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ESTRUTURAS DE AÇO Profª MARIANA MEDEIROS XIMENES. xm.mariana@gmail.com COMBINAÇÕES DE AÇÕES AÇÃO DO VENTO ▹ Introdução sobre projeto estrutural; ▹ Normas utilizadas; ▹ Estados limites; ▹ Critérios de dimensionamento; ▹ Ações; ▹ Combinações de ações; CONTEÚDO Os objetivos de um projeto estrutural são: ▹ Garantia de segurança estrutural evitando- se o colapso da estrutura. ▹ Garantia de um bom desempenho da estrutura evitando-se a ocorrência de grandes deslocamentos, vibrações e danos locais. PROJETO ESTRUTURAL As etapas de um projeto estrutural pode ser reunidas em três fases: a) Anteprojeto ou projeto básico, quando são definidos o sistema estrutural, os materiais a serem utilizados, o sistema construtivo. b) Dimensionamento ou cálculo estrutural, fase na qual são definidas as dimensões dos elementos da estrutura e suas ligações de maneira a garantir a segurança e o bom desempenho da estrutura. c) Detalhamento, quando são elaborados os desenhos executivos da estrutura contendo as especificações de todos os seus componentes. Na fase de dimensionamento e detalhamento, utiliza-se, além dos conhecimentos de análise estrutural e resistência dos materiais, grande número de regras e recomendações referente a: - Critérios de garantia de segurança; - Padrões de testes para caracterização dos materiais e limites dos valores das características mecânicas; - Definição dos níveis de carga que representam a situação mais desfavorável; - Limites de tolerância para imperfeições na execução; - Regras construtivas, etc. ▹ NBR 8800 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios, (2008). ▹ NBR 6123 - Forças devidas ao vento em edificações, (2013). NORMAS Estados Limites Últimos: estão associados à ocorrência de cargas excessivas e consequentemente ao colapso da estrutura devido, por exemplo, a: - Perda de equilíbrio como corpo rígido; - Plastificação total de um elemento estrutural ou uma seção; - Ruptura de uma ligação ou seção; - Flambagem em regime elástico ou não; - Ruptura por fadiga. ESTADOS LIMITES Estados Limites de Utilização, associados a cargas em serviço, incluem: - Deformações excessivas; - Vibrações excessivas. ▹ Método das tensões admissíveis: Nesse método, as ações consideradas são nominais e as resistências nominais são reduzidas pelos coeficientes de segurança. 𝑺𝒏 ≤ 𝑹𝒅 𝑅𝑑 = ∅𝑅𝑛 ∅ ≤ 1 𝑆𝑛 = solicitações nominais 𝑅𝑛 e 𝑅𝑑= resistência nominal e de cálculo ∅ coeficiente de segurança da resistência nominal (NBR 8800/1988) 𝛾 coeficiente de ponderação de segurança NBR 8800/2004) CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO ▹ Método dos coeficientes das ações: os coeficientes de segurança são aplicados as ações. É muito usado para dimensionamento em estruturas com comportamento plástico. 𝑺𝒅 ≤ 𝑹𝒏 𝑆𝑑 = 𝛾. 𝑆𝑛 𝛾 ≥ 1 𝑆𝑑 e 𝑆𝑛 = solicitações nominais e de cálculo 𝑅𝑛 = resistência nominal do material 𝛾 = coeficiente de segurança da ação nominal ▹ Método dos estados limites: também chamado de método dos coeficientes das ações e das resistências, baseia-se na aplicação de coeficientes de segurança tanto às ações nominais quanto as resistências nominais. As condições para o dimensionamento são: 𝑺𝒅 ≤ 𝑹𝒅 𝑆𝑑 = 𝛾. 𝑆𝑛 𝑹𝒅 = 𝑹𝒏 𝜸 𝛾 ≥ 1 𝑆𝑑 e 𝑆𝑛 = solicitações nominais e de cálculo 𝑅𝑛 e 𝑅𝑑= resistência nominal e de cálculo 𝛾 = coeficiente de segurança da ação nominal É tudo aquilo que provoca tensão e deformação na estrutura. Quanto à origem: - Peso próprio - Peso próprio de alvenaria, divisórias. - Peso próprio de pisos - Peso próprio das coberturas - Sobrecarga de utilização em piso de edifícios - Carga de equipamentos - Variação da temperatura - Carga de silo, reservatórios e tubulações - Vento - Variação de temperatura - Chuvas, neve, terremoto Ações do meio ambiente Ações dos materiais Ações de utilização AÇÕES Quanto à variação com o tempo: - Peso próprio - Sobrecarga - Vento - Equipamentos Ações permanentes - Sobrecargas - Cargas de equipamentos. - Variação da temperatura Ações variáveis Quanto ao modo de atuação: - Peso próprio da estrutura - Peso dos materiais permanente ligados à estrutura. - Peso das instalações, acessórios e equipamentos Ações externas - Variação da temperatura - Pró-tensão Ações internas ▹ Combinações normais: com os carregamentos possíveis durante a vida útil da estrutura. ▹ Combinações construtivas: com os carregamentos possíveis durante a construção ou montagem da estrutura. 𝐒𝐝 = 𝐢=𝟏 𝐦 𝛄𝐠,𝐢 𝐆𝐤,𝐢 + 𝛄𝐪,𝐢𝐐𝐤,𝟏 + 𝐣=𝟏 𝐧 𝛄𝐪,𝐣𝚿𝐣𝐐𝐤,𝐣 ▹ Combinações excepcionais: com carregamentos devido a acidentes. 𝐒𝐝 = 𝐢=𝟏 𝐦 𝛄𝐠,𝐢 𝐆𝐤,𝐢 + 𝐄 + 𝐣=𝟏 𝐧 𝛄𝐪,𝐣𝚿𝐣𝐐𝐤,𝐣 COMBINAÇÃO DAS AÇÕES PARA O ELU ▹ Combinação quase permanente: são aquelas que podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura. 𝐒𝐝 = 𝐢=𝟏 𝐦 𝐆𝐤,𝐢 + 𝐣=𝟏 𝐧 𝚿𝟐,𝐣𝐐𝐤,𝐣 ▹ Combinação frequente: são aquelas que se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura. 𝐒𝐝 = 𝐢=𝟏 𝐦 𝐆𝐤,𝐢 + 𝛹𝟏𝑸𝒌,𝟏 + 𝐣=𝟐 𝐧 𝚿𝟐,𝐣𝐐𝐤,𝐣 ▹ Combinação rara: são aquelas que podem atuar no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura. 𝐒𝐝 = 𝐢=𝟏 𝐦 𝐆𝐤,𝐢 + 𝑸𝒌,𝟏 + 𝐣=𝟏 𝐧 𝚿𝟏,𝐣𝐐𝐤,𝐣 COMBINAÇÃO DAS AÇÕES PARA O ELS Onde: G = ação permanente 𝜸𝒈= coeficiente de majoração de ação permanente, ver tabela 1. 𝐐𝟏= ação variável principal. 𝜸𝒒𝟏= coeficiente de majoração de ação variável principal, ver tabela 1. 𝑸𝒋= demais ações variáveis. 𝜸𝒒𝒋 = coeficientes de majoração das demais ações variáveis, ver tabela 1. 𝜳𝒋= fatores de combinação, ver tabela 2. 𝐄 = carga excepcional, não é majorada. ▹ Para o cálculo das solicitações de projeto Sd, as ações devem ser combinadas de forma a expressar as situações mais desfavoráveis para a estrutura durante sua vida útil prevista. Determinar a máxima carga imposta para o estados limites de resistência para uma estrutura com as seguinte cargas: - Peso próprio da estrutura = 80 N - Sobrecarga = 25 N - Vento = 40 N Exercício 1 Determinar a máxima carga imposta para o estados limites de resistência para uma estrutura com as seguinte cargas: - Peso próprio da estrutura = 80 N/m - Sobrecarga de equipamentos = 25 N/m - Vento = 60 N/m (sobrepressão) - Vento = -110 N/m (sucção) - Sobrecarga variável = 10 N/m Exercício 2 Uma diagonal de treliça de telhado está sujeita aos seguinte esforços normais oriundo de diferentes cargas: - Peso próprio = 1kN/m - Vento de sobrepressão = 1,5 kN/m - Vento de sucção = -3 kN/m - Sobrecarga variável = 0,5 kN/m Exercício 3 Determinar a máxima carga imposta para o estado limite último para uma estrutura com as seguinte cargas: - Peso próprio da estrutura = 2,5 kN/m - Peso permanente de equipamentos = 1,5 kN/m - Sobrecarga = 3 kN/m - Vento de sobrepressão = 4,5 kN/m - Vento de sucção = - 5 kN/m Considere uma edificação comercial. Exercício 4 AÇÃO DO VENTO Em estruturas esbeltas o vento passa a ser uma das ações mais importantes a se determinar no projeto de estruturas. As considerações para determinação das forças devidas ao vento são regidas e calculadas de acordo com a NBR 6123/2013 “Forças devidas ao vento em edificações”. CONCEITOS GERAIS As principais causas dos acidentes devidos ao vento são: - Falta de ancoragem de terças ; - Contraventamento insuficiente de estruturas de cobertura; - Fundações inadequada; - Paredes inadequadas; - Deformabilidade excessiva da edificação. Conceitos gerais O vento é produzido por diferenças de temperatura de massas de ar na atmosfera, o caso mais fácil de identificar é quando uma frente fria chega na área e choca-se com a massa de ar quente produzindo vento, esse tipo de fenômeno pode ser observado antes do inicio de uma chuva. Define-se o termo barlavento como sendo a região de onde sopra o ventoe sotavento é a região contrária àquela de onde sopra o vento. Quando o vento sopra sobre uma superfície existe uma sobrepressão, porém em alguns casos pode acontecer o contrário, ou seja, existir sucção sobre a superfície. CONCEITOS GERAIS O vento sempre atua perpendicularmente a superfície que obstrói sua passagem. A força devido ao vento depende da diferença de pressão nas faces opostas da edificação em estudo (coeficientes aerodinâmicos). A NBR 6123 permite calcular as forças a partir de coeficientes de pressão ou coeficientes de força. A força devido ao vento através dos coeficientes de forma pode ser expressa por: 𝐹 = 𝐶𝑝𝑒 − 𝐶𝑝𝑖 𝑞𝐴 Onde: 𝐶𝑝𝑒 e 𝐶𝑝𝑖 são os coeficientes de pressão de acordo com as dimensões geométricas da edificação; q é a pressão dinâmica obtida de acordo com a equação anterior; A é a área frontal ou perpendicular a atuação do vento. DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS ESTÁTICAS DEVIDAS AO VENTO Valores positivos dos coeficientes de forma externo ou interno correspondem a sobrepressões e valores negativos correspondem a sucções. A força global do vento sobre uma edificação ou parte dela (𝐹𝑔) é obtida pela soma vetorial das forças que aí atuam. A força global na direção do vento (𝐹𝑎), é expressa por: 𝐹𝑎 = 𝐶𝑎𝑞𝐴𝑒 Onde: 𝐶𝑎 é o coeficiente de arrasto (coeficiente de força); 𝐴𝑒 é a área frontal efetiva. A pressão dinâmica do vento, em condições normais de pressão (1Atm = 101320MPa ) e temperatura 15º, é dada pela expressão: 𝑞 = 0,613𝑉𝑘² ( 𝑁 𝑚²) Onde: 𝑞 é a pressão dinâmica; 𝑉𝑘 é a velocidade característica. DETERMINAÇÃO PRESSÃO DINÂMICA A velocidade básica do vento é uma rajada de três segundos de duração, que ultrapassa em média esse valor uma vez em 50 anos, e se define por 𝑉0. Essas velocidades foram processadas estatisticamente, com base nos valores de velocidades máximas anuais medidas em cerca de 49 cidades brasileiras. A NBR 6123 desprezou velocidades inferiores a 30m/s². VELOCIDADE BÁSICA Gráfico de Isopletas A velocidade característica 𝑉𝑘 é a velocidade usada em projeto. 𝑽𝒌 = 𝑽𝟎𝑺𝟏𝑺𝟐𝑺𝟑 São considerados três coeficientes, que levam em consideração: 𝑆1 fator topográfico; 𝑆2 fator de rugosidade e dimensões da edificação; 𝑆3 fator estatístico. Pode-se adotar para o valor do fator 𝑆1 os seguintes valores: - Para terrenos planos ou quase planos: 𝑆1 = 1,0 - Vales protegidos: 𝑆1 = 0,9 - Taludes e morros: no ponto A (morros) e nos pontos A e C (taludes):S1 = 1,0 no ponto B: 𝜃 ≤ 3°: 𝑆1 = 1,0 6° ≤ 𝜃 ≤ 17°: 𝑆1 = 1,0 + 2,5 − 𝑧 𝑑 − 𝑡𝑔𝜃 − 3° ≥ 1 𝜃 ≤ 45°: 𝑆1 = 1,0 + 2,5 − 𝑧 𝑑 0,31 ≥ 1 3° ≤ 𝜃 ≤ 6° 𝑒 17° ≤ 𝜃 ≤ 45°: 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑝𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 O valor de 𝑆2 é determinado definindo uma categoria (rugosidade do terreno) e uma classe de acordo com as dimensões da edificação. As categorias são definidas de acordo com a NBR 6123. O cálculo de 𝑆2 é expresso por: 𝑆2 = 𝑏. 𝐹𝑟( 𝑧 10) 𝑝 Onde : z é a altura total da edificação (no caso, a cumeeira) e os parâmetros b, Fr e p são obtidos na tabela abaixo: Parâmetros meteorológicos O fator estatístico 𝑆3 é definido dependendo do uso da edificação, e normalmente especificando a vida útil da mesma para 50 anos. Os valores mínimos que podem ser adotados estão definidos na tabela abaixo. Valores mínimos para o coeficiente 𝑆3 Ao incidir sobre uma edificação, o vento, devido sua natureza, provoca pressões e sucções. Essas sobrepressões ou sucções são apresentadas em forma de tabelas na NBR 6123. Um exemplo simples seria o vento incidindo perpendicularmente numa placa plana, como na figura abaixo. 𝐶𝑝 = 1,0 − −0,5 = 1,5 COEFICIENTES DE PRESSÃO E FORMA AERODINÂMICOS Coeficientes de Pressão Externa (𝑪𝒑𝒆) Os coeficientes de pressão externa têm valores definidos para paredes de prédios com base retangular, telhados a uma ou duas águas com base retangular, telhados em arco com base retangular e outros. A NBR 6123 divide a edificação em áreas de acordo com a incidência do vento na superfície e os valores para os coeficientes de pressão externa são definidos de acordo com essas áreas e mostrado na tabela abaixo. Coeficientes de Pressão Interna (𝑪𝒑𝒊) Toda edificação tem aberturas, sua localização e tamanho determinam os coeficientes de pressão interna à edificação. A NBR 6123, no seu anexo D, apresenta os detalhes necessários para determinação do coeficiente de pressão interna. Se a edificação for totalmente impermeável ao ar, a pressão no interior da mesma será invariável no tempo e independe da velocidade da corrente de ar externa. Portanto o coeficiente de pressão interna depende da permeabilidade da edificação, o índice de permeabilidade de uma parte da edificação é definido pela relação entre a área das aberturas e a área total desta parte. A própria NBR6123 apresenta para edificações com paredes internas permeáveis, valores que podem ser adotados para coeficiente de pressão interna: a) Duas faces opostas igualmente permeáveis e as outras duas impermeáveis: - Vento perpendicular a uma face permeável 𝐶𝑝𝑖 = +0,2 - Vento perpendicular a uma face impermeável 𝐶𝑝𝑖 = − 0,3 b) Quatro faces igualmente permeáveis 𝐶𝑝𝑖 = −0,3 𝑜𝑢 0, deve considerar o valor mais nocivo. Nenhuma das faces poderia ter índice de permeabilidade maior que 30%, para poder usar as considerações acima. Coeficiente de arrasto 𝑪𝒂 Usado principalmente na avaliação da força global na estrutura, sendo determinada conforme item 6.3 da NBR 6123 e pode variar de: 0,7 ≤ 𝐶𝑎 ≤ 2,2, dependendo da forma da edificação. A força de arrasto é dada por: 𝐹𝑎 = 𝐶𝑎𝑞𝐴0 Onde: 𝐴0 é a área de referência. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO Portanto serão 10 pórticos de 6 metros. 𝑃 = 𝐷. 𝑞 → 𝑃 = 6 𝑚 . 825 𝑁 𝑚2 → 𝑃 = 4,95𝑘𝑁/𝑚 HIPÓTESE I F=P.Cf HIPÓTESE II F=P.Cf 4,95.1 = 4,95𝑘𝑁/𝑚 4,95.0,5 = 2,475𝑘𝑁/𝑚 4,95.1 = 4,95𝑘𝑁/𝑚 4,95.1,4 = 6,93𝑘𝑁/𝑚 4,95.1 = 4,95𝑘𝑁/𝑚 4,95.0.6 = 2,97𝑘𝑁/𝑚 4,95.1 = 4,95𝑘𝑁/𝑚 4,95.0,7 = 3,46𝑘𝑁/𝑚 EXEMPLO 2: Calcular a força devido ao vento no galpão representado abaixo, localizado em São Paulo. 3,15 𝑘𝑁 𝑚 . 0,5 = 1,58 𝑘𝑁/𝑚 3,84 𝑘𝑁 𝑚 . 0,5 = 1,92 𝑘𝑁/𝑚 3,84 𝑘𝑁 𝑚 . 1,4 = 5,38 𝑘𝑁/𝑚 3,84 𝑘𝑁 𝑚 . 0,6 = 2,30 𝑘𝑁/𝑚 3,84 𝑘𝑁 𝑚 . 0,7 = 2,69 𝑘𝑁/𝑚 3,15 𝑘𝑁 𝑚 . 0,7 = 2,21 𝑘𝑁/𝑚 FIM!!!
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