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Cardiomiopatia Dilatada Aula 09-03-21 Os problemas cardíacos se dão em três origens: Musculatura esquelética, nervosa (que é de condução), vascular (que causaria um infarto em humanos por exemplo) e conjuntivo, que dá origem às camadas do coração. A origem do problema é o muscular, temos dois processos: ou ele atrofia ou ele hipertrofia. Na cardiomiopatia dilatada, teremos um coração grande, dilatado e com a parede muscular muito fina. Isso pode gerar uma arritmia. A maioria das vezes que temos um problema cardíaco, temos um problema de remodelamento cardíaco. Ele é mais frequente no átrio do que no ventrículo, sendo assim é mais comum uma arritmia atrial. Ele pode apresentar também sopro (que é quando a valva não consegue se fechar, gerando ruído), como o coração dilatou, teve uma alteração muscular e as mitrais quando tentam fechar acabam deixando o sangue passar. É uma doença do músculo cardíaco, que leva a dilatação das câmaras esquerdas. O déficit na contabilidade diminui o volume sistólico e débito cardíaco, ativando o sistema simpático. Sem força de contração leva-se a uma insuficiência cardíaca. Se o coração contrai pouco, começa a ter sangue estagnado no ventrículo esquerdo. Com o aumento da pressão do ventrículo, o sangue do átrio não consegue entrar no ventrículo e entra por diferença de pressão. As veias pulmonares não conseguem levar o sangue para o átrio, e assim se instala uma insuficiência cardíaca congestiva esquerda. · Mecanismo compensatório: Ativação de um sistema simpático (ele vai fazer com que aumente a frequência cardíaca, pressão arterial e força de contração). Ele não tem um efeito duradouro, então precisa acionar outros mecanismos compensatórios que são: · - Ativação do sistema simpático · Renina angiotensina-aldosterona · Aumento de pressão arterial · Aumento de frequência cardíaca · Aumento da retenção de líquido · Aumento do retorno venoso O organismo vai tentar compensar aumentando o débito cardíaco; Aumento volumétrico atrial e ventricular, aumento da pressão retorno. A consequência é ter uma congestão e edema dos órgãos. Sintomas: Tosse (porque a dilatação do coração comprime alguns brônquios), o volume do coração está diminuído. Na maioria dos problemas cardíacos ocorre um remodelamento, o que acaba comprimindo os brônquios, gerando tosse. Para melhorar a tosse eu posso indicar um diurético associado a um vasodilatador, para que o animal para que o volume diminuía e também diminua a resistência (o sangue flui mais, e assim o fluxo vai ser melhor, o animal vai parar de tossir pq o tamanho vai ficar estável e não vai comprimir a traqueia). Sintomas da cardiomiopatia dilatada: - Tosse, taquipneia, dispneia, ortopneia, intolerância ao exercício A cardiomiopatia dilatada é muito comum em cães de grande porte, e a cardiomiopatia hipertrófica ocorre mais em gatos. Inspeção: Abdômen abalado · Exame físico: Na auscultação terá sopro, arritmias (fibrilação), estenoses · Exames complementares: RX; Aumento da silhueta cardíaca, desvio da traqueia, congestão de vasos, densificação dos campos pulmonares · O ecocardiograma é o exame mais definitivo, ele vai fazer uma vistoria das valvas, vai fazer a medição das paredes das câmaras, entender um pouco do fluxo do coração (volume sistólico) alterações -vECG – Derivação, alteração de ritmo e condução - Hematologia – CPK; Proteína sérica (albumina + globulina, estarão baixas) - Pesquisa de dirofilariose · Tratamento Redução do edema e congestão, dieta hipossódica E inibidores da ECA (drogas vasodilatadores) Captoril 0,5 – 1,0 mg/kg/TID); Enalapril (0,5 kg/BID); Benazepril (0,5 mg/SID) Terapia vasodilatadora (Dilatadores arteriais) Hidralazina (0,5 – 0,3 mg/kg) Venodilatadores – Congestão venosa aguda; Edema pulmonar agudo; Nitratos Diuréticos – Furosemida: Bloqueiam o cloreto de sódio na Alça de Henle ascendente (2,4 mg/BID) Tiazidas e espiractolona (agem mais no nefron distal) Outras drogas que podem ajudar a melhorar, em situações emergenciais: Digitálicos (fibrilação atrial) porque o coração vai bater mais devagar Suplementação: L carnitina; Para melhorar o metabolismo de ácido graxo 100mg/Hg/BID Taurina. Dose 500mg/animal acd 12 horas · Pimobendado. Ele tem o efeito cardiotônio, é vasodilatador e inotrópico. Dose 0,3 mg/Kg Cardioprotetores como: Carvedilol (aumenta a vida útil das fibras musculares, geralmente utilizado quando se tem uma lesão no tecido cardíaco, arritmias, necrose) Insuficiência mitral Geralmente acontece em animais de pequeno porte. É a degeneração da válvula mitral ou tricúspide (sendo que a mitral é mais afetada). O débito cardíaco cai e os barorreceptores da carótida reconhecem a baixa de volume e isso estimula o sistema simpático a liberar catecolaminas, que irão aumentar o inotropismo, assim gera uma vasoconstrição e aumentam a FC, para tentar compensar a baixa do DC. Dá certo no começo mas depois ocorre a morte precoce das células do miocárdio por trabalharem de mais, gerando a formação de áreas de fibrose (e elas por não participarem de contração diminuem o poder inotrópico). Essa vasoconstrição afeta os rins, e dessa forma eles liberam aldosterona (sistema renina angiotensina aldosterona). Assim temos a reabsorção de água e de sódio. Ocorre a estagnação do retorno venoso do pulmão para o átrio esquerdo, levando a extravasamento de líquido para os alvéolos culminando em edema pulmonar. Sinônimos: Regurgitamento mitral; Insuficiência crônica da valva mitral - Etiologia: Pode ser fibrinosa ou mixomatosa (é um processo degenerativo). É mais comum em machos do que em fêmea. Sinais clínicos: Cansaço ao exercício, síncope, dispneia e tosse. 4 Ds: Dieta, dilatadores, diuréticos, digitálicos (não mais tão usado) Estágio de acordo com a gravidade da doença. A – Pacientes com alto risco de desenvolver a doenças (predisposição racial), mas sem sinais clínicos, sem a doença estrutural, sopro ou alterações morfológicas; B – Pacientes que já tem alteração cardíaca (sopro, regurgitação) mas é assintomático, pode ser: B1 – Assintomático, com regurgitação valvar, mas sem evidências radiográficas ou eco de remodelamento cardíaco em resposta a DVC. B2 – Assintomático, com regurgitação valvar e evidências radiográficas ou ecocardiográficas (cardiomegalia) C – Pacientes com regurgitação valvar, sintomas clínicos prévios ou atuais de ICC e apresentando remodelamento cardíaco (cardiomegalia) · Tratamento Manter o doente cardíaco. Minha intenção é manter ele estável e em cada estágio saber os medicamentos que vou utilizar, para que a progressão da doença seja lenta. Reduzir a gravidade da regurgitação valvar, prevenir e aliviar a congestão pulmonar; O inotrópico positivo vai diminuir a resistência vascular para aumentar o débito cardíaco, e fazer também o coração bater com mais força. PIMOBENDAM É um fármaco que atua em tudo... · Vasodilatação arterial (facilita e promove maior ejeção de sangue na sístole ventricular) · Vasodilatação venosa (para acomodar a pré-carga) · Inotrópico positivo (força de contração cardíaca) · Força de contração cardíaca (aumento a sensibilização das células cardíacas ao cálcio) Diuréticos Eles aumentam a excreção de sódio e água; Melhoram pulmonar e ascite. Eu uso o diurético quando preciso diminuir o volume. Utilizados para tratar animais no estágio “C” (furosemida e inibidores da ECA, pimobendan) e “D’ (pimobendam); Cardiomiopatia hipertrófica O miocárdio fica hipertrofiado exageradamente. O lúmen fica diminuído por causa do espessamento do ventrículo, assim entra menos sangue e diminui o volume sistólico e DC, isso libera mais adrenalina que faz mais contração cardíaca. Como o ventrículo não consegue captar todo o sangue, o átrio acumula mais sangue, levando a estase no sistema venoso pulmonar, consequentemente gerando edema pulmonar. Hipertrofia ventricular esquerda. Mais comum em gatos, tem um fator genético importante. Causas: Primárias: Idiopática Secundária: Hipertireoidismo (doença endócrina, que aumenta o metabolismo e afetao coração porque ele tem que trabalhar mais).
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