Prévia do material em texto
Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 1 – GESTÃO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LEGISLAÇÃO IMOBILIÁRIA INTRODUÇÃO Esta seção apresenta as leis e decretos que envolvem o mercado imobiliário, servindo com uma ferramenta de pesquisa e de conhecimento jurídico na área. 1. NA ÁREA DE CORRETAGEM 1.1. LEI 4116 DE 27 DE AGOSTO DE 1962 – EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE CORRETOR DE IMÓVEIS Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Profissão de Corretor de Imóveis.*REVOGADA PELA LEI Nº 6530/78. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu, Auro Soares de Moura Andrade, Presidente do Senado Federal, promulgo nos termos do arti- go 70, § 4º da Constituição Federal, a seguinte lei: Art. 1º - O exercício da Profissão de Corretor de Imóveis somente será permitido às pessoas que forem registradas nos Conselhos Regionais dos Corretores de Imóveis, de acordo com esta lei. Art. 2º - O candidato ao registro como Corretor de Imóveis, deverá juntar ao seu requerimento: a) prova de identidade;b) prova de quitação com o serviço militar;c) prova de quitação eleitoral;d) atestado de capacidade intelectual e profissional e de boa conduta, passado por órgão de represen- tação legal da classe;e) folha corrida e atestado de bons antecedentes, fornecido pelas autorida- des policiais das localidades onde houver residido no último três anos;f) atestado de sanidade;g) atestado de vacinação antivariólica;h) certidões negativas dos distribuidores forenses, relativas ao último decênio;i) certidões negativas dos cartórios de protestos de títulos referentes ao último quin- quênio; j) prova de residência no mínimo durante os três anos anteriores no lugar onde desejar e- xercer a profissão. § 1º - Os estrangeiros, além dos documentos aci- ma enumerados, excetuados os dos itens "b" e "c", deverão provar a permanência legal e ininter- rupta, no país, durante o último decênio. § 2º - O pedido de registro será publicado no Diá- rio Oficial da União, do Estado ou do Território Federal, consoante o local de atividade do reque- rente, fixando-se o prazo de 30 (trinta) dias para qualquer impugnação. § 3º - Efetuado o registro, será expedida a respec- tiva carteira profissional. § 4º - Expedida a Carteira Profissional, o Conselho Regional fixará o prazo de 60 (sessenta) dias ao portador, para que satisfaça a legislação fiscal vigente referente ao licenciamento para estabele- cer-se, sob pena de cancelamento automático do registro e cassação imediata do mesmo. § 5º - Nos casos de transferência e de exercício simultâneo da profissão em mais de uma região, serão feitas as devidas anotações na carteira pro- fissional de corretor, pelos respectivos Conselhos Regionais. Art. 3º - Não podem ser Corretores de Imóveis:a) os que não podem ser comerciantes;b) os falidos não reabilitados e os reabilitados quando conde- nados por crime falimentar;c) os que tenham sido condenados ou estejam sendo processados por infração penal de natureza infamante tais como: falsidade, estelionato, apropriação indébita, con- trabando, roubo, furto, lenocínio ou passíveis, ex- pressamente, de pena de perda de cargo público; d) os que estiverem com o seu registro profissio- nal cancelado. Art. 4º - As pessoas jurídicas só poderão exercer mediação na compra, venda ou permuta de imó- veis, mediante registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis e sob a responsabilidade de corretor devidamente habilitado. Art. 5º - O número da carteira profissional constará obrigatoriamente da propaganda. Art. 6º - As repartições federais, estaduais e muni- cipais só receberão impostos relativos às ativida- des de Corretor de Imóveis à vista da carteira pro- fissional ou tratando-se de pessoas jurídicas da prova de seu registro no Conselho Regional. Art. 7º - vetado Art. 8º - É vedado ao Corretor de Imóveis adquirir para si, seu cônjuge, ascendente e descendente ou para sociedade de que faça parte, bem assim a pessoa jurídica para si, seus sócios ou diretor, qualquer imóvel que lhe esteja confiado à venda. Art. 9º - A fiscalização do exercício da profissão de Corretor de Imóveis será feita pelo Conselho Fe- deral e pelos Conselhos Regionais dos Corretores de Imóveis, que ficam criados por esta lei. Art. 10 - O Conselho Federal será composto de Corretores de Imóveis de quaisquer região, eleitos pelos Conselhos Regionais entre seus próprios membros representantes de cada região. Art. 11 - O Conselho Federal determinará o núme- ro de Conselhos Regionais até o máximo de um por Estado, Território e Distrito Federal, as respec- tivas bases territoriais e cidades sede. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 2 – Art. 12 - Na formação dos Conselhos Regionais, metade dos membros será constituída pelo Presi- dente Efetivo do Sindicato da classe da respectiva região e por Diretores do mesmo Sindicato, elei- tos, estes em assembleia geral. A outra metade será constituída de Corretores de Imóveis da Re- gião, posteriormente, em assembleia geral do Sindicato. Art. 13 - Os mandatos dos membros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais serão de 2 (dois) anos gratuitos. Parágrafo Único - Só será admitida uma vez a reeleição total do Conselho. Art. 14 - Ao Conselho Federal compete, especial- mente:a) elaborar o seu regimento interno;b) criar os Conselhos Regionais;c) tomar conhecimento de quaisquer dúvida suscitadas pelos Conselhos Regionais e dirimi-las;d) examinar e aprovar os regimentos internos dos Conselhos Regionais podendo modificar disposições que contrariem a lei e as normas gerais do Conselho;e) fixar, por proposta de cada Conselho Regional, as contribu- ições e emolumentos que lhes serão devidos pe- los Corretores de Imóveis e pessoas jurídicas re- gistradas;f) julgar os recursos das decisões dos Conselhos Regionais;g) fixar as contribuições, emolumentos e multas aplicáveis, tanto pelo Con- selho Federal, como pelos Conselhos Regionais; h) deliberar sobre os casos omissos. Art. 15 - Aos Conselhos Regionais compete em especial:a) elaborar o seu regimento interno sub- metendo-o à aprovação do Conselho Federal;b) decidir sobre os pedidos de registro de Corretores de Imóveis e pessoas jurídicas;c) organizar e manter o registro profissional;d) expedir as cartei- ras profissionais; e) impedir as sanções previstas nesta lei. Art. 16 - Aos corretores de imóveis serão aplica- das pelos Conselhos Regionais com recursos vo- luntários para Conselho Federal, sem prejuízo da responsabilidade civil ou criminal, as seguintes sanções disciplinares: a) advertência particular;b) advertência pública;c) multa até Cr$ 20,00 (vinte cruzeiros);d) suspensão do exercício da profissão até um ano;e) cancelamento do registro com a- preensão da carteira profissional. § 1º - Na determinação da sanção aplicável orien- tar-se-á o Conselho pelas circunstâncias de cada caso, de modo a considerar grave ou leve a falta .§ 2º - A multa será imposta por forma acumulada ou não com as demais sanções e subirá ao dobro, na hipótese de reincidência na mesma falta. Art. 17 - Constituem faltas no exercício da profis- são de Corretor de Imóveis;1) prejudicar, por dolo ou culpa, interesses confiados aos seus cuida- dos;2) auxiliar, ou por qualquer meio facilitar o exercício da profissão aos que estiverem proibi- dos, impedidos ou não habilitados para exercê- la;3) praticar qualquer dos atos previstos no Art. 8º desta lei;4) promover ou facilitar a terceiros tran- sações ilícitas ou que por qualquer forma prejudi- quem interesses da Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal;5) violar o sigilo profissional;6) negar aos comitentes prestação de contas ou recibos de quantias ou documentos que pelos mesmos te- nham sido entregues, para qualquer fim;7) recusar a apresentação de carteira profissional quando couber. Art. 18 - A renda do ConselhoFederal será consti- tuída de 20% (vinte por cento) da renda bruta dos Conselhos Regionais.Parágrafo Único - Constitu- em renda dos Conselhos Regionais, as contribui- ções, emolumentos e multas devidas pelos Corre- tores de Imóveis e pessoas jurídicas registradas nos respectivos Conselhos. Art. 19 - Os Corretores de Imóveis que à data da publicação desta lei, estiverem no exercício da profissão, serão registrados independentemente das formalidades exigidas no artigo 2º desde que o requeiram dentro de 120 (cento e vinte) dias, comprovados o exercício efetivo da profissão, mediante atestado de idoneidade moral e profis- sional, passado pelo Sindicato local ou o mais próximo, e os conhecimentos de pagamentos dos respectivos impostos, efetuados antes da data da referida publicação. Art. 20 - Os membros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais que exercerão o primeiro mandato, serão eleitos dentro de 60 (sessenta) dias a contar da data da publicação desta lei, pe- las Assembleias Gerais dos órgãos de represen- tação legal da classe dos Corretores de Imóveis, atualmente reconhecidas pelo Ministério do Traba- lho e Previdência Social. Art. 21 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrá- rio. Brasília, em 27 de agosto de 1962; 141º da Independência e 74º da República. AURO MOURA ANDRADE 1.2. LEI 6530 – DO CORRETOR DE IMÓVEIS - DE 1978 Dá nova regulamentação à profissão de Corre- tor de Imóveis, disciplina o funcionamento de seus órgãos de fiscalização e dá outras providências. O Presidente da República. Faço saber que o Con- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 3 – Art.1º - O exercício da profissão de Corretor de Imóveis, no Território Nacional, é regido pelo dis- posto na presente Lei. Art.2º - O exercício da profissão de Corretor de Imóveis será permitido ao possuidor de título de Técnico em Transações Imobiliárias. Art.3º - Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda, permuta e loca- ção de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto a comercialização imobiliária.Parágrafo Único - As atribuições constantes deste artigo poderão ser exercidas, também, por pessoas jurídicas inscritas nos termos da lei. Art.4º - A Inscrição do Corretor de Imóveis e de pessoa jurídica será objeto de Resolução do Con- selho Federal de Corretores de Imóveis. Art.5º - O Conselho Federal e os Conselhos Regi- onais são órgãos de disciplina e fiscalização do exercício da profissão de Corretor de Imóveis, constituídos em autarquia, dotada de personalida- de jurídica de direito público, vinculada ao Ministé- rio do Trabalho, com autonomia administrativa, operacional e financeira. Art.6º - As pessoas jurídicas inscritas no Conselho Regional de Corretores de Imóveis sujeitam-se aos mesmos deveres e têm os mesmos direitos das pessoas físicas nele inscritas.Parágrafo Único - As pessoas Jurídicas a que se refere este artigo deverão ter como sócio-gerente ou diretor um Cor- retor de Imóveis individualmente inscrito. Art.7º - Compete ao Conselho Federal e aos Con- selhos Regionais representar em juízo ou fora dele, os legítimos interesses da categoria profis- sional, respeitas as respectivas áreas de compe- tência. Art.8º - O Conselho Federal terá sede e foro na Capital da República e jurisdição em todo o territó- rio nacional. Art.9º - Cada Conselho Regional terá sede e foro na Capital do estado, ou de um dos Estados ou Territórios da jurisdição, a critério do Conselho Federal. Art.10 - O Conselho Federal será composto por dois representantes, efetivos e suplentes, de cada Conselho Regional, eleito dentre os seus mem- bros. Art.11 - Os Conselhos Regionais serão compostos por vinte e sete membros efetivos, eleitos dois terços por votação secreta em assembleia geral especialmente convocada para esse fim e um terço integrado por representantes dos Sindicatos de Corretores de Imóveis que funcionarem regu- larmente na jurisdição do Conselho Regional. Parágrafo Único - O disposto neste artigo somente será observado nas eleições para constituição dos Conselhos Regionais após o término dos manda- tos vigentes na data desta lei. Art.12 - Somente poderão ser membros de Conse- lho Regional os Corretores de Imóveis com inscri- ção principal na jurisdição há mais de dois anos e que não tenham sido condenados por infração disciplinar. Art.13 - Os Conselhos Federal e Regionais serão administrados por uma diretoria, eleita dentre os seus membros. § 1º - A diretoria será composta de um Presidente, dois Vice-Presidentes, dois Secretários e dois Tesoureiros. § 2º - Junto aos Conselhos Federal e Regionais funcionará um Conselho Fiscal, composto de três membros, efetivos e suplentes, eleitos dentre os seus membros. Art.14 - Os membros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais terão mandato de três anos. Art.15 - A Extinção ou perda de mandato de membros do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais ocorrerá: I- por renúncia; II- por superveniência de causa de que resulte o cancelamento da inscrição; III- por condenação a pena superior a dois anos, em virtude de sentença transitada em julgado; IV- por destituição de cargo, função ou emprego, relacionada à prática de ato de improbidade na administração pública ou privada, em virtude de sentença transitada em julgado; V- por ausência, sem motivo justificado, a três sessões consecutivas ou seis intercaladas em cada ano. Art. 16 - Compete ao Conselho Federal: I- eleger sua diretoria; II- elaborar e alterar seu regimento; III- aprovar o relatório anual, o balanço e as con- tas de sua diretoria, bem como a previsão orça- mentária para o exercício seguinte.; IV- criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub- regiões, fixando-lhes a sede e jurisdição; V- baixar normas de ética profissional; VI- elaborar contratos padrão para os serviços de corretagem de imóveis, de observância obrigatória pelos inscritos; VII- fixar as multas, anuidades e emolumentos devidos aos Conselhos Regionais; VIII- decidir dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais; IX- julgar os recursos das decisões dos Conselhos Regionais; X- elaborar o regimento padrão dos Conselho Re- gionais; XI- homologar o regimento dos Conselho Regio- nais; Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 4 – XII- aprovar o relatório anual, o balanço e as con- tas dos Conselhos Regionais; XIII- credenciar representante junto aos Conse- lhos Regionais, para verificação de irregularidades e pendências acaso existentes; XIV - Intervir temporariamente nos Conselhos Re- gionais, nomeando diretoria provisória, até que seja regularizada a situação ou, se isso não ocor- rer, até o término do mandato:a) se comprovada irregularidade na administração;b) se tiver havido atraso injustificado no recolhimento da contribui- ção; XV - destituir diretor de Conselho Regional, por ato de improbidade no exercício de suas funções; XVI - promover diligências, inquéritos ou verifica- ções sobre o funcionamento dos Conselhos Regi- onais e adotar medidas para sua eficiência e regu- laridade; XVII - baixar resoluções e deliberar sobre os ca- sos omissos. Art. 17 - Compete aos Conselhos Regionais: I- eleger sua diretoria; II- aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de sua diretoria, bem como a previsão orçamentá- ria para o exercício seguinte, submetendo essa matéria à consideração do Conselho Federal; III- propor a criação de sub-regiões, em divisões territoriais que tenham um número mínimo de Cor- retores de Imóveis inscritos, fixado pelo Conselho Federal; IV- homologar, obedecidas as peculiaridades lo- cais, tabelas de preços de serviços de corretagem para uso dos inscritos, elaboradas e aprovadas pelos sindicatos respectivos; V- decidir sobre os pedidosde inscrição de Corre- tores de Imóveis e de pessoas jurídicas; VI- organizar e manter o registro profissional das pessoas físicas e jurídicas inscritas; VII- expedir carteiras profissionais e certificados de inscrição; VIII- impor as sanções previstas nesta lei; IX- baixar resoluções, no âmbito de sua compe- tência. Art. 18 - Constituem receitas do Conselho Federal: I- a percentagem de vinte por cento sobre as anu- idades e emolumentos arrecadados pelos Conse- lhos Regionais; II- a renda patrimonial; III- as contribuições voluntárias; IV- as subvenções e dotações orçamentárias. Art. 19 - Constituem receitas de cada Conselho Regional: I- as anuidades, emolumentos e multas; II- a renda patrimonial; III- as contribuições voluntárias; IV- as subvenções e dotações orçamentárias. Art. 20 - Ao Corretor de imóveis e à pessoa jurídi- ca inscritos nos órgãos de que trata a presente lei é vedado: I- prejudicar. Por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados; II- auxiliar, ou por qualquer meio facilitar, o exercí- cio da profissão aos não inscritos; III- anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja autorizado através de documento inscrito; IV- fazer anúncio ou impresso relativo à atividade profissional sem mencionar o número da inscri- ção; V- anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o número do registro do loteamento ou da incorporação no Registro de Imóveis; VI- violar o sigilo profissional; VII- negar aos interessados prestação de contas ou recibo de quantias ou documentos que lhe te- nha, sido entregues a qualquer título; VIII- violar obrigação legal concernente ao exercí- cio da profissão; IX- praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como crime ou contravenção; X- deixar de pagar contribuição ao Conselho Re- gional. Art. 21 - Compete ao Conselho Regional aplicar aos Corretores de Imóveis e pessoas jurídicas as seguintes sanções disciplinares: I- advertência verbal; II- censura; III- multa; IV- suspensão da inscrição, até noventa dias; V- cancelamento da inscrição, com apreensão da carteira profissional. § 1º - Na determinação da sanção aplicável, orien- tar-se-á o Conselho pelas circunstâncias de cada caso, de modo a considerar leve ou grave a falta. § 2º - A reincidência na mesma falta determinará a agravação da penalidade. § 3º- A multa poderá ser acumulada com outra penalidade e, na hipótese de reincidência na mesma falta, aplicar-se-á em dobro. § 4º - A pena de suspensão será anotada na car- teira profissional do Corretor de Imóveis ou res- ponsável pela pessoa jurídica e se este não a a- presentar para que seja consignada a penalidade, o Conselho Regional poderá convertê-la em can- celamento da inscrição. Art. 22 - Aos servidores dos Conselhos Federal e Regionais de Corretores de Imóveis aplica-se o regimento jurídico das Leis do Trabalho. Art. 23- Fica assegurado aos Corretores de Imó- veis, inscritos nos termos da Lei nº 4.116, de 27 de agosto de 1962, o exercício da profissão, des- de que o requeiram conforme o que for estabele- cido na regulamentação desta lei. Art. 24 - Esta Lei será regulamentada no prazo de trinta dias a partir de sua vigência. Art. 25 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 5 – Art. 26 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 4.116, 27 de agosto de 1962. Brasília, 12 de maio de 1978. 157º da Independência e 90º da República. ERNESTO GEISEL Arnaldo Prieto 1.3. LEI 9649 – FISCALIZAÇÃO DO CORRETOR DE IMÓVEIS DE 1998 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:. ..... Art. 58. Os serviços de fiscalização de profis- sões regulamentadas serão exercidos em caráter privado, por delegação do poder público, mediante autorização legislativa. § 1° A organização, a estrutura e o funcionamento dos conselhos de fiscalização de profissões regu- lamentadas serão disciplinados mediante decisão do plenário do conselho federal da respectiva pro- fissão, garantindo-se que na composição deste estejam representados todos seus conselhos re- gionais. § 2° Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, dotados de personalidade jurídi- ca de direito privado, não manterão com os ór- gãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. § 3° Os empregados dos conselhos de fiscaliza- ção de profissões regulamentadas são regidos pela legislação trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou desloca- mento para o quadro da Administração Pública direta ou indireta. § 4° Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas ficam autorizados a fixar, cobrar e executar as contribuições anuais devidas por pes- soas físicas e jurídicas, bem como preços de ser- viços e multas, que constituirão receitas próprias, considerando-se título executivo extrajudicial a certidão relativa aos créditos decorrentes. § 5° O controle das atividades financeiras e admi- nistrativas dos conselhos de fiscalização de pro- fissões regulamentadas será realizado pelos seus órgãos internos, devendo os conselhos regionais prestar contas, anualmente, ao conselho federal da respectiva profissão, e estes aos conselhos regionais. § 6º Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas, por constituírem serviço público, gozam de imunidade tributária total em relação aos seus bens, rendas e serviços. § 7º Os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas promoverão, até 30 de junho de 1998, a adaptação de seus estatutos e regimentos ao estabelecido neste artigo. § 8° Compete à Justiça Federal a apreciação das controvérsias que envolvam os conselhos de fis- calização de profissões regulamentadas, quando no exercício dos serviços a eles delegados, con- forme disposto no caput. § 9° O disposto neste artigo não se aplica à enti- dade de que trata a Lei n° 8.906, de 4 de julho de 1994. ..... Art.64. São convalidados os atos praticados com base nas Medidas Provisórias n°s 752, de 6 de dezembro de 1994, 797 e 800, de 30 de de- zembro de 1994, 931, de 1° de março de 1995, 962, de 30 de março de 1995, 987, de 28 de abril de 1995, 1.015, de 26 de maio de 1995, 1.038, de 27 de junho de 1995, 1.063, de 27 de julho de 1995, 1.090, de 25 de agosto de 1995, 1.122, de 22 de setembro de 1995, 1.154, de 24 de outubro de 1995, 1.190, de 23 de novembro de 1995, 1.226, de 14 de dezembro de 1995, 1.263, de 12 de janeiro de 1996, 1.302, de 09 de fevereiro de 1996, 1.342, de 12 de março de 1996, 1.384, de 11 de abril de 1996, 1.450, de 10 de maio de 1996, 1.498, de 07 de junho de 1996, 1.498-19, de 09 de julho de 1996, 1.498-20, de 08 de agosto de 1996, 1.498-21, de 05 de setembro de 1996, 1.498-22, de 02 de outubro de 1996, 1.498-23, de 31 de outubro de 1996, 1.498-24, de 19 de no- vembro de 1996, 1.549, de 18 de dezembro de 1996, 1.549-26, de 16 de janeiro de 1997, 1.549- 27, de 14 de fevereiro de 1997, 1.549-28, de 14 de março de 1997, 1.549-29, de 15 de abril de 1997, 1.549-30, de 15 de maio de 1997, 1.549-31, de 13 de junho de 1997, 1.549-32, de 11 de julho de 1997, 1.549-33, de 12 de agosto de 1997, 1.549-34, de 11 de setembro de 1997, 1.549-35, de 09 de outubro de 1997, 1.549-36, de 06 de novembro de 1997, 1.549-37, de 04 de dezembro de 1997, 1.549-38, de 31 de dezembro de 1997, 1.549-39, de 29 de janeiro de 1998, 1.549-40, de 26 de fevereiro de 1998, 1.642-41, de 13 de mar- ço de 1998, e a 1.651-42, de 07 de abril de 1998. Art.65. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 66. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as da Lei nº 8.490, de 19 de no- vembro de 1992, os §§ 1º, 2º e 3º do Art. 22 da Lei nº 5.227, de 18 de janeiro de 1967, a Lei nº 5.327, de 2 de outubro de 1967, o parágrafo único do Art. 2º do Decreto-Leinº 701, de 24 de julho de 1969, os Arts. 2º e 3º do Decreto-Lei nº 1.166, de 15 de abril de 1971, os §§ 1º e 2º do Art. 36 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, a Lei nº 6.994, de 26 de maio de 1982, a Lei nº 7.091, de 18 de abril de 1983, os Arts. 1º, 2º e 9º da Lei nº 8.948, de 8 de dezembro de 1994, o § 2º do Art. 4º e o § 1º do Art. 34 da Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996. Brasília, 27 de maio de 1998; 177º da Independência e 110º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Pedro Malan Paulo Renato Souza Edward Amadeu Paulo Paiva Luiz Carlos Bresser Pereira Clovis de Barros Carvalho Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 6 – 1.4. REGIMENTO DO CONSELHO FEDERAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS CAPÍTULO I - FINALIDADE - ESTRUTURA - COMPETÊNCIA Art. 1º O Conselho Federal de Corretores de Imó- veis - COFECI, para cumprir a finalidade que lhe atribui a lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978, regu- lamentada pelo Decreto nº 81.871, de 29 de junho de 1978, funcionará sob a organização básica estabelecida neste regimento e em atos posterio- res que o complementarem. Art. 2º O COFECI exerce, dentre outras, ações de natureza:I - disciplinar;II - normativa;III - deliberati- va;IV - administrativa;V - supervisora. Art. 3º A estrutura organizacional do COFECI compõe-se de:I - Plenário;II - Diretoria;III - Conse- lho Fiscal;IV - Comissões e Grupo de Trabalho. Seção I - O plenário Art. 4º O Plenário, órgão deliberativo. É composto por dois representantes de cada Conselho Regio- nal, eleitos entre seus membros, competindo-lhe: I - eleger o Presidente dentre seus membros, em votação secreta, e dar-lhe posse; II - eleger o restante da Diretoria, em votação se- creta, facultado ao presidente sugerir nomes de sua preferência; III - elaborar e alterar o regimento do COFECI; IV - elaborar e alterar o Código de Ética Profissio- nal dos Corretores de Imóveis; V - instituir modelos de Carteira e Cédula de Iden- tidade Profissional e Certificado de Inscrição; VI - instituir e elaborar contrato padrão para os serviços de corretagem de imóveis a ser obrigato- riamente adotado pelos profissionais inscritos; VII - fixar anuidades, emolumentos e multas devi- das aos Conselhos Regionais; VIII - aprovar o relatório anual, o balanço e as con- tas trimestrais da Diretoria, bem como a previsão orçamentária para o exercício seguinte; IX - resolver dúvidas na Lei, no regulamento ou neste Regimento e decidir sobre a matéria e as- suntos da competência do COFECI; X - aprovar instruções objetivando uniformidade de procedimento e desempenho dos Conselhos Regionais; XI - aprovar o Regimento Padrão dos Conselhos Regionais e homologar suas respectivas altera- ções; XII - aprovar o relatório anual, o balanço e as con- tas dos Conselhos Regionais; XIII - apreciar, em grau de recurso, as decisões dos Conselhos regionais, bem como dirimir-lhes as dúvidas; XIV - autorizar os Conselhos Regionais a adquirir, onerar e alienar bens móveis; XV - destituir Diretores do COFECI e dos respecti- vos Regionais, pro ato de improbabilidade ou de- sídia na função; XVI - expedir Resolução inclusive sobre casos omissos; XVII - deliberar sobre criação de novos Conselhos Regionais e fixação das respectivas jurisdições; XVIII - conceder licenças aos membros da Direto- ria e a Conselheiro e também aplicar-lhes penali- dades; XIX - referendar atos do Presidente praticados por motivo de urgência, bem como transferência de recursos orçamentários. Seção II - A Diretoria Art. 5º À diretoria, compete, sob a direção do Pre- sidente administrar o COFECI, cabendo a este: I - assinar os atos normativos e os publicar; II - convocar e presidir as Sessões Plenárias, reu- niões de Diretoria, de Comissões e Grupos, distri- buir os processos a serem relatados, declarar em- possados Conselheiros e Suplentes, determinar diligências e resolver sobre procedimentos; III - assinar, com o 1º Diretor-Tesoureiro, cheques, balanços e outros documentos necessários à mo- vimentação das contas bancárias, bem como re- formular e suplementar dotações orçamentárias "ad referendum", autorizar pagamentos e despe- sas; IV - executar as decisões do Plenário; V - obedecida a ordem de chamada, ser substituí- do nos impedimentos e suas faltas pelos Vice- Presidentes, quando convocados, que também o assessoram e exercem os encargos que lhes fo- rem atribuídos; VI - autorizar acordos, convênios ou contratos de assistência técnica, financeira ou de natureza cul- tural com entidades de classe, órgãos públicos e instituições privadas; VII - contratar pessoal; VIII - responder dúvidas oriundas dos Conselhos regionais em primeira instância; Diretor-Secretário IX - substituir o Presidente e os Vice-Presidentes nos casos de faltas e impedimentos simultâneos destes, supervisionar as atividades da Secretaria Administrativa, assinar com o Presidente os atos oficiais e normativas decorrentes de decisões do Plenário e da Diretoria, secretariar as reuniões, fazer a verificação do "quorum" e elaborar, anual- mente, o relatório da Diretoria; X - o 2º Secretário, quando convocado, tem as mesmas atribuições do primeiro; Diretor-Tesoureiro XI - movimentar, com o Presidente as contas ban- cárias, assinando cheques e o que mais for exigi- do para o citado fim. Assinar também, com o Pre- sidente o Balanço e as prestações de contas e supervisionar, nos seus aspectos formais, todas as atividades econômico-financeiras do COFECI, orientando, nesta atribuição, a Diretoria e o Plená- rio; Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 7 – XII - o 2º tesoureiro, quando convocado, terá as mesmas atribuições do primeiro. Seção III - Conselho Fiscal Art. 6º O Conselho Fiscal examina o balanço. Ba- lancete, relatórios financeiros, prestações de con- tas e respectiva documentação, restituindo-os à Diretoria com sua manifestação sobre sua regula- ridade.Parágrafo único - O Conselho Fiscal reúne- se trimestralmente ou extraordinariamente, convo- cado pelo Presidente do COFECI em antecedên- cia mínima de 5 (cinco) dias. Seção IV - Comissões e Grupos de Trabalho Art. 7º As Comissões e grupos de Trabalho cria- dos pelo Presidente desempenharão tarefas per- manentes ou eventuais que por ele lhes forem atribuídas. CAPÍTULO III Seção I - Conselheiros Art. 9º Os Conselheiros participam das Reuniões do COFECI, relatam processos, desempenham encargos que lhes forem atribuídos, podendo diri- gir-se a qualquer órgão do Conselho para lhes solicitar assistência. Art. 10 A perda de mandato no Conselho Federal em decorrência de licença para trato de assuntos particulares fica a critério do Plenário, mas o titular se obriga a comunicar o fato ao presidente com antecedência mínima de 05 (cinco) dias. CAPÍTULO IV Seção I - Convocação e Ordem dos Trabalhos Art. 12 As Sessões Plenárias, em número mínimo de uma e máximo de oito em cada bimestre, serão convocadas, com a respectiva pauta, com antece- dência mínima de 7 (sete) dias. Art. 13 As Reuniões de Diretoria, em número mí- nimo de uma e máximo de cinco mensais, serão convocadas com antecedência mínima de cinco dias, exceto as de caráter extraordinário. Art. 14 As reuniões das Comissões serão convo- cadas com antecedência mínima de cinco dias, exceto as extraordinárias. Art. 15 As despesas de transporte, diárias e jeton decorrentes das convocações serão custeadas pelo Conselho Federal. Art. 16 Somente se pagarão diárias e jeton ao Conselheiro que permanecer no local da reunião para a qual foi convocado, até seu encerramento. Art. 17 A Mesa Diretora das Reuniões Plenárias será composta pelo Presidente, Secretário e Te- soureiro. Art. 18 Aberta a Reunião será observada a ordem seguinte:a) - verificação do "quorum";b) - leitura, discussão e aprovação da Ata da Sessão anteri- or;c) - leitura doexpediente;d) - comunicações da Presidência e da Diretoria;e) - ordem do dia;f) - assuntos de interesse geral. Art. 19 A Ordem do Dia se iniciará com a discus- são e votação das matérias urgentes, apreciação disciplinares e de outra natureza.Parágrafo único - Terão prioridade as matérias cuja apreciação em Reuniões anteriores tenha sido interrompida por pedido de vista ou baixa em diligência. Art. 20 - No julgamento de processos disciplinares considerados sigilosos a critério do Plenário, só permanecerão no recinto do mesmo os Conselhei- ros, os Suplentes e as partes diretamente interes- sadas. § 1º Ainda que as partes interessadas tenham sido assistidas por advogado a instrução do pro- cesso, só pessoalmente terão direito ao uso da palavra para sustentação oral do recurso. § 2º O indicativo - se o preferir -, poderá ser subs- tituído pro defender designado pelo Presidente da Reunião dentre seus pares, e terá 20 (vinte) minu- tos para fazer sua defesa. Art. 21 O recurso de apelação ao COFECI será voluntário ou "ex offício".Parágrafo único - nas decisões que impuseram a sanção previstas no inciso V do artigo 21 da lei nº 6.530/78, o recurso "ex offício" será obrigatoriamente interposto na própria reunião do julgamento. Art. 23 Nenhum Conselheiro poderá usar a pala- vra sem que lhe tenha sido concedida pelo Presi- dente que observará, quando for o caso, a lista de inscrição elaborada pelo 1º Secretário. Art. 24 Os apartes dependem da anuência do ora- dor, devendo ser breves, intervindo o Presidente para garantir o tempo de quem estiver com a pa- lavra. Art. 25 O Presidente não pede apartes, não os concede, nem os permite paralelos. Art. 26 Durante a discussão dos assuntos, o Pre- sidente concederá a palavra a oradores não inscri- tos, somente para a apresentação de questão de ordem e pedidos de esclarecimentos. Art. 27 Salvo disposição especial, as deliberações observarão o seguinte:a) - não havendo Relator, o Conselheiro inscrito usará da palavra por cinco minutos;b) - havendo Relator, este resumirá a matéria em parecer;c) - terão a palavra, para de- bater o parecer, por cinco minutos, os oradores que se inscreverem; Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 8 – d) - encerrada a discussão, o Relator proferirá o seu voto;e) - antes de iniciar a votação, tratando- se de matéria relevante ou de processo discipli- nar, qualquer Conselheiro pode pedir vista, quan- do poderá assinar carga para exame da matéria até a Reunião Plenária seguinte;f) - em qualquer das hipóteses quando o processo já tiver sido ob- jeto de vista, outro Conselheiro que requerer, tê- la-á por 60 (sessenta) minutos, em Plenário;g) - se o voto do Conselheiro que pedir vista divergir do voto do Relator, fica assegurado a todos os Con- selheiros o direito de propor alternativas;h) - se o voto do Relator for no sentido da manutenção da decisão cancelada de inscrição profissional, ou suspensão máxima, ou dela divergir para propor essa penalidade, haverá necessariamente um Revisor do processo;i) - ao autor do projeto de Resolução é facultado o direito de relatá-lo. Art. 28 - As questões de ordem poderão ser susci- tadas a qualquer tempo desde que o Conselheiro declare qual o dispositivo legal ou regimental em que se funda, ou que esteja sendo transgredido, e se tal não ocorrer o presidente lhe cassará a pala- vra liminarmente. Art. 29 A questão de ordem deverá ser levantada e fundamentada em cinco minutos. Se não for demonstrada a sua procedência, e havendo ora- dor na tribuna, o Presidente lhe cassará a palavra liminarmente. Art. 30 Encerrada a discussão e encaminhada a votação, o Presidente chamará os Conselheiros para votar, por representação regional ou por sis- tema que parecer mais rápido e prático, salvo pe- dido de antecipação de voto de qualquer Conse- lheiro. Art. 31 O Secretário anotará os votos e o Presi- dente proclamará o resultado, proferindo antes, se for o caso, o voto de desempate. Art. 32 Os Conselheiros vencidos poderão apre- sentar declaração de voto, por escrito, que será anexada ao processo. Art. 33 Quando o Relator for vencido o Presidente designará Conselheiro que encaminhou a votação com o voto vencedor para a redação de decisão do Plenário. Art. 34 O Presidente, em caráter extraordinário, poderá suspender a reunião ou a decisão do Ple- nário, fundamentando seu ato que terá vigência até nova reunião do Plenário, isto quando se veri- ficar a última hipótese. Art. 35 A ordem dos trabalhos poderá ser alterada pelo presidente, a seu critério, mas as Reuniões Extraordinárias começarão sempre pelo trato da matéria de sua convocação e, só após esgotada essa, havendo tempo, poderá o Conselho discutir e votar no Plenário outro assunto reputado urgen- te e relevante. Art. 36 Qualquer Conselheiro poderá requerer urgência ou preferência, desde que seu requeri- mento venha subscrito por 50% (cinquenta por cento) mais 1 (um) dos Conselheiros presentes. Art. 37 Das decisões do COFECI caberá pedido de reconsideração pela parte interessada num prazo de trinta dias a contar da divulgação, mas o requerimento será indeferido se não se fundamen- tar em fato novo. Art. 38 A matéria rejeitada pelo Plenário só poderá voltar à sua apreciação, se fundamentada em fato novo, após decorridos 180 (cento e oitenta) dias do primeiro julgamento. Art. 39 O interventor, ou Presidente da Diretoria Interventora, agirá segundo orientação da Direto- ria do COFECI à qual apresentará relatórios men- sais. Art. 40 O Interventor ou membro da Diretoria In- terventora que pretender se candidatar a cargo no CRECI sob intervenção, terá que se afastar da função até a data da abertura do processo eleito- ral. Art. 41 Entre 20 de dezembro a 05 de janeiro de cada ano ficam suspensos recebimentos e paga- mentos na tesouraria do COFECI a qual se dedi- cará ao serviço exclusivo do encerramento do exercício financeiro e tomada de contas. Art. 42 O Presidente, como coordenador geral da administração e representante legal do COFECI, tem plenos poderes para resolver casos urgentes, suprimindo, com atos próprios, omissões deste regimento. Art. 43 São proibidos contratações de pessoal, de parentes consanguíneos e afins, de membros da Diretoria e do Conselho Fiscal. Art. 44 As Reuniões Plenárias serão públicas, salvo as de julgamento de processos disciplinares, quando somente poderão fazer uso da palavra os Senhores Conselheiros e as partes envolvidas. Art. 45 As eleições para renovação de mandatos no COFECI, ocorrerão sempre em 15 de agosto, ao fim do triênio de que fala o artigo 14 da Lei nº 6.530/78. Art. 46 É vedada a acumulação do exercício si- multâneo dos cargos de presidente, tesoureiro e Secretário de entidades sindicais e de conselhos de fiscalização do exercício profissional. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 9 – Parágrafo único - A acumulação mencionada nes- te artigo acarreta a perda do cargo ou função no Conselho. Art. 47 A este regimento deverão ser adaptadas, obrigatoriamente, as disposições do Regimento padrão dos Conselhos regionais, seus atos e deli- berações, no prazo de 60 (sessenta) dias, a con- tar de sua publicação, sob pena de nulidade. Art. 48 As disposições deste Regimento prevale- cem sobre as Resoluções que a ele não devem se opor, e somente poderão ser alteradas por pro- postas de, no mínimo, dois terços dos Conselhei- ros e depois apreciada em duas Reuniões Plená- rias. Art. 49 Este Regimento entra em vigor no dia 16 de agosto de 1982. RESUMINDO: Área de corretagem:* Lei 4116 de 27/08/1962 – Exercício da profissão de corretor de imóveis. * Lei 6503 de 1978 – Do Corretor de Imóveis. * Lei 9649 de 1998 - Fiscalização do corretor de imó- veis. * Regimento do Conselho Federal de Corre- tores de Imóveis. EXERCÍCIOS 1- Do quedispõe a Lei 4116 de 27 de agosto de 1962? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 2- Do que dispõe a Lei 6530 de 1978? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 3- Como é a estrutura organizacional do COFE- CI? ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 2. NA ÁREA DE LOCAÇÃO 2.1. LEI DO INQUILINATO LEI Nº 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991 Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: TÍTULO I - Da Locação CAPÍTULO I - Disposições Gerais SEÇÃO I - Da locação em geral Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta lei:Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especi- ais:a) as locações:1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas;2. de vagas au- tônomas de garagem ou de espaços para estacio- namento de veículos;3. de espaços destinados à publicidade;4. em apart-hotéis, hotéis-residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e co- mo tais sejam autorizados a funcionar;b) o arren- damento mercantil, em qualquer de suas modali- dades. Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende-se que são solidários se o contrário não se estipulou.Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares presumem-se locatários ou sublocatários. Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conju- gal, se igual ou superior a dez anos.Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo excedente. Art. 4º Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o imóvel alugado. O locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, segundo a proporção prevista no art. 924 do Código Civil e, na sua falta, a que for judicialmente estipulada.Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devo- lução do imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador, privado ou público, para prestar serviços em localidades diversas daquela do início do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mínimo, trinta dias de antece- dência. Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo.Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica se a locação termina em de- corrência de desapropriação, com a missão do expropriante na posse do imóvel. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 10 – Art. 6º O locatário poderá denunciar a locação por prazo indeterminado mediante aviso por escrito ao locador, com antecedência mínima de trinta di- as.Parágrafo único. Na ausência do aviso, o loca- dor poderá exigir quantia correspondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes quando da resilição. Art. 7º Nos casos de extinção de usufruto ou de fideicomisso, a locação celebrada pelo usufrutuá- rio ou fiduciário poderá ser denunciada, com o prazo de trinta dias para a desocupação, salvo se tiver havido aquiescência escrita do nuproprietário ou do fideicomissário, ou se a propriedade estiver consolidada em mãos do usufrutuário ou do fidu- ciário.Parágrafo único. A denúncia deverá ser e- xercitada no prazo de noventa dias contados da extinção do fideicomisso ou da averbação da ex- tinção do usufruto, presumindo-se, após esse pra- zo, a concordância na manutenção da locação. Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o con- trato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. § 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogá- vel, com imissão na posse do imóvel e título regis- trado junto à matrícula do mesmo. § 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo-se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. Art. 9º A locação também poderá ser desfeita: I - por mútuo acordo; II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual; III - em decorrência da falta de pagamento do alu- guel e demais encargos; IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não pos- sam ser normalmente executadas com a perma- nência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti-las. Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite- se aos herdeiros. Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub-rogados nos seus direitos e obrigações: I - nas locações com finalidade residencial, o côn- juge sobrevivente ou o companheiro e, sucessi- vamente, os herdeiros necessários e as pessoas que viviam na dependência econômica do de cu- jus, desde que residentes no imóvel; II - nas locações com finalidade não residencial, o espólio e, se for o caso, seu sucessor no negócio. Art. 12. Em casos de separação de fato, separa- ção judicial, divórcio ou dissolução da sociedade concubinária, a locação prosseguirá automatica- mente com o cônjuge ou companheiro que per- manecer no imóvel. Parágrafo único. Nas hipóteses previstas neste artigo, a sub-rogação será comunicada por escrito ao locador, o qual terá o direito de exigir, no prazo de trinta dias, a substituição do fiador ou o ofere- cimento de qualquer das garantias previstas nes- se comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu côn- juge, ascendente ou descendente. § 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. § 2º Nas locações de espaço em shopping cen- ters, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. § 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessan- tes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras de- terminadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar. Art. 53. Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias oficiais, asilos, bem como de estabelecimento de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, o contrato somente poderá ser rescindido: I - nas hipóteses do art. 9º; II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, quehaja quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma que venha a resultar em aumento mínimo de cinqüenta por cento da área útil. Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreende- dores de shopping center, prevalecerão as condi- ções livremente pactuadas nos contratos de loca- ção respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei. § 1º O empreendedor não poderá cobrar do loca- tário em shopping center:a) as despesas referidas nas alíneas a, b e d do parágrafo único do art. 22; e b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite-se e obras de paisagismo nas partes de uso comum. § 2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamento, salvo casos de urgência ou força maior, devidamente demonstradas, po- dendo o locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe exigir a comprovação das mesmas. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 11 – Art. 55. Considera-se locação não residencial quando o locatário for pessoa jurídica e o imóvel, destinar-se ao uso de seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados. Art. 56. Nos demais casos de locação não resi- dencial, o contrato por prazo determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado, inde- pendentemente de notificação ou aviso. Parágrafo único. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir-se-á pror- rogada a locação nas condições ajustadas, mas sem prazo determinado. Art. 57. O contrato de locação por prazo indeter- minado pode ser denunciado por escrito, pelo lo- cador, concedidos ao locatário trinta dias para a desocupação. TÍTULO II - Dos Procedimentos CAPÍTULO I - Das Disposições Gerais Art. 58. Ressalvados os casos previstos no pará- grafo único do art. 1º, nas ações de despejo, con- signação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar-se-á o seguinte: I - os processos tramitam durante as férias foren- ses e não se suspendem pela superveniência de- las; II - é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato; III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamen- to; IV - desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notificação far-se-á mediante corres- pondência com aviso de recebimento, ou, tratan- do-se de pessoa jurídica ou firma individual, tam- bém mediante telex ou fac-símile, ou, ainda, sen- do necessário, pelas demais formas previstas no Código de Processo Civil; V - os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente devolutivo. CAPÍTULO II - Das Ações de Despejo Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordiná- rio. § 1º Conceder-se-á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: I - o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido ajustado o prazo mínimo de seis meses para de- socupação, contado da assinatura do instrumento; II - o disposto no inciso II do art. 47, havendo pro- va escrita da rescisão do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia; III - o término do prazo da locação para tempora- da, tendo sido proposta a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato; IV - a morte do locatário sem deixar sucessor legí- timo na locação, de acordo com o referido no inci- so I do art. 11, permanecendo no imóvel pessoas não autorizadas por lei; V - a permanência do sublocatário no imóvel, ex- tinta a locação, celebrada com o locatário. § 2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar- se-á ciência do pedido aos sublocatários, que po- derão intervir no processo como assistentes. Art. 60. Nas ações de despejo fundadas no inciso IV do art. 9º, inciso IV do art. 47 e inciso II do art. 53, a petição inicial deverá ser instruída com pro- va da propriedade do imóvel ou do compromisso registrado. Art. 61 Nas ações fundadas no § 2º do art. 46 e nos incisos III e IV do art. 47, se o locatário, no prazo da contestação, manifestar sua concordân- cia com a desocupação do imóvel, o juiz acolherá o pedido fixando prazo de seis meses para a de- socupação, contados da citação, impondo ao ven- cido a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dado à causa. Se a desocupação ocorrer dentro do pra- zo fixado, o réu ficará isento dessa responsabili- dade; caso contrário, será expedido mandado de despejo. Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da loca- ção, observar-se-á o seguinte: I - o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o de cobrança dos aluguéis e a- cessórios da locação, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do dé- bito; II - o locatário poderá evitar a rescisão da locação requerendo, no prazo da contestação, autorização para o pagamento do débito atualizado, indepen- dentemente de cálculo e mediante depósito judici- al, incluídos:a) os aluguéis e acessórios da loca- ção que vencerem até a sua efetivação;b) as mul- tas ou penalidades contratuais, quando exigí- veis;c) os juros de mora;d) as custas e os honorá- rios do advogado do locador, fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversa; III - autorizada a emenda da mora e efetuado o depósito judicial até quinze dias após a intimação do deferimento, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o depósito no prazo de dez dias, contados da ciência dessa manifestação; IV - não sendo complementado o depósito, pedido de rescisão prosseguirá pela diferença, podendo o locador levantar a quantia depositada; Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 12 – V - os aluguéis que forem vencendo até a senten- ça deverão ser depositados à disposição do juízo, nos respectivos vencimentos, podendo o locador levantá-los desde que incontroversos; VI - havendo cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos aluguéis, a execução desta pode ter início antes da desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos. Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já houver utilizado essa facul- dade por duas vezes nos doze meses imediata- mente anteriores à propositura da ação. Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz fixará prazo de trinta dias para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes: § 1º O prazo será de quinze dias se:a) entre a citação e a sentença de primeira instância houve- rem decorrido mais de quatro meses; ou b) o des- pejo houver sido decretado com fundamento nos incisos II e III do art. 9° ou no § 2° do art. 46. § 2° Tratando-se de estabelecimento de ensino autorizado e fiscalizado pelo Poder Público, res- peitado o prazo mínimo de seis meses e o máxi- mo de um ano, o juiz disporá de modo que a de- socupação coincida com o período de férias esco- lares. § 3° Tratando-se de hospitais, repartições públi- cas, unidades sanitárias oficiais, asilos e estabe- lecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, e o despejo for decretado com fundamento no inciso IV do art. 9° ouno inciso II do art. 53, o prazo será de um ano, exceto nos casos em que entre a citação e a sen- tença de primeira instância houver decorrido mais de um ano, hipótese em que o prazo será de seis meses. § 4° A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o caso de ser executada provisoriamente. Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas nos incisos I, II e IV do art. 9°, a execução provisó- ria do despejo dependerá de caução não inferior a doze meses e nem superior a dezoito meses do aluguel, atualizado até a data do depósito da cau- ção. § 1° A caução poderá ser real ou fidejussória e será prestada nos autos da execução provisória. § 2° Ocorrendo a reforma da sentença ou da deci- são que concedeu liminarmente o despejo, o valor da caução reverterá em favor do réu, como inde- nização mínima das perdas e danos, podendo este reclamar, em ação própria, a diferença pelo que a exceder. Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupa- ção, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento. § 1° Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se não os quiser retirar o despejado. § 2° O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte ao do falecimento do cônju- ge, ascendente, descendente ou irmão de qual- quer das pessoas que habitem o imóvel. Art. 66. Quando o imóvel for abandonado após ajuizada a ação, o locador poderá imitir-se na posse do imóvel. CAPÍTULO III Da Ação de Consignação de Aluguel e Acessórios da Locação Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da locação mediante con- signação, será observado o seguinte: I - a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Civil, deverá especificar os aluguéis e acessórios da locação com indicação dos respectivos valores II - determinada a citação do réu, o autor será in- timado a, no prazo de vinte e quatro horas, efetuar o depósito judicial da importância indicada na pe- tição inicial, sob pena de ser extinto o processo; III - o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante a tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira instância, devendo o autor promover os depósitos nos res- pectivos vencimentos; IV - não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valores depositados, o juiz acolherá o pedido, declarando quitadas as obriga- ções, condenando o réu ao pagamento das custas e honorários de vinte por cento do valor dos depó- sitos; V - a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, a:a) não ter havido recusa ou mo- ra em receber a quantia devida;b) ter sido justa a recusa;c) não ter sido efetuado o depósito no pra- zo ou no lugar do pagamento;d) não ter sido o depósito integral; VI - além de contestar, o réu poderá, em recon- venção, pedir o despejo e a cobrança dos valores objeto da consignatória ou da diferença do depósi- to inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser o mesmo integral; VII - o autor poderá complementar o depósito ini- cial, no prazo de cinco dias contados da ciência do oferecimento da resposta, com acréscimo de dez por cento sobre o valor da diferença. Se tal ocorrer, o juiz declarará quitadas as obrigações, elidindo a rescisão da locação, mas imporá ao autor-reconvindo a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre o valor dos depósitos; VIII - havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos valores objeto da consignatória, a execução desta somente poderá ter início após obtida a desocu- pação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhi- dos. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 13 – Parágrafo único. O réu poderá levantar a qualquer momento as importâncias depositadas sobre as quais não penda controvérsia. CAPÍTULO IV Da Ação Revisional de Aluguel Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumaríssimo, observar-se-á o seguinte: I - além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é pretendida; II - ao designar a audiência de instrução e julga- mento, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos fornecidos pelo autor ou nos que indi- car, fixará aluguel provisório, não excedente a oitenta por cento do pedido, que será devido des- de a citação; III - sem prejuízo da contestação e até a audiên- cia, o réu poderá pedir seja revisto o aluguel pro- visório, fornecendo os elementos para tanto; IV - na audiência de instrução e julgamento, apre- sentada a contestação, que deverá conter contra- proposta se houver discordância quanto ao valor pretendido, o juiz tentará a conciliação e, não sendo esta possível, suspenderá o ato para a rea- lização de perícia, se necessária, designando, desde logo, audiência em continuação. § 1° Não caberá ação revisional na pendência de prazo para desocupação do imóvel (arts. 46, pa- rágrafo 2° e 57), ou quando tenha sido este esti- pulado amigável ou judicialmente. § 2° No curso da ação de revisão, o aluguel provi- sório será reajustado na periodicidade pactuada ou na fixada em lei. Art. 69. O aluguel fixado na sentença retroage à citação, e as diferenças devidas durante a ação de revisão, descontados os alugueres provisórios satisfeitos, serão pagas corrigidas, exigíveis a partir do trânsito em julgado da decisão que fixar o novo aluguel. § 1° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sen- tença poderá estabelecer periodicidade de reajus- tamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato revisando, bem como adotar outro inde- xador para reajustamento do aluguel. § 2° A execução das diferenças será feita nos autos da ação de revisão. Art. 70. Na ação de revisão do aluguel, o juiz po- derá homologar acordo de desocupação, que será executado mediante expedição de mandado de despejo. CAPÍTULO V Da Ação Renovatória Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com: I - prova do preenchimento dos requisitos dos in- cisos I, II e III do art. 51; II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo pagamento lhe incumbia; IV - indicação clara e precisa das condições ofe- recidas para a renovação da locação; V - indicação de fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo, com indi- cação do nome ou denominação completa, núme- ro de sua inscrição no Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, comprovando, em qualquer caso e desde logo, a idoneidade financeira; VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for; VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível ao pro- prietário. Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatá- rio do imóvel ou de parte dele, serão citados o sublocador e o locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de locação originária ou renovada, o sublocador dispuser de prazo que admita reno- var a sublocação; na primeira hipótese, proceden- te a ação, o proprietário ficará diretamente obriga- do à renovação. Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: I - não preencher o autor os requisitos estabeleci- dos nesta lei; II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluídaa valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; IV - não estar obrigado a renovar a locação (inci- sos I e II do art. 52). § 1° No caso do inciso II, o locador deverá apre- sentar, em contraproposta, as condições de loca- ção que repute compatíveis com o valor locativo real e atual do imóvel. § 2° No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subs- crita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não pode- rá ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. § 3° No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, assinado por engenheiro devidamente habilitado. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 14 – § 4° Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixação de aluguel provisó- rio, para vigorar a partir do primeiro mês do prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oi- tenta por cento do pedido, desde que apresenta- dos elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. § 5° Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sen- tença poderá estabelecer periodicidade de reajus- tamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro inde- xador para reajustamento do aluguel. Art. 73. Renovada a locação, as diferenças dos aluguéis vencidos serão executadas nos próprios autos da ação e pagas de uma só vez. Art. 74. Não sendo renovada a locação, o juiz fixa- rá o prazo de até seis meses após o trânsito em julgado da sentença para desocupação, se houver pedido na contestação. Art. 75. Na hipótese do inciso III do art. 72, a sen- tença fixará desde logo a indenização devida ao locatário em conseqüência da não prorrogação da locação, solidariamente devida pelo locador e o proponente. TÍTULO III Das Disposições Finais e Transitórias Art. 76. Não se aplicam as disposições desta lei aos processos em curso. Art. 77. Todas as locações residenciais que te- nham sido celebradas anteriormente à vigência desta lei serão automaticamente prorrogadas por tempo indeterminado, ao término do prazo ajusta- do no contrato. Art. 78. As locações residenciais que tenham sido celebradas anteriormente à vigência desta lei e que já vigorem ou venham a vigorar por prazo indeterminado, poderão ser denunciadas pelo locador, concedido o prazo de doze meses para a desocupação. Parágrafo único. Na hipótese de ter havido revisão judicial ou amigável do aluguel, atingindo o preço do mercado, a denúncia somente poderá ser e- xercitada após vinte e quatro meses da data da revisão, se esta ocorreu nos doze meses anterio- res à data da vigência desta lei. Art. 79. No que for omissa esta lei aplicam-se as normas do Código Civil e do Código de Processo Civil. Art. 80. Para os fins do inciso I do art. 98 da Cons- tituição Federal, as ações de despejo poderão ser consideradas como causas cíveis de menor com- plexidade. Art. 81. O inciso II do art. 167 e o art. 169 da Lei n° 6.015, de 31 de dezembro de 1973, passam a vigorar com as seguintes alterações:" Art. 167. .....II - .. 16) do contrato de locação, para os fins de exercí- cio de direito de preferência."" Art. 169. ....III - o registro previsto no n° 3 do inciso I do art. 167, e a averbação prevista no n° 16 do inciso II do art. 167 serão efetuados no cartório onde o imóvel esteja matriculado mediante apre- sentação de qualquer das vias do contrato, assi- nado pelas partes e subscrito por duas testemu- nhas, bastando a coincidência entre o nome de um dos proprietários e o locador." Art. 82. O art. 3° da Lei n° 8.009, de 29 de março de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VII:" Art. 3° .....VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação." Art. 83. Ao art. 24 da Lei n° 4.591, de 16 de de- zembro de 1964 fica acrescido o seguinte § 4°:" Art. 24. ....§ 4° Nas decisões da assembleia que envolvam despesas ordinárias do condomínio, o locatário poderá votar, caso o condômino locador a ela não compareça." Art. 84. Reputam-se válidos os registros dos con- tratos de locação de imóveis, realizados até a data da vigência desta lei. Art. 85. Nas locações residenciais, é livre a con- venção do aluguel quanto a preço, periodicidade e indexador de reajustamento, vedada a vinculação à variação do salário mínimo, variação cambial e moeda estrangeira:I dos imóveis novos, com habi- te-se concedido a partir da entrada em vigor desta lei;II - dos demais imóveis não enquadrados no inciso anterior, em relação aos contratos celebra- dos, após cinco anos de entrada em vigor desta lei. Art. 86. O art. 8° da Lei n° 4.380, de 21 de agosto de 1964 passa a vigorar com a seguinte reda- ção:"Art. 8° O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar e promover a construção e a aquisição da casa própria ou moradia, especial- mente pelas classes de menor renda da popula- ção, será integrado." Art. 87. (Vetado). Art. 88. (Vetado) . Art. 89. Esta lei entrará em vigor sessenta dias após a sua publicação. Art. 90. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente: I - o Decreto n° 24.150, de 20 de abril de 1934; II - a Lei n° 6.239, de 19 de setembro de 1975; Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 15 – III - a Lei n° 6.649, de 16 de maio de 1979; IV - a Lei n° 6.698, de 15 de outubro de 1979; V - a Lei n° 7.355, de 31 de agosto de 1985; VI - a Lei n° 7.538, de 24 de setembro de 1986; VII - a Lei n° 7.612, de 9 de julho de 1987; e VIII - a Lei n° 8.157, de 3 de janeiro de 1991. Brasília, 18 de outubro de 1991; 170° da Indepen- dência e 103° da República. FERNANDO COLLOR Jarbas Passarinho RESUMINDO: Na área de locação: * Lei 8245 de 18/10/1991 – Lei do Inquilinato. (locação em geral, dos proce- dimentos e disposições gerais, das ações de des- pejo, da ação de consignação de aluguel e aces- sórios da locação, da ação revisional do aluguel, da ação renovatória, das disposições finais e tran- sitórias. EXERCÍCIOS 1- Coloque V ou F para as afirmações abaixo: ( ) A locação também pode ser desfeita em decor- rência da falta de pagamento de aluguel e demais encargos. ( ) Julgada procedente a ação de despejo o juiz fixará um prazo de noventa dias para a desocupa- ção voluntária. ( ) No caso de separação de fato, a locação pros- seguira automaticamente com o conjugue ou companheiro que permanecer no imóvel. 2- O locador, caso queira, pode reaver o imóvel durante o prazo de contrato? E o locatário, pode devolver o imóvel antes de finalizar o prazo de contrato? Explique ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 3. OUTRAS LEIS E DECRETOS 3.1. LEI10.406 Lei 10.406 de 10/01/2002 em vigor a partir de 11/01/2003 (Novo Código Civil) CAPITULO VI Do Condomínio Geral Seção I - Do Condomínio Voluntário Subseção I - Dos Direitos e Deveres dos Condôminos Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá- la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o con- senso dos outros. Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do paga- mento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal. § 1º Se os demais condôminos assumem as des- pesas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, ad- quirindo a parte ideal de quem renunciou, na pro- porção dos pagamentos que fizerem. § 2º Se não há condômino que faça os pagamen- tos, a coisa comum será dividida. Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condôminos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipular solidariedade, entende-se que cada qual se obri- gou proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum. Art. 1.318. As dividas contraídas por um dos con- dôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regres- siva contra os demais. Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou. Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 16 – § 1º Podem os condôminos acordar que fique in- divisa a coisa comum por prazo não maior de cin- co anos, suscetível de prorrogação ulterior. § 2º Não poderá exceder de cinco anos a indivi- são estabelecida pelo doador ou pelo testador. § 3º A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz deter- minar a divisão da coisa comum antes do prazo. Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022). Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, in- denizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeito- rias mais valiosas, e, não as havendo, o de qui- nhão maior.Parágrafo único. Se nenhum dos con- dôminos tem benfeitorias na coisa comum e parti- cipam todos do condomínio em partes iguais, rea- lizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condômi- nos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condi- ções iguais, o condômino ao estranho. Subseção II Da Administração do Condomínio Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a adminis- tração da coisa comum, escolherá o administra- dor, que poderá ser estranho ao condomínio; re- solvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é. Art. 1.324. O condômino que administrar sem o- posição dos outros presume-se representante comum. Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões. § 1º As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta. § 2º Não sendo possível alcançar maioria absolu- ta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros. § 3º Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judicialmente. Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não haven- do em contrário estipulação ou disposição de últi- ma vontade, serão partilhados na proporção dos quinhões. Seção II Do Condomínio Necessário Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307). Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estre- mar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, em- bolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art.1.297). Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da o- bra, será este arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes. Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória. CAPÍTULO VII Do Condomínio Edifício Seção I - Disposições Gerais Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são pro- priedade comum dos condôminos. § 1º As partes suscetíveis de utilização indepen- dente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusi- va, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários. § 2º O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pe- los condôminos, não podendo ser alienados sepa- radamente, ou divididos. § 3º A fração ideal no solo e nas outras partes comuns é proporcional ao valor da unidade imobi- liária, o qual se calcula em relação ao conjunto da edificação. § 4º Nenhuma unidade imobiliária pode ser priva- da do acesso ao logradouro público. § 5º O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constituição do condomínio. Art. 1.332. Institui-se o condomínio edifício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: Técnico em Transações Imobiliárias – Gestão de Negócios Imobiliários – módulo III – 17 – I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; II - a determinação da fração ideal atribuída a ca- da unidade, relativamente ao terreno e partes co- muns; III - o fim a que as unidades se destinam. Art. 1.333. A convenção que constitui o condomí- nio edifício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna- se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Parágrafo único. Para ser oponível contra tercei- ros, a convenção do condomínio deverá ser regis- trada no Cartório de Registro de Imóveis. Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do con- domínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum exigido para as delibera- ções; IV - as sanções a que estão sujeitos os condômi- nos, ou possuidores; V - o regimento interno. § 1º A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento particular. § 2º São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os