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ATIVIDADE INTERDICIPLINAR - 5º PERÍODO

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social – 2020/2
IVANEIDE BARREIRA GOMES CORRÊA
IVONICE CAMPOS DA SILVA
MARIA EDIVÂNIA DA SILVA BARBOSA VIEIRA
OS 30 ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - AVANÇOS E DESAFIOS.
Guaraí/TO
2020
IVANEIDE BARREIRA GOMES CORRÊA
IVONICE CAMPOS DA SILVA
MARIA EDIVÂNIA DA SILVA BARBOSA VIEIRA
OS 30 ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - AVANÇOS E DESAFIOS.
Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social -2020/2 da UNOPAR - Universidade Pitágoras Unopar, para as disciplinas: Pesquisa Social/Pesquisa Social e Oficina de Formação, Políticas Setoriais/Políticas Setoriais e Políticas Setoriais Contemporâneas, Gestão Social e Análise de Políticas Sociais e Instrumentalidade em Serviço Social.
Professores: Patricia Soares Alves da Silva, Paulo Sergio Aragão, Maria Angela Santini e Amanda Boza Gonçalves.
Guraí/TO
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	1
2 A ASSISTÊNCIA PRESTADA À CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL.	2
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS	10
REFERÊNCIAS	12
1 INTRODUÇÃO
No presente estudo, faz-se uma abordagem resumidamente dos trinta anos do Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil, uma produção documental bibliográfica, utilizando - se da metodologia descritiva de caráter exploratório para se compreender o tratamento dirigido ao longo dos anos á esse determinado público, isto é, de crianças e adolescentes nesse país desde o período colonial. Ainda, da importância e o tensionamento dos movimentos sociais, organizados mundialmente pela sociedade civil, manifestações estas que culminaram enquanto instrumentos de promoção aos direitos e garantias para esse público, levando consecutivamente á aprovação e promulgação da Constituição Federal de 1988, a base necessária para o rompimento com a política assistencialista pautada em um tratamento de segregação e repressão, legitimada nos Códigos de Menores dos anos de 1927 e de 1979. 
Assim, permitiu-se a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado pela Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, com sustentação nos princípios da Doutrina da Proteção Integral das Nações Unidas, baseando-se na Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959, o qual responsabilizou a família, o Estado e a sociedade em geral para a proteção e garantia de direitos para as crianças e adolescentes, legitimando - as enquanto sujeitos detentores de direitos.
2 A ASSISTÊNCIA PRESTADA À CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL.
Falar do tratamento dirigido a crianças e adolescentes nesse país, é revisitar um passado excludente, assim, quando o Brasil se tornou colônia de Portugal, os padres jesuítas passaram a se preocupar com as crianças índias no sentido de batizá-las e incorporá-las ao mundo do trabalho, sendo comuns os castigos e a morte de índios pelos portugueses e, para enfrentar essa situação, os padres jesuítas criaram as casas de recolhimento para as crianças índias que ficavam sem os seus pais. Essas crianças eram separadas da sua comunidade e recebiam ensinamentos sobre os costumes e normas do cristianismo. 
Durante o período escravocrata, por meios dos relatos históricos, faz- se notório os altos índices de mortalidade infantil, ocasionados por mecanismo de abortos, em decorrência de maus tratos e as péssimas condições físicas e sanitárias do cativeiro, e infanticídios, praticados pelas mães como forma de livrar seus filhos da escravidão.
Sofriam humilhações, maus-tratos e abusos sexuais, e, no entanto, não havia muitas crianças escravas abandonadas, uma vez que sua sina estava traçada como propriedade individual, como patrimônio e mão-de-obra (FALEIROS, 1995, p. 224).
Sabe-se que as ações de assistência á crianças e adolescentes no Brasil foram iniciadas ainda no período colonial, com a criação da "roda dos expostos", tendo sua gênese na Europa medieval, de cunho missionário, que se propunha a assistência sob a égide da caridade, podendo ser considerada como a primeira política para tal público. Tratava-se de um cilindro oco de madeira giratório, onde as crianças enjeitadas eram colocadas, eram instaladas nos muros das construções de famílias abastadas, conventos ou instituições públicas e acreditava-se que, com isso, haveria diminuição do índice de morte por abandono.
Ao longo da história do sistema de rodas no Brasil, foram criadas 13 instituições, sendo que as três primeiras emergiram no século XVIII, uma na cidade de Salvador, em 1726, a segunda no Rio de Janeiro, em 1738, e a terceira no Recife, em 1789. Essa política social teve vida longa no país, permanecendo em São Paulo até o ano de 1948, perpassando os regimes colonial, imperial e republicano, Marcílio (2003) afirma que:
O sistema de rodas de expostos foi inventado [...] para garantir o anonimato do expositor e assim estimulá-lo a levar o bebê que não desejava para a roda em lugar de abandoná-lo pelos caminhos, bosque, lixo, porta de igrejas ou casas de família, como era o costume na falta de outra opção (MARCÍLIO, 2003, p. 54).
Somente no século XX foram criados, os Códigos de Menores, datados de 1927 (Lei 17.943) e de 1979 (Lei 6.697), conhecido como Código de Menores Melo Matos, por se tratar de um jurista que protagonizou o movimento para sua criação, ficando assim conhecido como o primeiro Juiz de Menores da América Latina, o qual criou um conjunto de instituições apoiadas e administradas pelo Poder Judiciário, como exemplo, os abrigos para menores. Esses ficaram conhecidos como doutrinários de situação irregular, no qual se estabeleceu um conjunto de regras, métodos para crianças e adolescentes, consideradas em situação irregular, e ao invés de se garantir políticas sociais básicas, como educação, saúde, esporte, cultura e lazer para o público infanto-juvenil que se encontrava em situação de vulnerabilidade, o que se garantia era um tratamento de segregação e repressão. 
Contudo, formaram se grupos organizados da sociedade civil, mundialmente, na luta de garantias no que tange a defesa dos direitos da criança e do adolescente em situação vulnerável, visando combater as inúmeras formas de violência, maus tratos, tem-se enquanto manifestações sociais, o Movimento de Meninos e Meninas de Rua (MMMR), o Movimento de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (MDDCA) e o Fórum Nacional Permanente dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum DCA), defendiam que a criança e o adolescente deveriam ser reconhecidos e valorizados como pessoa em condição peculiar de desenvolvimento, necessitando de atenção e cuidados especiais, assim, em 1988 promulgou-se a Constituição Federal brasileira e, em seu artigo 227 há um rompimento com o código de menores, defendendo que a criança e o adolescente são prioridade absoluta e sujeitos de direitos, a partir desse, permitiu-se a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado pela Lei Federal nº 8.069 de 13 de julho de 1990, com sustentação nos princípios da Doutrina da Proteção Integral das Nações Unidas, baseando-se na Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959.
Contudo, faz se necessário elencar à importância do processo de construção da cidadania da competência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), inserido na conjuntura brasileira nos últimos trinta anos, inferindo-se nos padrões sociais de diferentes sociedades, ao mudar os rumos das políticas públicas de assistência social que beneficiou e beneficia especificamente ao público da primeira infância, uma das classes que apresenta maior vulnerabilidade social, a qual vem gradativamente sociabilizando de modo a materializar quanto à expressão da questão social em suas particularidades, em um estado capitalista, desafiando as leis de políticas setoriais adquiridas por direitos que devem ser efetivas na vida das crianças e dos adolescentes no mundo contemporâneo, garantindo assim, a prática dos direitos e da cidadania, efetivando a proteção dessa população, sendo de responsabilidade do governo, da família e da sociedade, disposta constitucionalmente.
[...]
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, 1990). 
Contudo, estabelece à criança e ao adolescente em seu estágio de desenvolvimento, cuidados específicos do mínimo aceitável a esse público como implantação de programas e projetos sociais voltados à primeira infância. Vale ressaltar que a família está presente nas políticas de assistência social como proteção primária em rede, enquanto parte de direito, manter o convívio familiar, preservando dessa forma, o bem estar destes.
 	Assim como cabe ao Estado o dever protetivo, quanto à promoção dos programas de assistência integral da criança e do adolescente como saúde, educação, assistência social, o mesmo deve obedecer todos os preceitos institucionais, um exemplo é o atendimento à saúde desse público integralmente via sistema único de saúde (SUS), como ações e serviços que promovem e protegem a saúde, desafiando no enfrentamento de situação de vulnerabilidade social, destacando, no entanto a intervenção do conselho tutelar na prestação dos serviços de acordo com o artigo 136 da lei 8.069/90, do estatuto da criança e do adolescente (ECA), onde o mesmo pode atender em situação de violação, omissão por parte da sociedade ou do Estado, abuso dos pais ou responsável, ou por ato infracional, aplicando ações de proteção, da violação dos direitos da criança e do adolescente.
[…] atender às crianças e adolescentes nas hipóteses em que seus direitos forem violados, seja por ação ou omissão da sociedade ou do Estado, por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável, ou em caso de ato infracional. O Conselho Tutelar pode aplicar medidas como encaminhamento da criança ou do adolescente aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade, orientação, apoio e acompanhamento temporários, matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino fundamental, inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente e requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial, dentre outros. (BRASIL,1990).
O ministério da saúde articula com diversos setores públicos, construindo diretrizes na área de atendimentos, guiando gestores e profissionais para garantir o acesso integral a todos os seus direitos. Porém, é sabido que no Brasil há diversas violações dos direitos de meninos e meninas que estão diariamente expostas a fatores que contribuem para tal violência como acesso a drogas, pornografia, abuso sexual, violência física, entre outras. Contudo, algumas ações são realizadas pela equipe do conselho tutelar, um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, capaz de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, eles são eleitos pela sociedade para atender a demanda das crianças e dos adolescentes. Dentre suas atribuições está o acompanhamento dos menores em situação de risco eminente, tendo como parte do poder de decisão em conjunto com ministério público, das medidas necessárias a cada caso. O conselho tutelar está presente em mais de 98% dos municípios em todo país. 
Neste contexto, faz se necessário elencar quanto aos avanços das políticas setoriais da iniciativa das políticas públicas sociais, havendo queda da mortalidade infantil, como também maior acesso às unidades escolares, diminuição do trabalho infantil, aumento dos cuidados ao pré-natal, entre outros. Porém ainda há um número expressivo de crianças e adolescentes no trabalho infantil que estão expostos a situação de risco, de acordo com dados da pesquisa nacional por amostragem de domicílio (Pnad), realizada em 2016. Assim como outros dados que carecem manter um olhar atento para garantias dos direitos destes. 
Atualmente, observa-se um grande desafio dos governos em assegurar recursos para execução das políticas públicas que garantem prioridade absoluta, estabelecida no artigo 227 da constituição federal em vigor. Percebe se diante do cenário de pandemia mundial, um aumento considerável de agravante da crise econômica no país, no que refere à saúde, educação as desigualdades sociais, principalmente ao manter as crianças e jovens na escola muitos não possuem acesso à internet dificultando dessa forma a permanência destes na sala de aula.
Para tanto, é necessário atentar quanto às vulnerabilidades sociais, evasão escolar entre outros, contudo percebe-se o descaso quanto aos recursos públicos, falta de planejamento, aplicação adequada deste, e o agravamento das necessidades da população frente aos critérios estabelecidos nas políticas da assistência social, destacando-se no atual momento emergencial em que se encontra o país, apesar dos avanços, há influência quanto aumento da pobreza, desemprego e exclusão social, fazendo com que milhões de crianças e adolescentes tenham privações de seus direitos, enquanto parte de prioridades do conselho nacional de justiça (CNJ), da defesa dos direitos da infância e juventude, da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e todos os parceiros na defesa destes. 
Vale ressaltar a fala da presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), senhora Iolete Ribeiro da Silva, quanto às dificuldades junto ao órgão, da importância do judiciário para manter o trabalho no conselho e suas demandas atualmente.
A presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), Iolete Ribeiro da silva, lamentou as dificuldades que o órgão tem enfrentado no último ano e reforçou a importância do Judiciário para manter o trabalho do Conselho. “A importância do Conanda fica mais latente neste momento de pandemia, quando as desigualdades são ainda mais reforçadas e o conselho é muito demandado.” (VERONES, 2020, p.41).
Os princípios da gestão social no processo de descentralização das políticas públicas como parte das estratégias interventivas do poder público, privado e a sociedade, em parcerias, com compromisso de assegurar por meio das políticas e programas sociais públicas, acesso efetivo aos bens e serviços de forma democrática. Porém, faz-se imprescindível analisar a importância da participação do cidadão na elaboração e aplicação das políticas públicas municipais, fazendo parte dos conselhos municipais com participação ativa no processo de formulação e aplicações das políticas públicas do município, neste contexto, a participação popular faz-se necessário para o desenvolvimento e efetivação das políticas de assistência social em rede e serviços, transformando-se de forma eficiente, articulando entre diferentes organizações. Neste sentido o conselho municipal desempenha um papel importante de articulador dessas redes em uma visão ampla em defesa dos direitos e dos atendimentos da demanda social e na qualidade de vida humana.
Através das redes, as organizações estão conseguindo multiplicar iniciativas, trabalhar sua diversidade e segmentação. [...] Diferentemente das parcerias, que se constroem para o enfrentamento de um problema objetivo, pontual, as redes costumam se articular em torno de temas específicos - culturais, educacionais, políticos etc. (MIOTO, 2001, P. 20). 
Dessa forma, faz-se necessário analisar quanto à participação da sociedade na elaboração e aplicação destas, que apesar do direito democrático participativo e do controle social, a participação do cidadão ainda é limitada, mesmo diante do modelo democrático baseada nas normas constitucional em vigor, destacando para tanto a importância da prática do assistente social frente ao desempenho constitucional proposto em prol da sociedade.
O serviço social é uma profissão de caráter crítico e interventivo, que se utiliza de instrumentais para proteger e amparar qualquer cidadão que sofrer privações de qualquer ordem. Portanto, o que define quais instrumentos e técnicas serão utilizados na intervenção do serviço social são os objetivos profissionais, ou seja, a instrumentalidade deve se pautar sobre a realidade social. Para tanto, os instrumentos que caracterizam a prática do Serviço Social são divididos em instrumentos diretos e indiretos.
Instrumentos diretos: são aqueles que proporcionam uma relação face a face, ou seja, por meio da linguagem gestual, pelo diálogo ou pela entonação. 
Acolhimento Social: Tem por objetivo identificar o problema de determinada situação no âmbito individual ou coletivo. É a primeira aproximação do profissional com os usuários, é importante para que o usuário possa expor seus problemas, sendo importante para alcançar os objetivos propostos, como destaca Silva e Oliveira (2020).
Pode-se compreender a acolhida e escuta qualificada como uma dimensão que possibilita as primeiras aproximações com os usuários, a qual permite a identificação das demandas apresentadas pelos mesmos e início da construção de vínculos referenciais e confiança dos usuários com o Serviço Social e vice-versa (SILVA; OLIVEIRA, 2020, P.7).
Entrevista: Visa estabelecer uma relação com o usuário, conhecendo e intervindo em sua realidade social, econômica, cultural e política. O diálogo propicia uma análise crítica da situação, pois promove o conhecimento da realidade dos usuários e é a partir daí que o assistente social consegue identificar as questões que permeiam a sua realidade, realizando os encaminhamentos e as orientações necessários para a garantia de seus direitos.
Observação: É um instrumento importante em momentos de decisão em que o Assistente Social precisa ter segurança, consolidando-se nos objetivos no qual pretende alcançar. Assim relata SOUZA (2000):
A observação consiste na ação de perceber, tomar conhecimento de um fato ou conhecimento que ajude a explicar a compreensão da realidade objeto do trabalho e, como tal, encontrar os caminhos necessários aos objetivos a serem alcançados. É um processo mental e ao mesmo tempo técnico. (SOUZA, 2000, P.42)
Visita: Consiste em conhecer a realidade social de uma determinada família, ou seja, analisar o contexto familiar e o modo de vida, suas vulnerabilidades e potencialidades, permitindo assim ao assistente social examinar o indivíduo em seu meio social, além de realizar o acompanhamento ou encaminhamentos, caso necessite.
Acompanhamento Social: Procedimento técnico de caráter continuado, que necessita de um vínculo entre o usuário e o profissional.
Atendimento Social: Várias ações direcionadas ao atendimento de famílias e indivíduos, objetivando o acesso aos direitos sociais, políticos e civis, como: assistência social, saúde, educação, previdência, habitação, bem como na prevenção de situações de risco.
Instrumentos indiretos: consistem no registro da interação realizada pelo instrumental face a face.
Estudo Social: Instrumento específico do assistente social que tem por finalidade conhecer com profundidade e de forma crítica, determinada situação da questão social.
Parecer Social: É a avaliação conclusiva, teórica e técnica realizada pelo assistente social, dos dados coletados após a finalização do estudo social.
Relatório Social: São instrumentos de sistematização da prática do assistente social, que contém o relato dos dados coletados, das intervenções realizadas e das informações adquiridas.
Perícia Social: É um instrumento que reforça as decisões referentes à concessão de benefícios, garantindo assim o acesso aos direitos sociais e a superação da vulnerabilidade e risco social.
No âmbito da intervenção profissional do Serviço Social e visto os instrumentos que podem ser utilizados pelo Assistente Social, pode-se afirmar que este profissional busca compreender as relações sociais do indivíduo, visando sempre assegurar os direitos fundamentais das crianças e adolescentes.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Garantido pela Constituição Federal de 1988, baseada em legislações como a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e a Declaração dos Direitos da Criança de1959, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, foi criado pela Lei Federal nº. 8.069 em 13 de julho de1990, em um contexto de lutas, legitimadas pelos movimentos sociais, efetivadas pela participação popular de todos os segmentos e organizações da sociedade, visando reconhecer as crianças e adolescentes enquanto sujeitos detentores de direitos, direitos fundamentais, os quais devem ser garantidos e assegurados pela família, o Estado e a sociedade civil, uma proteção compartilhada, assegurada por lei. 
Assim, a família se torna a base da sociedade, e o Estado deverá protegê-la, conforme prevê o artigo 226 da Constituição Federal de 1988, uma vez que a criança e o adolescente se encontram em processo de desenvolvimento físico, psicológico e social, deve - se desenvolver políticas públicas capazes de promover sua integração e proteção absoluta, intervindo nas situações de vulnerabilidades. 
Trabalho esse, que vêm sendo desenvolvido ao longo desses anos, por meio das redes de proteção, cujo objetivo é articular e capacitar organizações sociais para que influenciem as políticas nas áreas da infância e adolescência, e tenham uma ação transformadora da situação de vulnerabilidade social desta população, como exemplo, os conselhos tutelares, um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, situados nos municípios, exercendo a prática de fortalecimento dos vínculos socioafetivos familiares por meio do diálogo, atuando por meio de orientações e encaminhamentos de crianças, adolescentes e familiares sempre que um direito esteja sendo violado ou ainda sob ameaça de sê-lo, ou mesmo encaminhando – os aos serviços públicos de saúde, educação, assistência social, trabalho, requisição de documentos, tais como certidão de nascimento ou óbito, primando pelo o fortalecimento das políticas públicas sociais.
Contudo, nesses trinta anos de Estatuto é observável os avanços com relação a proteção das crianças e adolescentes no país, basta revisitarmos o passado no qual viviam, aos que se encontravam em situação de vulnerabilidade, o tratamento era de segregação, repressão e exclusão. Porém os desafios ainda são inúmeros, faz -se necessário que o Estado de fato, garanta a proteção integral e o acesso aos serviços básicos de saúde, educação, assistência social, lazer, moradia e alimentação, afinal, não basta que as crianças e os adolescentes estejam matriculados na rede educacional, é preciso que as condições desse ensino seja favorável ao seu desenvolvimento integral, assim como, ter um conselho tutelar enquanto rede intersetorial de proteção aos mesmos e, ao encaminha - lós a uma unidade de saúde, não haver o profissional para o atendimento do qual necessita. 
E embora todo aparato legal, para combater a violência contra as crianças e adolescentes, o Brasil é um dos países campeão em violação dos direitos destes, basta avaliar as estatísticas de violência doméstica, um fenômeno social que traz enormes consequências para o desenvolvimento físico, mental, emocional, espiritual e social da criança e do adolescente. As formas mais acentuadas de violência doméstica são: violência física, negligência, abuso sexual e violência psicológica. 
Já os conselhos tutelares, devem ser mais valorizados, pela população local, uma vez que, atuam enquanto órgão encarregado pela sociedade para zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente nos casos de ameaça ou violação desses direitos, nesse sentido, compreende-se: criança, pessoas até doze anos incompletos e adolescentes, pessoas de doze a dezoito anos, nas hipóteses previstas no artigo 98 e 105 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.
Com relação ao serviço social, por ser uma profissão de caráter crítico e interventivo, deve atuar na questão utilizando
- se de instrumentais para proteger e amparar qualquer cidadão que sofrer privações de qualquer ordem. Nesse sentido, a instrumentalidade deve se pautar sobre a realidade social, buscando compreender as relações sociais do indivíduo, visando sempre assegurar os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em. Brasília: Senado Federal, 1988.
BRASIL. Lei nº 8069/90. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília: 1990.
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COSTA, Dourival e LAVORATTI, Cleide. Instrumentos Técnico-Operativos no Serviço Social: um debate necessário. (2016).
FALEIROS, Vicente de Paula. História das políticas para a infância no Brasil. In: Curso de Formação de Conselheiros de diretos e tutelares. Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância da Universidade de Brasília – UNB: Brasília, 1995.
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