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Fonte: Dra. Juliana Lemos, SPB Manual de Alimentação Introdução A alimentação saudável da criança deve começar com a alimentação materna, antes, durante a gestação e durante a fase de lactação a fim de possibilitar crescimento e desenvolvimento adequados, otimizar o funcionamento de órgãos, sistemas e aparelhos e atuar na prevenção de doenças em curto e longo prazo. Durante os primeiros meses de vida, os tratos digestório, renal e o sistema imunológico encontram-se em fase de maturação. O leite humano, da mãe sadia e bem nutrida, atende perfeitamente às necessidades dos lactentes, a termo e saudáveis, sendo muito mais do que um conjunto de nutrientes, um alimento vivo e dinâmico, por conter substâncias com atividades protetoras e imunomoduladoras. O incentivo e apoio ao aleitamento materno devem ocorrer no pré-natal, sala de parto, alojamento conjunto e após a alta hospitalar, bem como nas unidades de alto risco que atendem o recém-nascido. Definições de aleitamento materno pela OMS (2015): → Exclusivo: somente o aleitamento materno, diretamente da mama, ou leite humano ordenhado, e nenhum outro alimento líquido ou sólido, com possível exceção aos medicamentos. → Predominante: aleitamento + outros líquidos que não seja outro tipo de leite (em menor quantidade). → Complementado: já há a introdução da alimentação (a partir dos 6 meses até os 2 anos). Neste caso, já há uma complementação alimentar e não substituição do leite. → Misto/parcial: quando é oferecido leite materno e outros tipos de leite. Benefícios O leite materno é composto por: calorias, lipídeos e proteínas. → Colostro: até 7-10 dias. → Leite maduro: após os 10 dias pós parto. Leite anterior: mais risco em água e fatores de proteção. o Fatores imunológicos: IgA secretora, anticorpos IgM e IgG (infecções passadas da mãe e vacinação), fator bífido (estimulam a produção dos lactobacilos bífidos, acidificando as fezes das crianças, diminuindo as chances de diarreia). Leite posterior: mais rico em gorduras. Evita as mortes infantis, evitando as diarreias, infecções respiratórias. Reduz o risco de HAS, diabetes, obesidade e alergias. É a melhor nutrição para o bebê. Possui um efeito positivo na inteligência e melhor desenvolvimento da cavidade oral. Para a mãe, protege contra o câncer de mama, diminui o risco de nova gravidez, aumenta o vínculo mãe e filho e não possui custo financeiro. Lactogênese Fase 1: na gravidez → Aumento do estrogênio causa a ramificação dos ductos lactíferos → Progesterona: aumenta a formação dos lóbulos → Lactogenio placentário: inibe a secreção do leite durante a gravidez. Fase 2: após o parto → Estímulo da prolactina (hipófise anterior) pela saíde da placenta, aumentando a secreção de leite. → Ocitocina (hipófise posterior): expulsão do leite. Fase 3: galactopoiese → Estimulo da prolactina, ocitocina. → Sucção do bebê e o esvaziamento da mama estimulando a produção e secreção de leite. Técnica de amamentação Uma criança nascida a termo e sadia tem reflexos que facilitam a mamada. O reflexo de busca (procura) auxilia o bebê a encontrar o mamilo mediante um estímulo realizado na face, lábios ou região perioral, que faz com que ele gire a cabeça para o mesmo lado, com a boca aberta e abocanhe o mamilo e aréola, dando início ao reflexo de sucção. Para extrair o leite, o bebê suga o mamilo e a aréola que penetram em sua boca até tocar o palato; a pressão da aréola tracionada contra o palato com a língua propulsiona o leite dos seios lactíferos para a boca da criança, de modo que ela possa engolir (reflexo de deglutição). Uma boa técnica de amamentação é essencial para que a mamada seja eficiente e não machuque os mamilos. A prolactina é o hormônio responsável pela produção de leite e tem seus níveis regulados pelo estímulo de sucção do complexo mamilo-areolar através da pega adequada e frequência das mamadas. No entanto, a ocitocina é o hormônio responsável pela ejeção de leite, sendo influenciada por fatores emocionais maternos: ela aumenta em situações de autoconfiança e diminui em momentos de ansiedade e insegurança. O bebê deve começar a mamar logo após o nascimento, ainda na sala de parto, estando a mãe em boas condições e o recém-nascido com manifestação ativa de sucção e choro. O contato precoce da criança com a mãe e a estimulação sensorial da mama ajudam a consolidação do reflexo da sucção, com abreviação do tempo de apojadura (descida do leite) e fortalecimento do vínculo mãe-filho. Técnica eficiente → A mãe pode estar sentada, recostada ou deitada; → Sua mama deve estar apoiada com a mão e o polegar bem em cima da aréola, com os outros dedos e toda a palma da mão debaixo da mama → formando a letra C. → Um ambiente com paz para o processo é essencial. → Não é recomendado pinçar o mamilo entre o dedo médio e o indicador, pois isso pode diminuir a ejeção de leite. → O bebê precisa abocanhar maior parte do mamilo. Como? Pode apontar o mamilo para o nariz do bebê e esperar ele buscar. → O bebê deve estar bem apoiado, com a cabeça e o corpo alinhados; o corpo, bem próximo e voltado para o da mãe (barriga com barriga), queixo tocar o peito e boca bem aberta (lábios evertidos), de frente para o mamilo. Orientações gerais → Aleitamento materno em livre demanda, sem horários fixos ou determinados. → Não existe leite fraco. → Esvaziar uma mama antes de oferecer a segunda mama. O tempo de esvaziamento da mama é variável para cada criança; alguns conseguem fazê-lo em poucos minutos e outros, em até 30 minutos. → Não oferecer água ou chá. → Não utilizar mamadeira. → Para retirar o bebê do peito, recomenda-se introduzir gentilmente o dedo mínimo no canto da sua boca; ele largará o peito, sem tracionar o mamilo. Lactante tem fome e sede → Consumo extra de 500 kcal/dia → Dieta variada, saudável, com frutas, verduras → Consumir >= 3 porções leite/dia → Moderar o consumo de café Mulher que trabalha e amamenta → Ordenhar e armazenar o leite 15 dias antes → Amamentar enquanto em casa → Evitar mamadeiras → Durante o trabalho: esvaziar as mamas → Legislação trabalhista: licença maternidade 120- 180 dias, prorrogação de 15 dias, direito a garantia no emprego, direito a creche e 2 pausas de 30 minutos para amamentar. Contraindicações Mães infectadas pelo HIV, HTLV 1 e HTLV 2. Uso de medicações antineoplásicas e radiofármacos. RN com galactosemia. Falsas contraindicações: tuberculose, hanseníase, hepatite B e C, dengue, tabagismo, consumo de álcool (2 horas após beber). Temporárias: infecção herpética nas mamas, varicela materna de 5 dias antes do parto até 2 dias após, doença de chagas aguda ou se sangramento, abcesso mamário e uso de drogas de abuso. Prevenção e manejo dos principais problemas relacionados ao aleitamento Ingurgitamento mamário 3 componentes: (1) congestão/aumento da vascularização; (2) retenção do leite nos alvéolos; e (3) edema. A produção de leite pode ser interrompida, com reabsorção do leite represado. O leite acumulado na mama torna-se viscoso: essa é a origem do termo “leite empedrado”. O ingurgitamento fisiológico é discreto, é sinal positivo que o leite está descendo. No patológico, a mama fica muito distendida, causando grande desconforto, às vezes acompanhando febre e mal estar. Os mamilos ficam achatados, dificultando a pega. O ingurgitamento patológico ocorre mais entre as primíparas, +/- 3-5 dias após o parto. Amamentação em livre demanda, iniciada o mais cedo possível, com técnica correta Manejo: → Massagens com movimentos circulares → Uso de analgésicos sustemicos/AINE → Uso de sutiã com alças largass e firmes,alivia a dor e mantem ductos na posição anatômico. → Crioterapia em intervalores regulares após ou nos intervalos das mamadas. → Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente ou com bomba de sucção. Mastite Processo inflamatório de 1 ou + segmentos da mama. É mais comum na 2ª -3ª semana pós parto. Nem sempre é fácil distinguir a infecciosa da não infecciosa, apenas pelos sinais e sintomas. Em ambas, a parte afetada da mama encontra-se dolorosa, vermelha, edemaciada e quente. Quando há infecção, costuma haver mal estar importante, febre alta e calafrios. Manejo → Tratar a causa da estagnação do leite. → Esvaziamento adequado da mama, fazer manutenção da amamentação e retirada manual após mamadas se necessário. → Antibioticoterapia: se sintomas graves desde o início do quadro, se há fissura mamilar e ausência de melhora dos sintomas após 12-24h da remoção efetiva do leite acumulado. → As opções são: cefalexina, amoxicilina, ou amoxi- clavu. Para as alérgicas, eritromicina. → Outras medidas: repouso da mãe, analgésicos ou anti-inflamatórios, suporte emocional. → Se não houver regressão dos sintomas após 48h do início da antibioticoterapia, considerar possibilidade de abcesso mamário e encaminhamento para referência. Abcesso mamário Em geral, é causado por mastite não tratada ou com tratamento ineficaz. Quadro clínico: dor intensa, febre, mal estar, calafrios e presença de flutuação. A USG pode confirmar e indicar o melhor local para incisão ou aspiração. Exige intervenção rápida com drenagem cirurgia sob anestesia local com coleta de secreção purulenta para cultura. Se conseguir, manutenção da amamentação na mama sadia. Introdução A alimentação complementar é o conjunto de todos os alimentos, além do leite materno, oferecidos durante o período em que a criança continuará a ser amamentada ao seio sem exclusividade deste. Não há evidências de que exista alguma vantagem na introdução precoce (antes dos 6 meses de idade) de outros alimentos que não o leite humano na dieta da criança. Por outro lado, os relatos de que essa prática possa ser prejudicial são abundantes. Os sistemas digestório e renal do lactente são imaturos, o que limita a sua habilidade em manejar alguns componentes de alimentos diferentes do leite humano. Devido à alta permeabilidade do tubo digestivo, o lactente corre o risco de apresentar reações de hipersensibilidade a proteínas estranhas à espécie humana. O rim imaturo, por sua vez, não redução a capacidade necessária de concentrar a urina para eliminar altas concentrações de solutos provenientes de alguns alimentos. Aos 4-6 meses a criança encontra-se num estágio de maturidade fisiológica e neurológica, com atenuação do reflexo de protrusão da língua, que facilita a ingestão de alimentos semi-sólidos. As enzimas digestivas são produzidas em quantidades suficientes, razão que as habilitam a receber outros alimentos além do leite materno. Os lactentes com até 2 anos de idade devem consumir alimentos com baixa carga de solutos excretáveis pelos rins e de alimentos com conhecida capacidade de não agredir o epitélio digestório e que não provoquem dificuldades de digestão e absorção. Os alimentos industrializados, caracterizados como processados ou ultraprocessados, segundo a classificação NOVA (2016), devem ser abolidos nos primeiros anos de vida. Estes alimentos possuem maior teor de sal, açúcar e gorduras, principalmente saturadas e trans. Os 12 passos para a alimentação saudável 1. Aumentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até os 6 meses. 2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses. 3. Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas. 4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno. 5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade. 6. Não oferecer alimentos ultra processados para a criança. 7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família. 8. Zelar para que a hora de alimentação seja um momento de experiencias positivas, aprendizado e afeto junto da família. 9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição. 10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família. 11. Oferecer à criança uma alimentação adequada e saudável também fora de casa. 12. Proteger a criança da publicidade de alimentos. Observações A introdução dos alimentos deverá ser a mais ampla possível (porém introduzida a cada 3-5 dias, um único alimento considerado alergênico, como: leite de vaca, ovo, soja, trigo, peixes, frutos do mar) a partir do 6º mês de vida, visando a aquisição de tolerância e redução do risco de alergenicidade. É importante lembrar que o período de introdução da alimentação complementar é de elevado risco para a criança, tanto pela oferta de alimentos desaconselháveis quanto pelo risco de sua contaminação devido à manipulação e ao preparo inadequado, favorecendo a ocorrência de doença diarreica e desnutrição. Retardar a introdução de alimentos complementares não protege a criança do desenvolvimento de doenças alérgicas, podendo mesmo, aumentar este risco. Entretanto, antecipar a introdução de grande variedade de alimentos sólidos para crianças de 3 a 4 meses de vida parece elevar o risco de eczema atópico e de alergia alimentar. O glúten pode ser introduzido entre 4 e 12 meses, mas o consumo de grandes quantidades deve ser evitado durante as primeiras semanas após a introdução da alimentação complementar. Não se deve adicionar sal no preparo da papa da alimentação complementar para lactentes até 12 meses e após esta idade usar com moderação. Alimentos ultra-processados ou com adição de sal, açúcar e baixa qualidade nutricional não devem ser oferecidos aos lactentes (0-2 anos), além de reduzir o apetite da criança e competir com os alimentos nutritivos estão associados à anemia, ao excesso de peso e às alergias alimentares. Iniciando a introdução (6 meses) Em torno dos 6 meses, a maioria das crianças está pronta para começar a comer novos alimentos. Pode acontece de, ao oferecer a comida, a criança cuspir, parecendo não gostar. Isso ocorre, pois para poder mamar no peito, a criança faz este mesmo movimento. O leito materno deve continuar sendo oferecido até os 2 anos ou mais, não sendo necessário dar o leite de vaca ou fórmula infantil. Os novos alimentos devem complementar o leite materno e não o substituir. Nesta idade, a criança deve começar a receber 3 refeições, que podem ser almoço (ou jantar) e 2 lanches, ou almoço, jantar e 1 lanche. Não há regra sobre qual iniciar primeiro, o importante é aos 7 meses, fazer as 3 refeições. As frutas in natura, raspadas, amassadas ou picadas devem ser oferecidas em colher, nesta idade. O tipo de fruta a ser oferecido deverá respeitar as características regionais, custo, estação do ano e a presença de fibras, lembrando que nenhuma fruta é contraindicada, a não ser a carambola nos casos de insuficiência renal. Os sucos (naturais e artificiais) devem ser evitados pelo risco de predispor à obesidade devido ao maior consumo de calorias e não ingestão das fibras das frutas que contribuem para diminuir a absorção do açúcar. Colocar pequenas quantidades dos alimentos, começando com cerca de 1 colher de sobremesa de cada grupo. Pode ser que a criança não aceite tudo ou queira mais um pouco, podendo chegar a 3 colheres de sopa no total (apenas uma referência). Os alimentos devemficar separados e amassados com garfo, não devem ser liquidificados e nem peneirados. Os alimentos crus podem ser raspados ou amassados. Se a criança recusar algum alimento, espere alguns dias e volte a oferecer junto com os alimentos de que ela gosta. Se continuar a recusar após várias tentativas, oriente mudar a forma de preparo. A literatura diz que devemos tentar até 10 vezes a introdução de um alimento para realmente dizer que essa criança não gosta do alimento. Na prática, isso não é regra. Aos 7 e 8 meses O leite materno deve continuar a ser oferecido segundo a vontade da criança, sem substituir almoço e jantar. Pode ser oferecido entre as refeições e continua sendo o principal alimento da criança. Passar a ofertar 4 refeições: almoço, jantar e 2 lanches. Arrumar os alimentos lado a lado, para o prato ficar mais bonito e a criança aprender os diversos sabores e cores dos alimentos. Ofereça alguns alimentos macios em pedaços grandes o suficiente para a criança possa pegar com as próprias mãos e tentar comer sozinha. De uma colher pequena pra a criança para estimular o movimento de leva-la até a boca. 9 a 11 meses Embora a amamentação continue sendo muito importante para a criança, ele não é suficiente. Os tipos de refeições continuam os mesmos: almoço, jantar e 2 lanches. A criança pode receber alimentos picados na mesma consistência dos alimentos da família. Carnes podem ser desfiadas. A consistência dos alimentos deve ser progressivamente aumentada; respeitando-se o desenvolvimento da criança, evitando-se, dessa forma, a administração de alimentos muito diluídos (com baixa densidade energética) e propiciando oferta calórica adequada. Além disso, crianças que não recebem alimentos em pedaços até os 10 meses apresentam, posteriormente, maior dificuldade de aceitação de alimentos sólidos Nessa idade, a criança pode aceitar 4-5 colheres de sopa. 1-2 anos No primeiro ano, a criança triplica de peso. Dos 12- 24 meses, ela ganha bem mesmo peso. Além do leite, a criança recebe: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Continuar com alimentos em pedaços maiores e a mesma consistência da família. A criança pode aceitar 5-6 colheres de sopa. Crianças não amamentadas Fórmula infantil → Classificação (ANVISA): alimento para fins especiais. Representa a melhor alternativa para a alimentação de crianças parcialmente ou não amamentadas. A indústria modifica o leite de vaca, buscando um produto compatível com a maturidade dos organismos de crianças pequenas e atenda às necessidades nutricionais. → Os novos alimentos deverão ser oferecidos a partir dos 6 meses, inclusive água. → A partir de 9 meses, pode ser substituída pelo leite de vaca integral. Leite de vaca modificado em casa → As quantidades excessivas de proteínas, sódio, potássio e cloro podem sobrecarregar os rins nos primeiros meses. → As proteínas deste leite possuem digestão mais demorada e quantidades insuficientes de vitaminas A, C e D. → O ferro nele contido não é bem aproveitado quanto o do leite materno, podendo levar à anemia. → Essas crianças poderão receber novos alimentos a partir dos 4 meses para evitar deficiências nutricionais. Atenção o O açúcar não deve ser oferecido a criança menor de 2 anos. o Mel: não é recomendado para criança menor de 2 anos, pois contém os mesmos componentes do açúcar e possui o risco de contaminação por bactéria associada ao botulismo. Além disso, a criança > de 1 ano é menos resistente, podendo desenvolver essa grave doença. Suplementação de vitaminas e minerais A maioria das vitaminas não é sintetizada pelo organismo e necessitam ser ingeridas pela alimentação. Nos casos de alimentação deficiente com riscos de carência, a vitamina deve ser utilizada sob a forma medicamentosa, principalmente nos primeiros anos de vida. Vitamina D O Departamento de Nutrologia da SBP preconiza suplementação de vitamina D para recém-nascido a termo, desde a primeira semana de vida, mesmo que em aleitamento materno exclusivo ou fórmula infantil. Administrar 400 UI/dia de vitamina D para todos os lactentes da 1ª semana até 12 meses e 600 UI/dia dos 12-14 meses. Independente de estar em aleitamento materno exclusivo, fórmula infantil ou leite de vaca. Para o RN pré termo, recomenda-se suplementação profilática oral de vitamina D (400UI/dia), que deve ser iniciada quando o peso for > 1500g e houver tolerância plena à nutrição enteral. Entre os fatores de risco para a deficiência de vitamina D, encontram-se: deficiência materna durante a gravidez, mãe vegetariana, não exposição ao sol, viver em altas latitudes, viver em áreas urbanas com prédios e/ou poluição que bloqueiam a luz solar, pigmentação cutânea escura, uso de protetor solar, variações sazonais, cobrir todo o corpo ou uso de alguns anticonvulsivantes (hidantoína, fenobarbital), glicocorticoides e antiretrovirais. A exposição direta da pele à luz solar, não é recomendada devido aos riscos dos raios ultravioletas. Deve-se usar fatores de proteção (roupas e protetor solar), para expor a criança ao sol (Consenso de fotoproteção SBP, 2017). Vitamina A A concentração de vitamina A no leite materno varia de acordo com a dieta da mãe. Administrar vitamina A na forma de megadose, apenas para as crianças nas regiões de alta prevalência de hipovitaminose A que tenha diagnóstico de hipovitaminose, a cada 4-6 meses, após realizar investigação alimentar de deficiência. 6-12 meses: 100.000 UI 12-72 meses: 200.000 UI Ferro A OMS propõe que a suplementação profilática de ferro medicamentoso para lactentes seja realizada de maneira universal, em regiões com alta prevalência de deficiência de ferro, na dose diária de 12,5 mg a partir do sexto mês de vida. Administrar ferro elementar para todo lactente nascido a termo, após o 3º mês de vida na dose de 1 mg/kg/dia, até os 2 anos de idade. Independentemente de ser em aleitamento exclusivo, fórmula infantil ou leite de vaca. Vitamina K É dada ao nascimento, na dose de 1 mg por via intramuscular, para prevenir a doença hemorrágica.
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