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Estrutura Conceitual para Elaboração 
e Divulgação de Informação Contábil 
de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitor de Administração Acadêmica
Carlos de Oliveira Varella
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
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Produção: Fábrica de Soluções Unigranrio Desenvolvimento do material: Anderson Sampaio
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Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitora de Ensino de Graduação
Hulda Cordeiro Herdy Ramim
Pró-Reitora de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão
Nara Pires
Sumário
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação 
Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público
Objetivos .......................................................................................... 04
Introdução ........................................................................................ 05
1. Classificação das Despesas Públicas ........................................ 06
1.1 Classificação Institucional ...................................................... 06
1.2 Classificação Funcional ......................................................... 07
1.3 Classificação por Programas .................................................. 08
1.4 Classificação Segundo a Natureza .......................................... 14
Síntese ............................................................................................ 18
Referências ...................................................................................... 19
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
 ▪ Classificar a estrutura das despesas e gastos públicos.
4 Finanças Públicas
Introdução
Nesta unidade de aprendizagem, apresentaremos as classificações 
utilizadas na elaboração dos orçamentos, bem como as suas metodologias 
e razões.
As classificações das despesas públicas possuem as seguintes 
classificações: institucional, funcional, por programas e segundo a natureza. 
Conhecendo o funcionamento dessas classificações, os cidadãos poderão 
avaliar como os políticos pretendem utilizar o dinheiro público.
5Finanças Públicas
1. Classificação das Despesas Públicas
A classificação das contas do orçamento é muito importante, pois a 
forma como elas são escolhidas e estruturadas pode sensibilizar as informações 
analisadas e, por conseguinte, as conclusões aferidas.
Além disso, existe certa variedade de objetivos que a classificação 
orçamentária deve atender e eles se traduzem em múltiplos critérios a serem 
utilizados. Para Burkhead (1971, p.146-147), as contas do orçamento devem:
 ▪ Facilitar a formulação de programas;
 ▪ Contribuir para a efetiva execução do orçamento;
 ▪ Servir ao objetivo da prestação de contas;
 ▪ Viabilizar a análise dos efeitos econômicos das atividades 
governamentais.
1.1 Classificação Institucional
A classificação institucional tem por objetivo mostrar os órgãos 
responsáveis pelo gasto do orçamento. Ela permite não apenas delinear as 
incumbências desses destes órgãos, mas também avaliá-los posteriormente.
Segundo os artigos 13 e 14 da Lei 4.320/64, a classificação institucional 
possui duas categorias: órgão e unidade orçamentária. A primeira diz 
respeito ao órgão do governo, e a segunda à qual parte do órgão se destinará o 
orçamento. É a unidade orçamentária que planeja, elabora, executa e controla 
a sua parcela correspondente do orçamento.
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços 
subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas 
dotações próprias. (BRASIL, 1964)
Esse modelo é seguido para a elaboração dos orçamentos do Distrito 
Federal, estados, municípios e também pela administração indireta (autarquias, 
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).
6 Finanças Públicas
Um exemplo da classificação institucional é o Colégio Pedro II, do 
Rio do Janeiro, que representa uma unidade orçamentária do Ministério da 
Educação, que, por sua vez, faz parte do Poder Executivo.
Orçamento Público 
Assista ao vídeo indicado para aprender mais sobre o orçamento 
público, o seu papel e a sua estrutura. 
1.2 Classificação Funcional
A classificação funcional tem o propósito de apontar como o orçamento 
está sendo gasto, de acordo com os segmentos em que o Estado atua. Assim, 
são consideradas 29 funções, divididas em 109 subfunções, essa forma de 
classificação possibilita que os eleitores saibam em quais áreas o governo 
eleito está gastando mais.
Por exemplo, ao analisar a função 12 (educação) é possível diferençar 
se o Ensino Fundamental está recebendo mais recursos que o Ensino Médio. 
Na função 10, referente à saúde, pode-se verificar se a subfunção “Alimentação 
e Saúde” realmente está recebendo o investimento prometido.
Veja, a seguir, o Anexo da Portaria nº 42 - Funções do Governo:
1. Legislativa 031 – Ação legislativa
2. Judiciária 061 – Ação judiciária
3. Essencial à justiça 091 – Defesa da ordem jurídica
4. Administração
5. Defesa nacional
6. Segurança pública
7. Relações Exteriores 211 – Relações Diplomáticas
8. Assistência social
9. Previdência Social
10. Saúde
Saiba Mais
Assista agora
7Finanças Públicas
https://www.youtube.com/watch?v=--9gXNJtZWM
https://www.youtube.com/watch?v=--9gXNJtZWM
https://www.youtube.com/watch?v=--9gXNJtZWM
11. Trabalho
12. Educação
13. Cultura 391 – Patrimônio histórico, artístico e arqueológico
14. Direitos da cidadania
15. Urbanismo
16. Habitação 481 – Habitação rural
17. Saneamento 511 – Saneamento básico rural
18. Gestão ambiental
19. Ciência e tecnologia
20. Agricultura
21. Organização agrária 631 – Reforma agrária
22. Indústria
23. Comércio e serviços
24. Comunicações 721 – Comunicações postais
25. Energia
26. Transporte
27. Desporto e lazer
28. Encargos especiais
(BRASIL, 1999).
1.3 Classificação por Programas
O objetivo da classificação por programa é verificar os feitos do governo 
em favor da sociedade. Segundo o art. 2º da Portaria 42/1999, ela se divide 
em quatro categorias:
a. Programa: instrumento de organização da ação governamental 
visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado 
por indicadores estabelecidos no plano plurianual;
b. Projeto: instrumento de programação para alcançar o objetivo de 
um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no 
tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão 
ou o aperfeiçoamento da ação de governo;
8 Finanças Públicas
c. Atividade: instrumento de programação para alcançar o objetivo 
de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se 
realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um 
produto necessário à manutenção da ação de governo;
d. Operações especiais: as despesas que não contribuem para a 
manutenção das ações de governo, das quais não resulta um 
produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de 
bens ou serviços;
A categoria mais importante é o programa, pois ele é organizado de forma a atingir 
os objetivos pretendidos pela administração pública. 
Para o Plano Plurianual (PPA), o programa é tido como o seu elemento de 
organização mais importante. Contudo, antes de falar dessa importância, é preciso 
definir o que é o PPA. O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento previsto no art. 
165 da Constituição Federal. 
Por meio desse instrumento, o governo declara o seu conjunto de políticas públicas 
e os caminhos que devem ser trilhados para alcançar as metas previstas que farão 
cumprir os objetivos que a sociedade anseia. Ele deve ser encaminhado ao Congresso 
pelo Executivo até o dia 31 de agosto do primeiro ano de cada governo, para tervigência a partir do ano seguinte até o primeiro ano do próximo governo. Dessa 
forma, é possível ter continuidade administrativa e permite que o novo governo avalie 
a continuidade das partes do plano anterior.
Assim, segundo o Projeto de Lei do Plano Plurianual 2008-2011, 
temos a importância do projeto:
O elemento organizativo central do PPA é o Programa, entendido 
como um conjunto articulado de ações orçamentárias, na forma de projetos, 
atividades e operações especiais, e ações não-orçamentárias, com intuito de 
alcançar um objetivo específico. Os programas estruturam o planejamento 
da ação governamental para promover mudanças em uma realidade concreta, 
sobre a qual o Programa intervém, ou para evitar que situações ocorram de 
modo a gerar resultados sociais indesejáveis. Os programas também funcionam 
como unidades de integração entre o planejamento e o orçamento. O fato de 
que todos os eventos do ciclo de gestão do Governo Federal estão ligados a 
Importante
9Finanças Públicas
programas garante maior eficácia à gestão pública. Os programas funcionam 
como elementos integradores do processo de planejamento e orçamento, ao 
estabelecerem uma linguagem comum para o PPA, a definição de prioridades 
e metas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a elaboração dos 
Orçamentos Anuais e a programação orçamentária e financeira. O êxito na 
execução do Plano é expresso pela evolução de indicadores, que possibilitam 
a avaliação da atuação governamental em cada programa, e do conjunto de 
programas por meio dos indicadores associados aos objetivos de governo. 
Dessa forma, pretende-se assegurar a convergência dos meios na 
direção dos objetivos a alcançar.
Art. 3o São prioridades da administração pública federal para o 
período 2016- 2019:
Art. 3o São prioridades da administração pública federal para o 
período 2016- 2019:
I - as metas inscritas no Plano Nacional de Educação (Lei no 
13.005, de 25 de junho de 2014);
II - o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, identificado 
nas leis orçamentárias anuais por meio de atributo específico; e
III - o Plano Brasil sem Miséria - PBSM, identificado nas leis 
orçamentárias anuais por meio de atributo específico.
A partir do Projeto de Lei Plurianual 2012-2015, algumas mudanças 
foram adotadas e ele passou a ter tipos de programa:
 ▪ Programa Temático (antes chamado de finalístico): onde constam 
os objetivos do governo relacionados às políticas públicas que 
irão orientar a ação do governo para que ele possa entregar bens e 
serviços à sociedade;
 ▪ Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: expressa 
o conjunto de ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção 
da atuação governamental.
Segundo o art. 6º do Projeto de Lei do Plano Plurianual da União 
para o período de 2016 a 2019, a composição do programa temático se dá da 
seguinte forma: Objetivos, Indicadores, Valor Global e Valor de Referência.
10 Finanças Públicas
Programa: 2021 – Ciência, Tecnologia e Inovação
Indicadores Unidade de medida
Valor 2017 (mil R$) Valor 2017-2019 (mil R$)
Data Índice
Dispêndio nacional em Ciência e 
Tecnologia (C&T) em relação ao 
Produto Interno Bruto (PIB)
% 31/12/2014 1,6700
Dispêndio nacional em pesquisa e 
desenvolvimento (P&D) em relação ao 
Produto Interno Bruto (PIB)
% 31/12/2014 1,2700
Número de pedidos de patentes 
depositados no Instituto Nacional 
da propriedade industrial (INPI) por 
residentes no país
Unidade 
por ano 31/12/2014 7.247,0000
Participação das regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste no total de 
pessoal ocupado técnico-científico
% 31/12/2014 20.8600
Participação das regiões Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste no total de pessoal ocupado 
técnico-científico
Participação do Brasil em relação ao total 
mundial em número de artigos publicados 
em periódicos indexados pela Scopus
% 31/12/2014 2,5700
Participação do pessoal ocupado 
técnico-científico no total de ocupações % 31/12/2014 1,4400
Participação do setor empresarial nos 
dispêndios nacionais em Pesquisa e 
Desenvolvimento (P&D)
% 31/12/2014 47,1000
Percentual de empresas industriais com 
mais de 500 pessoas ocupadas que 
inovaram- média móvel dos últimos 
quatro trimestres
% 31/12/2014 47,5800
11Finanças Públicas
Recursos do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento Científico e 
tecnológico (FNDCT) investidos nas 
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
% 31/12/2014 27,1000
Tabela 1: Programa 2021 - Ciência, Tecnologia e Inovação. Fonte: Anexo I do PPA 2016-2019.
O Objetivo expressa as realizações almejadas pela intervenção 
governamental.
a. Órgão Responsável: aquele cujas atribuições mais contribuem 
para a implementação do Objetivo ou da Meta;
b. Meta: mede o alcance do Objetivo, podendo ser de natureza 
quantitativa ou qualitativa; e
c. Iniciativa: onde é feita a declaração dos meios e mecanismos de 
gestão que viabilizem os Objetivos e suas Metas, explicitando a 
lógica da intervenção.
Iniciativas
04LO - Promoção da formação e captação de recursos humanos nas 
Engenharias e demais áreas tecnológicas, com ênfase no processo 
de parcerias CNPq/Empresas.
O Indicador representa uma referência que permite identificar e aferir, 
periodicamente, aspectos relacionados a um Programa, auxiliando a avaliação 
dos seus resultados.
Esfera Valor 2016 (mil R$)
Valor 2017 
(mil R$)
Valor 2017-2019 
(mil R$)
Orçamentos fiscal e da seguridade social
Despesas correntes
Despesas de capital
3.110.161
2.676.833
433.328
3.673.591
3.064.933
608.658
7.750.734
6.466.556
1.284.178
Recursos extraorçamentários
Créditos e demais fontes
Gastos tributários
17.325.419
8.372.000
8.953.419
13.343.459
3.867.000
9.476.459
29.611.576
8.317.931
21.293.645
12 Finanças Públicas
Valores globais
20.435.580 17.017.050 37.362.310
74.814.940
Tabela 2: Indicador. Fonte: Anexo I do PPA 2016-2019.
O Valor Global do Programa aponta a uma estimativa dos recursos 
orçamentários e extra orçamentários previstos para a consecução dos 
Objetivos, apresentando segregação nas esferas Fiscal e da Seguridade Social e 
na esfera de Investimento das Empresas Estatais, com as respectivas categorias 
econômicas (Anexo I do PPA 2016-2019).
Objetivo: 0497 – promover a formação, capacitação e fixação de 
recursos humanos qualificados voltadosà ciência, tecnologia e inovação
Orgão responsável: Ministério da ciência tecnologia, inovações 
e comunicações
Metas 2016-2019
 ▪ 019Y – conceder anualmente 17.000 bolsas-ano de produtividade 
em pesquisa pelo conselho nacional de desenvolvimento científico 
e tecnológico (CNPq) no país. 
Orgão responsável: Ministério da ciência tecnologia, inovações 
e comunicações.
 ▪ 019Z – alcançar o número de 22.000 bolsas de mestrado e 
doutorado concedidas pelo conselho nacional de desenvolvimento 
científico e tecnológico (CNPq) no país. 
Orgão responsável: Ministério da ciência tecnologia, inovações 
e comunicações.
 ▪ 01A0 – conceder 5.100 bolsas voltadas para a internacionalização 
do ensino superior e da ciência tecnologia e inovação brasileira 
pelo conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico 
(CNPq) prioritariamente pelo programa ciência sem fronteiras 
Orgão responsável: Ministério da ciência tecnologia, inovações 
e comunicações.
13Finanças Públicas
 ▪ 01A1 – conceder anualmente 41.000 bolsas-ano voltadas para a 
pesquisa pelo conselho nacional de desenvolvimento científico e 
tecnológico (CNPq) no país. 
Orgão responsável: Ministério da ciência tecnologia, inovações 
e comunicações.
Enquanto que o Valor de Referência, que é o parâmetro financeiro 
utilizado para fins de individualização de empreendimento, estabelecido por 
Programa Temático e especificado para as esferas Fiscal e da Seguridade Social 
e para a esfera de Investimento das Empresas Estatais.
Valor de referência para individualização de mpreendimentos como iniciativas (mil R$)
Orçamentos fiscal e da seguridade social 50.000
Tabela 3: Valor de Referência. Fonte: Anexo I do PPA 2016-2019.
Panorama Ipea - O novo PPA (2016 - 2019)Conheça mais sobre esse documento, que estabelece um conjunto de 
metas e desafios para as políticas públicas do governo em um 
período de quatro anos. . 
1.4 Classificação Segundo a Natureza
A classificação segundo a natureza está dividida em categorias 
econômicas, grupos, modalidades de aplicação e elementos.
A classificação por categorias econômicas foi fortemente difundida 
pela ONU e visa elucidar as consequências do dispêndio público sobre 
a economia. Isso porque, para o cálculo do Produto Interno Bruto 
(PIB), são levadas em consideração as receitas, despesas e investimentos 
do governo. O cálculo do PIB pode ser feito sob três óticas diferentes: 
produção, renda e despesa.
Saiba Mais
Assista agora
14 Finanças Públicas
https://www.youtube.com/watch?v=jaEsPYXBSH4
https://www.youtube.com/watch?v=jaEsPYXBSH4
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A ótica da produção para o cálculo do PIB leva em consideração o 
valor gerado pelos três ramos da atividade econômica: agricultura, indústria 
e serviços. Na ótica da renda são consideradas as remunerações pagas aos 
fatores de produção como aluguéis, salários, dividendos, lucros, juros etc. 
Já a ótica da despesa considera-se o consumo das famílias e do governo e o 
investimento feito por esses agentes mais as empresas.
Assim, podemos mensurar a contribuição que o governo deu à renda 
nacional e se ele tem papel relevante na formação de capital da nação. É muito 
importante, no caso brasileiro, saber o papel do governo no comportamento 
da inflação. Para facilitar essa identificação, existem duas categorias dentro 
da classificação econômica: despesas correntes – relacionadas ao consumo do 
governo sob a ótica da despesa do PIB – e despesas de capital.
Segundo a Lei 4.320, as primeiras se referem ao fornecimento de bens 
e serviços correntes e se subdividem em:
 ▪ Despesas de custeio: dotações para manutenção de serviços 
anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de 
conservação e adaptação de bens imóveis;
 ▪ Transferências correntes: dotações para despesas às quais não 
corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive 
para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação 
de outras entidades de direito público ou privado.
Já as despesas de capital referem-se às ligadas a bens de capital, 
concessões de empréstimos e amortizações de dívidas.
Segundo a Portaria Interministerial nº 163/2001, dentro das duas 
categorias econômicas, encontram-se três grupos em cada uma. Nas despesas 
correntes, estão: pessoal e encargos sociais; juros e encargos da dívida e, 
outras despesas correntes. Já nas despesas de capital, temos: investimentos; 
inversões financeiras e amortização da dívida.
 ▪ Pessoal e encargos sociais: despesas orçamentárias com pessoal 
ativo, inativo e pensionistas, relativas a mandatos eletivos, 
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de 
15Finanças Públicas
Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, por exemplo, 
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos 
da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, 
gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer 
natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas 
pelo ente às entidades de previdência, conforme estabelece o 
caput do art. 18 da Lei Complementar 101, de 2000.
 ▪ Juros e encargos da dívida: despesas orçamentárias com 
pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações 
de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida 
pública mobiliária.
 ▪ Outras despesas correntes: despesas orçamentárias com aquisição 
de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, 
subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de 
outras despesas da categoria econômica “Despesas Correntes” 
não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.
 ▪ Investimentos: despesas orçamentárias com softwares e com o 
planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição 
de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, 
e com a aquisição de instalações, equipamentos e material 
permanente. 
 ▪ Inversões financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição 
de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de 
títulos representativos do capital de empresas ou entidades de 
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe 
aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital 
de empresas, além de outras despesas classificáveis nesse grupo.
 ▪ Amortização da dívida: despesas orçamentárias com pagamento 
e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou 
cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.
A terceira categoria referente à classificação segundo a natureza são 
as modalidades de aplicação. Como o próprio nome indica, as modalidades 
mostram como a aplicação dos recursos acontecerá, e sua principal função 
é eliminar a dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados. 
Ela pode ocorrer: 
16 Finanças Públicas
I. via transferência financeira:
a. a outras esferas de governo, seus órgãos, fundos ou entidades; 
b. a entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições; 
II. diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou 
por outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo. 
Nas leis orçamentárias a especificação da modalidade observa, no 
mínimo, o seguinte detalhamento: 
I. governo estadual – modalidade 30; 
II. administração municipal - 40; 
III. entidade privada sem fins lucrativos - 50; 
IV. consórcios públicos - 71; 
V. aplicação direta - 90; 
VI. aplicação direta decorrente de operação entre órgãos, fundos e 
entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade 
Social - 91.
As outras modalidades de aplicação podem ser consultadas no Anexo 
II da Portaria Interministerial nº 163/2001.
O último nível da classificação segundo a natureza corresponde aos 
elementos. Eles têm o fim de elucidar o conteúdo das despesas. É o nível 
mais detalhado do orçamento. Podemos encontrar elementos, como: auxílio-
fardamento, serviços de consultoria, auxílio-transporte e outros.
Apesar da Lei º 4.320/64 estabelecer que a discriminação da despesa 
far-se-á, no mínimo por elementos, a Portaria Interministerial nº 163/2001 
determina que o nível mínimo da discriminação se dará por categoria 
econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação. 
Assim, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional o detalhamento por 
elemento na lei orçamentária passou a ser opcional. Estando presente apenas 
no momento da sua execução.
17Finanças Públicas
Síntese
Nesta unidade de aprendizagem, apresentamos as classificações 
utilizadas na elaboração dos orçamentos, as suas metodologias e razões.
Além disso, você conheceu as seguintes classificações das despesas 
públicas: institucional, funcional, por programas e segundo a natureza. Tendo 
o conhecimento de como funcionam as classificações, temos o dever cívico 
de avaliar como os políticos pretendem usar dinheiro do povo e propagar tal 
conhecimento.
18 Finanças Públicas
Referências 
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional 
de Educação - PNE e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm>. Acesso 
em: 21 ago. 2018.
______. Lei nº 13.249, de 13 de janeiro de 2016. Dispõe sobre o Plano 
Plurianual para o período 2016-2019. Diário Oficial [da República Federativa 
do Brasil], Brasília, 14 de janeiro de 2016. Disponível em: <http://www2.
camara.leg.br/legin/fed/lei/2016/lei-13249-13-janeiro-2016-782255-veto-
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______. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de 
Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços 
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm>.Acesso 
em: 21 ago. 2018.
______. Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999. Atualiza a discriminação da 
despesa por funções de que tratam o inciso I do § 1o do art. 2o e § 2o do art. 
8o, ambos da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos 
de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e 
dá outras providências. Disponível em: <http://www.planejamento.gov.
br/assuntos/orcamento-1/legislacao/legislacao/portaria-mog-42_1999_
atualizada_23jul2012-1.doc/view>. Acesso em: 21 ago. 2018.
BURKHEAD, Jesse. Orçamento público. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio 
Vargas, 1971.
19Finanças Públicas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2016/lei-13249-13-janeiro-2016-782255-veto-149213-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2016/lei-13249-13-janeiro-2016-782255-veto-149213-pl.html
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2016/lei-13249-13-janeiro-2016-782255-veto-149213-pl.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-1/legislacao/legislacao/portaria-mog-42_1999_atualizada_23jul2012-1.doc/view
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-1/legislacao/legislacao/portaria-mog-42_1999_atualizada_23jul2012-1.doc/view
http://www.planejamento.gov.br/assuntos/orcamento-1/legislacao/legislacao/portaria-mog-42_1999_atualizada_23jul2012-1.doc/view
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Panorama 
Ipea - o novo PPA (2016‐2019). Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=jaEsPYXBSH4>. Acesso em: 21 ago. 2018.
OTAVIO NEVES. Orçamento Público. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=--9gXNJtZWM>. Acesso em: 21 ago. 2018.
20 Finanças Públicas
https://www.youtube.com/watch?v=jaEsPYXBSH4
https://www.youtube.com/watch?v=jaEsPYXBSH4
https://www.youtube.com/watch?v=--9gXNJtZWM
https://www.youtube.com/watch?v=--9gXNJtZWM
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	1.	Arquitetura no Brasil
	Fundamentos da Teoria do Estado
	Objetivos
	Introdução
	1.	Fundamentos da Teoria do Estado
	1.1	O Peso do Estado
	1.2	Os Serviços Públicos 
	1.3	Concessão Pública
	1.4	Permissão Pública
	1.5	Prestação de Serviço Mista
	2.	Atribuições Econômicas do Estado
	2.1	Função Alocativa
	2.2	Função Distributiva
	2.3	Função Estabilizadora
	Síntese
	Referências
	Estrutura Conceitual para Elaboração 
e Divulgação de Informação Contábil 
de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público
	Objetivos
	Introdução
	1. 	Classificação das Despesas Públicas
	1.1	Classificação Institucional
	1.2 	Classificação Funcional
	1.3 	Classificação por Programas
	1.4 	Classificação Segundo a Natureza
	Síntese
	Referências

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