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Prótese e Órtese Portaria SAS/MS N° 661, de 2 de dezembro de 2010 ➢ Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais têm o direito de prescrever “órteses, próteses e materiais especiais não relacionados ao ato cirúrgico”, por meio da publicação da Portaria SAS/MS N° 661, de 2 de dezembro de 2010. Diretrizes de Atenção à Pessoa Amputada (Brasília – DF 2013) ➢ “É de extrema importância o papel da AB no cuidado desses usuários em momento anterior ao procedimento cirúrgico. Os profissionais desse nível de atenção são responsáveis, por exemplo, por monitorar e oferecer cuidado a usuários que apresentam diagnóstico de doenças que podem ter como consequência a amputação de membros (por ex.: diabetes e hanseníase). Pode-se citar como ações a serem desempenhadas pela AB: o diagnóstico precoce; a oferta dos medicamentos necessários para o tratamento dessas doenças; a oferta de cuidado multiprofissional; o encaminhamento para os demais níveis de atenção; entre outros”. ➢ “O papel da AB, porém, não se limita a ações de prevenção e de promoção. As pessoas que já realizaram a amputação também serão assistidas pelos profissionais da AB, que têm a função de oferecer o cuidado integral a esse usuário, que não deve ser considerado como uma pessoa amputada, apenas. Ela deve ser vista em sua integralidade, como um usuário que apresenta necessidades de cuidado e de assistência para além do cuidado específico decorrente da amputação”. Diretrizes de Atenção à Pessoa Amputada (Brasília – DF 2013) ÓRTESES ≠ PRÓTESES ÓRTESES: do grego, orthos e titheme significa respectivamente, correção e colocação. → É um dispositivo aplicado externamente ao segmento corpóreo, com a finalidade de proporcionar melhora funcional, seja ela de correção, estabilização, imobilização ou repouso. PRÓTESES: do grego, prós e titheme significa respectivamente, em lugar de e colocar → São peças utilizadas externamente ou internamente ao corpo com a finalidade de substituição de um ou mais segmento ou órgão. ORTOPRÓTESES → São componentes que unem suas principais características em um só dispositivo DISPOSITIVOS AUXILIARES DE MARCHA → São acessórios indicados para pessoas que apresentam alguma instabilidade durante a marcha ou quando não podem descarregar todo o peso sobre um determinado membro HISTÓRICO Amputação e próteses ➢ Mais antiga referência de amputação: 1800 a.C. , Rig Veda. Rainha Vishpla amputou perna devido a ferimento em guerra. ➢ Primeira descrição de amputação (Hipócrates): 400 a.C., desarticulação de joelho, gangrena. ➢ Gregos como Hipócrates, Galeno foram importantes para o aprimoramentos de técnicas de imobilização, cirurgias de amputação e tratamento de escoliose na sua época, determinando bases para o que seria desenvolvido posteriormente. HISTÓRICO ➢ Rig-Veda relata prótese de ferro usada por Vishpla, retornando ao campo de batalha. ➢ Heródoto, em 400 a.C., soldado persa amputou pé, após cicratização usou pé de madeira e retornou a luta contra os espartanos. ➢ Caelius aurelianos, 400 d.C., usava órteses em paralisias. Paul de Aegina escreveu sobre o tratamento de fraturas e luxações com gesso. HISTÓRICO ➢ Ambroise Paré, 1510-1590 –desenvolveu técnicas cirúrgicas em amputação, desenvolveu próteses, coletes para escoliose e calçados para pé torto congênito. ➢ Nicolasa Andry, 1658-1742 – escreveu um importante livro sobre cirurgia ortopédica e deformidades da coluna. ➢ A partir de 1800 grande médicos e desenvolveram principalmente órteses que são usadas ainda hoje, como o colete Knight. HISTÓRICO ➢ A guerra e os trabalhos com arma foram os geradores do progresso em matéria de prótese. ➢ Os materiais utilizados sendo no inicio a madeira, o couro (cabedal), o feltro (estufa não trançado feito de pêlos ou de lã aglutinados e comprimidos), o aço e o duralumínio (aliado do cobre e alumínio, duro e leve). ➢ A chegada das matérias plásticas revolucionaram a arte da prótese. HISTÓRICO ➢ Avanço nas pesquisas ocorreu após as duas grandes guerras (práticas cirúrgicas como no aperfeiçoamento de órteses e próteses). ➢ Anos 80 e 90 utilização de termoplásticos levou a criação de inúmeras opções de órteses. ➢ Atualmente quase todas as próteses são construídas com resinas sintéticas. ➢ Em geral são feitos em metal, mais especificamente em duralumínio e em titânio, por serem mais leves e tão resistentes como o aço. Amputação ➢ Definição: Retirada total ou parcial de um membro. ➢ “Amputação” está relacionado com o terror, derrota e mutilação, trazendo de forma implícita, uma analogia com a incapacidade e a dependência. ➢ Alternativa terapêutica após insucesso das demais. ➢ O único meio de fornecer uma melhoria de qualidade de vida e não um fim em si mesmo, sendo um processo através do qual se alcançam novos horizontes . Último recurso para salvar uma vida. Amputação- Indicações ➢ Indicação absoluta: perda irreparável do aporte sanguíneo de um membro doente ou lesionado. ➢ Doenças vasculares periféricas ➢ Trauma (acidentes de trânsito, ferimentos por arma de fogo) ➢ Infecções ➢ Tumores (osteossarcoma) ➢ Anomalias congênitas. ➢ Congelamento. Amputações Vasculares ➢ Obstrução arterial (associados ou não à Diabetes mellitus) representam a maior percentagem (cerca de 75%) das amputações dos MMII (ptes>50anos). ➢ Alta taxa de mortalidade operatória, baixos índices de reabilitação, altas taxas de mortalidade tardia e perda do membro contra-lateral . ➢ Factores de risco: tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, hiperuricemia, hiperlipidemia, excesso de peso, antecedentes familiares, stress. ➢ Os níveis de amputação mais frequentes nesta causa são o pé e o transfemural. ➢ 24% protetisáveis. ➢ Menor capacidade de cicatrização dos tecidos devido a menor irrigação, o que representa um problema para toda a equipe de reabilitação e cirurgião. Amputações Traumáticas ➢ Sexo masculino, < 50 anos, jovens e crianças. ➢ Classe etária está mais exposta: acidentes de trabalho, acidentes de carro, desportivos (motorizados), queimaduras, conflitos de guerra. ➢ No momento do acidente (membro esmagado, arrancado ou seccionado) ➢ No hospital (inviabilidade de preservação). ➢ Muitas vezes necessitam de uma segunda operação cirúrgica do coto com vista a adaptação da protetização. Amputações Infecciosas ➢ Menos frequentes (grandes avanços laboratoriais/desenvolvimento de medicamentos mais específicos). ➢ Meningite meningococcica (amputação infecciosa clássica): lesões cutâneas importantes podem causar necroses das extremidades. ➢ As infecções também podem estar relacionadas a processos traumáticos e vasculares. Amputações Tumorais ➢ Incidência: • 1 para 100.000 habitantes por ano. • maior em jovens entre 15 e 18 anos no sexo masculino e 10 a 14 no sexo feminino . ➢ Diagnóstico precoce, radioterapia, quimioterapia, utilização de endoprótese, enxertos e outras cirurgias: dimunuição das amputações. ➢ Sobrevivência global aumentou em cerca de 75%. ➢ Tumores: • Osteossarcoma. • Tumores benignos que comprometem o membro impedindo a reabilitação. Amputações Congênitas ➢ Realizadas em crianças e adultos jovens. ➢ Devem ser realizadas o mais tarde possível (participar na decisão). ➢ Causa frequentemente desconhecida. ➢ Talidomida (gestantes,1950-1960) ➢ Focomelia. ➢ As crianças geralmente acostumam-se com facilidade a utilizar o membro malformado e uma prótese pode ser criada para torná-lo mais funcional. Amputação Funcional Amputação potencial para a reabilitação, protetização, com atenção distinta aos diferentes tecidos. ➢ Nervos – devem ser seccionados cuidadosamente para permitir que se retraiam e não fiquem aderidos à cicatriz ou a áreas de contato com a prótese. ➢ Músculos – deve haver sobra suficiente para proporcionar bom controlemotor de amputação sobre a prótese. ➢ Pele – deve permitir sobra suficiente para que não haja tensão no fechamento do coto e para que a cicatriz não fique aderida, em especial a uma eventual espícula óssea. ➢ Osso – é necessário arredondar e homogeneizar sua extremidade. ➢ Vasos – devem ser ligados à medida que os músculos forem seccionados. Níveis de amputação ➢ Dependerá da etiologia e extensão da área lesada. ➢ Preservação do máximo comprimento compatível com o bom julgamento cirúrgico. ➢ Nível que assegurará boa cicatrização, com adequada cobertura da pele e sensibilidade preservada. ➢ Melhor adaptação da prótese funcional. ➢ 85% das amputações são de MMII. Amputação de MMII ➢ Hemicorporectomia ➢ Hemipelvectomia ➢ Desarticulação do quadril ➢ Transfemural ➢ Desarticulação do joelho ➢ Transtibial ➢ Syme, Boyd, Pirogoff ➢ Desarticulação de Chopart ➢ Desarticulação de Lisfranc ➢ Transmetatársica ➢ Desarticulação metatarsofalangeana ➢ Transfalangeana Desarticulação: • transsecção das articulações; • preservação de uma superfície articular Amputação de MMII- Hemicorporectomia ➢ Amputação dos MMII e pelve abaixo do nível L4-L5. ➢ Remoção cirúrgica da metade inferior do corpo. ➢ Lesões traumáticas ou cancerígenas. ➢ Pode estar associada a colostomia (remoção do intestino grosso). ➢ O paciente fica dependente da utilização de sondas para fazer suas necessidades fisiológicas. ➢ O prognóstico é favorável, dependendo de extensão das lesões ou do tumor maligno. Amputação de MMII- Hemipelvectomia ➢ Ressecção da metade inferior da pelve. ➢ Sarcomas da região pélvica, grandes traumatismos ( ex. MI avulsionado em acidente motociclistico). ➢ Graves lesões associadas: períneo (colectomias, citostomias definitivas). ➢ Hemipelvectomia interna: procedimento cirúrgico adequado no tratamento de certos tumores de cintura pélvica. Alternativa terapêutica capaz de preservar o membro inferior do paciente ➢ Hemipelvectomia externa: ressecção de toda a hemipelve, incluindo o MI, indicada em pacientes com tumores extensos, comprometendo a hemipelve com envolvimento da raiz da coxa. ➢ Protetização semelhante a desarticulação do quadril com descarga do peso tb no gradeado costal (menor funcionalidade). HEMIPELVECTOMIA EXTERNA HEMIPELVECTOMIA INTERNA Amputação de MMII- Desarticulação do quadril ➢ Causas tumorais, traumáticas e vasculares. ➢ Retirada do MI (inclusive cabeça do fêmur), pelve intacta. ➢ Relacionada a tumores malignos envolvendo o fêmur (osteosarcoma). Sem coto ósseo. ➢ Protetização muitas vezes contra-indicada para idosos (complexidade do aparelho/alto consumo de energia). ➢ Pte se desloca mais lentamente do que com muletas. Amputação de MMII- Transfemural ( acima do joelho) ➢ Valvulopatias, gangrenas gasosas, traumas e malformações. ➢ Transfemural curta: Menos de 35% do comprimento femural. ➢ Transfemural: 35-60% do comprimento femural. ➢ Transfemural longa: mais de 60% do comprimento femural. ➢ Protetização possível até 8 cm abaixo do trocânter menor. Acima desse nível, prótese igual a desarticulação do quadril. ➢ Vestir a prótese é mais complicado, diminui grau de independência. Amputação de MMII- Transfemural (acima do joelho) ➢ Inserção dos abdutores (trocânter maior): preservada. ➢ Adutores (face medial do fêmur) ➢ Deformidade em abdução. ➢ Miodese: sutura dos cotos musculares ao coto ósseo (reinserção). ➢ Encurtamento de psoas ilíaco: coto em flexão. Posturas inadequadas. Má inserção do adutor magno: comprometimento de 70% da força adutora. Amputação de MMII- Desarticulação do joelho ➢ Amputação pela articulação do joelho. ➢ Condenada no passado ➢ Desempenho superior ao amputado transfemural com joelho mecânico sofisticado. ➢ Aprendem a usar a prótese rapidamente, caminham melhor, são mais independentes. ➢ Preserva fêmur e músculos integralmente; ➢ Braço de alavanca maior possível; ➢ Coto suporta carga terminal. Mais fisiológico e proprioceptivo, peso descarregado na extremidade distal do coto. ➢ Articulação do quadril livre. ➢ Prótese pode ser vestida com pte deitado- aumento do grau de independência • Traumatismos • Tumores • Membros malformados Amputação de MMII- Transtibial (abaixo do joelho) ➢ Vantagens: • Manutenção do joelho; • Menor gasto energético; • Facilidade de colocação e remoção da prótese; • Marcha mais fisiológica. ➢ Transtibial curta: menos de 20% do comprimento tibial (protetizável até o limite da TAT). ➢ Transtibial: Entre 20 e 50% do comprimento tibial. ➢ Transtibial longa: mais de 50% do comprimento tibial ( extremidade muito sensível). ➢ Desempenho funcional bom, joelho íntegro, soluções protéticas variadas. Amputação de MMII- desarticulação do tornozelo (Syme) ➢ Desarticulação do tornozelo, podendo envolver remoção dos maléolos e partes distais da tíbia e fíbula/ transecção nível transmaleolar com recobrimento do coto com a pele plantar do calcâneo. ➢ Perda de todo o pé. ➢ Permite descarga parcial do peso do corpo, favorecendo a protetização e permitindo pequenos deslocamentos, sem prótese. Amputação de MMII- desarticulação do tornozelo (Syme) Amputação de MMII- amputação de Boyd ➢ Descrita por Boyd em 1939 (opção ao nível de Syme). ➢ Ressecção de todos os ossos do pé com exceção do calcâneo que é seccionado verticalmente. ➢ Calcâneo artrodesado a tíbia, horizontalmente. Amputação de MMII- amputação de Pirogoff ➢ Descrita por Pirogoff em 1854 (opção ao nível de Syme). ➢ Ressecção bimaleolar e de todos os ossos do pé com exceção do calcâneo que é seccionado verticalmente, eliminando sua parte anterior e artrodesado-o a tíbia após uma rotação superior de 90 graus (verticalmente). ➢ Boyd e Pirogoff permitem descarregar peso sobre extremidade amputada, permitindo andar precariamente sem a prótese. Espaço médio entre a região distal do coto e o solo de apenas 2 a 3 cm, o que inviabiliza a colocação de um pé High-tech. Amputação de MMII- tarsometatarsiana de Lisfranc ➢ ( Lisfranc – 1815 ). É a desarticulação dos metatarsos com os ossos cubóide e cuneiforme. Ablação metatarsianos e dedos. ➢ Coto de pé muito curto, dificultando adaptação de calçado convencional. Amputação de MMII- talotarsal de Chopart ➢ Desarticulação entre o retropé e o mediopé. ➢ Articulações talonavicular e calcaneocuboide, deixando apenas a parte posterior do pé (tálus e calcâneo). ➢ Deformidade em eqüinovaro e eqüino. Isto ocorre porque os músculos antagonistas (dorsiflexores) perdem suas inserções. Instabilidade da articulação calcâneo talar. ➢ Alongamento do tendão calcâneo, reinserção dos tendões do tibial anterior e posterior no tálus e calcâneo, respectivamente. Amputação de MMII- talotarsal de Chopart Amputação de MMII- transmetatársica ➢ Extremidades isquêmicas, infecciosas, traumas ou malformações. ➢ Diáfise do metatarso. ➢ Permite uso de calçado normal com aparelhamento mínimo. ➢ Perda do final da fase de apoio durante a marcha sobre o membro amputado, qdo antepé se desprende do chão. Amputação de MMII- Falangectomia “Amputação: final de uma vida e início de uma nova vida”
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