Buscar

Intervenção do estado na sociedade privada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Intervenção do Estado na Propriedade Privada
1. O que vem a ser “limitação administrativa”? Explique.
Limitação administrativa é uma determinação geral, cujo Poder Público impõe à alguns proprietários indeterminados, obrigações de fazer ou não fazer, para garantir que a propriedade atenda a função social. 
É uma imposição geral com gratuidade e unilateralidade. Deriva do poder de polícia.
2. A limitação administrativa é indenizável em regra? Explique.
As limitações administrativas, como regra, não dão direito à indenização por serem de caráter geral, impostas com fundamento no poder de polícia do Estado, gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas, com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade ao bem-estar social.
3. Cite 2 (dois) exemplos de limitação administrativa.
· Ambientais (lei 12.651/120): APP/ARL áreas consorciadas entre outras;
· Urbanísticas (lei 10.257/01): criação de solo, edificação compulsórias, entre outras;
· Rurais (lei 4.504/84): latifúndio/minifúndio/modulo rural, modulo fiscal, entre outras;
· Econômicas: (lei 12.529/11): posição dominante, aprovação de atos no SBDC, entre outras.
4. Qual a relação existente entre “limitação administrativa” e “poder de polícia”?
O poder de polícia é exercido na limitação administrativa, sobre os direitos, bens e atividades que afetem ou possam afetar a coletividade. Assim, o objeto do poder de polícia administração é todo direito, bem ou atividade individual que possa afetar a coletividade. 
O principal limitador do poder de polícia é a lei, pois embora, como visto, seja um poder eminentemente discricionário, isto não autoriza a Administração a extrapolar aquilo que a lei autoriza e em alguns casos incorrer em excesso ou desvio de poder.
5. O que vem a ser “servidão administrativa”? Explique.
 A Servidão Administrativa pode ser conceituada como um ônus real incidente sobre um bem particular com a finalidade de permitir que tal propriedade possua utilização pública. Por estarmos diante de um ônus real (e não pessoal), não teremos a extinção da intervenção com o falecimento do proprietário ou com a alienação do bem objeto da restrição, situações que ocorreriam caso a servidão fosse um ônus de caráter pessoal.
6. A servidão administrativa é indenizável em regra? Explique.
Servidão Administrativa não gera o direito à indenização do particular, uma
vez que se trata de uma restrição que não acarreta danos à propriedade. Apenas nos casos em que a atuação do Poder Público der ensejo a prejuízos reconhecidamente comprovados é que a indenização será devida, e, ainda assim, caberá ao particular provar que os danos ocorridos foram resultado da atuação estatal. Neste sentido, merece destaque a Súmula 56 do STJ, editada com a finalidade de garantir o direito à indenização do particular nas situações em que a atuação do Poder Público, travestida de servidão administrativa, ficar caracterizada como desapropriação. Em tais situações, o Poder Público alega fazer uso do instituto da servidão. No entanto, o que se verifica na prática é a supressão da propriedade, de forma que o bem passa a ser da administração pública e a causar prejuízos ao particular. Vejamos o teor da mencionada súmula: na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros compensatórios pela limitação de uso da propriedade.
7. Cite 2 (dois) exemplos de servidão administrativa.
· Demanda pelos serviços de energia elétrica. Do local em que ela é gerada aos pontos os quais é transmitida, seria inconcebível e desnecessário que o Poder Público desapropriasse os imóveis ao longo dos trechos por onde passa a respectiva fiação elétrica, sendo que é mais eficiente e menos oneroso ao Estado instituir a servidão administrativa na linha que liga a rede de transmissão, cabendo indenização aos proprietários caso sofram danos ou prejuízos.
· Uma situação clássica de servidão administrativa ocorre quando uma casa, estrategicamente localizada na esquina entre duas importantes avenidas de uma cidade, é utilizada pelo Poder Público para a fixação de uma placa, em sua parte externa, com o nome das duas avenidas. Em tal situação, toda a coletividade foi beneficiada (uma vez que passou a dispor de uma melhor forma de localização), ao passo que a propriedade não deixou de pertencer ao particular, que apenas teve que suportar a fixação das placas.
8. O que vem a ser “requisição administrativa”? Explique.
Requisição administrativa é um ato administrativo unilateral e auto-executório que consiste na utilização de bens ou de serviços particulares pela Administração, para atender necessidades coletivas em tempo de guerra ou em caso de perigo público iminente, mediante pagamento de indenização a posteriori. Não possui a natureza de direito real, posto que dela resulta direito pessoal vinculante do Poder Público e do titular do bem ou do serviço requisitado. Enquadra-se como requisição administrativa a competência prevista no inciso XXV do artigo 5° da Constituição, in verbis: “no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”. Define-se como perigo público iminente aquele risco que, se propagadas as suas consequências, é improvável que a sociedade seja preservada dos resultados danosos, sejam decorrentes de eventos da natureza, sejam resultantes de comportamentos de pessoas naturais ou jurídicas. Se iminente a ocorrência de um risco que ameaça a coletividade, é legítima adotar a requisição dos bens ou serviços necessários à proteção do interesse público primário, nos termos da legislação pertinente.
9. A requisição administrativa é indenizável em regra? Explique.
A servidão pode gerar direito à indenização. Poderá impor uma obrigação de fazer. Os entes políticos, empresas governamentais, concessionários e permissionários podem instituir servidão. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”. Havendo dano, cabe indenização. A própria natureza emergencial dos pressupostos que autorizam a requisição administrativa legitima que a indenização, pelo Estado, dos prejuízos sofridos pelos titulares dos bens ou serviços, se dê posteriormente à intervenção. Reiterando a premissa segundo a qual indenização é tornar indene de prejuízos, é fundamental que haja prova dos danos sofridos. Demonstrados os prejuízos, não há como o Poder Público furtar-se do dever de ressarcir a posteriori.
10. Cite 2 (dois) exemplos de requisição administrativa.
· Após fortes chuvas, diversas casas são destruídas, de forma que os seus moradores ficam sem moradia. Como é dever do Estado garantir o direito social à moradia, pode o Poder Público, em caráter de emergência, requisitar administrativamente a propriedade particular (bem imóvel) bem como alimentos necessários à subsistência da população (bens móveis). Por óbvio que os alimentos serão pagos pelo Poder Público, sob pena de restar caracterizado enriquecimento sem causa do Estado. Mas o direito à indenização particular apenas ocorrerá, em caráter posterior, quando comprovados danos a sua propriedade.
· O caso das eleições, em que o local onde ficarão as urnas é requisitado para realização do certame. Para bens móveis, pode-se requisitar de pessoas físicas ou jurídicas, sendo assegurada o direito de indenização, bens móveis ou serviços com o fito de atender necessidades coletivos, urgentes e transitórias advindas de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou interrupção de epidemias.

Outros materiais