço virtual (Espaço epidural ou extra dural falso) que vai ser preenchido em hemorragias cerebrais e na meningite. Além desse espaço pode haver outros espaços que podem estar repletos de liquido, pus por causa do processo inflamatório causando uma hipertensão intracraniana. Na medula há um Espaço epidural verdadeiro, significa que a pia mater está grudada na medula espinal, depois vem a aracnoide intermediariamente e voltada para as vertebras a dura mater. Só que entre o folheto da dura mater e as vertebras há um espaço que não é virtual, é um espaço que é preenchido por tecido adiposo e pelo plexo venoso medular. A importância é que esse plexo venoso é uma via comum de metástase hematogênica para as vertebras e a medula espinal. A Dura mater, no crânio, vai ser separada em 2 folhetos (externo e interno) pelo seio venoso dural, dando origem a 2 espaços. É pelos seios venosos durais que o fluxo sanguíneo venoso do encéfalo é drenado e vai desembocar na jugular interna. Outra importância do seio venoso dural é a reabsorção do liquor – depois que o liquor é produzido nos ventrículos, ele circula banhando todo o encéfalo e a medula, depois em sua maioria vai haver uma reabsorção através de projeções que vem da aracnoide (granulações aracnoideas), por fim essas projeções vão jogar o liquor no seio venoso dural que por conseguinte vai para a circulação sanguínea. Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS A dura mater que vai formar os seios durais quando se divide. Estes seios são basicamente vasos que são compostos por dura mater e pelos endotélios e vão receber toda drenagem do sangue venoso vindo do encéfalo. No espaço Subaracnóideo vai haver a circulação do liquor e vai haver a presença de vasos, veias e artérias, que vão ser os vasos primários que vão se ramificar depois no encéfalo para fazer a nutrição. É importante que esses vasos estejam banhados no liquor e apoiados pelas trabéculas da aracnoide porque isso diminui possíveis lesões nos vasos no caso por exemplo de um pico hipertensivos ou então no caso de trauma, já que esse liquor ajuda a distribuir a força aplicada. – ESSE É UM DOS MECANISMOS DE DEFESA DO SISTEMA NERVOSO PARA QUE ALTAS VARIAÇÕES DA PRESSÃO ARTERIAL SISTEMICA / MÉDIA NÃO SEJAM TÃO SENTIDOAS PELOS NEURONIOS QUE SÃO FRAJEIS. Isso diminui as frequências de AVC´s hemorrágicos. Quando há a abertura do crânio só é possível ver a dura mater pois na hora que puxa a dura mater a aracnoide e suas trabéculas se rompem. Pregas durais: A dura mater além de formar os seios durais vai também emitir projeções que vão formar as pregas / estruturas que vão servir para sustentar / estabilizar os seios durais venosos. Espaço Subaracnóideo VISÃO FRONTAL Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS FOICE DO CEREBRO: É uma membrana de dura mater que está abaixo do o seio sagital superior e acima do seio sagital inferior. Ele vai dividir parte dos hemisférios cerebrais em esquerdo e direito. A parte poster da dura mater vai descer e se espalhar transversalmente / horizontalmente para direita e esquerda, isso vai dar origem a Tenda do Cerebelo direita e esquerda. Essa tenda vai se grudar a outro seio, o Seio Reto. A Veia Cerebral Magna é uma veia verdadeira calibrosa é a principal veia que drena o sangue venoso das estruturas profundas do encéfalo. Essa veia vai se encontrar com o Seio Reto e o Seio Sagital Inferior. VISÃO SAGITAL Tenda do Cerebelo O Seio Sagital inferior vai drenar para o Seio Reto e este vai fixar essa prega da dura mater que é a Tenda ou Tentório do Cerebelo, que vai dividir a fossa media e a fossa anterior que está no espalho supratentorial do espalho infratentorial. VEIA CEREBRAL MAGNA OU VEIA DE GALENO Os seios durais são VEIAS FALSAS. FOICE DO CEREBELO SEIO OCCIPITAL Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS SEIO TRANSVERSO: Está horizontal, está na mesma posição que a tenda do cerebelo. Possui lados direito e esquerdo. Mais calibroso. SEIO VENOSO OCCIPITAL: Está na mesma direção que a Foice do Cerebelo. Mais fino. CONFLUÊNCIA DOS SEIOS: É o ponto de encontro da drenagem venosa pelos seios durais do encéfalo, Seios transversos, Seio Sagital Superior, Seio Reto, Seio Occipital. Caminho da drenagem: Grande parte de sangue venoso que chega pelos seios na confluência chega geralmente através do seio sagital superior e do seio reto. Este sangue então vai ser drenado pelos seios transversos que vão partir para o seio sigmoide (continuação do seio transverso) e depois vão para a veia jugular interna. Se esse sangue passa para o seio occipital este vai ser drenado por outros seios que estão na base do crânio, mas também vai terminar na veia jugular interna. TODA DRENAGEM DOS SEIOS DURAIS VÃO ACABAR NAS JUGULARES INTERNAS. O seio sagital superior e o seio reto vão drenar na sua grande maioria a parte supratentorial do encéfalo, já o seio occipital vai drenar parte do sangue supratentorial e parte do sangue infratentorial. Sistema Ventricular: Esse sistema ventricular é responsável pela produção e distribuição de liquor para o espaço subaracnoide para que este banhe o encéfalo e a medula. A produção de grande parte do liquor acontece nos plexos coroideos (são modificações das células ependimárias). Os dois ventrículos laterais vão drenar o liquor para o terceiro ventrículo que fica na parte medial (só tem um). Esse terceiro ventrículo vai drenar o liquor para outro ventrículo, o quarto ventrículo, que é formado em sua maioria pelo tronco encefálico, porção posterior do bulbo e da ponte (vão formar o assoalho / chão do quarto ventrículo). AQUEDUTO CEREBRAL ou AQUEDUTO MESENSEFALICO ou AQUEDUTO DE SYLVIOS: Ele liga o terceiro ventrículo com o quarto ventrículo. Como ele é grande facilmente ele é comprimido em hipertensão intracraniana, tumores... Ao se comprimir esse aqueduto o liquor vai começar a se acumular, com isso o terceiro ventrículo e os ventrículos laterais, que ficaram acima dessa compressão, vão acabar aumentando de tamanho HIDROCEFALIA secundaria a uma compressão tumoral do aqueduto de sylvius. Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Suponde que o liquor vai ser produzido normalmente sem nenhuma compressão, este vai chegar ao quarto ventrículo, onde vai haver 3 aberturas que vão drenar para o espaço subaracnóideo para que este liquor comece a circular / banhar o encéfalo e medula espinal. Essas aberturas são 2 forames laterais Forame de Luschka e 1 forame mediano Forame de Mangedie. Depois que o liquor cai no espaço subaracnoide este irá circularpelo encéfalo e medula depois vai ser reabsorvido nas granulações e voltar para corrente sanguínea. Cisternas Subaracnóideas: A aracnoide vai emitir trabéculas aracnoideas (teias) que vão grudar na pia mater. Na porção mais interna do cérebro, por conta dos giros, o espaço subaracnoide acaba sendo maior, com isso passa a ter o nome cisternas subaracnóideas – locais com maior Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS quantidade de liquor acumulado. A MAIS FAMOSA É A CISTERNA MAGNA ou CISTERNA OCCIPITAL, que está localizada entre o occipital e o tronco encefálico com o cerebelo acima, é nesse local que realiza a punção liquórica ou punção suboccipital pois está localizada na suboccipital. Liquor: LCR NORMAL: ▪ ASPACTO: Transparente / limpo ▪ COR: de acordo com a intensidade do pigmento após centrifugar. ▪ PRESSÃO: de 8 à 20 cm de H2O ▪ CELULARIDADE: 0 a 5 cels/mm3 ▪ GLICORRAQUIA: glicemia liquórica 2/3 da glicose serica ▪ PROTEINA: varia com o local da punção PUNÇÃO LOMBAR: Vai ser realizada na cisterna lombar, abaixo de L1 e L2 preferencialmente abaixo da borda de L3, porque a medula espinal vai acabar no nível de L1 L2 com o cone medular e por segurança se faz a punção abaixo de 3 vertebra ou até mesmo bem próximo a 4 vertebra lombar. Se pede para que o paciente flexione o tronco hiperextendendo a coluna justamente para aumentar o espaço intervertebral entre os processos espinhosos para poder ter sucesso na hora de colher o liquor. Se esse espaço não tiver devidamente aberto vai haver uma pancada na agulha, com isso o médico deve tirar a agulha e fazer a técnica toda de novo com outros materiais. Além da punção na Cisterna Magna outro local que faz punção é a lombar. Caso haja desconfiança de hipertensão craniana NÃO deve fazer a lombar, pois pode acabar sugando o cerebelo e o bulbo matando o paciente, isso por causa da alta pressão – colhe na cisterna magna. Pressão é maior na lombar do que na cisterna magna, coluna de liquor é maior na lombar. Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Meningite: CONCEITO: Processo inflamatório das membranas leptomeninges (pia mater e aracnóide) extensivo ao espaço subaracnoide, cuja reação inflamatória e detectada no liquor. O agente infeccioso pode chegar pelos plexos ou até pela própria meninge. Infecção + inflamação na aracnoide = edema (liberação de citocinas). Granulação da aracnoide vai ficar inflamada e vai diminuir a reabsorção de liquor no seio dural, logo vai haver mais liquor no espaço subaracnoide, a inflamação da aracnoide e da pia mater vai diminuir o espaço da subaracnoide. Vai haver inflamação das meninges, principalmente das leptomeninges, essas meninges vão estar inflamadas / infectadas e vão inchar, hipertrofiar, se espessar, tanto pelo acumulo de liquido como pelo acumulo de células. Na hora que elas se espeçam elas dificultam a circulação do liquor, além disso como é um processo inflamatório disseminado no espaço subaracnoide vai haver vasodilatação no parênquima cerebral / tecido cerebral o que vai geral edema cerebral e também citocinas próximas ao encéfalo e além de tudo isso vai haver inflamação das granulações da aracnoide que vai diminuir a reabsorção de liquor no seio dural. Se for uma infecção bacteriana vai haver liberação de fatores / excretas purulentas, então o liquor vai se tornar viscoso, vai se tornar purulento, o que vai aumentar a densidade do liquor e vai prejudicar ainda mais essa circulação. Esse liquor vai ocupar a maior parte do espaço subaracnoide. Se essa bactéria conseguir penetrar no tecido nervoso deixa de ser uma meningite somente e passa a ser uma meningoencefalite (processo infeccioso que está acometendo a meninge e o encéfalo). Além da possibilidade de infecção no cérebro há a possibilidade também de aumentar a pressão intracraniana e com isso se a infecção for muito agressiva vai haver também uma hernia, uma migração de estruturas cerebrais para locais onde tem espaço, sendo esse espaço as cisternas e as fissuras, os grandes sulcos que tem no encéfalo. Isso vai causar um desvio de estruturas que pode levar a ex: uma compressão do bulbo, compressão do nervo Optíco ... causando as chamadas herniações. VIAS DE INFACÇÃO: ✓ Disseminação hematogênica (bacteremia / nasofaringe colonizada) ✓ Contiguidade (foco infeccioso continuo como sinusite, otite – mais comum na média purulenta na faixa pediátrica e mastoidite) RESUMO: Vai haver uma inflamação do espaço subaracnoide e das meninges com represamento de liquor, diminuição da absorção de liquor e se for bacteriana com uma secreção purulenta dentro do espaço subaracnoide que vai gerar inflamação também em todos os lugares inclusive na medula espinal. Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS ✓ Continuidade ou invasão direta (TCE, fistula liquórica – quando há o rompimento de alguma membrana meníngea e que o liquor se exterioriza EX: nasal) CLASSIFICAÇÃO: ✓ Aguda (pirogênica ou bacteriana; asséptica ou viral – porque o liquido fica mais claro e há menos células do que à bacteriana) ✓ Crônica (tuberculose ou fúngica) – pesquisar imunodeficiência. PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES CLINICA: ✓ Tríade da meningite: cefaleia / febre / meningismo; - (rigidez na nuca) NÃO encontra meningismo em pacientes até 5 anos. ✓ Cefaleia difusa e intensa; ✓ Fotofobia / febre / vomito em jato – A pessoa vomita sem náusea, o vomito é grande indicação de hipertensão craniana pois indica que já está tendo compressão do centro do vomito que fica no tronco encefálico. ✓ Crises convulsivas; - compressão do parênquima cortical. ✓ Petéquias; ✓ Alterações de nervos cranianos; ✓ Rigidez de nuca (sinais de Kerning e Brudzinski) – NEM sempre os sinais estão presentes, principalmente na pediatria até os 5 anos PETÉQUIAS: são manchas causadas pela dilatação do vaso. (menor) PURPURA: já há uma hemorragia pequena. Uma purpura maior ou até uma equimose que é bem maior – sinal de alerta. Ana Inês Aguiar – MEDICINA, UNIFACS Hemorragias Cerebrais: TIPOS: ▪ Hemorragia Epidural – Entre o osso e a dura mater, tratamento cirúrgico ▪ Hemorragia Subdural – Entre a aracnoide e a dura mater. Pode ser agudo ou crônico. Tratamento clinico com corticoide. ▪ Hemorragia Subaracnoide – Ocorre com a ruptura dos grandes vasos que estão banhados pelo liquor no espaço subaracnoide. ▪ Hemorragia Intracerebral – Proveniente da ruptura, geralmente, de micro vasos dentro do tecido nervoso (dentro do encéfalo). EPIDURAL SUBDURAL SUBARACNÓIDE INTRAPARENQUIMATOSA