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Introdução à Patologia MSc. Igor Santana de Melo Igor_melo777@hotmail.com Universidade Estácio de Sá Cursos da Saúde Patologia Fonte: coachrenatorossi.wordpress.com Introdução Conceitos Gerais – História Pato logia+ ❑ Estudo❑ Dor ❑ Sofrimento É a ciência que estuda as alterações biológicas anormais das células que causam a doença. Introdução História da Patologia A.C As doenças eram diagnosticadas pelo desequilíbrio do fluido vital. Sec. V - XV ❑ Época sombria da Humanidade, quem dominava era o Clero. ❑ Houve uma estagnação científica geral. ❑ Quem resolvesse ir contra os princípios impostos pelo clero, era morto e açoitado. Sec. XV - XVI ❑ Inicia os estudos das estruturas do corpo ❑ Feitas através de necrópsias (Estudo de cadáveres) e autópsias (estudo de si mesmo). A FASE ORGÂNICA Sec. XVI - XVIII ❑ A análise já era feita por Lupas. ❑ Investigação mais a fundo os tecidos (morfologia) de cada órgão e a relação que havia com os desequilíbrios. ❑ Dissecação!! A FASE TECIDUAL Introdução História da Patologia ❑ Rudolf Virchow, Pai da Patologia Moderna. ❑ Propõe a teoria que todas as doenças tem origem celular Sec. XX ❑ É a fase atual do pensamento conceitual sobre Patologia, envolvendo conceitos sobre biologia molecular e sobre as organelas celulares. ❑ Os avanços bioquímicos e a microscopia eletrônica facilitam o desenvolvimento dessa linha de estudo Sec. XiXA FASE CELULAR A FASE ULTRACELULAR Saúde e doença Saúde Um estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social em que vive em que o indivíduo sente-se bem (saúde subjetiva) e não apresenta sinais ou alterações orgânicas evidentes (saúde objetiva) "Saúde é a manutenção da morfostase e homeostase". ❑Equilíbrio da forma e da função respectivamente!! DEFINIÇÃO da OMS Fonte: soumaissus.blogspot.coms Fonte: autossustentavel.com ❖ A percepção de saúde varia muito entre as diferentes culturas, assim quanto as crenças sobre o que traz ou retira a saúde. Não apenas como a ausência de doença. ❖ O conceito de saúde envolve o ambiente em que o indivíduo vive, tanto no seu aspecto físico como também no psíquico e no social. ❖ Por essa razão, os diversos parâmetros orgânicos precisam ser avaliados dentro do CONTEXTO do indivíduo. ✓ Para pessoas que vivem ao nível do mar ❖ Número elevado de hemácias pode ser sinal de policitemia; ✓ Para pessoas que vivem em grandes altitudes ❖ Representa apenas um estado de adaptação. ❑ A palavra saúde é utilizada em relação ao indivíduo; ❑ O termo normalidade (normal) é utilizado em relação a parâmetros de parte estrutural ou funcional do organismo. Saúde e normalidade não têm o mesmo significado. Estabelecido pela média de várias observações (parâmetro, cálculo, métodos estatísticos) Os valores normais para descrever parâmetros do organismo são estabelecidos a partir de populações homogêneas de mesma etnia, que vivem em ambientes semelhantes e cujos indivíduos são saudáveis. NORMAL (OU NORMALIDADE) (peso de órgãos, n de batimentos cardíacos, pressão arterial sistólica ou diastólica) Doença Doença é o mal estar causado por distúrbio físico, social, mental ou espiritual. É um estado de falta de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social, no qual o indivíduo se sente mal (tem sintomas) e/ou apresenta alterações orgânicas evidenciáveis objetivamente (sinais clínicos). DEFINIÇÃO da OMS Fonte: edicaodobrasil.com ❖Conjunto de sinais e/ou sintomas que tem uma etiologia; ❖O dano patológico pode ser estrutural ou funcional. Fonte: edicaodobrasil.com alteração não compensada da homeostase e da morfostase Doença Fonte: edicaodobrasil.com Fonte: edicaodobrasil.com A palavra doença vem do termo em latim dolentia que significa “sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se”. Várias são as definições para esse termo, mas considera-se doenças as manifestações patológicas que se apresentam em nosso organismo. Elas estão sempre associadas a sintomas específicos, levando o indivíduo que as apresenta a se privar muitas vezes de prazeres físicos, emocionais, mentais e espirituais. Elementos de uma doença | Divisões da patologia Patologia Ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, os locais e as alterações morfológicas e funcionais que apresentam. Toda doença em uma origem, uma etiologia. Patologia Geral Estuda as alterações patológicas gerais que ocorrem nas células As doenças apresentam o mesmo padrão de alteração celular Patologia Sistêmica Estuda as alterações patológicas que ocorrem nos tecidos e órgãos específicos do corpo humano. Ex: Sistema circulatório – Coração Sistema digestivo – Estômago Fonte: istockphoto.com ❖ Compreensão global das doenças, pois fornece as bases para o entendimento de outros elementos essenciais, como prevenção, manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento, evolução e prognóstico. Conceitos gerais Órgão Normal Funções fisiológicas Doente Funções alteradas O que causou a alteração? Quais eventos vão ocorrer? Quais alterações morfológicas? Quais as consequências disto? ASPECTOS DA DOENÇA O s q u at ro a sp ec to s d a d o en ça Etiologia Patogenia Alterações Morfológicas Significado clínico Etiologia É o conceito que verifica o motivo pelo qual determinada doença foi causada. DUAS CLASSES ETIOLÓGICAS: Genética, endógena ou intrínseca Alteração no nosso DNA que futuramente pode apresentar algum problema, perda da função. Ex: Síndrome de Down, alteração na Tireóide, câncer Adquirida, exógena ou Secundária Do meio Externo Ex: Nutricional, Infecciosa, Tuberculose AGENTES ETIOLÓGICOS BIOLÓGICOS É a denominação dada ao agente causador de uma doença. Vírus Bactérias Fungos Estuda a causa das doenças. ❖Qualquer estímulo da natureza, dependendo da sua intensidade, do tempo de ação e da constituição do organismo (capacidade de reagir) pode produzir lesão. ❖Em geral as LESÕES resultam da interação do: Segmento celular atacado Mecanismos de defesa Agente lesivo Nem todas as doenças ou lesões tem causa conhecida: idiopática. Patogênese ou Patogenia Refere-se ao modo como um agente causador de doença agride o nosso organismo e como nosso sistema de defesa vai reagir. Ex: Tuberculose (Patógeno Bacteriano) Inicio se dá pela multiplicação do Bacilo nos alvéolos. Fonte: g1.globo.com ❖ Especialidade da patologia analisa a causa e o desenvolvimento através dos quais uma doença evoluí; ❖ Pode surgir mesmo assim, lesões e disfunções das células e tecidos agredidos, produzindo-se a doença; https://slideplayer.com.br/slide/3277266/ Fonte: anatpat.unicamp.br Alterações morfológicas Refere-se às alterações estruturais nas células e tecidos. Ex: Necrose (Tubérculos). Paciente Tuberculose RX em PA revela opacidade do parênquima comprometendo o lobo superior direito Notem as faixas densas em direção ao hilo que representam disseminação linfática da doença. Fonte: anatpat.unicamp.br Significado clínico da doença São as características de sinais e sintomas apresentados pelo indivíduo no decorrer da doença. Ex: Tuberculose: Tosse com secreção, febre ao entardecer, sudorese noturna, perda de apetite e etc.. Observação: Muitas doenças apresentam significados clínicos semelhantes e outras apresentam em condições já avançadas da doença. SEMIOLOGIA Ciência que estuda o meio e modo de se examinar um doente. Estudo e descrição dos sinais e sintomas de uma doença. PROPEDÊUTICA Conjunto de indagações orais e de técnicas de exame físico que serve como base a partir da qual o profissional se orienta, por investigações mais extensas, se necessário, para chegar a diagnóstico DIAGNÓSTICO Conhecimento ou determinação duma doença pelo(s) sintoma(s), sinal ou sinais e/ou mediante exames diversos (anamnese,inspeção, palpação, radiológicos, laboratoriais, etc.). Conhecimento (efetivo ou em confirmação) sobre algo, ao momento do seu exame; ou descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador, classificador ou pesquisador SINAIS São as alterações no metabolismo de uma pessoa, em sua conformação física, que podem ser indicadoras de adoecimento e podem ser percebidas ou medidas pelo profissional de saúde. SINTOMAS Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não consistir-se em um indício de doença. PROGNÓSTICO Aquilo que pode indicar um acontecimento futuro. É previsão de acerto de um dado evento considerado no contexto de possibilidades. Pode ser estatisticamente calculado ou inferido Agressão, defesa, adaptação, lesão ❑Qualquer estímulo da natureza – dependendo da sua intensidade, do tempo de atuação e da capacidade de reação do organismo (que envolve também o patrimônio genético) – pode constituir uma agressão. ❑Contra esta, o organismo monta respostas variadas, procurando defender- se ou adaptar-se. ❑Muitas vezes, o indivíduo adapta-se a essa situação, com pouco ou nenhum dano. ❑Em muitos casos, porém, surgem lesões variadas, agudas ou crônicas, responsáveis pelas doenças. Agressões Podem se originar no ambiente externo ou a partir do próprio organismo. Agressões podem ser provocadas por: ❑ Agentes físicos, químicos e biológicos; ❑ Alterações na expressão gênica; ❑Modificações nutricionais ou dos próprios mecanismos defensivos do organismo. Defesa Os mecanismos de defesa contra agentes externos são muito numerosos. Ao lado de barreiras mecânicas e químicas existentes no revestimento externo e interno (pele e mucosas), o organismo conta com diversos mecanismos defensivos: (1) contra agentes infecciosos (genericamente denominados patógenos), atuam a fagocitose, o sistema complemento e, sobretudo, a reação inflamatória (a expressão morfológica da resposta imunitária); esta tem dois componentes: (a) resposta inata, que surge imediatamente após agressões; (b) resposta adaptativa; (2)contra agentes genotóxicos (que agridem o genoma), existe o sistema de reparo do DNA; (3)contra compostos químicos tóxicos, incluindo radicais livres, as células dispõem de sistemas enzimáticos de detoxificação e antioxidantes. É importante salientar que, com certa frequência, os próprios mecanismos defensivos podem se tornar agressores. A desregulação da reação imunitária, por exemplo, para mais ou para menos, está na base de muitas doenças prevalentes. Adaptação Refere-se à capacidade das células, dos tecidos ou do próprio indivíduo de, frente a um estímulo, modificar suas funções dentro de certos limites (faixa da normalidade), para ajustar-se às modificações induzidas pelo estímulo. (1) pré-condicionamento das células à hipóxia, que permite a sobrevivência delas em condições de baixa disponibilidade de O2; (2) hipertrofia do retículo endoplasmático liso (REL) por substâncias nele metabolizadas (p. ex., a administração de fenobarbital provoca hipertrofia do REL em hepatócitos); (3) hipertrofia muscular por sobrecarga de trabalho (do miocárdio do ventrículo esquerdo na hipertensão arterial, da musculatura esquelética em atletas ou em pessoas que fazem trabalho físico vigoroso etc.). A adaptação pode envolver apenas células (ou suas organelas) ou o indivíduo como um todo. A resposta adaptativa geral, inespecífica e sistêmica que o organismo monta frente a diferentes agressões por agentes físicos, químicos, biológicos ou emocionais é conhecida como estresse. Lesão ou processo patológico É o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nas células e tecidos após agressões. As alterações morfológicas que caracterizam as lesões podem ser observadas a olho nu (alterações macroscópicas) ou ao microscópio de luz ou eletrônico (alterações microscópicas e submicroscópicas). As alterações moleculares, que muitas vezes se traduzem rapidamente em modificações morfológicas, podem ser detectadas por métodos bioquímicos e de biologia molecular. Os distúrbios funcionais manifestam-se por alterações da função de células, tecidos, órgãos ou sistemas e representam os fenômenos fisiopatológicos. Como as doenças surgem e evoluem de maneiras muito variadas, as lesões são dinâmicas: ❖ Começam ❖ Evoluem ❖ Tendem para a cura ou para a cronicidade. PROCESSOS PATOLÓGICOS Palavra “processo” uma sucessão de eventos Uma lesão varia de acordo com o momento em que ela é examinada. ❑ O alvo dos agentes agressores são as moléculas, sobretudo as macromoléculas de cuja ação dependem as funções vitais. ❑ Portanto, toda lesão se inicia no nível molecular. As alterações morfológicas celulares surgem em consequência de modificações: Acúmulo de substâncias nos espaços intracelulares A çã o d o s ag en te s ag re ss o re s se f az p o r d o is m ec an is m o s (1) ação direta, por meio de alterações moleculares que se traduzem em modificações morfológicas; (2) ação indireta, por intermédio de mecanismos de adaptação que, ao serem acionados para neutralizar ou eliminar a agressão, induzem alterações moleculares que resultam em modificações morfológicas. ❖ Os mecanismos de defesa, quando acionados, podem também causar lesão no organismo; ❖ Isso é compreensível, uma vez que os mecanismos defensivos em geral são destinados a destruir invasores vivos, os quais são formados por células semelhantes às dos tecidos; o mesmo mecanismo que lesa um invasor vivo (p. ex., um microrganismo) é potencialmente capaz de lesar também as células do organismo invadido. A variedade de lesões encontradas nas doenças não é muito grande. ❑Redução do fluxo sanguíneo ❑Redução da síntese de ATP ❑Agressões que aumentam as exigências de ATP sem induzir aumento proporcional do fornecimento de oxigênio. A deficiência de ATP interfere nas bombas eletrolíticas Nas sínteses celulares, no pH intracelular e em acúmulo de água no espaço intracelular Uma série de alterações ultraestruturais DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA RESPOSTA INFLAMATÓRIA A própria resposta defensiva (adaptativa) que o agente agressor estimula no organismo pode também contribuir para o aparecimento de lesões. Os mecanismos de defesa, inatos ou adaptativos, são até mesmo os principais responsáveis por lesões A ação direta do agente e a ação indireta por meio de danos à microcirculação e pelos mecanismos defensivos. Classificação das lesões, nomenclatura A o a ti n gi re m o o rg an is m o , a s ag re ss õ e s co m p ro m et em u m te ci d o (o u u m ó rg ão ) n o q u al ex is te m : Células (parenquimatosas e do estroma); Componentes intercelulares (interstício ou matriz extracelular); Circulação sanguínea e linfática; Inervação. Após agressões, um ou mais desses componentes podem ser afetados, simultaneamente ou não. Podem surgir: ❖Lesões celulares ❖Danos ao interstício ❖Distúrbios locais da circulação e da inervação ❖Alterações complexas que envolvem muitos dos componentes teciduais ou todos eles 1. Lesões celulares Ex.: degenerações, hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias e neoplasias ❖ Letais - necrose (morte celular seguida de autólise), apoptose (morte celular não seguida de autólise) e outros tipos de morte celular reconhecidos recentemente. ❖ Não letais – são aquelas em que as células continuam vivas, podendo ocorrer retorno ao estado de normalidade depois de cessada a agressão; A letalidade ou não letalidade está ligada à qualidade, à intensidade e à duração da agressão, bem como ao estado funcional ou ao tipo de célula atingida 2. Alterações do interstício (matriz extracelular MCE) Constituição: - Proteínas fibrosas:Colágeno, elastina; - Proteínas de aderência: fibronectina, laminina; - Glicosaminosglicanos; - Proteoclicanos Função: - Preencher espaços não ocupado por células - Conferir resistência aos tecidos - Constituir meio pelo qual aportam nutrientes e se eliminam dejetos; - Fixação celular; - Migração celular Fonte: pt.khanacademy.org Os depósitos de cálcio e a formação de concreções e cálculos no meio extracelular 3. Distúrbios da circulação ❖ Aumento, diminuição ou cessação do fluxo sanguíneo para os tecidos (Hiperemia, oligoemia e isquemia) ❖ Coagulação do sangue no leito vascular (Trombose) ❖ Aparecimento na circulação do sangue substâncias que não se misturam ao sangue e causam oclusão vascular (Embolia) ❖ Saída do sangue do leito vascular (Hemorragia) ❖ Alteração das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício (Edema) 4. Inflamação ❖ É a lesão mais complexa que envolve todos os componentes teciduais. ❖ É a reação que acompanha a maioria das lesões iniciais produzidas por diferentes agentes lesivos. 5. Alterações da inervação ❖ O sistema nervoso periférico (nervos) e o central (medula) são geralmente lesionados por compressão pelas estruturas adjacentes ou estiramento. Obrigado!
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