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Aula 08 Auditoria p/ ISS Cuiabá Professor: Claudenir Brito Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 57 AULA 08: Utilização de trabalhos da auditoria interna. Uso de trabalhos técnicos de especialistas. Eventos ou transações Subsequentes. Auditoria de estimativas contábeis. SUMÁRIO PÁGINA 1. Auditoria de estimativas contábeis 2 2. Uso de trabalhos da auditoria interna e de especialistas 10 3. Eventos ou transações subsequentes 26 Lista das questões comentadas durante a aula 44 Referências bibliográficas 57 Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) Olá, pessoal. Os temas que trataremos na aula de hoje são pouco cobrados nas provas de concursos, e as questões costumam ser de fácil resolução. Por isso, vamos aproveitar para acertá-las. Dúvidas, perguntem no fórum do curso. Se forem sobre outros temas voltados aos concursos, que não sejam específicas do nosso conteúdo, podem ainda me enviar uma mensagem: Uma boa aula para todos nós. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 57 1. Auditoria de estimativas contábeis Definições importantes para o tema: A NBC TA 540 trata da responsabilidade do auditor independente em relação a estimativas contábeis, incluindo estimativas contábeis do valor justo e respectivas divulgações em auditoria de demonstrações contábeis. Alguns itens das demonstrações contábeis não podem ser mensurados com precisão pela administração, mas podem ser apenas estimados. Para o CFC, essa forma de mensuração desses itens das demonstrações contábeis é denominada estimativa contábil. A natureza e a confiabilidade das informações disponíveis para a administração para suportar a elaboração de estimativa contábil variam significativamente, afetando o grau de incerteza associada às Estimativa contábil é a aproximação de um valor monetário na ausência de um meio de mensuração preciso. Este termo é usado para um valor mensurado do valor justo quando existe incerteza de estimativa, bem como para outros valores que requerem estimativas. Estimativa pontual ou intervalo é o valor, ou intervalo de valores, respectivamente, derivado de evidências de auditoria para uso na avaliação da estimativa pontual da administração. Incerteza de estimativa é a suscetibilidade da estimativa contábil e das respectivas divulgações à falta de precisão inerente em sua mensuração. Tendenciosidade da administração é a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações. Estimativa pontual da administração é o valor selecionado pela administração para registro ou divulgação nas demonstrações contábeis como estimativa contábil. Desfecho de estimativa contábil é o valor monetário real resultante da resolução da transação, evento ou condição de que trata a estimativa contábil. Mas o que é estimativa contábil? Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 57 estimativas contábeis, o que, por sua vez, afeta os riscos de distorção relevante de estimativas. O objetivo da mensuração de estimativas contábeis pode variar dependendo da estrutura de relatório financeiro aplicável e do item financeiro que está sendo relatado. Em alguns casos, é prever o desfecho de uma ou mais transações, eventos ou condições que dão origem à necessidade de estimativas contábeis. Para outras estimativas contábeis, o objetivo da mensuração é diferente, e é expresso em termos do valor da transação corrente ou um item das demonstrações baseado nas condições vigentes na data da mensuração, como preço de mercado estimado para um tipo de ativo ou passivo específico. Mas atenção: uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações. Este é especialmente o caso para estimativas contábeis ao valor justo, pois qualquer desfecho observado é invariavelmente afetado por eventos ou condições posteriores à data em que a mensuração é estimada para fins das demonstrações contábeis. O objetivo do auditor é obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre: a) se as estimativas contábeis registradas ou divulgadas nas demonstrações contábeis são razoáveis; e b) se as respectivas divulgações são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável - RFA. Como vimos no quadro apresentado no começo do item, para a NBC TA 540, Estimativa contábil é a aproximação de um valor monetário na ausência de um meio de mensuração preciso. Este termo é usado para um valor mensurado do valor justo quando existe incerteza de estimativa, bem como para outros valores que requerem estimativas. Se, no julgamento do auditor, a administração não tratou adequadamente os efeitos da incerteza de estimativa das estimativas contábeis que geram riscos significativos, o auditor deve, se necessário, Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 57 desenvolver um intervalo para avaliar a razoabilidade da estimativa contábil. O auditor deve avaliar, com base nas evidências de auditoria, se as estimativas contábeis nas demonstrações são razoáveis no contexto da estrutura de RFA ou se apresentam distorção. Deve, ainda, obter evidência se as divulgações nas demonstrações, relacionadas com estimativas contábeis, estão de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável. Indicadores de possível tendenciosidade da administração O auditor deve revisar os julgamentos e decisões feitas pela administração na elaboração de estimativas contábeis para identificar se há indicadores de possível tendenciosidade da administração. Devemos ressaltar que indicadores de possível tendenciosidade da administração não constituem, por si só, distorções para concluir sobre a razoabilidade de estimativas contábeis individuais. Alguns exemplos que podemos citar desses tipos de indicadores de possível tendenciosidade da administração com relação a estimativas contábeis são: - Mudanças em estimativa contábil ou no método de elaboração, quando a administração fez uma avaliação subjetiva de que houve mudança nas circunstâncias. - Utilização das premissas da própria entidade para estimativas contábeis do valor justo quando eles são inconsistentes com premissas do mercado observáveis. - Seleção ou elaboração de premissas significativas que produzem uma estimativa pontual favorável para os objetivos da administração. - Seleção de estimativa pontual que pode indicar um padrão de otimismo ou pessimismo. Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações, já que estamos tratando de estimativas. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 57 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. FGV/ISS-Cuiabá/2014) Sobre estimativas contábeis, de acordo com a NBC TA 540 – Auditoria de Estimativas Contábeis, assinale a afirmativa correta. a) A diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente reconhecido ou divulgado nas demonstrações contábeisrepresenta uma distorção. b) O auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis do período anterior, de modo a questionar os julgamentos feitos nesse período. c) O potencial para tendenciosidade da administração intencional é inerente em decisões subjetivas, que são, muitas vezes, necessárias na elaboração de estimativa contábil. d) As estimativas contábeis do valor justo, para as quais é usado modelo especializado desenvolvido para a entidade, envolvem pequena incerteza e podem gerar riscos mais baixos de distorção relevante. e) O auditor deve revisar as estimativas contábeis para identificar se há indicadores de possível tendenciosidade da administração, de modo a concluir sobre a razoabilidade de estimativas contábeis individuais. Comentários: Vamos aos erros: A – Distorção é a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação de uma demonstração contábil relatada e o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação que é exigida para que o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. B – O auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis do período anterior ou, quando aplicável, seus recálculos posteriores para o período corrente. D – Nesse caso envolvem alta incerteza. E – Indicadores de possível tendenciosidade da administração não constituem, por si só, distorções para concluir sobre a razoabilidade de estimativas contábeis individuais. Gabarito: C EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 57 2. (ESAF/RFB/2014) Em relação às estimativas contábeis realizadas pela empresa auditada, o auditor independente deve: a) sempre que constatar possível tendenciosidade da administração, concluir que as estimativas contábeis estão inadequadas, ressalvando o relatório. b) periodicamente exigir da administração e de seus advogados carta de responsabilidade pelas estimativas efetuadas, eximindo a auditoria de avaliar os cálculos e premissas. c) revisar os julgamentos e decisões feitos pela administração na elaboração destas estimativas contábeis, para identificar se há indicadores de possível tendenciosidade da administração. d) reavaliar as premissas e cálculos e, quando discordar, determinar a modificação dos valores contabilizados, sob pena de não emitir o relatório de auditoria. e) aceitar os valores apresentados, por serem subjetivos e de responsabilidade da administração e de seus consultores jurídicos ou áreas afins. Comentários: Questão direta, cobrando conhecimentos da NBC TA 540. Segundo essa norma “o auditor deve revisar os julgamentos e decisões feitas pela administração na elaboração de estimativas contábeis para identificar se há indicadores de possível tendenciosidade da administração.” O erro da letra A está em dizer que o auditor irá ressalvar o seu relatório caso constate uma possível tendenciosidade da administração, pois indicadores de possível tendenciosidade não constituem, por si só, distorções para concluir sobre a razoabilidade de estimativas contábeis individuais. A alternativa B está incorreta, já que o auditor deve sim avaliar os cálculos e premissas utilizadas pela administração. Quando o auditor discordar das premissas e dos cálculos ele deve discutir o assunto com a administração, e isso pode gerar uma modificação na opinião do auditor, caso ele não concorde com as estimativas e a administração não as modifique, mas isso não fará com que ele não emita seu relatório. Dessa forma, a letra D está errada. Por fim, a letra E também está incorreta, pois o auditor não pode simplesmente aceitar os valores de estimativas contábeis apresentados pela administração. Deve avaliar sua razoabilidade. Gabarito: C 3. (CETRO/ISS-SP/2014) Devido às incertezas inerentes nas atividades de negócios, alguns itens das demonstrações contábeis podem ser apenas estimados com maior ou menor grau de dificuldade. Quanto às estimativas contábeis, é correto afirmar que a responsabilidade, pela sua definição, é a) do Auditor, que deve demonstrar à administração da empresa os procedimentos adotados para o seu cálculo. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 57 b) dos advogados, que devem demonstrar à administração da empresa os procedimentos adotados para o seu cálculo. c) dos advogados, que devem demonstrar ao Auditor os procedimentos adotados para o seu cálculo. d) da administração, que deve demonstrar ao Auditor os procedimentos adotados para o seu cálculo. e) do Auditor, que deve demonstrar aos advogados os procedimentos adotados para o seu cálculo. Comentários: A NBC TA 540, norma que trata de Estimativas Contábeis, é bem clara em relação à responsabilidade pela definição dessas estimativas: é da administração. O auditor deverá avaliar a razoabilidade dessas estimativas, a partir da demonstração, por parte da administração, do embasamento para aqueles valores estimados. Gabarito: D 4. (FUNDATEC/CAGE-RS/2014) Os requisitos relacionados com a auditoria do processo de estimativas a que os auditores devem atender, segundo a NBC TA 540 – Auditoria de estimativas contábeis, inclusive do valor justo e divulgações relacionadas, são as seguintes, com EXCEÇÃO de: a) Avaliação da razoabilidade da estimativa contábil. b) Documentação das conclusões relativas à estimativa contábil. c) Entendimento dos procedimentos de avaliação de risco e atividade relacionadas, desenvolvidos pela entidade. d) Representações formais. e) Aceitação e continuidade. Comentários: Segundo a NBC TA 540, são os seguintes requisitos: Procedimentos de avaliação de risco e atividades relacionadas. Identificação e avaliação de riscos de distorção relevante. Respostas aos riscos identificados de distorção relevante. Procedimentos substantivos adicionais para responder a riscos significativos. Avaliação da razoabilidade da estimativa contábil e determinação de distorção. Divulgações relacionadas com estimativa contábil. Indicadores de possível tendenciosidade da administração. Representações formais. Documentação. Portanto, questão quase literal. Aceitação e continuidade não se referem a requisitos relacionados às estimativas contábeis. Gabarito: E 5. (FCC/TRT 15ª Região/2013) NÃO é um indicador de possível tendenciosidade da Administração, com relação a estimativas contábeis: Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 57 a) mudanças em estimativa contábil ou no método de elaboração da demonstração contábil, quando a Administração fez uma avaliação subjetiva de que houve mudança nas circunstâncias. b) utilização das premissas da própria entidade para estimativas contábeis do valor justo, quando eles são inconsistentes com premissas do mercado observáveis. c) seleção ou elaboração de premissas significativas que produzem uma estimativa pontual favorável para os objetivos da Administração. d) dimensionamento da provisão para contingências tributárias fundamentada na posição de probabilidade de sucesso dos processos apresentada pelos advogados da empresa. e) seleção de estimativa pontual, que pode indicar um padrão de otimismo ou pessimismo. Comentários: Tendenciosidade da administração é a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentação de informações. Nesse sentido, nota-se que a FCC retirou as letras A, B, C e E de forma literal da NBC TA 540, conforme vimos na parte teórica. A letra D, gabarito da questão, não é um indicador de tendenciosidade da Administração, pois a alternativa deixa claro que o fundamento utilizado por ela foi baseado na posição de probabilidade de sucessodos processos, realizada pelos advogados. Gabarito: D 6. (ESAF/SUSEP/2010) As estimativas contábeis reconhecidas nas demonstrações contábeis da empresa são de responsabilidade: a) dos auditores externos. b) dos advogados. c) da auditoria interna. d) do conselho de administração. e) da administração da empresa. Comentários: Estimativa contábil, segundo a NBC TA 540, que trata do tema, é a aproximação de um valor monetário na ausência de um meio de mensuração preciso. Essas estimativas são de responsabilidade da administração da entidade e se baseiam em fatores objetivos e subjetivos, requerendo o seu julgamento na determinação do valor adequado a ser registrado nas demonstrações contábeis. Portanto, questão bastante direta, cuja resposta é a letra “e”. Gabarito: E 7. (ESAF/RFB/2009) O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 57 b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. Comentários: Erros das alternativas: A – os critérios devem ser estabelecidos pela administração, não pelo auditor. B – por tratarmos de estimativas, não há necessidade de garantia dos valores registrados. C – uma diferença entre o desfecho da estimativa e o valor originalmente divulgado não representa necessariamente uma distorção. D – não cabe ao auditor estabelecer os critérios para o estabelecimento das estimativas. E – alternativa correta, por ser a única possível ao auditor. Gabarito: E 8. (ESAF/CGU/2006) Com relação às estimativas contábeis praticadas pela empresa objeto da auditoria, podemos afirmar que: a) são de responsabilidade do auditor da entidade e se baseiam em fatores objetivos e subjetivos requerendo o seu julgamento. b) o auditor não tem responsabilidade de certificar-se dos procedimentos e métodos utilizados pela entidade para determinação das estimativas. c) o auditor não deve basear-se em posições de períodos anteriores da empresa para não se influenciar por efeitos passados. d) o auditor pode basear-se em conhecimentos básicos e incompletos dos controles internos e procedimentos da entidade. e) o auditor deve assegurar-se da razoabilidade das estimativas, individualmente consideradas, quando estas forem relevantes. Comentários: Vamos aos erros. As estimativas contábeis são de responsabilidade da empresa e não do auditor. Entretanto, este deve sim certificar-se dos procedimentos e métodos utilizados pela entidade para determinação das estimativas. Portanto, as letras A e B estão incorretas. Além disso, o auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis do período anterior ou, quando aplicável, seus recálculos posteriores para o período corrente. Dessa forma, a alternativa C também está errada. O auditor pode se basear em conhecimentos completos e não incompletos do controle interno da entidade auditada, sendo a letra D também incorreta. Gabarito: E Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 57 2. Uso do trabalho de outros profissionais Definições importantes para o tema: Na realização dos trabalhos de auditoria independente, o auditor poderá utilizar trabalhos anteriores de outros profissionais, de acordo com certas regras a serem seguidas, sempre com vista do objetivo principal do auditor independente, que é o de emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis da empresa auditada. Os trabalhos que podem ser utilizados e que são mais cobrados em prova são os da auditoria interna e o de especialistas. Vamos estudar essa utilização nos tópicos a seguir. Trabalho do Auditor Interno A norma referente ao assunto é a NBC TA 610, aprovada pela Resolução CFC nº. 1.229/09, mas cuja redação foi totalmente alterada em 24 de janeiro de 2014. Dessa forma esse item da aula já abordará a nova redação da supracitada norma, que trata da responsabilidade do auditor externo (independente) em relação ao trabalho dos auditores internos, quando o auditor independente observar que existe a probabilidade de que a função de auditoria interna seja relevante para a auditoria independente. Isso inclui: a) utilizar o trabalho da função de auditoria interna na obtenção de evidência de auditoria e b) utilizar os auditores internos para prestar assistência direta ao auditor independente, fazendo parte da equipe e trabalhando sob a direção, supervisão e revisão do auditor independente. Atenção! A letra b não era prevista na NBC TA 610 até a modificação realizada em janeiro de 2014. Dessa forma as bancas podem querer focar nesse ponto. Cuidado! Função de auditoria interna, auditor interno ou auditoria interna se referem à função ou pessoas de uma entidade que executem atividades de asseguração e consultoria projetadas para avaliar e melhorar a eficácia da governança, dos processos de controle interno e gestão de risco da entidade. Assistência direta é a utilização de auditores internos para executar procedimentos de auditoria, sob a direção, supervisão e revisão do auditor independente . Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 57 A possibilidade de utilização de trabalho do auditor interno ocorre quando a natureza das responsabilidades e atividades da função de auditoria interna estiver relacionada com os relatórios contábeis da entidade e se o auditor independente espera utilizar o trabalho dos auditores internos para modificar a natureza, época ou reduzir a extensão dos procedimentos de auditoria a serem executados. A utilização do trabalho dos auditores internos pode levar o auditor independente a rever a sua avaliação dos riscos de distorção relevante. A relação entre a função de auditoria interna e o auditor independente possui as seguintes características: - os objetivos da função de auditoria interna são determinados pela administração e, quando aplicável, pelos responsáveis pela governança. Embora os objetivos da função de auditoria interna e o do auditor independente sejam diferentes, os meios utilizados pela auditoria interna e pelo o auditor independente para alcançar seus respectivos objetivos podem ser semelhantes. - Independentemente do grau de autonomia e de objetividade da função de auditoria interna, tal função não é independente da entidade, como é exigido do auditor independente quando ele expressa uma opinião sobre as demonstrações contábeis. O auditor independente tem total responsabilidade pela opinião expressa em seu relatório de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização de trabalhos da função de auditoria interna ou pela obtenção de assistência direta de auditores internos pelo auditor independente no seu trabalho. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 57 O auditor independente tem total responsabilidade pela opinião expressa em seu relatório de auditoria e essa responsabilidade não éreduzida pela utilização de trabalhos da função de auditoria interna ou pela obtenção de assistência direta de auditores internos pelo auditor independente no seu trabalho. O auditor independente deve determinar se o trabalho da auditoria interna pode ser utilizado para os fins da auditoria, considerando o seguinte: - a extensão na qual a posição hierárquica da auditoria interna na organização e suas políticas e procedimentos propiciam objetividade dos auditores internos; - o nível de competência da função de auditoria interna; e - se a função de auditoria interna aplica uma abordagem sistemática e disciplinada, incluindo controle de qualidade. Entretanto, o auditor independente não deve usar o trabalho da auditoria interna se ele determinar que: - a posição hierárquica da auditoria interna na organização e suas políticas e procedimentos não propiciam adequada objetividade dos auditores internos; - a função da auditoria interna não tem suficiente competência; ou - a função não aplica uma abordagem sistemática e disciplinada, incluindo controle de qualidade. Vamos relembrar que as funções de auditoria interna variam amplamente e dependem do tamanho e da estrutura da entidade e dos requerimentos da administração. Os objetivos e o alcance da função de auditoria interna geralmente incluem as atividades de asseguração e consultoria planejadas para avaliar e aprimorar a eficácia dos processos de governança, gestão de risco e controle interno da entidade. Os objetivos do auditor independente, onde a entidade tenha a função de auditoria interna e ele espera utilizar o trabalho dessa função para modificar a natureza, a época ou para reduzir a extensão dos procedimentos de auditoria a serem diretamente executados pelo próprio auditor independente, inclusive quando ele pretende obter assistência direta dos auditores internos são: Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 57 - determinar se o trabalho da auditoria interna ou se a assistência direta dos auditores internos pode ser utilizado e, em caso positivo, em quais áreas e em que extensão; - se utilizar o trabalho da auditoria interna, o auditor independente deve determinar que esse trabalho é adequado para os fins da sua auditoria; e - se utilizar os auditores internos para prestar assistência direta, o auditor independente deve dirigir, supervisionar e revisar o trabalho executado pelos auditores internos de forma apropriada. 2.1 Utilização do trabalho da auditoria interna Antes da utilização do trabalho dos auditores internos, o auditor independente deve determinar o efeito planejado do trabalho dos auditores internos na natureza, época ou extensão dos procedimentos do auditor independente. Caso o auditor independente planeje usar o trabalho da auditoria interna, ele deve discutir com a auditoria interna o uso planejado desse trabalho como base para coordenar as suas respectivas atividades. O auditor independente deve executar procedimentos de auditoria suficientes sobre o conjunto do trabalho da auditoria interna que ele planeja utilizar para determinar a sua adequação para fins da sua auditoria, incluindo a avaliação se: - o trabalho da auditoria interna foi planejado, executado, supervisionado, revisado e documentado de modo apropriado; - foi obtida evidência suficiente e apropriada que possibilite a auditoria interna chegar a conclusões razoáveis; e - as conclusões alcançadas são apropriadas nas circunstâncias e os relatórios elaborados pela auditoria interna são consistentes com os resultados do trabalho realizado. A natureza e a extensão dos procedimentos de auditoria do auditor independente devem estar em consonância com a sua avaliação sobre: - o volume ou o grau de julgamento envolvido; - o risco avaliado de distorção relevante; - se a posição hierárquica da auditoria interna na organização e se suas políticas e procedimentos relevantes propiciam apropriada objetividade dos auditores internos; - o nível de competência da auditoria interna e deve incluir a reexecução de parte do trabalho. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 57 Utilização dos auditores internos para prestar assistência direta Antes de utilizar os auditores internos para prestar assistência direta para fins de auditoria, o auditor independente deve: - obter concordância formal do representante autorizado da entidade de que os auditores internos estão autorizados e seguirão as instruções do auditor independente e que a administração da entidade não vai interferir no trabalho que o auditor interno executar para o auditor independente; e - obter a concordância, também formal, dos auditores internos de que eles vão manter confidencialidade sobre os assuntos específicos, conforme instruído pelo auditor independente e que qualquer ameaça à objetividade será prontamente informada aos auditores independentes. O auditor independente deve dirigir, supervisionar e revisar o trabalho executado pelos auditores internos de acordo com a NBC TA 220, que trata do controle de qualidade em uma auditoria. Ao fazê-lo: - a natureza, a época e a extensão da direção, supervisão e revisão devem reconhecer que os auditores internos não são independentes em relação à entidade; e - os procedimentos de revisão devem incluir a verificação pelo auditor independente da evidência de auditoria para alguns dos trabalhos executados pelos auditores internos. A direção, a supervisão e a revisão pelo auditor independente do trabalho executado pelos auditores internos devem ser suficientes para que o auditor independente esteja convencido de que os auditores internos tenham obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente para fundamentar as conclusões com base nesse trabalho. Documentação Em relação ao que deverá ser documentado (papéis de trabalho) pelo auditor independente, se ele utilizou o trabalho de auditoria interna, ele deve incluir na documentação de auditoria: (a) a avaliação: I - se a posição hierárquica da auditoria interna e suas políticas e procedimentos dão adequado suporte para a objetividade dos auditores internos; II - do nível de competência da auditoria interna; III - se a auditoria interna aplica uma abordagem sistemática e disciplinada, incluindo controle de qualidade; (b) a natureza e a extensão do trabalho utilizado e a base para sua decisão; e Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 57 (c) os procedimentos de auditoria executados pelo auditor independente para avaliar a adequação dos trabalhos realizados. Já se o auditor independente utiliza auditores internos para prestar assistência direta na auditoria, ele deve incluir na documentação de auditoria: - a avaliação da existência e da importância das ameaças à objetividade dos auditores internos e a avaliação do nível de competência dos auditores internos utilizados para prestar assistência direta; - a base para a decisão sobre a natureza e a extensão do trabalho executado pelos auditores internos; - quem revisou o trabalho executado, assim como a data e extensão dessa revisão, de acordo com a NBC TA 230; - os acordos formais firmados com o representante autorizado da entidade e dos auditores internos; e - os papéis de trabalho elaborados pelos auditores internos que prestaram assistência direta sobre o trabalho de auditoria. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 9. (FGV/ISS-Recife/2014) Para determinar se o trabalho dos auditores internos está adequado aos fins da auditoria, o auditor independente deve avaliar as circunstâncias a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. a) A competência técnica dos auditoresinternos. b) A probabilidade de que o trabalho dos auditores internos seja realizado com o devido zelo profissional. c) O grau de materialidade envolvido na avaliação da evidência de auditoria coletada pelos auditores internos. d) A probabilidade de que haja comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor independente. e) A objetividade da função de auditoria interna. Comentários: Segundo a NBC TA 610, para determinar se é provável que o trabalho dos auditores internos seja adequado para os fins da auditoria, o auditor independente deve avaliar: (a) a objetividade da função de auditoria interna; (b) a competência técnica dos auditores internos; (c) se é provável que o trabalho dos auditores internos seja realizado com o devido zelo profissional; e Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 57 (d) se é provável que haja comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor independente. Gabarito: C 10. (FGV/ACI-Recife/2014) Para determinar o efeito do trabalho dos auditores internos na natureza, época ou extensão dos procedimentos da auditoria independente, o auditor independente deve considerar: a) a natureza e o alcance do trabalho específico executado, ou a ser executado, pelos auditores externos. b) os riscos avaliados de distorção relevante no nível de afirmações para classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações. c) o grau de objetividade envolvido na avaliação da evidência de auditoria coletada pelos auditores internos como suporte para as afirmações irrelevantes. d) a extensão e a utilização de um trabalho específico dos auditores internos em outras empresas. e) a probabilidade do trabalho dos auditores internos ser adequado para os fins da auditoria de conformidade. Comentários: Segundo a NBC TA 610, para determinar o efeito planejado do trabalho dos auditores internos na natureza, época ou extensão dos procedimentos do auditor independente, o auditor independente deve considerar: (a) a natureza e o alcance do trabalho específico executado, ou a ser executado, pelos auditores internos; (b) os riscos avaliados de distorção relevante no nível de afirmações para classes específicas de transações, saldos contábeis e divulgações; e (c) o grau de subjetividade envolvido na avaliação da evidência de auditoria coletada pelos auditores internos como suporte para as afirmações relevantes. Gabarito: B 2.2 Trabalho de especialista de outra área A Resolução CFC Nº. 1.230/09 aprovou a NBC TA 620, que trata da responsabilidade do auditor em relação ao trabalho de pessoa ou organização em área de especialização que não contabilidade ou auditoria, quando esse trabalho é utilizado para ajudar o auditor a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada. Atenção: especialista, neste caso, não inclui aquele que trabalho com contabilidade ou auditoria. A NBC TA 620 não trata de situações em que a equipe de trabalho inclui um membro, ou consulta uma pessoa ou organização, com especialização em uma área específica de Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 57 contabilidade ou auditoria. Esse caso é tradado pela NBC TA 220 – Controle de Qualidade. A NBC TA 620 também não trata da utilização, pelo auditor, do trabalho de pessoa ou organização usado pela entidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis (especialista da administração) – tratada pela NBC TA 500 – Evidência de Auditoria. O auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado pelo auditor (chamado a partir de agora de especialista do auditor ou simplesmente especialista). No entanto, se o auditor concluir que o trabalho desse especialista é adequado para fins da auditoria, o auditor pode aceitar que as constatações ou conclusões desse especialista em sua área de especialização constituem evidência de auditoria apropriada. Ou seja: se o auditor considerar o trabalho adequado, poderá utilizar seus resultados como evidência de auditoria, para o embasamento das conclusões apresentadas no relatório. Objetivos do auditor, em relação ao uso do trabalho de especialistas: - determinar a necessidade de utilizar o trabalho de especialista; e - no caso de utilização, determinar se o trabalho é adequado para fins da auditoria. “Especialista do auditor”, segundo a NBC TA 620, é uma pessoa ou organização com especialização em área que não contabilidade ou auditoria, contratado pelo auditor, cujo trabalho nessa área é utilizado pelo auditor para ajudá-lo a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada. Essa especialização pode incluir especialização relacionada a: O auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado pelo auditor. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 57 - avaliação de instrumentos financeiros complexos, terrenos e edifícios, instalações fabris e máquinas, joias, peças de arte, e ativos que possivelmente apresentem problemas de perdas no valor recuperável; - cálculo atuarial referente a contratos de seguro ou planos de benefícios a empregados; - estimativa de reservas de petróleo e gás; - avaliação de responsabilidade ambiental, e custos de limpeza de locais; - interpretação de contratos, leis e regulamentos; - análise de assuntos complexos ou não usais de natureza fiscal. Em muitos casos, a diferenciação entre especialização em contabilidade ou auditoria e especialização em outra área será direta. Em outros casos, entretanto, especialmente os que envolvem conhecimentos especializados em área contábil ou de auditoria emergente, a diferenciação entre áreas especializadas de contabilidade ou auditoria e especialização em outra área será questão de julgamento profissional. O especialista do auditor pode ser interno (um sócio, ou equivalente no setor público, ou uma pessoa que faz parte da equipe), ou externo. Já o “Especialista da administração” é uma pessoa ou organização com especialização em área que não contabilidade ou auditoria, contratado pela administração, em que o trabalho nessa área é usado pela entidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis. Um exemplo bastante comum no Brasil é a utilização de atuário pela administração de uma seguradora ou de um fundo de pensão para estimar certas provisões. Se a especialização é necessária para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o especialista pode ser necessário para ajudar o auditor em um ou mais dos assuntos a seguir: - entendimento da entidade e de seu ambiente, incluindo seus controles internos; - identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante; - determinação e implementação de respostas gerais aos riscos avaliados no nível de demonstrações contábeis; - definição e execução de procedimentos adicionais de auditoria para responder aos riscos avaliados no nível de afirmação, que compreendem testes de controle ou procedimentos substantivos; - avaliação da suficiência e adequação da evidência de auditoria obtida na formação de opinião sobre as demonstrações contábeis. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 57 Contudo, o auditor pode ser capaz de executar a auditoria sem um especialista. Esse entendimento pode ser obtido, por exemplo, por meio de: - experiência em auditar entidades que exigem a especialização na elaboração das demonstrações contábeis; - educação ou desenvolvimento profissionalna área específica; - discussão com auditores que executaram trabalhos similares. Nesses casos, podemos dizer que o auditor não entendeu como essencial a utilização do especialista, tendo em vista sua experiência e desenvolvimento profissional. Em outros casos, entretanto, o auditor pode determinar que é necessário utilizar especialista do auditor para ajudar a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada. As considerações para decidir sobre utilizar o trabalho de especialista do auditor podem incluir: - se a administração já usou um especialista da administração na elaboração das demonstrações; - a natureza e importância do assunto, incluindo sua complexidade; - os riscos de distorção relevante decorrente desse assunto; - a natureza dos procedimentos que se espera sejam executados para responder aos riscos identificados. A natureza, época e extensão dos procedimentos do auditor podem variar dependendo das circunstâncias. Ao determiná-los, o auditor deve considerar determinados assuntos: - a natureza do assunto a que se refere o trabalho desse especialista; - os riscos de distorção relevante no assunto a que se refere o trabalho desse especialista; - a importância do trabalho do especialista no contexto da auditoria; - o conhecimento e a experiência do auditor em relação a trabalho anterior executado por esse especialista; e - se esse especialista está sujeito às políticas e procedimentos de controle de qualidade da firma de auditoria. O auditor deve estabelecer acordo, por escrito, com o especialista por ele contratado, sobre os seguintes assuntos: - a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho desse especialista; - as respectivas atribuições e responsabilidade do auditor e desse especialista; Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 57 - a natureza, a época e a extensão da comunicação entre o auditor e esse especialista, incluindo o formato dos relatórios; e - a necessidade de o especialista observar requisitos de confidencialidade. O auditor deve avaliar a adequação do trabalho do especialista do auditor para fins da auditoria, incluindo: - a relevância e razoabilidade das constatações ou conclusões desse especialista, e sua consistência com outras evidências; - se o trabalho do especialista envolve o uso de premissas e métodos significativos; e - se o trabalho do especialista envolve o uso de dados-fonte significativos para o seu trabalho. Se o auditor determina que o trabalho do especialista do auditor não é adequado para fins da auditoria, deve: - estabelecer acordo com esse especialista sobre a natureza e a extensão do trabalho adicional a ser executado pelo especialista; ou - executar procedimentos adicionais de auditoria. O auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista do auditor em seu relatório que contenha opinião não modificada. Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista do auditor em seu relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa opinião. Acordo, por escrito, com o especialista, sobre: - a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho; - as respectivas atribuições e responsabilidade; - comunicação entre o auditor e esse especialista; e - necessidade de confidencialidade. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 57 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 11. (FGV/ACI-Recife/2014) De acordo com a NBC TA 620, o especialista é necessário para ajudar o auditor nos assuntos relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o. a) No entendimento da entidade e de seu ambiente, incluindo seus controles internos. b) Na identificação e na avaliação dos riscos de distorção relevante. c) Na definição e na execução de procedimentos adicionais de auditoria para responder aos riscos avaliados no nível de afirmação, que compreendem testes de controle ou procedimentos substantivos. d) Na avaliação da suficiência e na adequação da evidência de auditoria obtida na formação de opinião sobre as demonstrações contábeis. e) Na determinação e na implementação de respostas gerais às evidências avaliadas no nível dos relatórios. Comentários: Segundo a NBC TA 620, um especialista do auditor pode ser necessário para ajudar o auditor em um ou mais dos assuntos a seguir: entendimento da entidade e de seu ambiente, incluindo seus controles internos; identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante; determinação e implementação de respostas gerais aos riscos avaliados no nível de demonstrações contábeis; definição e execução de procedimentos adicionais de auditoria para responder aos riscos avaliados no nível de afirmação, que compreendem testes de controle ou procedimentos substantivos avaliação da suficiência e adequação da evidência de O auditor não deve fazer referência ao trabalho do especialista do auditor em seu relatório que contenha opinião não modificada. Se o auditor fizer referência ao trabalho de especialista do auditor em seu relatório porque essa referência é relevante para o entendimento de ressalva ou outra modificação na sua opinião, o auditor deve indicar no relatório que essa referência não reduz a sua responsabilidade por essa opinião. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 57 auditoria obtida na formação de opinião sobre as demonstrações contábeis. Gabarito: E EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 12. (FGV/SEFAZ/RJ/2010) O auditor independente, para determinar se o trabalho dos auditores internos é adequado, deve avaliar os aspectos relacionados nas alternativas a seguir, à exceção de um. Assinale-o. a) A objetividade da função de auditoria interna. b) A competência técnica dos auditores internos. c) A necessidade do uso do trabalho de especialistas para executar a auditoria interna. d) O zelo profissional demonstrado pelos auditores internos durante o trabalho. e) A comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor independente. Comentários: A NBC TA 610 vigente à época, norma técnica que trata da utilização do trabalho de auditoria interna estabelecia, em seu item 12, que, para determinar a adequação de trabalhos específicos executados pelos auditores internos para os seus objetivos como auditor independente, este deveria avaliar se: (a) o trabalho foi executado por auditores internos que tenham competência e treinamento técnicos adequados; (b) o trabalho foi adequadamente supervisionado, revisado e documentado; (c) foi obtida evidência de auditoria apropriada para permitir que os auditores internos atinjam conclusões razoáveis; (d) as conclusões são apropriadas nas circunstâncias e quaisquer relatórios elaborados pelos auditores internos são consistentes com os resultados do trabalho executado; e (e) quaisquer exceções ou assuntos não usuais divulgados pelos auditores internos estão resolvidos adequadamente. Já o item A4 da mesma norma destacava que os fatores que podem afetar a determinação do auditor independente quanto a se é provável que o trabalho dos auditores internos seja adequado para os fins da auditoria incluem: objetividade, competência técnica, zelo profissional e comunicação. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 57 Dessa forma, a alternativa “c” é a resposta da questão, uma vez que o auditor independente avaliará a necessidade do uso de especialista para a execução de sua própria auditoria e não da interna. Atualmente, após a revisão da NBC TA 610, conforme abordado na parteteórica, o auditor independente deve determinar se o trabalho da auditoria interna pode ser utilizado para os fins da auditoria, considerando o seguinte: (a) a extensão na qual a posição hierárquica da auditoria interna na organização e suas políticas e procedimentos propiciam objetividade dos auditores internos; (b) o nível de competência da função de auditoria interna; e (c) se a função de auditoria interna aplica uma abordagem sistemática e disciplinada, incluindo controle de qualidade. Gabarito: C 13. (FGV/SEAD-AP/2010) De acordo com a NBC TA 620, aprovada pela Resolução CFC nº 1230/09, que trata do uso do trabalho de especialistas, o auditor não deve assumir o seguinte procedimento: (A) determinar a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho do especialista para fins da auditoria, devendo para tanto obter entendimento na área de especialização. (B) estabelecer acordo, por escrito, com o especialista por ele contratado, quando apropriado, sobre a natureza, o alcance e os objetivos do seu trabalho. (C) avaliar a adequação do trabalho do especialista, incluindo a relevância e a razoabilidade das suas constatações ou conclusões e a consistência com outras evidências de auditoria. (D) avaliar se o especialista possui competência, habilidades e objetividade necessárias na área de contabilidade e auditoria, condição indispensável para sua contratação. (E) determinar a necessidade de utilizar o trabalho do especialista para obter evidências de auditoria apropriada e suficiente, em área que não seja contabilidade e auditoria. Comentários: A norma supracitada trata da responsabilidade do auditor em relação ao trabalho de pessoa ou organização em área de especialização que não contabilidade ou auditoria, quando esse trabalho é utilizado para ajudar o auditor a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada. Dessa forma, o especialista contratado pelo auditor não precisa ter conhecimento nessas duas áreas, pois subentende-se que o próprio auditor já é especialista nesta área. Todas as outras alternativas estão de acordo com a NBC TA 620. Gabarito: D Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 57 14. (FCC/TRE-CE/2012) Para que a auditoria externa possa utilizar os trabalhos dos auditores internos é obrigatório que: A) as reuniões sejam aleatórias e sem previsão dos assuntos a serem tratados, mantendo assim a independência. B) haja subordinação dos auditores internos aos auditores externos. C) os trabalhos sejam desenvolvidos de acordo com as determinações da administração da empresa e dos órgãos de governança. D) a determinação da amostra, a seleção dos documentos e a revisão sejam feitas pela auditoria externa. E) avalie a objetividade da função da auditoria interna e a competência técnica dos auditores internos. Comentários: Para que ele se utilize do trabalho do auditor interno, o auditor externo deverá avaliar a competência técnica, a objetividade e a independência da auditoria interna da empresa auditada, dentre outros fatores. As outras alternativas estão incorretas e serão explicadas oportunamente. Gabarito: E 15. (CESPE/TJ-CE/2008) O trabalho dos auditores internos não deve ser levado em conta pelos auditores independentes que forem contratados, exceto a título de colaboração eventual, quando for elaborado o planejamento dos trabalhos. Além da inexistência de qualquer relação de subordinação, a auditoria interna pode funcionar, seguidamente, com pouca autonomia e até de forma preventiva em face de falhas ou irregularidades passíveis de ocorrerem por ações ou omissões da administração. Comentários: De acordo com Crepaldi (2010), é importante que exista uma compatibilização dos métodos de trabalho da auditoria interna e dos auditores independentes, com consequente integração do trabalho. Ressalta, ainda, que a utilização dos trabalhos dos auditores internos pelos independentes deve seguir alguns critérios, tais como a situação organizacional, o alcance da função, a competência técnica e o devido cuidado profissional. Como já vimos, a vinculação da auditoria interna à Diretoria, ao Conselho de Administração, ou equivalente, não deve lhe retirar a autonomia. Assim, a questão apresenta outro erro ao apontar uma suposta pouca autonomia. Gabarito: E 16. (ESAF/PMRJ/2010) A respeito do uso de especialista de outra área em auditoria, é correto afirmar, exceto: a) na avaliação do trabalho do especialista, não cabe ao auditor revisar ou testar a fonte de dados utilizada. b) na emissão de parecer sem ressalva, o auditor não pode fazer referência ao trabalho de especialista no seu parecer. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 57 c) a certificação profissional, licença ou registro em órgão de classe é um dos elementos de verificação da competência do especialista. d) a responsabilidade, quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos utilizados, é do especialista e não do auditor. e) É atribuição do auditor obter evidência adequada de que o alcance do trabalho do especialista é suficiente para os fins da auditoria. Comentários: Segundo a NBC TA 620, que trata da utilização do Trabalho de Especialistas, em muitos casos, o auditor pode testar os dados-fonte. Entretanto, em outros casos, quando a natureza dos dados-fonte usados pelo especialista do auditor é altamente técnica em relação à área do especialista, esse especialista pode testar os dados-fonte. Se o especialista do auditor testou os dados-fonte, uma maneira apropriada para o auditor avaliar a importância, integridade e precisão desses dados pode ser a indagação a esse especialista, ou a supervisão ou revisão dos testes aplicados por ele. Portanto, a letra A está errada, sendo o gabarito da questão. Todas as outras afirmativas estão corretas, segundo as normas vigentes atualmente. Gabarito: A 17. (CESPE/FUB-DF/2013) O auditor independente assume a responsabilidade pela opinião de auditoria expressa, mas essa responsabilidade é mitigada ou compartilhada sempre que há utilização do trabalho feito pelos auditores internos. Comentários: Mesmo com a utilização de auditores internos a responsabilidade é integral do auditor independente. Gabarito: E 18. (CESPE/FUB-DF/2013) Com o objetivo de determinar se o trabalho dos auditores internos pode estar adequado para os fins da auditoria, o auditor independente deve avaliar a competência desses auditores. Comentários: Exatamente. O auditor independente avalia a competência e a posição hierárquica do auditor interno na empresa, para concluir sobre a objetividade (imparcialidade) do auditor interno. Gabarito: C Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 57 3. Transações e eventos subsequentes Definições importantes para o tema: A Resolução CFC Nº. 1.225/09 aprovou a NBC TA 560 – Eventos Subsequentes –, que trata da responsabilidade do auditor independente em relação a eventos subsequentes na auditoria de demonstrações contábeis. De acordo com a norma, as demonstrações contábeis podem ser afetadas por certos eventos que ocorrem após a data das demonstrações contábeis. No Brasil, a NBC TG 24 – Evento Subsequente – analisa o tratamento nas demonstrações contábeis de eventos, favoráveis ou não, ocorridos entre a data das demonstrações contábeis (mencionada como "data do balanço" nesse pronunciamento) e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração das demonstrações contábeis. Essas estruturas costumam identificar dois tipos de eventos: - os que fornecem evidência de condições existentes na data das demonstrações contábeis; e - os que fornecem evidência de condições que surgiram após a data das demonstraçõescontábeis. Data das demonstrações contábeis é a data de encerramento do último período coberto pelas demonstrações contábeis. Data de aprovação das demonstrações contábeis é a data em que todos os quadros que compõem as demonstrações contábeis foram elaborados e que aqueles com autoridade reconhecida afirmam que assumem a responsabilidade por essas demonstrações contábeis. Data do relatório do auditor independente é a data do relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis de acordo com a NBC TA 700. Data de divulgação das demonstrações contábeis é a data em que o relatório do auditor independente e as demonstrações contábeis auditadas são disponibilizados para terceiros. Eventos subsequentes são eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente e fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 57 Uma informação importante é que a NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório –, explica que a data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito dos eventos e transações dos quais o auditor se tornou ciente e que ocorreram até aquela data. Os objetivos do auditor em relação aos eventos subsequentes são: (a) obter evidência sobre se os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis, estão adequadamente refletidos; e (b) responder adequadamente aos fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de seu relatório, que, se fossem do seu conhecimento naquela data (do relatório), poderiam ter levado o auditor a alterá-lo. Devem ser considerados três momentos de eventos subsequentes: 1 - Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente; 2 - Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis; e 3 - Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis. A data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito dos eventos e transações dos quais o auditor se tornou ciente e que ocorreram até aquela data. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 57 O auditor independente deve executar procedimentos de auditoria desenhados para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que todos os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações foram identificados. Esses procedimentos devem cobrir o período entre a data das demonstrações e a data do seu relatório, ou o mais próximo possível dessa data. Se, em decorrência desses procedimentos, o auditor identificar eventos que requerem ajuste ou divulgação nas demonstrações, o auditor independente deve determinar se cada um desses eventos está refletido de maneira apropriada nas demonstrações, de acordo com a estrutura conceitual aplicável. Dependendo da avaliação de risco do auditor independente, os procedimentos de auditoria requeridos podem incluir procedimentos necessários para obter evidência que envolva a revisão ou o teste de registros contábeis ou transações ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente. Além dos procedimentos de auditoria requeridos, o auditor independente pode considerar necessário e apropriado: ler os últimos orçamentos disponíveis, previsões de fluxos de caixa e outros relatórios da administração relacionados de períodos posteriores à data das demonstrações contábeis; indagar, ou estender as indagações anteriores verbais ou por escrito, aos consultores jurídicos sobre litígios e reclamações; ou considerar a necessidade de representações formais que cubram determinados eventos subsequentes para corroborar outra evidência de auditoria e assim obter evidência de auditoria apropriada e suficiente. Momento 1 - Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 57 O auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório. Entretanto, se, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado o auditor a alterá-lo, ele deve: (a) discutir o assunto com a administração; (b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; (c) indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis. Em geral, pode ser que não haja exigência da legislação ou regulamentação para que a administração reapresente demonstrações contábeis. Esse é frequentemente o caso quando a emissão das demonstrações contábeis para o período seguinte é iminente, desde que sejam feitas as divulgações apropriadas nessas demonstrações. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve: 1 - aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias da alteração; 2 - estender os procedimentos de auditoria mencionados até a data do novo relatório do auditor independente; e 3 - fornecer novo relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis alteradas. O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações alteradas. Caso a administração altere as demonstrações, o auditor deve: 1 - aplicar os procedimentos necessários; 2 - estender os procedimentos até a data do novo relatório; 3 - fornecer novo relatório. O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações alteradas. Momento 2 - Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 57 Se a administração puder restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes, o auditor pode limitar os procedimentos de auditoria aos eventos subsequentes. Nesses casos, o auditor deve alterar o relatório para incluir data adicional restrita a essa alteração que indique que os procedimentos do auditor independente sobre os eventos subsequentes estão restritos unicamente às alterações descritas na nota explicativa. Quando, nessas circunstâncias, o auditor alterar seu relatório para incluir data adicional, a data do relatório anterior à alteração subsequente feita pela administração permanece inalterada, pois essa data informa ao leitor quando o trabalho de auditoria para essas demonstrações contábeis foi concluído. Entretanto, é incluída data adicional no relatório do auditor independente para informar os usuários que os procedimentos posteriores àquela data restringiram-se à alteração subsequente das demonstrações contábeis. Segue exemplo desse tipo de data adicional: Após a divulgação das demonstrações, o auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimentode auditoria em relação às demonstrações. Entretanto, se, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, o auditor independente deve: (a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; (b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; (c) indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis. (Data do relatório do auditor independente), exceto para a Nota Y, que é de (data da conclusão dos procedimentos de auditoria restritos à alteração descrita na Nota Y) Momento 3 - Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação das demonstrações contábeis Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 57 Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve: - aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias das alterações; - revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor independente sejam informados da situação; - alterar o relatório do auditor independente. Caso o relatório seja alterado, o auditor deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo de Ênfase com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente. Caso a administração não tome as providências necessárias para garantir que todos os que receberam as demonstrações emitidas anteriormente sejam informados da situação e não altere as demonstrações nas circunstâncias em que o auditor considere necessário, o auditor independente deve tomar as medidas apropriadas para tentar evitar o uso por terceiros daquele relatório de auditoria. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 19. (FGV/TCM-SP/2015) Em uma determinada entidade, as demonstrações contábeis do exercício findo em 31 de dezembro de 2014 foram aprovadas em 27 de fevereiro de 2015; o relatório do auditor independente foi emitido em 09 de março de 2015; as demonstrações contábeis foram divulgadas em 22 de março de 2015 e aprovadas pelos acionistas em 04 de abril de 2015. De acordo com a NBC TA 560, a data até quando o auditor independente deve executar procedimentos de auditoria desenhados para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre os eventos que afetaram as demonstrações contábeis é: a) 31 de dezembro de 2014; ͒ b) 27 de fevereiro de 2015; ͒ c) 09 de março de 2015; ͒ d) 22 de março de 2015; ͒ e) 04 de abril de 2015. ͒ Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 57 Comentários: O auditor deve executar procedimentos de auditoria até a data da emissão do seu relatório, ou tão próximo quanto aplicável, segundo a NBC TA 560. Gabarito: C 20. (FGV/TCE-BA/2013) Quanto às transações e eventos subsequentes, analise as afirmativas a seguir. I - A decisão ou pagamento em processo judicial após o final do período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, confirmando que a entidade já tinha a obrigação presente ao final daquele período contábil, é um exemplo de evento subsequente que origina ajuste. II - A falência do cliente ocorrida após o período contábil a que se referem as demonstrações contábeis, confirmando que já existia uma inadimplência na conta a receber ao final daquele período, não habilita o ajuste no valor contábil da conta a receber. III - O evento subsequente à redução do valor de mercado de investimentos ocorrida no período entre a data do balanço e a data de autorização de conclusão da elaboração das demonstrações contábeis, não é passível de ajuste. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas Comentários: O item I está correto, pois traz um exemplo de evento subsequente e, como se refere a uma obrigação já existente antes do final do exercício, levará a um ajuste. O item II está errado, já que esse evento também deverá levar a um ajuste, ao contrário do que afirma o item. Por fim, o item III está certo, uma vez que essa alteração no valor de mercado de um investimento pode ser considerada normal (tanto pra cima quanto para baixo), não gerando ajustes nas demonstrações contábeis do ano anterior ao evento. Gabarito: D EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 57 21. (FCC/ICMS-PI/2015) Suponha que a Organização XYZ S.A. teve a data das demonstrações contábeis em 31/12/2013, a data da aprovação dessas demonstrações em 25/01/2014, a data de relatório do auditor em 25/02/2014 e a data programada para a divulgação das demonstrações em 25/03/2014 e que, no segundo período de eventos subsequentes, uma ocorrência que se tivesse chegado a conhecimento dos auditores após a data do relatório poderia levar o auditor a modificar seu parecer e que, diante da relevância do evento, os membros da governança decidissem alterar as Demonstrações Contábeis. Neste caso: a) não se espera que o auditor execute procedimentos adicionais de auditoria para assuntos para os quais os procedimentos de auditoria anteriormente aplicados tenham fornecido conclusões insatisfatórias; b) o auditor pode limitar os procedimentos de auditoria aos eventos subsequentes do primeiro período, caso a legislação não proíba a administração de restringir a alteração das demonstrações contábeis aos efeitos do evento ou eventos subsequentes que causaram essa alteração e que os responsáveis pela aprovação das demonstrações contábeis não estejam proibidos de restringir a aprovação a essa alteração; c) o auditor deve aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias da alteração, estender os procedimentos até a data do novo relatório e fornecer novo relatório sobre as demonstrações contábeis alteradas; d) o auditor deve solicitar à administração ou membros da governança, uma representação formal de que todos os eventos subsequentes à data das demonstrações contábeis que requerem ajuste ou divulgação sejam ajustados e divulgados, intempestivamente; e) o auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório. Comentários: Segundo a NBC TA 560, que trata de Eventos Subsequentes, no segundo momento desses eventos, isto é, entre a data do relatório do auditor independente e a data da publicação das demonstrações contábeis, caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias da alteração e fornecer novo relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis alteradas. Dessa forma, mais uma questão com transcrição praticamente literal. Gabarito: C 22. (FGV/ACI-RJ/2011) O período compreendido entre o término do exercício social e a emissão do parecer é denominado período subsequente, e o auditor deve considerá-lo parte normal da auditoria. Isso ocorre porque, dependendo da natureza e da materialidade dos eventos, ajustes contábeis nas demonstrações contábeis podem ser requeridos. Como exemplo disso, é possível Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentadosProf Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 57 citar perdas significativas em contas a receber e sentenças judiciais. Especificamente em relação aos eventos e transações ocorridos após a divulgação das demonstrações contábeis, é correto afirmar que: (a) O auditor não tem responsabilidade e deve fazer indagações sobre as demonstrações contábeis. (b) O parecer a ser emitido deverá obrigatoriamente estar enquadrado na modalidade “com ressalvas”. (c) O auditor ficará impedido de emitir um parecer “sem ressalvas”. (d) Ao tomar conhecimento, após a divulgação das demonstrações contábeis, de fato anterior à data de seu parecer que, se fosse conhecido, poderia tê-lo levado a emitir documento com conteúdo diverso do que foi, deverá decidir se as demonstrações contábeis precisarão de revisão. (e) Quando a administração alterar significativamente as demonstrações contábeis divulgadas, o auditor não deverá ignorar essas alterações, mesmo já tendo emitido seu parecer sobre elas. Comentários: Após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis. Entretanto, se, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório do auditor independente, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, o auditor independente deve: - discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; - determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; - indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis. Caso a administração altere as demonstrações contábeis, o auditor independente deve: (a) aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias das alterações; e (b) revisar as providências tomadas pela administração para garantir que todos os que receberam as demonstrações contábeis juntamente com o respectivo relatório do auditor independente sejam informados da situação. Pelo exposto, a alternativa mais completa é a letra E pois, caso a administração altere as demonstrações o auditor passa a ter responsabilidade novamente na aplicação de procedimentos de auditoria. Gabarito: E 23. (FGV/SEAD-AP/2010) De acordo com a NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna, aprovado pela Resolução 1229/09, o auditor, se após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis, Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 57 tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado a sua alteração, deve: (A) manter o relatório sem qualquer alteração e comunicar o fato a administração para que, a seu critério, adote as medidas corretivas necessárias. (B) revisar as providências tomadas pela administração divulgando-as no âmbito interno da empresa juntamente com o seu relatório para que todos sejam informados da situação. (C) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo, indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis. (D) aplicar os procedimentos de auditoria necessários nas circunstâncias das alterações, ainda que a administração não altere as demonstrações contábeis. (E) deixar de executar qualquer procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório, mesmo que tome conhecimento de eventos subsequentes. Comentários: Embora o caput da questão trate da NBC TA 610, houve um erro, pois a questão aborda o tema Eventos Subsequentes (NBC TA 560). O auditor independente não tem obrigação de executar nenhum procedimento de auditoria em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório. Entretanto, se, após a data do seu relatório, mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis, o auditor tomar conhecimento de fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia ter levado o auditor a alterar seu relatório, ele deve: a) discutir o assunto com a administração e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança; b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo; c) indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis. Gabarito: C 24. (FEPESE/ISS-FLORIANÓPOLIS/2014) No processo de auditoria podem ocorrer situações de novos fatos chegarem ao conhecimento do auditor independente, mesmo após a data do seu relatório, porém antes da data de divulgação das demonstrações contábeis. Analise as afirmativas abaixo em relação ao assunto: 1 - O auditor independente não tem nenhuma obrigação em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório. 2 O auditor independente tem a obrigação de determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo, deve indagar como a administração pretende tratar o assunto nas demonstrações contábeis. Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 57 3 - Caso a administração altere as demonstrações contábeis, em função da determinação do auditor independente, este deve fornecer novo relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis alteradas. O novo relatório do auditor independente não deve ter data anterior à data de aprovação das demonstrações contábeis alteradas. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. A) É correta apenas a afirmativa 1. B) É correta apenas a afirmativa 2. C) É correta apenas a afirmativa 3. D) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. E) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. Comentários: Praticamente literal da NBC TA 560, que trata de eventos subsequentes. O auditor independente tem sim obrigação em relação às demonstrações contábeis após a data do seu relatório, caso elas sejam modificadas. Gabarito: E 25. (FUNDATEC/CAGE-RS/2014) De acordo com o que estabelece a NBC TA 560 – Eventos Subsequentes, qual das situações abaixo melhor representa a data da autorização para conclusão das demonstrações financeiras? A) Quando o departamento contábil conclui a minuta das demonstrações contábeis. B) Quando a Administração examina as demonstrações e autoriza a sua emissão em forma final. C) Quando os membros do conselho de administração se reúnem com os auditores independentes e aprovam as demonstrações financeiras a serem publicadas. D) Quando os auditores independentes emitem seu relatório sobre as demonstrações contábeis. E) Quando as demonstrações contábeis são formalmente aprovadas pelos acionistas na sua reunião anual. Comentários: Segundo a NBC TA 560 – Eventos Subsequentes, item A2, “A data de aprovação das demonstrações contábeis para fins das normas de auditoria é a primeira data em que as pessoas com autoridade reconhecida determinam que todos os quadros que compõem as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, foram elaborados e que as pessoas com autoridade reconhecida assumiram responsabilidade por essas demonstrações contábeis”. Assim, a alternativa que melhor se coaduna com o disposto na norma é a de letra B. Gabarito: B 26. (ESAF/RFB/2014) A administração da empresa Elevação S.A. restringiu a alteração das demonstrações contábeis aos Auditoria p/ISS-Cuiabá Teoria e exercícios comentados Prof Claudenir Brito ʹ Aula 08 Prof. Claudenir Brito www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 57 efeitos do evento subsequente que causou a alteração. A legislação vigente, à qual a empresa está subordinada, não proíbe a empresa de proceder desta forma. Nesta situação, o auditor deve
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