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1 Erro do Tipo III DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ERRO DO TIPO III ERRO DE TIPO ACIDENTAL e) Aberratio ictus (erro na execução, erro de pontaria); Código Penal (CP) Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. Aplica-se a mesma regra do erro in persona. Qual é a diferença entre o aberratio ictus e o in persona? No in persona, o agente acha que está em frente á pessoa que pretende matar e aplica-se a regra da vítima virtual: consideram-se as qualidades e as circuns- tâncias como se fossem da pessoa que se pretendia atingir, da vítima pretendida. Regra válida para o Direito Penal, mas não para o Direito Processual Penal. No aberratio ictus, o agente não confunde uma pessoa com outra, erra na execução da conduta e atinge pessoa diversa. Até o ponto, as consequências do aberratio ictus e do in persona são iguais. O erro na execução pode ocorrer com unidade simples, também chamado de resultado único, quando o agente atinge vítima diversa da pretendida, com unidade complexa ou com resultado duplo, quando o agente, além da vítima pre- tendida, atinge também pessoa diversa, culposamente responderá nos termos do artigo 70, caput, do CP. O concurso formal de crimes é quando o agente pratica uma conduta e dessa conduta saem dois resultados. O concurso material é quando o agente pratica mais do que uma conduta e delas saem vários resultados. http://www.grancursosonline.com.br 2 Erro do Tipo III DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A consequência prática do concurso material é que as penas são somadas (artigo 69 do CP). No concurso formal, as penas não são somadas: na pena mais grave, aplica-se um aumento de pena (exasperação). Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. • Unidade simples: A queria acertar em B e acertou em C. Em tese, há uma tentativa de homicídio contra B e homicídio culposo consumado contra C (caso C morra). O artigo 73 estabelece que se aplique o artigo 20, § 3º, ou seja, não se consideram circunstâncias e condições de C, mas sim de B. No resultado final, não será tentativa + homicídio culposo, será apenas homicídio doloso consumado; • Unidade complexa: A queria acertar em B, acertou em B e em C. O artigo 73, até determinado ponto, manda aplicar o artigo 20, § 3º, do CP, na uni- dade simples. “Nos casos de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do artigo 70 deste Código”, concurso formal, mas não deixa claro se também é aplicável o artigo 20, § 3º. Analisando objetivamente, há uma tentativa de homicídio, porque B não morreu (se morreu, é homicídio consumado) e, em relação a C, foi um homicídio culposo (em caso de morte), ou lesão corporal culposa, porque a intenção era acertar B. Há doutrinadores que consideram aplicável o artigo 20, § 3º, na unidade com- plexa – quando o agente acerta em C, é como se B também estivesse incluído no homicídio doloso consumado. Outros doutrinadores entendem que, objetivamente, houve uma tentativa em B e o homicídio culposo em C (o primeiro caso já exposto) e o agente responde- ria por homicídio doloso. http://www.grancursosonline.com.br 3 Erro do Tipo III DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online e) Aberratio criminis (resultado diverso do pretendido); Está prevista no artigo 74 do CP a situação em que, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado material diverso do pretendido. O erro é no crime cometido. Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior (acertar uma pessoa por outra), quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pre- tendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 (concurso formal de crimes) deste Código. Por exemplo, Antônio atira uma pedra para quebrar a janela de um carro. Erra, acerta e mata José. Antônio pretendia praticar um crime de dano, errou e sobreveio um resultado diverso, uma morte. O agente responderá por culpa se o fato é previsto como crime culposo: por homicídio culposo. O caso clássico é quando o agente está praticando um crime menos grave e acaba praticando um crime mais grave. Invertendo o caso: Antônio, querendo matar José, dá um tiro, erra, acerta e danifica o carro. Se o artigo 74 for aplicado nesse caso, Antônio não responderá pela tentativa de homicídio, mas por dano culposo, se o fato for previsto como crime culposo (dano culposo não existe no Direito Penal), ou seja, não responderia por nada. A doutrina, majoritariamente, considera que o artigo 74 somente é aplicável na sequência crime menos grave – crime mais grave. Se Antônio acertar José e acertar o carro, ocorrerá o concurso formal de crimes. Se Antônio acertar o carro e também José, responderá pelo dano e pelo homi- cídio culposo, aplicando-se a pena mais grave com o aumento de pena. DELITO PUTATIVO Delito putativo significa delito imaginário. http://www.grancursosonline.com.br 4 Erro do Tipo III DIREITO PENAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O crime putativo por erro de tipo é o imaginário ou erroneamente suposto, que existe exclusivamente na mente do agente. Ele quer praticar o crime, mas, por erro, pratica um ilícito penal. Há três espécies de delito putativo: a) Delito putativo por erro de tipo; No erro de tipo ou erro de proibição, o agente não quer praticar um crime, ele não quer praticar um fato típico. Mas, por erro, acaba praticando uma conduta que inicialmente é criminosa. b) Delito putativo por erro de proibição (delito de alucinação); c) Delito putativo por obra do agente provocador. Súmula 145/STF – Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. �����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Wallace França. http://www.grancursosonline.com.br