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FARMACOTERAPIA DA ASMA Broncodiladores • Agonistas β2 -adrenérgicos: Terbutalina, Salbutamol e Fenoterol (ação curta) e Salmeterol e Formoterol (ação longa) • Antagonistas muscarínicos/colinérgicos ou anticolinérgicos: Ipratrópio e tiotrópio • Metilxantinas: Cafeína, teofilina e teobromina Anti-inflamatórios • Anti-inflamatórios esteroides: : beclometasona, budesonida, flunisolida, fluticasona, mometasona, triancinolona, prednisona e prednisolona • Inibidores da degranulação de mastócitos: cromoglicato (usado no Brasil) e nedocromila • Antagonistas dos receptores de leucotrienos: Montelucaste; Zafirlucaste; Zileutona • Anticorpo monoclonal anti-IgE: Omalizumabe Contextualização • Os pulmões são inervados tanto pelo sistema simpático como o parassimpático. Assim, no pulmão temos o controle da broncoconstrincção e broncodilatação através da ativação dos sistemas parassimpáticos e simpáticos. Assim temos a modulação dos receptores adrenérgicos como dos receptores colinérgicos nas vias áreas para o tratamento da asma e broncoconstrição. • O principal neurotransmissor na inervação simpática (broncodilatação) são a norepinefrina e epinefrina atuando nos receptores adrenérgicos. Os receptores adrenérgicos são: alfa-1; alfa-2; beta-1 e beta-2, além de beta-3. o Os receptores alfa-1 são acoplados a proteína Gq o Os receptores alfa-2 são acoplados a proteína Gi o Os receptores betas são acoplados a proteína Gs (estimulatória que ativa adenil cliclase que faz com que ocorra a formação de AMPc a partir de ATP, aumentando a atividade da proteína quinase A (PKA) – no pulmão tem-se principalmente esses receptores. Quando esses receptores beta-2 são ativados, eles vão induzir a separação das subunidades alfa e beta-gama da proteína G e ativação da Adenil-ciclase, levando ao aumento de PKA, que faz com que nos pulmões diminua a concentração intracelular de Ca, assim diminui a contração (ocorre dilatação). • Inervação parassimpática (broncoconstrição): dentre os receptores metabotrópicos colinérgicos nós temos os receptores estimulatórios M1, M3 e M5, acoplados a proteína Gq, que induz a fosfolipase C (PLC), por consequência induz IP3 e DAG e aumento de Ca intracelular. (induz broncoconstrição e aumento da secreção de muco) • Receptores M3 que está predominante no músculo das vias aéreas. o Enquanto os receptores inibitórios M2 e M4 são acoplados a proteína Gi, que leva a indução(-) da Adenil ciclase e induz a diminuição de AMPc, diminuindo a concentração de Ca intracelular. • Broncodilatadores o Agentes de Alívio: Agonistas Beta2 adrenérgicos; Xantinas e Antagonistas colinérgicos • Agonistas Beta2 adrenérgicos: o Mecanismo de ação é o mesmo da norepinefrina nos receptores beta. A ligação aos receptores beta, vai induzir a dissociação das subunidades alfa da beta-gama, da proteína G e substituição do GDP em GTP ligado a subunidade alfa. A ativação desse receptor leva ao aumento da atividade da adenilciclase, enzima que catalisa a conversão do ATP em AMPc. Esse último se liga na unidade regulatória da proteína quinase A, promovendo a liberação de sua unidade catalítica que causa fosforilação de um grande número de proteínas alvo, relaxando o músculo liso peribrônquico. O AMPc inibe a liberação de cálcio dos depósitos intracelulares e reduz o influxo de cálcio através da membrana, auxiliando o relaxamento da musculatura lisa e a broncodilatação. o Terbutalina, Salbutamol e Fenoterol (ação curta) – controle rápido e agudo da crise o Salmeterol e Formoterol (ação longa) – uso profilático • Metilxantinas: o Mecanismo de ação: inibem a fosfodiesterase (que é responsável pelo metabolismo de AMPc em AMP) o que leva ao acúmulo de AMPc (potencializa o AMPc) fazendo com que o efeito de broncodilatação seja aumentado, pois não há metabolismo de AMPc, e a medida que é formado continua ativando proteína quinase A (PKA), e produzindo mais broncodilatação. o Cafeína, teofilina e teobromina • Antagonistas Colinérgicos (aumenta secreção de muco e broncoconstrição): o Mecanismo de ação: Quando a acetilcolina se liga aos receptores M3 no músculo liso, ocorre a ativação e proteína Gq, essa ativação induz uma dissociação das subunidades alfa da beta gama e ligação de uma molécula de GTP na subunidade alfa, isso induz a ativação de fosfolipase C, que por sua vez induz a formação de DAG e ativação da proteína quinase C (PKA), além da formação de IP3, o IP3 induz a liberação e cálcio intracelular, esse aumento vai então promover contração da musculatura lisa (broncoconstrição). Assim quando for administrado um antagonista colinérgico é prevenido a broncoconstrição induzida pela ativação do sistema autônomo parassimpático. o Ipratrópio e tiotrópio • Agentes de controle da inflamação: Glicocorticoides; Estabilizadores de Mastócitos; Antagonistas de Leucotrienos; AC monoclonais anti-IgE • Fisiopatologia da Asma (resposta tardia): ocorre a ativação de linfócitos Th2 que está relacionado com a ativação de células como eosinófilos (MBP, ECP, leucotrieno, citocinas) e mastócitos (histamina, leucotrienos, citocinas) que vão liberar mediadores inflamatórios, esses mediadores contribuem para formação de edema na via respiratória, hiper-responsividade do músculo liso, fibrose subepitelial e hiperplasia das células calciformes. o Pode ser modulada por glicocorticoides • Glicocorticoides: atuem em razão de sua ampla eficácia anti-inflamatória mediada em parte pela inibição da produção de citocinas anti-inflamatórias. Eles não produzem relaxamento direto da musculatura lisa das vias respiratórias, mas reduzem a hiper- reatividade brônquica e a frequência das crises de asma quando utilizados regularmente. Seu efeito sobre a obstrução das vias respiratórias é, em parte, explicado pela contração de vasos ingurgitados na mucosa brônquica e pela potencialização dos efeitos dos agonistas dos receptores β, mas sua ação mais importante é a inibição da infiltração de linfócitos, eosinófilos e mastócitos nas vias respiratórias de asmáticos. o Mecanismo de ação: os glicocorticoides ao entrar na célula ativa o receptor de corticoide no citoplasma, que forma homodímeros, ou seja, duas subunidades do mesmo receptor ligado uma na outra, com o glicocorticoide ligado. Nessa forma de dímero, o receptor entra no núcleo. A partir daí inibem a transcrição gênica provocada pelo estímulo inflamatório, isso controla a transcrição de genes inflamatório e produção de citocinas, moléculas de adesão, receptores inflamatórios, enzimas e proteínas relacionadas com o processo que acontece no paciente asmático o Corticoides inalados: beclometasona, budesonida, flunisolida, fluticasona, mometasona, triancinolona. o Corticoide oral: prednisona e prednisolona o Tem estrutura e ação semelhante ao do cortisol que é produzido pelo organismo nas glândulas adrenais. • Estabilizadores de mastócitos o Mecanismo de ação: faz com que os mastócitos que são ativados pela resposta inflamatória tardia não degranulem e isso diminui a inflamação que decorre da sua ativação o Cromoglicato e nedocromila – uso profilático • Antagonistas de Leucotrienos o Temos presente na membranas, fosfolipídios, e pela ação de fosfolipases a gente tem a formação do acido araquidônico, que pode sofrer a ação de algumas enzimas como a 5-lipoxigenase, que dá origem aos leucotrienos. Assim, quando se tem a ação da 5-lipoxigenase no ácido araquidônico é originado o leucotrieno A4, que por sua vez forma o leucotrieno B4 e o leucotrieno C4. O leucotrieno B4 será um mediador da quimiotaxia dos neutrófilos, enquanto o leucotrieno C4 dá origem a outros leucotrienos no interior da célula, como leucotrieno D4 que origina o leucotrieno E4, que é o ligante do receptor de leucotrienos. Esse receptor de leucotrienosdá origem ao processo inflamatório quando ativado, como contração da musculatura lisa, migração de eosinófilos e formação de edema. o Mecanismo de ação: A Zileutona atua inibindo a 5-lipoxigenase e, portanto, inibe o Leucotrieno A4 e então não corre a cascata de leucotrienos. Já o Montelucaste e o zafirlucaste que são antagonistas dos receptores de leucotrienos, assim o leucotrieno E4 formado não consegue se ligar ao receptor e induzir a resposta inflamatória. o Montelucaste, zafirlucaste e zileutona • Anticorpos monoclonais anti-IgE o Mecanismo de ação: Impede a ligação do alérgeno ao IgE, e do IgE ao seu receptor nos mastócitos, inibindo a extrusão de grânulos. Além disso, também Infrarregula o receptor de IgE nas células apresentadoras de antígeno (APCs), diminuindo o processamento do antígeno e sua apresentação aos linfócitos CD4+. Diminuindo também por esse mecanismo a resposta inflamatória que ocorre em decorrência da estimulação pelo alérgeno. o Omalizumabe ANTI-HISTAMÍNICOS Fármacos • Agonistas inverso do receptor de histamina: Difenidramina, loratadina • Prevenção da extrusão de grânulos dos mastócitos: cromoglicato e nedocromila • Antagonistas: epinefrina – trata anafilaxia • Inibidores da degranulação dos mastócitos: cromoglicato e nedocromila – profilático Agonistas inverso do receptor de histamina – ANTI-HISTAMÍNICOS H1 MECANISMO DE AÇÃO: Os receptores H1 coexistir em dois estados de conformação, inativo e ativo, que estão em equilíbrio na ausência de histamina ou de anti-histamínico, a histamina é um mediador químico produzido pelo organismo especialmente durante uma alergia. No estado basal, o receptor tende à sua ativação constitutiva. A histamina atua como agonista para a conformação ativa do receptor H1 e desvia o equilíbrio para o estado ativo do receptor. Em comparação, os anti-histamínicos são agonistas inversos. Os agonistas inversos ligam-se preferencialmente à conformação inativa do receptor H1 e desviam o equilíbrio para o estado inativo. Assim, mesmo na ausência de histamina endógena, os agonistas inversos reduzem a atividade constitutiva do receptor, melhorando o prurido, os espirros e a coriza aquosa. Impedem a ativação da transcrição de genes relacionados ao processo inflamatório, principalmente os genes ativados pelo fator nuclear kb (NFkB). Usos clínicos: Rinite, náuseas e vômitos, distúrbios do sono, dermatite atópica, urticária e eczema Epinefrina • Promove vasoconstrição por atuar nos receptores beta1, fazendo com que aumente a frequência cardíaca impedindo uma parada cardiovascular. • Promove broncodilatação por atuar nos receptores adrenérgicos ativando receptores beta2, por ativação de proteína Gs, Adenil ciclase e proteína quinase A e diminuição de Ca intracelular