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Pós-graduação: Português Jurídico Disciplina: Escrita Jurídica Aluna: Monique Veloso Moraes Técnicas de Adequação na Escrita Jurídica A Linguagem jurídica é importante, ela é o elemento essencial para obter sucesso nas ações judiciais. A relação entre Linguagem e Direito é inerente e, por isso, pelo fato de as teses judiciais serem defendidas através dela (por meio escrito ou falado), há de ter técnicas de adequações para melhor utilizá- la. Todos nós sabemos nos comunicar, de alguma forma, por isso sabemos os elementos de uma comunicação, esses componentes interagem de forma a tornar possível uma comunicação perfeita. Figura 1: elementos da comunicação. Fonte: Setti (2012) Dessa forma, há de ter uma compreensão universal nas comunicações jurídicas, tendo em vista que o Direito se comunica com pessoas comuns, “leigos”, que não sabem o “juridiquês” e para isso existe a padronização, já que, segundo Rodrigo Collaço, “O juridiquês afasta a população do Poder Judiciário [...] afinal, ninguém valoriza o que não conhece” (2005). Para isso existe o Manual de Redação Oficial da Presidência da República, o qual padroniza a linguagem de maneira a torná-la impessoal, clara, concisa, uniforme, obediente aos princípios fundamentais e deixando as ideias claras e objetivas, o que é fundamental para uma boa comunicação. O manual supracitado, além de facilitar a maneira da comunicação, também padroniza os modelos dessa, de forma a funcionalizar a escrita e a leitura dos comunicados oficiais. Alguns desses modelos necessários no meio jurídico são: a ata, o atestado, o convênio, o convite e convocação, a exposição de motivos, o memorando (agora não mais com este nome e estrutura1), a mensagem e o ofício (agora padrão ofício2). Além disso, ele também padroniza a colocação dos pronomes de tratamento e fechos relativos aos três poderes e às demais autoridades do nosso ordenamento jurídico, dando prioridade a simplicidade e objetividade, trocando pronomes como “vossa ilustríssima excelência” a somente “vossa excelência” e também tendo como fechos somente: atenciosamente e respeitosamente, dependendo da hierarquia entre o comunicador e o receptor. O profissional do direito, além de observar as questões acima mencionadas, trazidas no Manual de Redação Oficial da Presidência da República (MRPR – atualizado em 2019), também deve atentar-se às questões gramaticais e ortográficas, de modo a facilitar a compreensão dos documentos, tanto por parte dos profissionais quanto dos leigos. Expressões evitáveis como: “vimos, por meio deste, solicitar” ou “levamos ao seu conhecimento” devem ser substituídas por expressões mais concisas e que sejam claras como: “solicitamos” ou “informamos”; siglas comuns devem ser utilizadas corretamente; e as palavras claras e concisas. Todas essas técnicas visam a uma comunicação curta, objetiva, essencial que tenha uma resposta imediata, tornando os trâmites mais ágeis e benéficos para a sociedade e também para o profissional, gerando um sinônimo de eficiência, em que o técnico e também o leigo possam fazer parte e entender o ordenamento jurídico de modo a querer fazer parte. 1 Modificado em 2018, pela Portaria nº 1.369/2018. 2 Também modificado pela Portaria 1.369/2018. Referências: SETTI, Redação Jurídica e Gramática Aplicada. Disponível em: https://www.unipublicabrasil.com.br/uploads/materiais/14696af82a38bd1c1cef5 ab2e9e5121316042018125129.pdf <acesso em 14/12/2020>.
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