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São dilatações SINTOMÁTICAS dos plexos hemorroidários na região anorretal. Aproximadamente 10 a 25% da população adulta é afetada pela doença hemorroidária; os sintomas aparecem com maior frequência entre os 45 e 65 anos. As hemorroidas internas provocam sangramento indolor. Sangue vivo pode ser visto no papel higiênico ou em roupas íntimas. Um gotejamento após o término da evacuação também é descrito. Veia retal superior → Mesentérica inferior → Sistema porta Veias retais inferiores → Pudenda interna → Sistema cava QUADRO CLÍNICO Sangramento imotivado, indolor, autolimitado + Prurido + Prolapso + Mucorreia. Classificação → Internas Grau I: sem prolapso Grau II: com prolapso redutível espontaneamente. Grau III: com prolapso redutível manualmente. Grau IV: com prolapso irredutível. → Externas → Mistas TRATAMENTO DIETA LAXATIVA ÁGUA > 2L/DIA; RICA EM FIBRAS; EVITAR ALIMENTOS CONSTIPANTES + REDUZIR O USO DE PAPEL HIGIÊNICO + BANHO DE ASSENTO + POMADAS ANESTÉSICAS +/OU CIRÚRGIA HEMORROIDECTOMIA/ GRAMPEAMENTO CIRCULAR (PPH)/ DESARTERIALIZAÇÃO (TDH) I MEV: dieta + reduzir uso de papel higiênico + banhos de assento se sintomático. II MEV + ESCLEROTERAPIA III MEV GRAMPEAMENTO DESARTERIALIZAÇÃO FOTOCOAGULAÇÃO IV HEMORROIDECTOMIA LIGADURA ELÁSTICA A ligadura elástica é o método realizado em consultório/ambulatório e tem se mostrado o mais popular entre os proctologistas. A técnica envolve o emprego de um anuscópio utilizando-se um ligador. Contraindicações: imunodeficiência, presença de coagulopatia e uso de medicações anticoagulantes ou antiplaquetárias (exceto AAS e derivados). Raramente necessitam de tratamento cirúrgico, exceto em condições de trombose → trombectomia ou hemorroidectomia. COMPLICAÇÕES PÓS OPERTAÓRIAS DAS HEMORROIDECTOMIAS Retenção urinária: observada em aproximadamente 30% dos pacientes. Nesses casos, o uso de laxativos e analgésicos reduz a incidência desta complicação; é importante orientarmos o paciente para ingerir um menor volume de líquidos, uma medida que naturalmente diminui a retenção de urina. Dor: é quase universal e o espasmo do esfíncter anal interno é um fenômeno que também pode contribuir. Pomada de diltiazem, AINES e acetaminofen são drogas utilizadas com frequência para alívio dos sintomas; opiáceos devem ser evitados, uma vez que levam a constipação, o que acaba agravando a dor. Hemorragia tardia (sete a dezesseis dias de pós-operatório) pode ocorrer em 1-2% dos pacientes, e se deve a deslocamento de coágulo primário; a conduta é cirurgia imediata (sutura e ligadura), na dependência da magnitude do sangramento. Coleções purulentas anorretais, habitualmente associadas a infecção criptoglanudular. O abscesso é o grande responsável pelo surgimento das fístulas perianais! No entanto, as fístulas perianais podem ter como etiologia outras condições como doença de Crohn, malignidades hematológicas, tuberculose, trauma e presença de corpo estranho. É o mais comum, extremamente doloroso, apresenta hiperemia e abaulamento na margem anal, possui toque retal muito doloroso. Desconforto anal, sensação de peso no reto, febre, mal-estar geral, toque renal menos doloroso do que os perianais. Pode ser assintomático, sendo reconhecido apenas por meio da métodos de imagem. Em alguns casos sintomáticos, encontra-se dor de caráter latejante. Geralmente ocasionados por processos infecciosos em cavidade peritoneal. Muitas vezes, dor em andar inferior do abdome e urgência miccional são sintomas que desviam a atenção do cirurgião para uma possível doença anal. Ocasionado pela extensão de uma coleção interesfincteriana em direção da luz intestinal. Há dor intensa (a anuscopia nem sempre é possível devido a dor). Em geral, o diagnóstico de abcesso anorretal é CLÍNICO, o exame complementar (TC de preferência) é necessário apenas em abcessos mais profundos. TRATAMENTO DRENAGEM + ANTIBIÓTICOS EM PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS E DIABÉTICOS CIPROFLOXACINO + METRONIDAZOL O uso de antibióticos não é recomendado em pacientes sem fatores de risco, pois grande parte dos abcessos anorretais são devido às bactérias colônicas da flora (gram negativos e anaeróbias). A coleta de cultura é necessária apenas em pacientes complicados e naqueles que possuem recidiva. As fístulas são definidas como uma comunicação anômala entre o epitélio intestinal (canal anal no nível da linha denteada ou reto) e a pele. Uma fístula é considerada completa quando se identifica o seu orifício interno (cripta anal acometida), seu trajeto e seu orifício externo. O abscesso anorretal é condição predisponente à formação de uma fístula. O abscesso representaria a fase aguda da infecção das glândulas anais de Chiari, enquanto a fístula seria uma complicação crônica. Doença de Crohn, traumas anorretais, cirurgias anais prévias (hemorroidectomia e fissura anal), tuberculose, actinomicose, linfogranuloma venéreo, sífilis etc. são outras afecções que podem também estar relacionadas com o surgimento de fístulas perianais. As fístulas são classificadas em quatro categorias anatômicas: interesfincterianas (45%); transesfincterianas (30%); supraesfincterianas (20%); e extraesfincterianas (5%). O trajeto da fístula está confinado ao plano interesfinctérico. A fístula conecta o plano interesfinctérico com a fossa isquiorretal, perfurando o esfíncter externo. O trajeto inicialmente é similar à fístula interesfinctérica, mas surpreendentemente segue para cima sobre o esfíncter externo e perfura o músculo elevador do ânus. O trajeto se estende do reto para a pele do períneo, completamente lateral ao complexo esfincteriano. QUADRO CLÍNICO DRENAGEM DE SECREÇÃO SEROPURULENTA COM ODOR FÉTIDO PELA REGIÃO PERIANAL + IRRITAÇÃO E PRURIDO No exame proctológico sob anestesia a palpação nos revela um pequeno nódulo na parede do canal anal, que representa a abertura interna do trajeto fistuloso; anuscopia seguida da passagem de uma sonda através da abertura interna habitualmente define a anatomia anômala. A regra de Goodsall-Salmon nos permite definir a anatomia das fístulas simples. O tratamento das fístulas anais é cirúrgico e tem como objetivos eliminar a fístula, prevenir sua recorrência e preservar a continência. TRATAMENTO FISTULOTOMIA (fístulas interesfincterianas e transesfincterianas baixas) +/OU RESSECÇÃO DO ESFÍNCTER EXTERNO E SETTON DO ESFÍNCTER INTERNO (Fístulas transesfinctéricas altas com comprometimento dos esfíncteres interno e externo) +/OU RETALHO DE AVANÇO TRANSANAL (Fístulas que envolvem uma substancial porção do esfíncter anal) +/OU COLA DE FIBRINA É considerada uma espécie de úlcera longitudinal localizada no canal anal. Geralmente tem início na margem anal e se estende até a linha denteada. Quando a fissura anal é encontrada fora destes sítios devemos considerá-la inicialmente como secundária a alguma condição, com destaque para a doença de Crohn. Outras desordens que podem ocasionar fissuras anais incluem tuberculose, sífilis, câncer, leucemia e infecção pelo HIV (úlceras virais ou neoplásicas). A constipação crônica, com passagem de fezes endurecidas e consequente trauma local, é relatada pela maioria dos pacientes portadores de fissura anal; contudo, em alguns indivíduos, a fissura se estabelece após episódios de diarreia intensa. O principal sintoma é a dor anal precipitada pela evacuação. Muitos pacientes relatam dor intensa, como uma “lâmina cortante” ou em queimação, que pode persistir por horas após o ato de defecar. “Sangue vivo” pode ser observado no papel sanitário ou sobre as fezes. No exame físico notamos muitas vezes um plicoma anal edemaciado e doloroso situado distalmente à fissura. Durante a fase aguda, o toqueretal não é recomendado, pois agrava o espasmo muscular e causa uma dor descrita como “insuportável”. No entanto, tão logo a dor melhore, devemos proceder ao exame proctológico. IMPORTANTE Quando a queixa principal do paciente for a dor perianal relacionada à evacuação, devemos pensar na FISSURA, e quando a queixa for o sangramento ou o prolapso indolor, a principal hipótese será a DOENÇA HEMORROIDÁRIA! FISSURAS ANAIS CRÔNICAS > 6 semanas de evolução. Tríade: ulceração profunda + endurecimento das bordas, aumento do tecido no nível da linha denteada (papilas hipertrofiadas) + plicoma anal sentilenal. TRATAMENTO AGUDO RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS (Ingesta aumentada de fibras e líquidos somadas a banhos de assento frequentes e uso de emolientes fecais) + NITRATOS TÓPICOS POMADA DE NITROGLICERINA OU BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO NIFEDIPINA TÓPICO TRATAMENTO CRÔNICO BLOQUEADORES DOS CANAIS DA CÁLCIO NIFEDIPINA OU DILTAZEM TÓPICO OU BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO POR VIA ORAL NIFEDIPINA OU DILTIAZEM + CIRURGIA: ESFINCTEROTOMIA LATERAL INTERNA
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