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MED -CLÍNICA MÉDICA SÍNDROME DIARREICA DIARREIA Qual é a causa? ... tem que classificar: ALTA (DELGADO) BAIXA (COLÔNICA) Volumosa Pouco volume Baixa frequência Alta frequência Sem tenesmo Com tenesmo TOPOGRAFIA DA SÍNDROME A grande função do delgado é absorção de nutrientes, ferro, proteína; já a grande função do cólon é a continência fecal ...quando o paciente apresentar lesão de delgado, ele terá um problema de absorção = bolo fecal grande (grande conteúdo intestinal chegará ao cólon, porém, este poderá ‘segurar’ as fezes); já no caso de uma colite, o volume do bolo fecal será pequeno (pois os nutrientes serão absorvidos), mas o paciente terá de ir inúmeras vezes ao banheiro, às vezes até mesmo com tenesmo. INVASIVA NÃO INVASIVA Com sangue/muco/pus Sem sangue/muco/pus GRAVIDADE DA SÍNDROME Outro tipo de classificação é a diarreia invasiva (invade a parede do intestino >> intestino fica bastante inflamado >> altera permeabilidade vascular, presença de células inflamatórias >> sofrimento da mucosa/ parede >> presença de sangue/ muco/ pus. AGUDA CRÔNICA <3 semanas >3 semanas PRINCIPAL MARCADOR DA ETIOLOGIA Obs.: na prova, se ela disser “dias” de duração de diarreia, ela estará se referindo a uma diarreia aguda; caso disser “semanas” ou “meses”, está se referindo a uma diarreia crônica. DIARREIAS AGUDAS Principal causa: INFECÇÕES VÍRUS (+ comum) BACTÉRIAS >> padrão ‘disentérico’ VÍRUS Norovirus (principal nos adultos) Rotavírus (grave/ <2anos) BACTÉRIAS E. coli (EHEC- O157:H7) É a bactéria mais relacionada com a SHU Shiguela 2ª. mais envolvida com a SHU; alterações no SNC – cefaleia, alteração de consciência, crise convulsiva Campylobacter jejuni Envolvido na síndrome de Guillain Barré Salmonela Infecções a distância Campylobacter e Yersinia Pseudoapendicite Clostridium difficile Colite pseudomembranosa Clostridium difficile ( colite pseudomembranosa ) Grande fator de risco: uso recente de ATB (clindamicina/cefalosporina/ quinolona) Diagnóstico: Pesquisa de toxina das fezes Cultura (questionável) Colonoscopia (imagem bastante característica) Tratamento: -Casos leves: metronidazol -Casos graves: vancomicina (oral) ABORDAGEM DAS DIARREIAS AGUDAS Quando investigar? SINAIS DE ALARME Desidratação Fezes com sangue Febre (≥38,5º.C) Não melhora após 48h Idosos (≥70 anos) Imunocomprometidos Uso recente de antibióticos Como investigar? 1. Hemograma 2. Bioquímica (eletrólitos, função renal) 3. Exame de fezes (leucócitos, sangue, cultura, antibiograma) Obs.: sempre que solicitar exame de fezes, não esquecer do parasitológico (por mais que o quadro seja típico de bactéria, em nosso meio é sempre importante solicitar a pesquisa) Como tratar? Hidratação Loperamida (disenteria NÃO) – a ideia é basicamente a seguinte: na disenteria temos uma infecção bacteriana, logo, impedir as evacuações podem levar a um ‘supercrescimento’ bacteriano, com megacólon tóxico, perfuração.. Antibiótico >> se sinais de alarme! ATB de escolha (empírica) : QUINOLONA (ex.: ciprofloxacino 1 cp de 12 em 12 horas por 5 dias) CASO 1: Febre alta e disenteria Pequeno volume e associado a tenesmo Sanguinolenta e com muco Crise convulsiva generalizada Classificação: baixa, invasiva e aguda Principal hipótese: Shigella Droga contra-indicada nesse caso: antidiarreicos CASO 2: Grande volume + perda de peso +anemia Sem sangue/ muco/pus Duração de meses Paciente com síndrome de Down e dermatite herpetiforme Classificação: alta, não invasiva, crônica Disabsortiva (anemia + emagrecimento) ... diante de disabsorção >> pensar em DOENÇA CELÍACA Base do tratamento: dieta livre de glúten DOENÇA CELÍACA Reação à proteína do GLÚTEN (trigo, centeio, cevada) MED -CLÍNICA MÉDICA Alguns indivíduos têm um HLA que não ‘se dá bem’ com a proteína do glúten (incompatível), e essa proteína do glúten é então reconhecida como uma substância estranha pelo HLA gerando uma resposta inflamatória auto-imune. Além disso, existem ainda alguns fatores ambientais envolvidos que fazem com que a resposta seja desencadeada >> inflamação crônica e insidiosa do delgado >> em algumas pessoas essa inflamação pode ser pequena, em outras, muito intensa. CLÍNICA = VARIÁVEL Assintomático/ disabsorção parcial (cálcio, ferro, esteatorreia)/ disabsorção total/ paranoia/ depressão/ ataxia (incoordenação motora),.. CONDIÇÕES ASSOCIADAS Dermatite herpetiforme (mais comum em região extensora do cotovelo; lesões relacionadas à auto- imunidade e que lembram as lesões herpéticas) Deficiência de IgA Síndrome de Down Risco aumentado de neoplasias (LINFOMA e ADENOCARCINOMA DE JEJUNO) **qualquer condição inflamatória crônica acaba sendo um fator de risco para linfomas. DIAGNÓSTICO EDA + BIÓPSIA (padrão ouro) SOROLOGIA Anticorpo antigliadina IgA e IgG (crianças <18 meses) Anticorpo antiendomísio IgA(mais específico) Anticorpo antitransglutaminase tecidual IgA* (maior acurácia) se (-) = solicitar antigliadina deaminada IgG (*) alguns pacientes celíacos não apresentam o anticorpo antitransglutaminase tecidual IgA positivo porque existe uma deficiência de IgA associada à doença celíaca Obs.: a biópsia, apesar de ser padrão ouro, não é patognomônica, mas é totalmente inespecífica (perda de vilosidade + inflamação linfocitária >> qualquer condição crônica intestinal pode apresentar esse aspecto) TRATAMENTO EXCLUIR GLÚTEN DA DIETA CASO 3: Aumento de volume/ restos alimentares Sem sangue e muco Duração de meses Disabsortiva Artralgia migratória Movimentos involuntários repetitivos de convergência ocular e contração da muscular mastigatória Classificação: alta, não invasiva, crônica MIOARRITMIA OCULOMASTIGATÓRIA = DOENÇA DE WHIPPLE Tratamento: SMZ/TMP DOENÇA DE WHIPPLE Tropheryma whipplei (bacilo gram -) O grande indutor da inflamação neste caso é uma bactéria (um bacilo gram negativo). Leva a uma inflamção lenta e bastante insidiosa da parede intestinal >> produção de interleucinas e citocinas >> artralgia ou artrite reativa >> em fases mais avançadas, o paciente passa a apresentar diarreia disabsortiva e sintomas em SNC CLÍNICA Início: artralgia migratória +/- artrite Fases mais avançadas: diarreia disabsortiva Outras: cefaleia/ uveíte/ demência Mioarritmia oculomastigatória >> patognomônica DIAGNÓSTICO Biópsia: macrófagos PAS positivos (dentro desses macrófagos podem ser encontrados os bacilos) TRATAMENTO SMZ/TMP (Bactrin) por 1 ano Obs.: utiliza-se na realidade o chamado de Bactrin F (dose dobrada) pelo período de 1 ano. CASO 4: Trofozoítas/ paciente HIV (-) Mal cheirosa e pálida (= excesso de gordura/ esteatorreia >> disabsorção) GIARDÍASE Diagnóstico diferencial: doença celíaca Abordagem terapêutica: tinidazol TROFOZOÍTAS – PROTOZOÁRIOS E. hystolitica ou Giardia lamblia A ameba intestinal que deve receber tratamento é a Entamoeba hystolitica (a E. coli é comensal!). Características Unicelulares Não causam eosinofilia 90% são assintomáticos = mas tem que tratar (preocupação é com a comunidade) Diagnóstico Cistos/ trofozoítas nas fezes (não tem ovos!!) Tratamento “...nidazol”(metro/ secni/ ti) Nitazoxanida (Annita®) – 1cp de 12/12h por 3 dias Diferenças AMEBÍASE GIARDÍASE Invasiva (cólon) >> disenteria, ameboma, abscessos (hepático) Não invasiva (delgado) >> não invade o delgado, o que ele faz é “atapetar” (barreira física) >> má absorção ** Resistente à cloração habitual da água Tratamento nos sintomáticos: “..nidazol” + teclozan ou etofamida Tratamento nos assintomáticos: só teclozan/ ou etofamida Detalhe do tratamento: pode ser utilizado albendazol. (**) DISABSORÇÃO >> diagnóstico diferencial com a doença celíaca. Obs.: emnosso meio, a giardíase é mais comum do que a amebíase, um dos motivos para isso é que ela é resistente à cloração habitual da água CASO 5: Rash cutâneo+ PNM + eosinofilia HELMINTÍASE Possíveis diagnósticos: ancilostomíase e estrongiloidíase Lesões cutâneas: dermatite eritematosa migratória. Penetração de larvas destes parasitas através da pele Alterações pulmonares: parasita tem ciclo pulmonar,
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