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Prévia do material em texto

Gestão Ambiental e 
Responsabilidade Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.a Me. Nilza Maria Coradi de Araújo
Revisão Textual:
Prof.a Dr.a Selma Aparecida Cesarin
Políticas Públicas Ambientais
• Introdução;
• Política Pública Ambiental Brasileira;
• Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil.
 · Tratar das Políticas Públicas Ambientais, de seus instrumentos e da 
Legislação brasileira envolvida nas questões ambientais e na avalia-
ção de impactos ambientais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Políticas Públicas Ambientais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
Introdução
Mais uma vez é importante enfatizar que o desenvolvimento da sociedade, quer 
seja urbana, quer seja rural, ocorreu sem planejamento; portanto, de forma desor-
denada, implicando níveis crescentes de poluição e degradação ambiental.
Voltando um pouco no tempo, foi Aristóteles, que era considerado “o grande 
teórico da cidade”, que evidenciou a preocupação com os impactos produzidos 
pelo homem em grandes centros urbanos.
Essa perspectiva de planejamento vai desde a Grécia Antiga até a Revolução 
Industrial, formulando-se, portanto, uma base teórica sobre construções de núcleos 
populacionais (SANTOS, 2004).
No entanto, na Europa, no final do século XIX, eram poucos que se preocupa-
vam com a relação “construção das cidades e conservação da Natureza”. Porém, 
é importante ressaltar que um século depois da Revolução Industrial, diversos estu-
dos voltados à ecologia reorientaram a relação do homem com o meio ambiente 
(SANTOS, 2004).
Para falarmos de Gestão Ambiental e Responsabilidade Social, precisamos 
entender um pouco sobre Políticas Públicas Ambientais. A Gestão Ambiental se 
iniciou a partir do momento em que os problemas ambientais começaram a surgir. 
Após a Revolução Industrial, tais problemas começaram a ganhar corpo e se deu 
início ao tratamento desses problemas de modo sistemático.
Por um longo período, as iniciativas dos governos eram, em sua grande maioria, 
de ordem corretiva, ou seja, os governos só tomavam uma atitude em relação 
aos problemas ambientais depois que eles já estavam instalados, apesar de isso 
ainda ocorrer. Foi a partir da década de 1970, que começaram a surgir políticas 
governamentais em diversos países, que tratavam das questões ambientais de modo 
mais integrado e de forma mais preventiva. 
A Gestão Ambiental Pública é a ação do Poder Público conduzida segundo uma 
Política Pública Ambiental. Entende-se por Política Pública Ambiental o conjunto 
de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que o Poder Público dispõe para 
produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente (BARBIERI, 2012). 
Com a diversidade das questões ambientais e a participação cada vez maior 
dos Estados nessas questões, surgiram vários instrumentos de Políticas Públicas 
Ambientais com os quais o Poder Público pode contar para evitar mais problemas 
ambientais e também para eliminar ou minimizar os já existentes.
Os instrumentos de Políticas Públicas podem ser explícitos ou implícitos. Os pri-
meiros são criados para atingir aspectos ambientais específicos, enquanto os segun-
dos alcançam os aspectos ambientais indiretamente, pois não foram criados para 
isso. Alguns exemplos podem ser citados: uma Lei que ordena o trânsito de veículos 
para evitar ou diminuir os congestionamentos, indiretamente promoverá a melhora 
8
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da qualidade do ar; outro exemplo: investindo em Educação, a população se torna 
mais consciente dos problemas ambientais, aumentando o número de pessoas que 
irão cobrar melhor desempenho ambiental das empresas e dos órgãos ambientais. 
Quando falamos de instrumentos de Política Pública Ambiental, estamos falando, 
normalmente, dos instrumentos explícitos, que são classificados em três grupos: 
 » Instrumentos de comando e controle;
 » Instrumento econômico; e 
 » Outros instrumentos.
Instrumentos de Comando e Controle, Econômicos e Tecnológicos 
Os instrumentos de comando e controle têm como objetivo alcançar as 
ações que degradam o meio ambiente, condicionando ou limitando o uso de bens. 
Sempre amparado por normas legais, esse instrumento é manifestado por meio 
de restrições, obrigações e proibições impostas às organizações e aos indivíduos 
(LUSTOSA; YOUNG, 2002, p. 578).
Os que estabelecem padrões ou concentrações máximas aceitáveis de poluentes 
são os instrumentos de controle mais conhecidos, e podem ser de três tipos: pa-
drões de emissão, de qualidade ambiental ou de estágio tecnológico.
Os padrões de emissão se referem aos lançamentos de poluentes individuali-
zados por fonte, que podem ser fixas ou móveis. Como exemplo das fontes fixas, 
podemos citar os estabelecimentos de fábricas, e das fontes móveis os automóveis, 
os caminhões etc.
Os padrões de qualidade ambiental se referem aos níveis máximos para os 
poluentes constantes no meio ambiente, normalmente, relacionados ao solo, à 
água e ao ar. Os níveis são estabelecidos, geralmente, como médias aritméticas ou 
geométricas de concentração. Padrões de qualidade ambiental estão atrelados às 
quantidades e às características das emissões das fontes.
O padrão tecnológico pode ser o que estabelece o controle da poluição das 
fontes. Esse termo pode abranger máquinas, ferramentas, instalações, materiais, 
avaliações de fornecedores, roteiro de produção, método de inspeção, treinamento 
e planejamento da manutenção.
Definir padrões tecnológicos não é uma tarefa fácil, tanto porque as tecnologias 
estão em constante evolução e são ativos privativos dos que as desenvolvem, 
quanto porque uma melhor tecnologia para determinada finalidade nem sempre 
está disponível para todos os agentes produtivos. Por isso, o padrão que será 
adotado deve considerar a disponibilidade daquela tecnologia.
Outros instrumentos de controle são as proibições ou os banimentos de comercia-
lização, produção ou uso de produtos. Podemos dar como exemplo o licenciamento 
ambiental para atividades ou obras com potencial poluidor e o zoneamento ambiental. 
O zoneamento, por exemplo, restringe o direito de propriedade na medida em que 
define categorias de zonas destinadas a unidades produtivas.
9
UNIDADE Políticas PúblicasAmbientais
Os instrumentos econômicos procuram influenciar o comportamento das pes-
soas e das organizações em relação ao meio ambiente, utilizando medidas que re-
presentem benefícios ou custos adicionais para elas (BARBIERI, 2012). Temos dois 
tipos de instrumentos econômicos: fiscais e de mercado. Os Fiscais são tributos ou 
subsídios que são realizados por transferências de recursos entre agentes privados 
e públicos.
Os tributos ambientais transferem recursos dos agentes privados para o Setor 
Público em decorrência de algum problema ambiental (BARBIERI, 2012).
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), 
que reúne os países mais ricos de Economia de Mercado, denomina esses tributos 
impostos e encargos ambientais. Já a União Europeia os denomina ecotaxas. 
Há diversos tipos desses tributos e os mais conhecidos são: tributação sobre 
emissões, que são encargos cobrados sobre a descarga de poluentes, que normal-
mente são calculados baseados nas características dos poluentes e nas quantidades 
emitidas por uma Empresa; tributação sobre a utilização de serviços públicos de 
tratamento e coleta de efluentes; tributação sobre os preços dos produtos que 
causam poluição ao serem utilizados pelo consumidor final ou no processo de 
produção; tributação sobre produtos supérfluos; tributação sobre produtos em alí-
quotas diferenciadas, marcando os produtos de acordo com o impacto ambiental, 
no sentido de induzir o consumo e a produção de produtos menos prejudiciais ao 
meio ambiente.
Os instrumentos tecnológicos podem reverter situações críticas em relação à 
degradação ambiental. Algumas dessas ferramentas são, segundo Braga (2005): 
 » Métodos de planejamento;
 » Modelos matemáticos;
 » Equipamentos para controle de poluição e processos alternativos 
menos poluentes.
O desenvolvimento dessas ferramentas permitiu a correção de problemas já 
existentes e a estimativa antecipada de efeitos e impactos de situações hipotéticas 
futuras por meio de simulações, o que permitiu, ainda, conhecer determinados 
limites, os quais têm de ser respeitados e valorizados, mostrando, portanto, que 
a tecnologia é fundamental, mas não é capaz de resolver todos os problemas, 
principalmente, quando alguns limites são alcançados, como é o caso do efeito 
estufa e da depleção da camada de ozônio (BRAGA, 2005).
Um instrumento muito eficaz de prevenção de dano ambiental e que vale a pena 
ser mencionado é a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), que é um instrumento 
de Política Ambiental adotado por governos, em nível nacional, regional, estadual, 
municipal, por organizações internacionais e por organizações privadas. Dessa 
10
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forma, a AIA é reconhecida internacionalmente como um instrumento eficaz de 
prevenção do dano ambiental e de promoção do desenvolvimento sustentável 
(SÀNCHEZ, 2008).
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) representou grande avanço em relação 
às Políticas Ambientais, obrigando Estado e empresas a pensarem nos aspectos 
ambientais nos estágios mais preliminares de um projeto. É um importante 
instrumento de gestão, viabilizando, em longo prazo, empreendimentos, e evitando 
erros que trariam custos ambientais e econômicos relevantes. Além disso, o estudo 
de impacto ambiental torna o processo de licenciamento mais transparente, o 
que permite que diferentes agentes sociais possam se envolver com o processo de 
desenvolvimento e gestão de sua região (BRAGA, 2005).
Como um instrumento de Política e Gestão Ambiental de Projetos, a Avaliação 
de Impacto Ambiental caracteriza-se por assegurar, desde o início do planejamento 
de um projeto, que se faça o estudo sistemático dos impactos ambientais e das 
alternativas viáveis, e que os resultados sejam apresentados de forma coerente ao 
público e aos responsáveis pela tomada de decisão.
A sistematização da AIA como atividade obrigatória foi formalizada pelos 
Estados Unidos por intermédio de uma Lei aprovada pelo Congresso Americano, 
em 1969, vigorando a partir de 1970. 
O processo de evolução da AIA se deu da seguinte forma, segundo Braga (2005): 
 » No período de 1950 e início de 1960, ocorreu uma crescente sensibilidade 
de estudiosos, acadêmicos e gestores públicos que apontavam a necessidade 
de criação de instrumentos mais eficientes para o licenciamento ambiental; 
 » No decorrer da década de 1960, ocorreu a consolidação do conceito de im-
pactos ambientais, corrente hoje em dia. Esse conceito demonstrou que a 
avaliação podia ser feita de forma mais objetiva, de tal forma que pudesse ter 
aceitação e representatividade social e, assim, transformar-se em um instru-
mento de tomada de decisões; para tanto, deveria ter características mínimas 
regulamentadas, necessitando, dessa forma, de um documento público. 
Munn (1975, apud BRAGA, 2005) dá uma versão de características básicas de 
uma Avaliação de Impacto Ambiental: 
a. Descrição das ações e alternativas propostas; 
b. Previsão e intensidade dos efeitos ambientais; 
c. Identificação das preocupações relevantes; 
d. Listagem com os indicadores de impacto ambiental e definição recíproca de 
sua magnitude; 
e. A partir dos impactos previstos no item b, determinação dos valores de cada 
indicador de impacto e, por fim, o impacto total.
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UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
A eficiência dos instrumentos
Cada instrumento tem vantagens e desvantagens. Os instrumentos econômicos 
têm sido apontados como mais eficientes para induzir uma atitude mais dinâmica 
pelos agentes privados, comparando-os com os de comando e controle, que 
representam um peso para o Estado, já que sua eficiência depende de um aparato 
institucional dispendioso.
Vários estudos demonstram que os incentivos econômicos são mais eficientes 
que os instrumentos de controle e comando para alcançar os objetivos ambientais, 
pois acarretam menores custos para as empresas. Os instrumentos econômicos 
proporcionam, também, estímulos permanentes para que as empresas deixem 
de gerar poluição, ao passo que, quanto ao comando e controle, quando são 
alcançados os níveis estipulados pelas normas, as empresas deixariam de fazer 
novos esforços para reduzir a poluição de forma contínua. 
Em relação aos tributos ambientais, a grande vantagem é trazer receita para os 
governos poderem investir em meio ambiente, fazendo com que os gastos decorrentes 
da degradação ambiental produzidos por empresas e sociedade sejam socializados.
Portanto, podemos dizer que não há como prescindir desses instrumentos, pois 
uma Política Ambiental deve se valer de todos e estar estar sempre atenta aos efei-
tos deles sobre a competitividade das organizações, principalmente quando atuam 
no Mercado externo.
No momento, é necessário impedir a degradação ambiental por meio de 
instrumentos de comando e controle, e os mecanismos econômicos, ao agirem 
sobre o custo/benefício das empresas, motivam a adoção contínua de busca pelas 
soluções que envolvem as causas ambientais. 
Política Pública Ambiental Brasileira
Vamos iniciar nossa discussão sobre Políticas Públicas Ambientais brasileiras a 
partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, quando as preocupações ambientais 
começaram a ficar mais intensas.
Os estragos ambientais mais do que evidentes e a discussão desses problemas 
em nível planetário exigiram uma postura do Governo brasileiro. Em 1973, é 
criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente e muitos estados criam suas Agên-
cias Ambientais Especializadas, como a CETESB, em São Paulo, e a FEEMA, no 
Rio de Janeiro.
Em relação ao meio ambiente, o Brasil seguiu uma tendência observada em 
outros países, nos quais os problemas ambientais são percebidos e tratados de 
modo isolado e localizado, dividindo o ambiente em solo, ar e água.
12
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No início da década de 1980, as questões ambientais passariam a ser tratadas 
de forma integrada e interdependentes e, portanto, as Políticas também deveriam 
ser tratadas dessa forma. A Legislação Federal sobre as questões ambientais, nessa 
fase, procuratratar problemas específicos dentro de uma abordagem segmentada 
do meio ambiente.
Em 1981, o Brasil definiu a Política Nacional do Meio Ambiente, por meio da 
Lei Federal no. 6.938, de 31.08.1981. E, em 1986, o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), por meio da Resolução no. 001/86, definiu como deve 
ser feita a Avaliação de Impactos Ambientais, criando dois instrumentos novos, o 
Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), 
definindo em que consiste cada um deles e estabelecendo a relação das atividades 
para as quais sua exigência é obrigatória (BRAGA, 2005).
A partir daí, o licenciamento passou a depender da prévia aprovação do EIA/
RIMA, conforme mostram os textos a seguir:
Definição do EIA.
Relatório técnico, elaborado por equipe multidisciplinar, independente 
do empreendedor, profissional e tecnicamente habilitada para analisar os 
aspectos físico, biológico e socioeconômico do ambiente, que, além de 
atender aos princípios e objetivos da Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente, deve obedecer às seguintes diretrizes gerais:
I. Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do 
projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto;
II. Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados 
nas fases de implantação e de operação;
III. Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afe-
tada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, consi-
derando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; e
IV. Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em 
implantação, na área de influência do projeto e sua compatibilidade 
(inclusive diretrizes específicas e peculiares ao projeto, adicionais, fi-
xadas pelo órgão estadual ou, quando couber, municipal, competente.
Conteúdo Mínimo do EIA.
I. Informações gerais do empreendedor (identificação, histórico, locali-
zação etc.);
II. Caracterização do empreendimento (objetivos, porte, etapas de im-
plantação etc.);
III. Área de influência do empreendimento;
IV. Diagnóstico ambiental da área de influência – descrição e análise dos 
recursos ambientais e suas interações, tal como existentes, com os 
meios Físico, Biológico e Socioeconômico; 
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UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
V. Análise dos impactos e empreendimentos e de suas alternativas – Iden-
tificação, Previsão de Magnitude e Importância (permanência, reversi-
bilidade, cumulatividade, sinergismo, distribuição social, dos custos e 
benefícios etc.) dos Impactos relevantes prováveis; 
VI. Definição de medidas mitigadoras dos Impactos Negativos; e 
VII. Definição de Programa de Acompanhamento e Monitoramento dos 
impactos e das medidas mitigadoras através dos fatores e parâmetros 
ambientais de interesse.
Definição do Rima.
Relatório-resumo dos estudos do EIA, em linguagem objetiva e acessível 
para não técnicos, contendo, no mínimo: 
I. Objetivos e Justificativas do empreendimento; 
II. Descrição do empreendimento e das alternativas locacionais e 
tecnológicas existentes (área de influência, matéria-prima, energia, 
processo, efluentes, resíduos etc.;). 
III. Síntese dos resultados do diagnóstico ambiental; 
IV. Descrição dos Impactos Prováveis; 
V. Caracterização da qualidade ambiental futura; 
VI. Efeitos esperados das medidas mitigadoras; 
VII. Programa de acompanhamento e monitoramento; e 
VIII. Conclusões e recomendações da alternativa mais favorável. 
Atividades que dependem do EIA/Rima para licenciamento.
Depende da elaboração do EIA/Rima, a ser submetido à aprovação do 
órgão estadual competente e da Secretaria do Meio Ambiente (SMA – 
Órgão Federal), em caráter supletivo, o licenciamento de atividades 
modificadoras do meio ambiente, tais como: 
I. Estradas de rodagem com 2 ou mais faixas de rolamento; 
II. Ferrovias; 
III. Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; 
IV. Aeroportos; 
V. Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários 
de esgotos sanitários; 
VI. Linhas de transmissão de energia elétrica acima de 230 KW; 
VII. Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como 
barragem para quaisquer fins hidrelétricos acima de 10 MW, obras 
de saneamento ou de irrigação de abertura de canais para nave-
gação, drenagem e irrigação, abertura de canais para navegação, 
drenagem e irrigação, retificação de cursos de água, abertura de 
barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; 
14
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VIII. Extração de Combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); 
IX. Extração de minério;
X. Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxi-
cos ou perigosos;
XI. Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de 
energia primária, com potência instalada acima de 10 MW; 
XII. Complexo e Unidades industriais e agroindustriais (petroquímicos, 
siderúrgicos, químicos, destilarias de álcool, hulha, extração e 
cultivo de recursos hidróbios;
XIII. Distritos Industriais e Zonas estritamente industriais (ZEI); 
XIV. Exploração econômica de madeira ou de lenha, em área acima de 
100 ha ou menores, quando atingir áreas significativas em termos 
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; 
XV. Projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas 
de relevante interesse ambiental a critério da SMA e dos órgãos 
municipais e estaduais competentes; 
XVI. Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou 
produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia;
XVII. Projetos agropecuários que contemplem áreas significativas em 
termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, 
inclusive nas áreas de proteção ambiental.
Os procedimentos do Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA) têm sido cada vez mais detalhados e aprimorados. É 
sem dúvida notável o progresso para assegurar a qualidade ambiental, fruto do 
esforço da Educação ambiental e Técnico-ambiental abraçadas pelas Universidades 
e Associações, embora maior rapidez e aperfeiçoamento sejam necessários.
A instituição do EIA/RIMA para Licenciamento Ambiental foi um passo impor-
tante para garantir a qualidade ambiental e o desenvolvimento socioeconômico; 
não fosse assim, estaríamos limitados apenas a uma Legislação Ambiental correti-
va, que demandava custos insustentáveis.
A Gestão Ambiental por meio do EIA/RIMA criou um Mercado de Trabalho de 
consultoria, projetos etc., propiciando, ainda, a formação de competências técni-
cas para sua utilização.
Com novos enfoques, as Políticas de Gestão ativas e preventivas colocam em 
cada setor da Economia, de Produção ou de Serviços responsabilidades na cons-
trução de processos de Gestão Ambiental adequados às suas atividades, para que 
atinjam níveis de qualidade ambientais cada vez melhores.
15
UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
Esses níveis poderão ser estabelecidos a partir de absorção pelo empreendedor 
público ou privado, de Sistema de Gestão Ambiental, de procedimentos e normas 
de conduta para a redução de impactos ambientais, correlacionados à produção de 
serviços e produtos de sua atividade econômica, e orientados para a conservação 
dos recursos naturais e pela sustentabilidade ambiental (PHILIPPI, 2005).
A avaliação dos impactos faz parte, também, das Normas Internacionais de 
Qualidade Série ISO 14001, adotadas e reguladas como um instrumento de 
Certificação Ambiental, um selo de qualidade ambiental das operações, produtos e 
serviços das empresas que possuem o Certificado.
Avaliação de Impacto Ambiental no Brasil
A Avaliação de Impacto Ambiental é um instrumento de Política e Gestão 
Ambiental caracterizado pela exigência de elaboração do EIA e do RIMA, na 
fase anterior à implantação do empreendimento, ou seja, na fase de estudos de 
viabilidade técnica e econômica, utilizando essa nova variável, que é o estudo das 
questões ambientais, para avaliar pelo enfoque ambiental.
O processo todo éiniciado com a definição ou não da necessidade da elaboração 
do EIA e do RIMA pelo Órgão Ambiental, que poderá ser de nível federal, estadual 
ou municipal; isso vai depender da abrangência do projeto. Em caso afirmativo, 
ou seja, verificada a necessidade da elaboração, o empreendedor será responsável 
pela contratação do Estudo e por todos os custos decorrentes do EIA, inclusive do 
Licenciamento Ambiental.
Como já mencionado, a elaboração do EIA-RIMA foi regulamentada pela 
Resolução 001/86 do CONAMA, que prevê, no Art. 7º., a elaboração, por equipe 
multidisciplinar independente, com apresentação ao Órgão Ambiental responsável, 
para que seja solicitada a Licença Ambiental Prévia do empreendimento.
As atividades que exigem o EIA e o RIMA estão elencadas no Art. 2º. do 
CONAMA 001/86, mas outras atividades podem ser adicionadas, se forem 
consideradas relevantes.
Em relação à definição dos estudos ambientais pertinentes em cada caso, deve 
ser considerada a Resolução CONAMA 237, de 19/12/1997, que dispõe sobre a 
descentralização da Gestão Ambiental e estabelece as competências e as atividades, 
objeto de Licenciamento Ambiental (CONAMA, 1997).
Depois de elaborado o EIA-RIMA, os documentos devem ser apresentados ao 
Órgão Ambiental e divulgada formalmente sua apresentação na Imprensa Oficial, 
disponibilizando-o para as comunidades interessadas.
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17
Após a análise técnica pelo Órgão Ambiental, esse emitirá seu parecer com base 
nas consultas e avaliações, estabelecendo os condicionantes técnicos e as medidas 
mitigadoras correspondentes aos impactos detectados e, se a decisão for favorável, 
determinará a implantação do Empreendimento.
Uma parte crucial de todo esse processo se dá por meio da participação das 
comunidades e da sociedade interessada nas consequências ambientais do Em-
preendimento. Portanto, dentro do processo de avaliação de impacto ambiental, 
é obrigatória a divulgação pública dos pedidos de Licenciamento Ambiental, com 
referência à elaboração dos estudos, bem como à disponibilidade do RIMA.
O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é um relatório que deve ser elaborado 
em linguagem adequada para a compreensão de todos, resultado do Estudo de Im-
pacto Ambiental de um determinado Empreendimento, utilizado para para divulgar 
os impactos do Projeto em estudo, das medidas para a mitigação dos impactos e 
das condições em que se torna viável do ponto de vista ambiental.
No processo de Avaliação de Impacto Ambiental, deve ser considerada, tam-
bém, a realização de Audiências Públicas antes da tomada de decisão pelo Órgão 
Ambiental competente, para que as comunidades interessadas no Projeto se posi-
cionem. Essa medida também foi regulamentada pela Resolução CONAMA 009, 
de 03/12/1987.
No Brasil, a análise do EIA é submetida à análise dos Conselhos de Meio 
Ambiente, que são compostos por representantes governamentais e pela sociedade 
civil organizada em entidades não governamentais. A análise é submetida antes das 
decisões oficiais do órgão governamental competente. A deliberação do Conselho 
pode ter peso jurídico e administrativo, dependendo da Legislação Ambiental 
específica do estado ou do município envolvido.
Sendo a Avaliação de Impacto Ambiental um instrumento de caráter preventi-
vo, que deve ser elaborado na fase de planejamento, apresenta como seus princi-
pais objetivos subsidiar a decisão entre a escolha e as possíveis alternativas de um 
Projeto, incluindo a hipótese de não execução; gerenciar as ações do Projeto em 
todas as suas fases do ponto de vista ambiental e auxiliar o processo de decisão da 
viabilização do uso dos Recursos Naturais e Econômicos, promovendo o desen-
volvimento sustentável.
A Avaliação de Impactos envolve muitas variáveis, como procedimentos técnicos 
científicos, administrativos, políticos e institucionais. Nos técnicos científicos, são 
utilizados métodos e técnicas em todas as áreas do conhecimento, principalmente, 
as do meio físico, biótico, social e econômico.
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UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
No institucional, métodos de planejamento e gestão e toda a Legislação 
Ambiental, e no campo político, é solicitada a garantia da participação da sociedade 
no processo de tomada de decisão sobre a realização de projetos que venham a 
afetar negativamente o ambiente.
Nesta Unidade, abordamos aspectos das Políticas Públicas e da Legislação 
brasileira na avaliação de impactos ambientais. Os temas abordados podem 
e devem ser aprofundados a partir da Bibliografia citada e também do Material 
Complementar indicado.
Dentro do conhecimento apresentado ao longo da Unidade, foram vistos 
exemplos aplicáveis à área de Avaliação de Impacto Ambiental.
Esperamos ter atingido o objetivo para a formação de novos profissionais 
conscientes e preparados nesse campo tão vasto que é o meio ambiente.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Sacolas Plásticas e Políticas Públicas - Ministério do Meio Ambiente
https://youtu.be/AEeENr60upg
Politicas Ambientais | DEScomplicando
https://youtu.be/ZWWqgOmnTZQ
 Leitura
Sustentabilidade Ambiental das Organizações através da Produção mais limpa ou pela Avaliação do Ciclo de Vida
HINZ, R.T.P.; VALENTINA, L.V.D; FRANCO, A.C. Sustentabilidade ambiental das organizações 
através da produção mais limpa ou pela avaliação do ciclo de vida. Estudos tecnológicos, v.2, 
n.2, p.91-98, jul/dez. 2006.
https://goo.gl/lxaxNb
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UNIDADE Políticas Públicas Ambientais
Referências
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Dinizar F. (org.) Desenvolvimento sustentável: necessidade e/ou possibilidade. 
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BRAGA, B. et al. Introdução Engenharia Ambiental. 2.ed. São Paulo: Pearson 
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