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Destruição das células beta pancreáticas ocasionando deficiência absoluta de insulina. DM 1 tipo 1a 95% dos casos de DM1. É uma doença autoimune, mais comum entre as DM 1. O corpo produz autoanticorpos contra as células beta. Normalmente, abre o quadro com uma cetoacidose diabética + sintomas de insulinopenia. DM 1 tipo 1b 4 a 7% dos casos de DM 1 É idiopático, portanto, não há autoanticorpos (não é autoimune). Descendência africana ou asiática. Caracteriza-se por níveis variados de deficiência de insulina com episódios de cetose. Normalmente, abre o quadro com uma cetoacidose diabética + sintomas de insulinopenia, mas não tem a presença de autoanticorpos. Epidemiologia Representa aproximadamente 5-10% do total de casos de DM. O diagnóstico tem sido feito em crianças cada vez mais jovens. Há a presença de cetoacidose em 30-50% dos casos diagnosticados. É a 2ª doença crônica mãos frequente na infância. Anticorpos O mais presente dos anticorpos é o anti-GAD e é o que aparece primeiro e o que fica por mais tempo. O anti-insulina também está bastante presente e este possui bastante especificidade (99%). Possui um início abrupto, consequente a um fator desencadeante (principalmente infecção), desenvolvendo, muitas vezes, uma cetoacidose diabética. Sintomas presentes: astenia, polidipsia, polifagia, emagrecimento e poliúria. Fases de evolução clínica: 1. Fase assintomática (muitas vezes ainda não tem hiperglicemia). 2. Queda da secreção da insulina 3. Fator de estresse → Cetoacidose 4. “Honeymoon”: secreção diminuída de insulina, ou seja, o paciente precisa de insulina, mas em pequena quantidade. 5. Falência pancreática: hiperglicemia + insulinização plena. Classificação: APS tipo 1: candidíase crônica, hipoparatireoidismo, insuficiência adrenal autoimune. APS tipo 2: insuficiência adrenal autoimune (sempre presente), doença tireoidiana autoimune, DM 1. APS tipo 3: doença tireoidiana autoimune, outra doença autoimune, excluindo insuficiência adrenal, hipoparatireoidismo e candidíase crônica. APS tipo 4: associação de 2 ou mais doenças autoimunes com padrão diferente do APS 1, 2 e 3. O DM1 também pode estar relacionada com a doença celíaca, doença de Addison e anemia perniciosa. Para isso, devemos fazer o rastreio dessas doenças, exceto a doença de Adsison (só fazer se o paciente estiver com sintomas associados). Não é uma doença rara! Corresponde de 2-12% dos casos de diabetes na idade adulta. O paciente (> 30 anos) está assintomático, mas possui o diagnóstico de diabetes ao acaso. Contudo, fica a dúvida se seria DM 2 ou DM 1. Com o passar de mais ou menos 6m-1ano, esse paciente possui falência pancreática, abrindo um quadro de cetoacidose diabética ou de descompensação hiperglicêmica. Etiologia: autoimune. Esse paciente necessita de insulina para o controle crônico. Geneticamente, é uma mistura de DM 1 e DM2: possui componentes genéticos autoimunes do tipo 1 e componentes genéticos metabólicos do tipo 2. Critérios diagnósticos: ainda são controversos! Idade > 30 anos Presença de qualquer autoanticorpo contra células das ilhotas Ausência de necessidade de insulina por pelo menos 6 meses após o diagnóstico. De 4-14% dos pacientes diagnosticados com DM2 podem, na verdade, ter LADA. A síndrome metabólica pode estar presente nesse paciente, mas é bem menos prevalente do que no DM2 e mais prevalente do que no DM1. Já a presença de cetoacidose no diagnóstico é extremamente rara. É um tipo de diabetes com defeitos genéticos autossômicos dominantes das células beta pancreáticas. Quando suspeitar? Paciente recebe o diagnóstico de diabetes + não tem quadro de síndrome metabólica + 3 gerações consecutivas acometidas pelo diabetes. É muito importante lembrar da herança genética! Fisiopatologia: 1. A glicemia aumenta após uma refeição (sobrecarga de glicose). 2. A função da célula beta pancreática decai, resultando em deficiência de insulina. 3. A diminuição da efetividade da insulina resulta em aumento da liberação de glicose hepática e ausência de insulina para suprimir a produção de glicose. Além disso, o músculo esquelético é resistente à insulina, a captação de glicose é diminuída. Octeto da hiperglicemia: 1. Lipotoxicidade 2. Aumento da reabsorção de glicose pelo rim 3. Diminuição da captação de glicose 4. Disfunção de neurotransmissores 5. Aumento da produção de glicose hepática 6. Aumento da secreção de glucagon 7. Diminuição da secreção de insulina 8. Diminuição do efeito de incretina Diagnóstico Hemoglobina glicada ≥ 6,5% OU Glicemia de jejum ≥ 126 mg/Dl ou Glicemia 2 horas após sobrecarga com 75g de glicose ≥ 200 mg/dL OU Glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dL + sintomas clássicos de hiperglicemia. Glicemia de jejum 100-125 mg/dL OU TOTG 140-199 mg/dL OU Hemoglobina Glicada 5,7-6,4% Prevenção do DM2 Pré diabetes: dieta intensiva e atividade física (150 min/semana) com o objetivo de perda de 7% do peso em 3-6 meses. O uso de Metformina (850 mg 2x ao dia) tem evidência e demonstrou segurança a longo prazo como terapia para prevenção de diabetes. ▪ IMC > 35 Kg/m² + idade < 60 anos OU ▪ Mulheres com diabetes mellitus gestacional prévia. Recomendações de controle glicêmico para adultos com DM: Glicemia pré - prandial Glicemia pós prandial HBA1C 70-130 mg/dL <180 mg/ dL Idoso +comorbidade: até 180 mg/dL. Jovem sem comorbidades: 150 < 7% *Ter cuidado no idoso Time in Range: tempo dentro do alvo. O paciente precisa ficar 70% do dia dele com a glicose na meta terapêutica para ele, que é entre 70-180 mg/dL. Menos de 5% do dia fazendo hipoglicemia (< 70 mg/dL). Menos de 1% do dia fazendo hipoglicemia grave (< 50 mg/dL). Biguanidas A metformina é a primeira escolha para o tratamento de diabetes tipo 2, principalmente por conta do seu custo. (Em alguns estudos ela já está atrás dos inibidores de GLP1 e SGLT-2). Mecanismo de ação: inibe a gliconeogênese hepática, resistência periférica à insulina. Vantagens: não tem ganho de peso e perda de peso significante, diminui o risco de DCV, reduz GJ em 20- 30%, reduz AIC em 1,5% e raramente causa hipoglicemia. Desvantagens: efeitos colaterais GI, deficiência de vitamina B12 e acidose lática. Esses efeitos colaterais podem ser diminuídos com a formulação XR (liberação prolongada) e fazer a titulação ao começar a droga. Por conta do seu risco de acidose lática, deve ser suspensa em 1-2 dias antes do uso de contrastes radiológicos. Esse é um motivo dos quais, quando internar um paciente, devemos SUSPENDER a metformina. Posologia: Metformina, Glifage XR Dose inicial: 500, 759, 850 mg/dia após as refeições Dose máxima: 2g dia Clearence < 45: reduzir para metade a dose. Clearence < 30: suspender. Sulfoniureias Mecanismo de ação: aumenta a excreção pancreática de insulina (secretagogo). Desvantagens: maior risco de hipoglicemia, ganho de peso, não protege contra DCV, necessidade de administrar antes das refeições, devem ser evitadas na insuficiência renal e hepática, contraindicada na gestação e durante a amamentação. É uma das últimas escolhas, porém, como é dada no SUS, é mais utilizada. Glimepirida: Comprimidos de 1, 2, 3, 4 e 6 mg. Pode ser dose única diária Dose inicial: 1-2 mg/dia Dose máxima: 8 mg/dia Glicazida: Causa menos hipoglicemia, é a preferível. Comprimidos de 30, 60 mg/dL Dose inicial: 30 mg/dia Dose máxima: 120 mg/dia Glibenclamida Comprimido de 5mg Administrada 1-3 vezes ao dia Dose inicial: 2,5-5 mg/dia Dose máxima: 20 mg/dia Devemser utilizadas antes das refeições (por conta da hipoglicemia), é contraindicada na gestação e lactação. É indicado nos pacientes com MODY. Se puder escolher, a glicazida é a melhora das sulfoniureias. Glinidas Mecanismo de ação: aumento da excreção de insulina (secretagogo). Vantagens: diminuem os picos glicêmicos pós prandiais. Desvantagens: ganho de peso, por isso não é muito utilizada). Glitazonas Mecanismo de ação: aumento da sensibilidade a insulina (melhora a resistência insulínica), efeito potencializador da ação periférica da insulina e menor eficácia em reduzir o débito hepático de glicose. Vantagens: não induzem a hipoglicemia, aumentam o HDL-c, diminuem os triglicerídeos. Desvantagens: edema, ganho de peso (pela retenção de líquido), aumento de risco de IC (contraindicada para pacientes com NYHA III e IV) e fratura óssea. Pioglitazona: Comprimidos de 15, 30 e 45 mg Dose única diária Dose inicial: 15-30 mg/dia Dose máxima: 45 mg/dia É indicada em pacientes com grave resistência insulínica (como a Lipodistrofia) e com NASH (é uma droga que melhora a esteatohepatite). Inibidores da alfa glicosidase Mecanismo de ação: diminui a absorção intestinal de carboidratos por gerar um retardo na digestão e absorção de carboidratos complexos pelo intestino delgado. Vantagens: não induzem a hipoglicemia, diminuem os picos pós prandiais. Desvantagens: discreta redução da HbA1C, efeitos colaterais como flatulência e diarreia. Acarbose Comprimidos de 50 e 100 mg. Dose inicial: 25 mg antes das maiores refeições (3x ao dia). Dose máxima: 150 mg Agonistas do receptor de GLP-1 Mecanismos de ação Vantagens: perda ponderal, não induzem a hipoglicemia, diminuem os picos glicêmicos pós prandiais, melhoram o perfil lipídico, apresentam efeitos CV protetores e potencial para e melhorar função das células beta. Desvantagens: custo, administração subcutânea, efeitos colaterais gastrointestinais (náuseas, vômitos, principalmente nos pacientes com DRGE). Liraglutida (Victoza) Doses de 0,6; 1,2 e 1,8 mg Posologia: 1x/dia SC Xultophy: liraglutida + degludeca. Ajuda muito na perda de peso. Dulaglutida Dose de 0,75mg/0,5 ml Posologia: 1x por semana. Possui uma perda ponderal menor do que a liraglutida. Semaglutida Doses de 0,25; 0,5 e 1 mg Posologia: SC 1x por semana. Inibidores de DPP-V DPP-V é uma enzima responsável por clivar o GLP- 1. Inibindo essa enzima, tem-se mais GLP-1 disponível. Mecanismo de ação: bloqueia a enzima DPP-V, reduzindo a degradação do GLP-1. Vantagens: não induzem a hipoglicemia, efeito neutro em relação ao peso, diminuem os picos glicêmicos pós prandiais. Desvantagens: modesta redução da HbA1C (0,5- 1%). Vildagliptina: comprimido de 50 mg, 2x ao dia. Sitagliptina: comp. de 100 mg, 1x ao dia. Saxagliptina: comp. de 2,5 e 5 mg, 1x ao dia. Linagliptina: comp. de 5 mg, 1x ao dia. É o mais utilizado, pois é o único que não necessita de ajuste conforme a função renal. Inibidores de SGLT-2 Mecanismo de ação: aumentam a excreção renal de glicose por inibir os transportadores de sódio tipo 2, levando a glicosúria. Vantagens: não induzem a hipoglicemia, causa perda de peso pequena e diminuição da pressão arterial, diminuíram a internação de pacientes com IC. Desvantagens: maior risco de ITU de repetição e infecções genitais fúngicas. Dapaglifozina: cps de 10 mg, 1x/dia. Canaglifozina: cps de 100 mg e 300 mg, 1x/dia. Empaglifozina: cps de 10 e 25 mg 1x/dia. É a melhor para ajudar no impedimento da evolução da doença renal crônica. Glixamby: empaglifozina 10 mg + linagliptina 5 mg 1x/dia. Etapa 1 RETORNO COM 1 MÊS o Mapa glicêmico: avaliar metas glicêmicas. o Glicemia de Jejum o Hemoglobina Glicada Etapa 2 Doença Aterosclerótica ou Doença Renal Crônica o Iniciar metformina se não houver contraindicação. O paciente não atingiu a meta o Associar metformina ao ▪ Inibidor de SGLT-2 ou análogos à GLP-1 se DCV. ▪ Inibidor de SGLT-2 se DRC. O paciente não atingiu a meta o Se o paciente iniciou análogo de GLP-1: associar inibidor de SGLT-2. o Se ao paciente iniciou inibidor de SGLT-2: associar análogo de GLP-1. o Se o paciente está usando metformina + inibidor de SGLT-2 e análogo de GLP-1: associar inibidor de DPP-V ou insulina basal. O paciente não atingiu a meta o Associar pioglitazona. Evitar em pacientes com IC. O paciente não atingiu a meta o Associar sulfoniureia. Perda de peso (sem DCV ou DRC) o Iniciar metformina se não houver contraindicação. O paciente não atingiu a meta. o Associar análogo de GLP-1. Também pode ser utilizado como primeira escolha. O paciente não atingiu a meta. o Associar inibidores de SGLT-2 ou inibidores de DPP-V. Minimizar hipoglicemia o Iniciar metformina se não houver contraindicação. O paciente não atingiu a meta. o Associar à inibidores de DPP-V, análogos de GLP- 1, inibidores de SGLT-2 ou pioglitazona. Diferentemente do que todos pensam, além do tratamento do DM1, a insulinização pode ser necessária a qualquer momento durante a evolução do DM2. Algumas condições clínicas exigem insulinoterapia imediata. Emagrecimento rápido e inexplicado, hiperglicemia grave + cetonemia/cetonúria, doença renal ou hepática, gravidez, infecção, cirurgia e pós IAM/AVC. Ineficácia da terapia não farmacológica (3 agentes orais). Classificação quanto à origem: Insulina animal Insulina humana: produzida por síntese química ou técnicas de DNA recombinante. Por exemplo: NPH e regular. Análogos de insulina: compostos sintéticos obtidos por DNA recombinante. Por exemplo: ação rápida e ultrarrápida → Glargina, determir, degludeca, glulisina, asparte lispro. O nosso corpo precisa da insulina basal (liberada de forma constante durante o dia), responsável pelo controle glicêmico basal do nosso corpo. São elas: ação intermediária – NPH (disponível pelo SUS) – e ação longa – Glargina, Detemir e Degludeca –. NPH: aplicando pela manhã, ela possui um pico de ação antes do almoço, ou seja, ela é responsável pela glicemia de antes do almoço. Glargina: não possui pico, ou seja, diminui o risco de fazer hipoglicemia. Detemir: é uma NPH mais cara. Degludeca: mesmo que tenha duração de ação por 42 horas, sua ação após 24 horas diminui consideravelmente, ou seja, não podemos usar dia sim e dia não. Concentração NPH e insulina de ação longa: 1 ml = 100 U de insulina Glargina 300: a diferença dela é a sua concentração → 1 ml = 300 U de insulina. Ela é importante nos pacientes que utilizam uma quantidade alta de unidades de insulina por aplicação. NPH o Presença de pico; o Mais hipoglicemia; o Aplicação 2-3x ao dia; o Permite misturar com IR e análogos ultrarrápidas. Lenta o Ausência de picos; o Mais fisiológica; o Menos hipoglicemia noturna; o Maior custo; o Não podem ser misturadas. o Degludeca: duração maior que 42 horas, flexibilidade de horário e poucos dados em pacientes < 18 anos. Para utilizar antes das refeições, com o objetivo de controlar a glicemia pós refeição, temos a insulina regular e as insulinas ultrarrápidas. Regular: possuem um início de ação em 30min-1 hora. Ultrarrápidas (lispro, asparte, glusilina): sua recomendação é ser aplicada 15 minutos antes, pois o ideal é que o paciente comece a se alimentar com a insulina agindo. Rápida o Aplicar 30min antes das refeições o Controle das glicemias pós prandiais o Mais hipoglicemia Ultrarrápida o Mais fisiológica o Aplicar logo antes/após das refeições o Flexibilização dos horários de aplicação o Melhor controle das glicemias pós prandiais o Menos hipoglicemia Como insulinizar? O esquema mais utilizado nos pacientes DM1 é o BASAL-BOLUS: insulina basal + bolus após refeições. Esses esquemas abaixo, são utilizados nos pacientes com DM2. O único hipoglicemiante que não pode ser utilizado com a insulina é a sulfoniureia (secretagogo), pois aumenta ainda o risco de hipoglicemia no paciente. Esses esquemas são feitos com base no mapa glicêmico que o paciente traz. Etapa 1: Bed time Dose única de insulina humana NPH ou de análogos de insulina de longa duração (glargina ou detemir) ao deitar (22h), associada a agentes orais. A dose noturna de insulina visa reduzir a produção hepática de glicose e, assim, melhorar a glicemia, principalmente a de jejum. Dose: 0,2 UI/kg. Etapa 2: Basal plus Caso persista a hiperglicemia pós-prandial, utiliza- se o esquema basal-plus que consiste numa aplicação de insulina de duração longa ou intermediária, associada a uma dose de insulina regular ou análogo de curta duração na principal refeição do dia. O uso de pré misturas pode ser considerado. Bed time + bolus na refeição que o paciente está mais descompensado. Etapa 3 Quando a hiperglicemia pós-prandial ocorre após mais de uma refeição, o esquema basal plus deve ser ampliado para incluir uma segunda dose de insulina ou análogo de curta duração. Etapa 4 Não havendo resposta adequada para os esquemas acima, recomenda-se a insulinização plena, com duas doses de insulina humana NPH, associadas a 3 doses de insulina rápida ou de análogo de curta duração. Opção 1 Um esquema opcional compõe-se de 3 doses de insulina humana NPH com o objetivo de oferecer uma cobertura mais uniforme de insulina basal durante 24 horas ao dia. Opção 2 O uso de análogos de insulina de longa duração (de manhã ou à noite*) como a glargina em dose única diária ou a detemir em uma ou duas doses diárias podem proporcional níveis adequados de insulina basal durante as 24 horas do dia. A cobertura prandial pode ser proporcionada por doses de insulina ou análogos de curta duração. Indicações de insulinoterapia no DM2 Inicia-se com a insulina basal, em dose 0,2 UI/Kg ou 10 UI/dia e aumenta 10-15% da quantidade de unidade semanalmente ou de 15/15 dias dependendo do paciente. Se o paciente fizer hipoglicemia, também há a diminuição de 10-15% da dose. Após isso, podemos associar uma insulina rápida antes da refeição maior na dose de 4 UI ou 0,1 UI/Kg ou 10% da insulina basal. Para aumentar a dose, podemos fazer 1 UI ou 10% da dose semanalmente. É importante lembrar ao paciente, que a MEV está sempre associada ao tratamento com a insulina. Não adianta ficar aumentando a dose de insulina, se o paciente não está fazendo dieta e exercício físico como recomendado. Terapia com bomba de infusão de insulina É um tratamento feito por um endocrinologista que melhora a qualidade de vida do paciente. É feito um cálculo de dose, mimetizando a secreção da insulina basal do corpo, que vai sendo liberada durante o dia. Quando esse paciente for comer, ele calcula a ingestão de carboidrato em relação a quantidade de necessidade de unidades de insulina. Além disso, vai observar sua glicose antes de se alimentar e ver quanto a mais deverá ser diminuída de glicose. Juntando a quantidade de carboidrato ingerida + a quantidade de glicose que deve ser diminuída, o paciente sabe quantas unidade de insulina deverá ser injetada. Indicações: Controle glicêmico, insatisfatórios com insulinoterapia múltiplas doses, hipoglicemias frequentes, elevada variabilidade glicêmica, crianças, gravidez, prática frequente de exercícios, vontade pessoal e fenômeno do alvorecer. Efeitos colaterais da insulina Hipoglicemia Glicemia capilar < 70 mg/dl + sinais e sintomas de hipoglicemia + melhora com ingesta de carboidrato É uma situação mais comum com a insulinoterapia intensiva. Pode haver comprometimento cognitivo em crianças menores. Fatores de risco: idade, dose, sexo masculino, maior duração de idade, HbA1c, hipoglicemias despercebidas. Tratamento do paciente inconsciente extra hospitalar: glucagon 0,5-1 mg SC. Tratamento do paciente inconsciente intra- hospitalar: glicose EV 0,3 -0,5 mg/kg + SG 5% de manutenção. Tratamento do paciente consciente: ingerir 15- 30g de carboidrato simples + lanche após correção. Após 15 minutos, se ainda estiver em hipoglicemia, ingerir mais 15 g de carboidrato. ▪ 15g de carboidrato: 150 ml de suco de laranja, 150 ml de refrigerante que não seja zero açúcar ou colher de sopa rasa de açúcar + água. Monitorização glicêmica É fundamental no tratamento intensificado – 5 testes/dia. Jejum: avaliar insulina basal. Pré-prandiais: dose de insulina bolus e correção de hiperglicemias. 2h pós prandiais: FS e relação insulina- carboidrato. 3h da manhã: hiperglicemia matinal ou hipoglicemia assintomática. Glicemia 3 h da manhã: Efeito Somogy: hiperglicemia matinal secundária a liberação de hormônios contra regulatórios em resposta a hipoglicemia durante a madrugada. ▪ Tratamento: diminuir a dose da insulina da noite. Fenômeno do alvorecer: redução da sensibilidade à insulina durante o início da manhã (5h-8h), culminando com hiperglicemia matinal. ▪ Tratamento: aumentar a dose da insulina da noite. Todo paciente internado (com ou sem diabetes) deve ter uma glicemia capilar em até 24 horas. Se hiperglicemia persistente, recomenda-se coleta de HbA1c (depende do caso, muitas vezes não conseguimos fazer). Pacientes que se alimentam por via oral: antes das refeições e antes das 22h. Não é recomendado fazer de horário. Pacientes que se alimentam por outras vias (p. ex.: GTM): de 6 em 6 horas. A meta de controle glicêmico é entre 140-180 mg/dL. Controle mais rígido: 100-140 mg/dL Pacientes capazes de atingir e manter o controle glicêmico sem hipoglicemias. Controle mais frouxo: 180-200 mg/dL Doentes terminais, limitada expectativa de vida, alto risco de hipoglicemia. Hipoglicemiantes orais Devem ser mantidos apenas em situações de internação hospitalar breve, que serão submetidos a procedimentos de baixo risco e sem mudança de seu estado nutricional e ingesta oral. INTERNOU = INSULINIZAÇÃO Metformina: descontinuar em qualquer situação A insulinoterapia é o padrão ouro para o controle glicêmico intra-hospitalar. Sempre fazer o esquema basal-bolus: NPH (basal) + regular (bolus). Não é recomendado: Prescrição capilar de 6 em 6 horas (fazer apenas em pacientes com SNE e GTM). Insulina regular conforme glicemia capilar: ▪ 100 – 180 mg/dl: 2U ▪ 181-250 mg/dl: 4U ▪ 252-300: 6U ▪ 301-350: UI ▪ 351-400: 8 ▪ > 400: 10UI Como insulinizar? (Ambulatorial e Hospiatlar) Cálculo da Dose Total Diária (DTD) de insulina 0,2-0,3 UI/kg em pacientes com > 70 anos ou TFG < 60 ml/min 0,4 UI/kg em pacientes < 70 anos, TGF > 60 e GC entre 100-200: 0,5 UI/kg em pacientes < 70 anos, TGF > 60 e GC entre 201-400: 0,5 UI/dia 0,6 UI/kg em pacientes < 70 anos e TGF > 60, obesos ou em uso de glicocorticoides: 0,6 UI/dia Os pacientes que já faziam o uso de insulina em casa, manter a dose se bom controle prévio ou ajustando conforme sua clínica. Se está fazendo ingesta oral = 50% dose com insulina basal e 50% dose com insulina prandial. NPH + regular Se paciente internado fazer tabela de correção Baseada no fator de sensibilidade à insulina (FSI): capacidade que 1 unidade de insulina tem em reduzir a glicemia em “x” mg/dl. Pode ser calculado pelas fórmulas: FSI = 1700/ DTD (se uso de insulina ultrarrápida) ou FSI = 1500/DTD (se uso de insulina rápida) Exemplo: o cálculo da DTD de um pacientefoi = 21. Ele vai fazer o uso de insulina rápida → 1500/21 = 72. Portanto, 1 UI diminui 72 mg/dl de glicose nesse paciente. Então, nesse paciente, a dose de insulina será = dose fixa (DTD) + doses extras a partir de quanto a mais de glicose o paciente possui (FSI). Sempre realizar a correção no período pré- prandial, somando a dose programada de insulina prandial daquela refeição. Em algumas situações, corrigir às 22 hs (ao deitar) com doses menores de insulina. Durante a evolução: Em situações nas quais são necessárias elevadas doses de insulina de correção, procede-se ao ajuste do esquema basal-bolus no dia subsequente, acrescentando-se à DDTI aproximadamente 50% Se descontrole glicêmico, o ideal é realizar medidas de glicemia 2 horas após as refeições para ajustes da insulinoterapia. Caso Clínico 1 • José, 55 anos, chega ao PS com quadro compatível com Pielonefrite aguda. Iniciada antibioticoterapia endovenosa, é admitido na enfermaria. • Histórico pessoal de HAS, em uso de enalapril 10mg 1xdia e hipercolesterolemia em uso de sinvastatina 40mg 1xdia. Desconhece histórico pessoal de diabetes. • Peso 85 Kg, Alt 160 cm, IMC 33,2 • PA 120x80 mmHg, FC 88 bp, febril (Tax 38,5C) • Aceitando dieta via oral • ClCr 65 ml.min.1,73m2 O que deve ser feito? Aferição da glicemia capilar → HGT 155 mg/dl. Monitorar glicemias capilares a cada 6 horas por 24 horas. ▪ 6 horas: 145 mg/dl ▪ 12 horas: 182 mg/dl ▪ 18 horas: 134 mg/dl ▪ 24 horas: 151 mg/dl O paciente não atingiu a meta de controle glicêmico entre 140-180 mg/dL. Iniciar a insulinoterapia → glicose pré-prandial > 140 mg/dl Basal bolus: 0,4 UI/kg → 50% basal e 50% bolus (55 anos e clearence > 60). 0,4 x 85 kg = 34 UI DTD = 17 NPH + 17 REGULAR → NPH 3x ao dia 6U + regular 6U antes do café, almoço e jantar. Correção: FSI = 1500/34 = 44 mg/dl → arredonda para 40 mg/dl. No outro dia vamos ter que fazer as unidades prescritas + a correção (adicionar de acordo com a tabela abaixo). Prescrição: Insulina NPH: aplicar 6UI, SC, antes do café, antes do almoço e às 22 horas. Insulina regular: aplicar 6UI, SC, 30 minutos antes do café, antes do almoço e antes do jantar. Correção Caso Clínico 2 • Maria, 63 anos, dá entrada no PS e recebe diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, é internada neste hospital consciente e orientada, com hemiplegia à direita. • Histórico pessoal de DM2 há 12 anos, em uso de metformina 850mg (após café e jantar) e glibenclamida 5mg (antes do café e do almoço). Hipertensa, em uso de losartana 50mg 2x/dia. • Peso 78 Kg, Altura: 1,50m, IMC 34,7 • PA 150x90 mmHg, FC 78 bpm. • Glicemia 180, HbA1c 7,8% • ClCr 50 ml/min/1,73m2 O que deve ser feito? Iniciar a insulinoterapia e retirar os hipoglicemiantes. Basal bolus: 0,3 UI/kg = 50% basal e 50% bolus (clearance < 60). 0,3 x 78 = 24 DTD→ 12 UI NPH + 12 UI regular NPH 4 UI 3x/dia + Regular 4 UI antes do café, almoço e jantar. Correção: FSI = 1500/24 = 60 mg/dL Prescrição: NPH: aplicar 4UI, SC, antes do café, almoço e às 22 horas. Regular: aplicar 4UI, SC, 30 minutos antes do café, almoço e jantar. Correção Caso Clínico 3 • João, 51 anos, dá entrada no PS com úlcera em pé esquerdo com conteúdo purulento, é internado com antibioticoterapia e acompanhamento conjunto com a cirurgia vascular. • Histórico pessoal de diabetes há 6 anos, em uso de Insulina NPH 10UI antes do café e 6 UI às 21h. Não faz uso de insulina regular, nem de hipoglicemiantes orais. • Peso 89 Kg, Altura: 1,62m, IMC 34 • PA 160x90 mmHg, FC 98 bpm. • HbA1c 10,3% • ClCr 70 ml/min/1,73m2 O que fazer? Manter a dose de insulina usada previamente e monitorizar as glicemias capilares. No dia seguinte: Recalcular a dose da insulina: pelo descontrole glicêmico. Basal bolus: 0,6 UI/kg = 50% basal e 50% bolus 0,6 x 89 = 54 UI DTD = 27 UI NPH + 27 UI regular (Clearance < 60) NPH: 9UI antes do café, almoço e 22hs + regular 9UI antes do café, almoço e jantar. Correção: 1500/54 = 30 mg/dl Prescrição: NPH: aplicar 9UI, SC, antes do café, almoço e às 22 horas. Regular: aplicar 9UI, SC, 30 minutos antes do café, almoço e jantar. Correção No dia seguinte: Como foram as correções? 12 UI extras Regra prática: Deve-se acrescentar 50% da dose das correções na dose diária total de insulina (DDTI) do dia seguinte. Acrescentaria 6UI no total da dose de insulina desse paciente. Prescrição nova: NPH: aplicar 10UI, SC, antes do café, almoço e às 22h. Regular: aplicar 10 UI, SC, antes do café, almoço e jantar. Após a correção de hiperglicemia, quando repetir a glicemia capilar? Após a correção com insulina regular: 3 horas ▪ Se a glicemia capilar diminuiu e não houve hipoglicemia: observar. ▪ Se a glicemia capilar continuar subindo: considerar chamar médico plantonista ou assistente para avaliar necessidade de nova correção. Após a correção com insulina ultrarrápida: 2 horas ▪ Se glicemia capilar diminuiu e não houve hipoglicemia: observar. ▪ Se glicemia capilar continuar subindo: considerar chamar médico plantonista ou assistente para avaliar necessidade de nova correção. Caso Clínico 4 • Gestante, 32 anos, G2P0A0, teve diagnóstico de DM gestacional com 25 semanas. Ao exame, IMC 28 kg/m2. • TOTG (25 semanas): Jejum: 97 mg/dL 1h: 182 mg/dL 2h: 156 mg/dL • Iniciou dieta e refere segui-la. Trouxe os controles glicêmicos: Jejum 99-100. Pós prandial (1h) 140- 160. Início do pré natal (< 20 semanas): faz glicemia de jejum imediatamente >= 126: Diabetes mellitus 92-125: DM gestacional < 92: espera de 24-28 semanas para fazer TOTG 20-28 semanas: fazer TOTG entre 24-28 semanas. > 28 semanas: TOTG imediatamente. DM gestacional Jejum: 92-125 1ª hora: >=180 2ª hora: 153-199 Diabetes Mellitus Jejum: >=126 2ª hora: >=200 Metas: Jejum 1h 2h Pré prandial HbA1c Média diária 95 140 120 - < 6% < 110 Tratamento: insulinoterapia.
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