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Hipercalemia no PS · Fisiologia do potássio: Todo o K+ vem da alimentação: castanhas, laranja, banana, peixe... O q acontece quando o K+ entra na alimentação? - Bomba de sódio-potássio ATPase na membrana das células joga o K+ para dentro das células e, em contrapartida, joga o sódio para fora que tem carga negativa (K+ fica mais concentrado no lado de dentro da célula) A concentração sérica varia de 3,5 a 5,5 mmol e intracelular de 140 a 150 mmol . Esse processo depende de glicose = processo ativo - K+ é eliminado na diurese pelos túbulos renais relacionados com a aldosterona (liberada na cortical da adrenal), ela faz com que os rins reabsorvam sódio e excrete potássio Alguma dessas 3 etapas está alteradas para gerar a hipercalemia: aumento de ingestão (muito difícil), diminuição da excreção ou saída grande das células. K+ participa da polarização do coração e despolarização imediata para ocorrer a contração (tomar cuidado com arritmias na hipercalemia). Substâncias que influenciam no funcionamento da bomba: . Insulina: joga a glicose para dentro da célula e ativa a bomba jogando potássio junto . Catecolaminas (adrenalina, noradrenalina, dopamina): a partir do receptor beta2 – reação de luta e fuga, então os músculos precisam estar bem preparados - ativa a bomba e joga potássio dentro da célula . H+ vai para dentro da célula e potássio para dentro e vice e versa (canais independentes da bomba de Na-/K+ ATPase) Principais causas: . Lise celular: queimado, trauma com esmagamento, lise tumoral na QT . Hiperglicemia no início: glicose acima de 180 mg/dL faz com que a osmolaridade aumente porque a concentração de partículas é maior, o eletrólito de maior quantidade dentro da célula é o potássio e a forma do organismo compensar isso é mandando potássio para fora da célula - Existe alguma alteração na insulina, então ela não joga potássio de volta para dentro da célula = hipercalemia . Insuficiência renal: não excreta adequadamente Fatores de risco: . Insuficiência renal . DM . Traumas, queimaduras Sintomas: Fraqueza, fadiga, paralisia flácida, parestesias *Coração: ATENÇÃO porque ele é um órgão nobre, não funcionará direito porque não vai ter eletrólito para efetivar a contração = palpitação ECG = encurtamento da onda P, alargamento do QRS Classificação: Leve: 5,5 – 6,0 Moderada: 6,0 - 6,5 Grave: > 6,5 Leva em consideração: fatores de risco (IRA, IRC, trauma, queimado, lise celular, hiperglicemia) *OBS.: paciente que faz uso de betabloqueador, principalmente não seletivo Rabdomiólise – cuidado com a hipercalemia Tratamento: Urgência hipercalemica: paciente com K+ > 6,5; valor > 5,5 e sintomático ou com alteração no ECG. - Gluconato de Ca+ 10% estabiliza a membrana, anula o excesso de potássio, mas é provisório e dura 60 minutos no máximo - Existe o cloreto de cálcio, mas causa mais flebite e precisa ser em acesso venoso central, tem maior concentração de cálcio e pode causar também arritmia, sendo 2ª opção! - Ganhar tempo = jogar o potássio dentro da célula usando Solução polarizante com insulina Nebulização com beta2 agonista (dose muito alta de salbutamol ou fenoterol de 40 a 80 gotas), fica como 2ª opção porque pode gerar maiores problemas em pacientes debilitados ou idosos, usada em pacientes jovens Bicarbonato de sódio 1ml/kg (insuficiência renal, sepse) - Eliminação do K+: precisa das etapas anteriores porque essa etapa demora para gerar efeito Furosemida, Sorcal, Diálise ->Paciente leve/moderado com fator de risco ou IR Ou seja, sem alteração no ECG e assintomático o paciente não tem urgência hipercalêmica, então não precisa fazer proteção cardíaca ou ganhar tempo. . Furosemida ou Sorcal 8/8h ->Paciente leve/moderado sem fator de risco ou IR . Acompanhamento ambulatorial Pode ser erro laboratorial, porque se esse exame ficar mexendo vão rompendo as células e alterar esse exame porque a concentração extracelular vai aumentar! URGÊNCIA HIPERCALEMICA - Emergência MOV + ECG 12 derivações - Dieta zero + cabeceira elevada - Gluconato de Ca+ 10% - 10ml em soro glicosado 100ml = IV 10 min. e pode repetir de 2 em 2 horas - Insulina R. 10 IV – glicose 50% 10 ampolas em 30min. e pode repetir de 2 em 2 horas ou 4 em 4 horas - Furosemida 20 mg ou 2 ampolas de 40 mg em bolus - Sorcal 30g + manitol 100ml VO e pode repetir de 8 em 8 horas - Glicemia capilar 1/1h e fazer 30 ml de glicose 50% se menor ou igual a 70mg/dL *Se hiperglicemia: > 250 mg/dL exceto em pacientes de cetoacidose que precisarão de conduta específica - Administrar insulina R. sem glicose - Sonda vesical 16 para homem e 14 para mulher para controlar diurese *HMG, ureia, creatina, Na, K, Mg, Ca, glicemia, gasometria arterial CASO: paciente feminina, 44 anos, com antecedente de IR, dialítica, DM1, relata mal-estar, fraqueza, palpitação há 12 horas. Faz uso de insulina, mas não aceitava fazer a diálise e resistiu até o último momento, inclusive na última diálise ela faltou. PA: 130 x 90 mmHg GC: 189mg/dL · Não autoriza antes de fazer exames = monitorização completa da emergência + ECG ECG vem sem alterações · Pedir exames laboratoriais · Enquanto espera, fazer gluconato de Ca+ e soro glicosado 5% 100ml IV em 10 minutos = porque ela está com palpitações Resultado do K de 6,9 · Dieta zero, cabeceira elevada, monitorização · Fenoterol 40 gotas em soro fisiológico 0,9% 10 ml em nebulização 10 min (avisar que vai dar mal-estar) · Sorcal 30 gramas + manitol 10% em 100ml VO · Transferência para diálise
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