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Febre Aftosa Etiologia JFamília: Picornaviridae JGênero: Aphtovírus JCaracterísticas do vírus: - Vírus icosaédrico; - 23nm de diâmetro; - Ausência de envelope. - 7 tipos diferentes de vírus: • O, A, C – América do Sul e outras regiões; • SAT1, SAT2, SAT3, Asia1 – África e Ásia; - Imunidade contra um deles não protege contra os outros; JFebre aftosa: - É uma enfermidade causada por um aphtovírus da família picornaviridae, altamente contagiosa que ataca a todos os animais de casco fendido, principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos; - Dá-se em todas as idades, independente de sexo, raça, clima, etc,. - Doença da lista da OIE; - Potencial para uma disseminação séria e rápida, ultrapassando fronteiras nacionais; - Sérios prejuízos sócio econômicos, afetando fortemente o comércio internacional de animais ou produtos de origem animal; - mortalidade; - Queda produção: leite e carne; - Restrições mercados internacionais; JPrejuízos: - US$ 450 milhões de dólares perdidos no ano de 1999 devido a carne não exportada (carne industrializada paga menos in natura); - Prejuízos Políticos e Sociais. JComo contamina: - Inalação de partículas de vírus no ar; - Alimentos contaminados; - Vacinas contaminadas; - Sêmen contaminado; - Material veterinário contaminado. Patogenia - Multiplicação do vírus na faringe e disseminação após 24-48h; - Via linfática e sanguínea para vários tecidos e órgãos, aparecendo as lesões características; - Período de incubação de 2 a 7 dias podendo atingir 11 dias. Sintomas - Falta de apetite; - Febre; - Saliva abundante, as vezes com sangue; - Manqueira; - Lesões das tetas; - Mastite. Quais as lesões? - Vesículas na traqueia, esôfago, rúmen, intestinos, mas não são notadas; - Depois aparecem outras vesículas na mucosa da boca, língua, úbere e cascos; - As aftas se rompem e formam úlceras; - Lesões no coração; JOvinos e caprinos: - Lesões das patas são características; - Lesões na boca podem ser pequenas e passarem desapercebidas; J Surtos de aftosa surgem de repente e com muita frequência; todos os animais do rebanho apresentam os sintomas praticamente ao mesmo tempo; Fotos: PROF. DR. LEONARDO J. RICHTZENHAIN VPS/FMVZ/USP A Vias de eliminação - Animal doente elimina o vírus: > Saliva; > Aerossóis; > Leite; > Sêmem; > Lesões; > Embriões; > Carcaças: Carne e ossos. A Resistência do Agente - Meses em carcaças congeladas, principalmente medula óssea; - Muito tempo na erva dos pastos e na forragem ensilada; - Tempo prolongado em na farinha de ossos, couros e nos fardos de feno. Diagnóstico - Baseado no histórico clínico e inspeção pelo veterinário; - Isolamento e identificação do vírus; - Sorologia: não recomendado para animais vacinados. A Resistência do Agente - Fragmento do epitélio colhido das aftas bucais ou podais; • Preferencialmente antes de romperem-se; • Colocar o material em frascos com solução salina tamponada e glicerina 50%; • Ou sob refrigeração, com relatório sobre o caso; - Material de aftas pequenas ou rompidas há muito tempo; - Conteúdo muco esofágico-faríngeo em copo coletor (10 a 15mL). Profilaxia: PNEFA A Instrução Normativa Nº 44, de 02 de out. de 2007 - Aprova as diretrizes gerais para a Erradicação e a Prevenção da Febre Aftosa, a serem observados em todo o Território Nacional, com vistas à implementação do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), conforme o estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária. Tríade do Controle A Objetivos do PNEFA: ▪ Erradicar a Febre Aftosa em todo o Brasil; ▪ Garantir o status sanitário por meio de implantação e implementação de um sistema de vigilância sanitária apoiado na manutenção das estruturas do serviço veterinário oficial e na participação da comunidade; JArt. 3º: A execução do PNEFA fundamenta-se em critérios científicos e nas diretrizes internacionais de luta contra a doença, com responsabilidades compartilhadas entre os setores públicos e privados. A Instrução Normativa Nº 44/ 2007 – Diretrizes Gerais para erradicação e prevenção da febre aftosa I – Animais susceptíveis; II – Área de proteção sanitária; III – Doença vesicular infecciosa; IV – Emergência sanitária; V – Plano de contingência; VI – Plano de ação; VII – Zonas Sanitárias – OIE. J I – Animais susceptíveis: Controle de trânsito Controle de focosVacinação ▪ Bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, suínos, ruminantes silvestres e outros nos quais a infecção foi demonstrada cientificamente; J II – Área de proteção sanitária: área geográfica estratégica estabelecida em torno dos focos de febre aftosa; ▪ A definição dos seus limites geográficos é de responsabilidade do serviço veterinário oficial, levando em consideração: • As características epidemiológicas da doença, os sistemas de produção pecuária predominantes; • Os sistemas de produção pecuária predominantes; • A estrutura de comunicação e de rede viária disponível; • Presença de barreiras naturais capazes de impedir a disseminação da doença; ▪ Sua implantação deve ser realizada por meio de ato específico que deverá incluir as ações sanitárias a serem executadas. J III – Doença Vesicular Infecciosa: ▪ Conjunto de doenças transmissíveis caraterizadas, principalmente, por febre e pela síndrome de claudicação e sialorreia, decorrente de vesículas ou lesões vesiculares nas regiões da boca, focinho ou patas, podendo também ser encontrados na região do úbere; ▪ Nessa categoria estão a febre aftosa e a estomatite vesicular, além de outras doenças confundíveis, que podem apresentar lesões ulcerativas ou erosivas durante sua evolução clínica. ▪ A seguir um breve resumo sobre algumas dessas doenças: D Estomatite vesicular: ▪ Etiologia: • É causada por um rhabdovírus do gênero vesiculovírus; • Causa surtos esporádicos (reemergentes) em bovinos, equinos e suínos; • Ovinos, caprinos e animais silvestres também podem ser afetados, sendo que atuar como reservatórios naturais do vírus; • O período de incubação vai de 2 a 8 dias sendo que o curso da doença varia de 2 a 21 dias. ▪ Sinais Clínicos: • Lesões vesiculares (bolhas e úlceras) na língua, boca, narinas, úbere e banda coronária do casco, febre, salivação excessiva e claudicação D Diarreia Viral Bovina: ▪ Etiologia: • É uma doença que deprime o sistema imunológico do animal permitindo que outras doenças virais e bacterianas se estabeleçam e se disseminem; • Os sintomas aparecem de 5 a 10 dias e a evolução da doença varia de 2 a 21 dias. ▪ Sinais Clínicos: • Necrose e desprendimento do epitélio da mucosa nasal, lesões nas gengivas, erosões na mucosa bucal, lesões no palato e língua; • Importantes sobre o ponto de vista reprodutivo. Vacas infectadas até o 3º trimestre, podem ocorrer perda embrionária, abortos, mal formações fetais e fetos mumificados. D Rinotraqueíte Infecciosa Bovina: ▪ Etiologia: • Herpesvírus bovino 1 (BHV 1); • Afeta o rebanho bovino em todo o mundo; • Período de incubação de 2 à 4 dias; • Curso da doença 5 à 10 dias; ▪ Sinais clínicos: • Corrimento uni ou bilateral; • Corrimento nasal seroso – purulento; • Erosão nariz e boca; • Cauda levantada com corrimento vaginal; • Ausência de lesões vesiculares e podais. D Língua Azul: ▪ Etiologia: • Causada por vírus do gênero Orbivírus, da família Reoviridae; • Transmitido por artrópodes, principalmente do gênero culicoides “mosquito pólvora”; • Ataca mais ovinos do que bovinos; • O período de incubação é de 5 a 20dias nas ovelhas, surgindo a viremia nos 3 a 4 dias pós- infecção. • Nos bovinos a viremia surge a partir do 4 dia pós-infecção, não surgindo em regra quadro clínico; ▪ Sinais clínicos: • Língua cianótica; • Lesõesdo úbere; • Congestão Hemorrágica no focinho (bovino); • Aborto ou anomalias fetais; D Outras doenças confundíveis: ▪ Doença vesicular do suíno; ▪ Exantema vesicular do suíno; ▪ Peste bovina; ▪ Estomatite papulosa bovina; ▪ Varíola bovina – 161 focos no período de 2005 à 2008; ▪ Mamilite Bovina; ▪ Doenças das mucosas; ▪ Ectima contagioso; ▪ Febre catarral maligna; ▪ Estomatites traumáticas; ▪ Intoxicação por fungo Clavária: • Desprendimento do epitélio lingual; • Sialorreia intensa; • Necrose do epitélio esofágico; ▪ Intoxicação por Pithomyces chartarum (eczema facial): • Sialorreia profusa; • Lesões na face dorsal da língua, focinho e pálpebras; • Rinite com descamação do epitélio do focinho; • Perda do epitélio da língua na parte ântero ventral. J IV – Emergência veterinária: ▪ Condição causada por focos de doenças com potencial epidêmico para produzir graves consequências sanitárias, sociais e econômicas, que comprometem o comércio nacional e internacional, a segurança alimentar ou a saúde pública, e que exigem ações imediatas para seu controle ou eliminação, visando ao restabelecimento da condição sanitária anterior, dentro do menor espaço de tempo e com o melhor custo benefício. J V – Plano de contingência: ▪ Documento que estabelece os princípios, estratégias, procedimentos e responsabilidades em caso de uma emergência veterinária, com o intuito de treinar, organizar, orientar, facilitar, agilizar e uniformizar as ações necessárias à resposta rápida para o controle e eliminação da doença. J VI – Plano de ação: ▪ Parte do plano de contingência que inclui os procedimentos específicos para investigação de casos suspeitos de doença vesicular e atuação durante ocorrência de focos de febre aftosa. J VII – Serviço veterinário oficial: ▪ Instituição pública de defesa sanitária animal; J VIII – Sistema de emergência veterinária: ▪ Conjunto de recursos, estruturas e procedimentos; ▪ Organizado com o objetivo de desenvolver a capacidade de detecção rápida e pronta reação na ocorrência de doenças, visando o seu controle ou erradicação; ▪ Inclui a elaboração de planos de contingência e de ação. D Caso suspeito de doença vesicular: ▪ Notificação apresentada por terceiros ao serviço veterinário oficial indicando a possibilidade de existência de um ou mais animais apresentando sinais clínicos compatíveis com doença vesicular infecciosa. D Caso descartado de doença vesicular: ▪ Todo caso suspeito de doença vesicular investigado pelo serviço veterinário oficial cujos sinais clínicos não são compatíveis com a doença vesicular infecciosa. D Caso confirmado de doença vesicular: ▪ Constatação pelo serviço veterinário oficial de animais apresentando sinais clínico compatíveis com doença vesicular infecciosa, exigindo adoção imediata de medidas de biossegurança e de providências para o diagnóstico laboratorial. D Caso ou foco de febre aftosa: ▪ Registro, em uma unidade epidemiológica, de pelo menos um caso que atenda a um ou mais dos seguintes critérios: 1 – Isolamento e identificação do vírus da febre aftosa em amostras procedentes de animais susceptíveis, com ou sem sinais clínicos da doença, ou em produtos obtidos desses animais; 2- Detecção de antígeno viral específico do vírus da febre aftosa em amostras procedentes de casos confirmados de doença vesicular, ou de animais que possam ter tido contato prévio, direto ou indireto, com o agente etiológico; 3 – Existência de vínculo epidemiológico com outro foco de febre aftosa. J IX – Vínculo epidemiológico: ▪ Termo empregado para estabelecer a possibilidade de transmissão do agente infeccioso entre os casos confirmados da doença e animais susceptíveis, localizados ou não em uma mesma exploração pecuária; ▪ Pode ser estabelecido pela movimentação animal, pela proximidade geográfica que permita o contato entre doentes e susceptíveis ou pela presença e outros elementos capazes de carrear o agente infeccioso; ▪ A caracterização do vínculo epidemiológico é de responsabilidade do serviço veterinário oficial, fundamentando-se em análises técnicas e avaliações de campo. Circuitos Pecuários ▪ Circuito Pecuário Sul; ▪ C.P. Centro Oeste; ▪ C.P Leste; ▪ C.P Nordeste; ▪ C.P Norte. J X – Zona: ▪ Conceito implantado pela OIE, e adotado nas estratégias do PNEFA, para representar uma parte de um país claramente delimitada, com uma subpopulação animal com condição sanitária particular para determinada doença dos animais. ▪ No caso da febre aftosa, são consideradas os seguintes tipos de zona, de acordo com o Código Sanitário para Animais Terrestres da OIE: DA) Zona Livre: ▪ Com ou sem vacinação, representa o espaço geográfico com certificação, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do cumprimento das seguintes condições: • Ausência de ocorrência de focos e de circulação viral; • Existência de adequado sistema de vigilância sanitária animal; • Existência de marco legal compatível; • Presença de uma adequada estrutura do serviço veterinário oficial. DA) Zona Tampão: ▪ Espaço geográfico estabelecido para proteger a condição sanitária dos rebanhos de uma zona livre frente aos animais, seus produtos e subprodutos de risco oriundos de um país ou de uma zona com condição sanitária distinta, mediante a aplicação de medidas baseadas na epidemiologia da doença e destinadas a impedir a introdução do agente patogênico; ▪ Essas medidas podem incluir, entre outras, a vacinação, o controle do movimento de animais e a intensificação da vigilância da doença. DA) Zona Infectada: ▪ Espaço geográfico de um país que não reúne as condições necessárias para ser reconhecido como zona livre, com ou sem vacinação. D Zonas no Brasil: ▪ 1998: • Reconhecimento das primeiras Zonas Livres com vacinação: Rio Grande do Sul e Santa Catarina; ▪ 2000: • Foco de Febre Aftosa no Rio Grande do Sul - Suspensão do status de livre com vacinação para o RS e SC; • Reconhecimento como Zona Livre com vacinação para os Estados do PR e DF, e parte dos Estados de GO, MT, MG e SP. ▪ 2001: • Ampliação da área Livre com vacinação, com a inclusão dos Estados de BA, ES, MS, RJ, SE e TO. ▪ 2002: • Restituição do status de Livre com Vacinação para os Estados de RS e SC. ▪ 2003: • Inclusão do estado de Rondônia como livre com vacinação. ▪ 2005: • Maio: Reconhecimento como livre com vacinação para os estados do AC e parte do AM; • Outubro: Foco de febre aftosa no MS e PR, com consequente suspensão do status de livre com vacinação para estes estados e para a BA, DF, ES, GO, MT, MG, RJ, SP, SE e TO. ▪ 2007: • Reconhecimento do Estado de SC como Livre sem vacinação; • Reconhecimento de parte do PA como livre com vacinação. ▪ 2008: • Maio: Restituição do Status de Livre com Vacinação para os Estados da BA, DF, ES, GO, MT, MG, PR, RJ, SP, SE e TO. • Julho: Restituição do status de livre com vacinação para o estado do MS – restabelecimento completo da área suspensa em 2005. ▪ 2014: • Reconhecimento como livre com vacinação para os estados de AL, CE, MA, PB, PE, PI, RN e região norte do PA. Atendimento às suspeitas de Doença Vesicular e aos focos de Febre Aftosa: A Art. 4º. As doenças vesiculares infecciosas são de notificação compulsória – 24h ▪ A notificação de um caso suspeito deverá interromper a movimentação dos animais, produtos e subprodutos de origem animal, até autorização por parte do serviço veterinário oficial. § 2º Resguardado o direito de anonimato; § 3º Todas as notificações devem ser registradas pelo serviço veterinário oficial, e atendidas dentro do prazo de 12 horas contadas a partir de sua apresentação; § 6º O serviço veterinário oficial é responsável pela implementação de campanhas educativas junto à comunidade. J Ações Imediatas: ▪ I – Registro e comunicação da ocorrência àsinstâncias superiores; ▪ II – Definição e interdição da unidade epidemiológica com casos confirmados de doença vesicular; ▪ III – Colheita de material para diagnóstico laboratorial, acompanhada de avaliação clínica e epidemiológica; ▪ IV – Realização de investigação epidemiológica inicial, considerando análise do trânsito de animais susceptíveis; ▪ Suspensão temporária do trânsito de animais e de produtos de risco oriundos de propriedades rurais limítrofes ou com vínculo epidemiológico com a unidade epidemiológica onde foram confirmados os casos de doença vesicular. Rede de Laboratórios ▪ Zona Verde: Livre com vacinação; ▪ Zona azul: Livre sem vacinação; ▪ Zona Amarela: Não livre de febre aftosa; ▪ Laboratórios: • Pedro Leopoldo (MG): Laboratório NB$/P3 (base de validação) e para testes sorológicos; • Belém (PA) e Recife (PE): Laboratórios para diagnóstico de febre aftosa (isolamento viral e testes sorológicos); • Porto Alegre (RS): testes sorológicos para febre aftosa (diagnóstico e avaliação de vacina); • Outros: Campinas (SP) e Goiânia (GO); • Cruzes amarelas: Laboratórios produtores de vacina contra a febre aftosa. • Círculo azul: laboratórios dos serviços veterinários estaduais autorizados para testes sorológicos para trânsito interno de animais. Vacinação contra a Febre Aftosa ▪ Vacinas registradas pelo MAPA; ▪ Apenas vacinas INATIVADAS; ▪ Cepas selecionadas de acordo com o perfil epidemiológico; ▪ Controle da conservação comercialização e distribuição; ▪ Definição do calendário de vacinação: avaliação das características geográficas e agroprodutivas predominantes na região; ▪ Obrigatória para bovinos e bubalinos; ▪ Proibido para caprinos, ovinos, suínos e outras espécies susceptíveis. A Estratégias de vacinação reconhecidas: ▪ A) Vacinação semestral de todos os animais, em etapas com duração de 30 dias; ▪ B) Animais com até 24meses de idade: Vacinação semestral; - Animais com mais de 24 meses de idade: Vacinação anual; - Essa estratégia somente poderá ser adotada em Unidades da Federação onde o cadastro de propriedades esteja consolidado e com realização de vacinação semestral por pelo menos dois anos consecutivos, observando-se coberturas vacinais superiores a 80%. ▪ C) Vacinação anual de todos os animais, em etapas de 45 a 65 dias, em regiões onde as características geográficas possibilitam o manejo das explorações pecuárias apenas durante período limitado do ano. Calendário de Vacinação § 1º A vacinação contra a febre aftosa é de responsabilidade dos produtores rurais, que deverão comprovar a aquisição da vacina em quantidade compatível com a exploração pecuária sob a responsabilidade dos mesmos e declarar sua aplicação dentro dos prazos estabelecidos, conforme procedimentos definidos pelo serviço veterinário oficial. J Em zonas livres de febre aftosa sem vacinação é proibida a aplicação, manutenção e comercialização de vacina contra a referida doença. J Em áreas onde a vacinação é obrigatória, os estabelecimentos de leite e derivados somente poderão receber leite in natura de explorações pecuárias cujo produtor tenha comprovado a realização de vacinação. Controle e fiscalização do trânsito de animais susceptíveis à Febre Aftosa ▪ Toda movimentação de animal susceptível à Febre Aftosa deve ser acompanhada da Guia de Trânsito Animal (GTA); ▪ Para a movimentação de bovinos e bubalinos, a GTA somente poderá ser expedida pelo serviço veterinário oficial. ▪ Art. 19 § 2º - Toda carga de animais susceptíveis à febre aftosa em desacordo com o estabelecido na presente Instrução Normativa deverá ser apreendida e encaminhada para sacrifício sanitário ou a outra destinação prevista pelo serviço veterinário oficial da Unidade da Federação, após avaliação dos riscos envolvidos. ▪ § 3º Toda carga de animais susceptíveis à febre aftosa, quando lacrada pelo serviço veterinário oficial de origem, por observância a esta Instrução Normativa, somente poderá ter seu lacre rompido sob supervisão do serviço veterinário oficial. ▪ § 4º Quando o trajeto for superior a doze horas em transporte rodoviário, deverá ser estabelecido previamente um ponto intermediário para o descanso e alimentação dos animais. Nesse caso, o lacre da carga será rompido e a carga novamente lacrada sob supervisão do serviço veterinário oficial no local, acrescentando na GTA o número dos novos lacres. ▪ A emissão de GTA para movimentação de bovinos e bubalinos oriundos de região onde a vacinação contra Febre Aftosa é obrigatória deve respeitar o cumprimento dos seguintes prazos, contados a partir da última vacinação contra a febre aftosa: • A) 15 dias para animais com uma vacinação; • B) 7 dias para animais com duas vacinações; • C) A qualquer momento após a 3ª vacinação; ▪ Durante a etapa de vacinação e até 60 dias após o seu término, os animais destinados ao abate imediato ficam dispensados da obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa. Reconhecimento e Manutenção de Zonas Livres de Febre Aftosa ▪ Art. 13 – O reconhecimento e a manutenção de zonas livres de febre aftosa no país, assim como o restabelecimento da condição sanitária após a reintrodução do agente viral, seguem as diretrizes preconizadas pela OIE. § 1º A condução do processo de reconhecimento de zona livre de Febre Aftosa, com ou sem vacinação, é de responsabilidade do MAPA e apresenta as seguintes etapas: I – Avaliação do cumprimento das condições técnicas e estruturais exigidas, por meio de supervisão e auditorias do MAPA; II – Declaração nacional, por meio de ato do MAPA, de reconhecimento da área envolvida como livre de Febre Aftosa, com ou sem vacinação, com base em parecer favorável do MAPA; III – Encaminhando à OIE de pleito brasileiro, fundamentado tecnicamente, solicitando o reconhecimento internacional de zona livre de Febre Aftosa, com ou sem vacinação. A A manutenção da condição sanitária nas zonas livres de Febre Aftosa exige a implementação de atividades contínuas de vigilância epidemiológica: I – Controle nos pontos de ingresso; II – Permissão de ingresso de animais, produtos e subprodutos de risco para a Febre Aftosa somente após avaliação pelo serviço veterinário oficial; III – Proibição de manutenção e manipulação de vírus da febre aftosa íntegro, exceto naquelas instituições com nível de biossegurança apropriado e oficialmente aprovadas pelo MAPA; IV – Proibição do ingresso e da permanência de animais em lixões ou aterros sanitários e da retirada de restos de alimentos desses locais para a alimentação de animais; VI – Identificação e monitoramento de possíveis pontos de risco para ingresso; VII - Identificação de estabelecimentos que representem maior risco para introdução do vírus da febre aftosa; VIII – Identificação de produtores rurais que possuam explorações pecuárias em outras Unidades da Federação ou países; IX - Intensificação da vigilância epidemiológica nas explorações pecuárias; X – Implementação e manutenção de equipes volantes de fiscalização.
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