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21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 1/16 Empreendedores preferem estar à frente de seus empreendimentos a �car planejando como será o futuro de seu negócio. Em um país onde o planejamento não faz parte da cultura, somado com as di�culdades para compreender os conceitos de negócio, o índice de falência no Brasil é alto. Portanto, planejar é necessário, pois isso auxilia o empreendedor a evitar surpresas indesejáveis. Um bom planejamento dará um senso de direção, evitando a utilização de seus recursos de forma irracional, e levará a empresa a um crescimento consistente e duradouro. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai: entender os tipos básicos de empresas; entender o que é um plano de negócios e a sua �nalidade; aprender a elaboração do Business Model Canvas; conhecer as fases passadas durante o processo de construção do Business Model Canvas; saber como fazer a interação do Canvas com os indicadores de viabilidade. Introdução Desenvolvimento e Plano de Negócios Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autor: Esp. Giovano Marcel Tonin Revisor: Vivian Konigame 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 2/16 O que é um plano de negócios? Antes de responder a essa questão, vale lembrar que todo empreendimento se inicia com uma ideia, que pode ter se originado de um brainstorming, em pesquisas, estímulos à criatividade etc.. Porém, inúmeras vezes, por acreditar que a sua ideia é infalível, o empreendedor se cega, e, sem nenhuma análise criteriosa, parte para a execução e cria o negócio, passando a correr grandes riscos, mesmo o de falir a empresa. Assim, pode-se dizer que o plano de negócios é um “guia” que auxilia o empreendedor a realizar uma análise estruturada, auxiliando a tomar a decisão de abrir o seu negócio ou até de descartar a sua ideia. Mais recentemente, visando focar em algo mais prático e rápido, o conceito de modelo de negócio Canvas tem se popularizado, pois traz a explicação de como a empresa funciona e cria valor, e porque, em muitos casos, não há necessidade de se detalhar o plano de negócio em todas as suas sessões. Tipos Básicos de Empresas A legalização é um dos passos fundamentais antes de iniciar qualquer atividade. Quando formalizado, o empresário passa a ter mais chances de visibilidade do seu negócio e se diferencia diante dos fornecedores, clientes e concorrência. Porém, antes da formalização, o empresário necessita saber quanto pretende faturar, se vai trabalhar sozinho, com funcionários, ou estabelecer sociedade, em qual segmento atuará: indústria, comércio ou serviços. Somente após responder a essas perguntas será possível decidir qual o tipo de formalização é o mais adequado. A seguir, os principais tipos de empresas e, sucintamente, a forma de atuação de cada uma: Empresário individual: exerce, em nome próprio, uma atividade empresarial, ou seja, atua individualmente e sua responsabilidade é ilimitada. O empresário pode exercer atividade industrial, comercial ou prestação de serviços, exceto serviços de pro�ssão intelectual; nesse último caso, atuará como autônomo (pessoa física com registro na Prefeitura Municipal). Microempreendedor Individual (MEI): para se enquadrar nesse tipo de empresa, o empresário individual precisa atingir uma receita bruta anual de, no máximo, R$ 81.000,00, não pode ser sócio, titular ou administrador de outra empresa e deve possuir apenas 1 (um) empregado. A atividade exercida deve estar entre as permitidas ao MEI, conforme a Resolução CGSN nº 140, de 2018. O registro do MEI é gratuito e pode ser efetuado pela Internet no site www.portaldoempreendedor.gov.br, onde é possível veri�car as atividades permitidas e obter maiores informações. Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI): esse tipo de empresa é constituído de apenas um proprietário, ou seja, não pode haver sócios. A EIRELI é uma 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 3/16 pessoa jurídica, com patrimônio próprio, não tendo relação com o patrimônio da pessoa física do empresário. Deve ter um capital social de, no mínimo, 100 salários mínimos, mas, por outro lado, não há limitação de faturamento e pode optar pelo Simples Nacional. Sociedade Empresária: é constituída de dois ou mais sócios, e a responsabilidade é limitada ao capital social, ou seja, o capital dos sócios é separado do capital da empresa. Existem diferentes tipos de Sociedade Empresária, e é necessário adotar uma dessas. As mais conhecidas são as Sociedades Limitadas LTDA e S/A. Sociedade Simples: é constituída de dois ou mais sócios, porém a atividade é de propriedade intelectual, seja cientí�ca, literária ou artística voltada para a prestação de serviços e não pode ter o intuito de produção e circulação de bens. Esse tipo de sociedade é mais comum entre médicos, dentistas, advogados, arquitetos e engenheiros. Considerando as opções de empresas, é preciso analisar criteriosamente qual se enquadra melhor e tem a tributação menos onerosa. LIVRO Contabilidade e �nanças para não especialistas Autores: Hong Yuh Ching, Fernando Marques e Lucilene Prado Editora: Pearson Prentice Hall Ano: 2010 Comentário: o Capítulo 6, “Aspectos tributários”, auxiliará a entender a estrutura do sistema tributário brasileiro e o efeito da carga tributária na formação de preço. Ponto de extrema importância em seu plano de negócio, visto que os tributos impactarão diretamente suas fontes de receita. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual da Laureate. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 4/16 O que é e para que serve um Plano de Negócios A complexidade do contexto empresarial demanda que o empreendedor, ao iniciar ou desenvolver um negócio, tenha objetivos claros, competências, recursos e estratégias de�nidas. Tais condições são vitais para que se ampli�quem as chances de sucesso de seu empreendimento. Portanto, a maneira mais consistente de melhorar essas chances está diretamente relacionada ao planejamento do negócio. Podemos sintetizar a de�nição de planos de negócio como “uma forma de estruturar as informações referentes a um negócio com o objetivo de uniformizar seu entendimento, avaliar sua viabilidade e obter apoio/recursos” (HASHIMOTO; BORGES, 2019, p. 34). O plano de negócio surge como um processo de validação de uma ideia, e o exercício de escrevê- lo força o empreendedor a conhecer todos os componentes do negócio. Assim, é possível a�rmar que: [...] a re�exão sobre a natureza do empreendimento, os objetivos, o modelo do negócio, a estratégia empresarial adequada, a estrutura e os recursos necessários, bem como a análise da viabilidade econômica do empreendimento e a melhor forma de �nanciamento são propiciados pelo desenvolvimento e elaboração de um Plano de Negócios (BERNARDI, 2019, p. 1). Em geral, trata-se de uma ferramenta de suma importância para quem está montando um negócio ou para uma empresa já consolidada em um novo empreendimento, pois essa ferramenta mapeia o curso de uma empresa e/ou um empreendimento ao longo de um período. Para Hashimoto e Borges (2019), essa ferramenta possui três funções: pode ser usado para desenvolver ideias de como o empreendimento será conduzido. É uma oportunidade para examinar, sobre todos os pontos de vista, a viabilidade da empresa; posteriormente, ele poderá ser uma ferramenta retrospectiva, pois poderá avaliar o desempenho da empresa ao longo do tempo, veri�cando se houve desvios de rumo bené�cos ou nocivos; por �m, o Plano de Negócios pode ser uma ferramenta para obtenção de recursos �nanceiros, em especial quando o empreendedor busca por �nanciadores ou investidores.21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 5/16 Na sequência, serão apresentados alguns itens que fazem parte do Plano de Negócios, com uma breve descrição do que deve conter em cada um deles. Sumário executivo: trata-se de um sumário de todo o plano de negócio, dos seus principais pontos. Deve conter o conceito, informações do empresário e sócios (se houver) e equipe de gestão, a área de atuação, produtos e as vantagens em relação aos concorrentes, estratégias e principais informações �nanceiras. O intuito é que, quando for lido, o leitor compreenda a ideia e a viabilidade do negócio. Recomenda-se ter de uma a duas páginas. Conceito do negócio: nesse tópico, é feita uma apresentação da empresa, nome, missão e valores (se a empresa já existir), um breve relato sobre sua história, conceito de produtos e serviços, modelo de negócio e regulamentações, localização e parcerias. Produtos e Serviços: deve ser feita a descrição do produto ou serviço, com especi�cações, quais as suas vantagens e diferenciais, funcionalidades, tecnologia, como será produzido ou executado o serviço, quais recursos são necessários. Marketing: nesse tópico, deverá ser descrito o segmento de mercado que a empresa pretende alcançar, referir ao tamanho do mercado, de�nir o público-alvo, quais são seus concorrentes, quais as estratégias para entrada no mercado e crescimento, projeção e estratégia de vendas, políticas de preço e promoções, como será feita a comunicação com os clientes, canais de distribuição e serviços de pós-venda. Organização: nesse item deve conter uma descrição da estrutura organizacional, aspectos legais, como tipo de empresa, impostos e tributos. A equipe de gestão e sócios devem ser mencionados, com seus cargos e responsabilidades. É importante, também, tratar do ambiente organizacional e políticas de pessoal, como contratação e remuneração. Operacional: trata dos processos e atividades necessários para o negócio. Inclui infraestrutura, funcionários, �uxos operacionais, sistemas para controle, qualidade e gestão. Financeiro: são demonstradas as análises �nanceiras, projeções de custos, �uxo de caixa, balanço patrimonial, demonstrativo de resultado e ponto de equilíbrio. Também devem ser apresentados a necessidade de capital, de onde serão os recursos utilizados, a necessidade de aporte e sua contrapartida, o payback, a taxa interna de retorno, o valor presente líquido e a análise de investimento. Os itens apresentados não são obrigatórios em um Plano de Negócios, e podem ser adicionados outros conforme a área de atuação. Se identi�cada a necessidade, podem ser revisados e alterados ao longo do processo. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 6/16 LIVRO Manual de plano de negócios: fundamentos, processos e estruturação Autor: Luiz Antonio Bernardi Editora: Atlas Ano: 2014 Comentário: no Capítulo 1, “Importância do plano de negócios”, o autor auxilia a entender as razões que justi�cam o desenvolvimento de um plano de negócios. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual da Laureate. LIVRO Empreendedorismo: plano de negócio em 40 lições Autores: Marcos Hashimoto e Candido Borges Editora: Saraiva Educação Ano: 2020 Comentário: a Parte 1, “Antes do plano de negócio”, o autor fornecerá diversos insights, que auxiliarão na formulação de um plano de negócios e na construção do Business Model Canvas. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual da Laureate. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 7/16 Elaboração do Business Model Canvas O Business Model Canvas, Modelo Canvas de Negócios, ou, simplesmente, Canvas, é uma ferramenta criada com o intuito de facilitar a maneira de criar e visualizar um negócio. Desenvolvida pelo suíço Alexander Osterwalder, em sua dissertação de Ph.D. com o professor Yves Pgneur, em 2004, logo passou a ser utilizada por diversas grandes empresas, como 3M, Ericsson, Deloitte e Telenor e somente após um workshop em 2006 iniciaram a produção do livro que contou com 470 coautores. Hoje, esse modelo é utilizado no mundo todo. Por ser uma ferramenta dinâmica, que pode ser alterada conforme as necessidades e mudanças no decorrer do projeto, é considerada de alta competitividade e é muito utilizada por empresas do mercado digital, startups e scale-ups. Pode ser utilizada, também, por empresas já constituídas, para auxiliar na visualização do negócio como um todo, a �m de que todos trabalhem em sintonia e na busca por melhores resultados. O Canvas permite criar diversos protótipos do negócio até encontrar um que faça mais sentido. As ideias podem ser colocadas em prática e visualizadas em uma única página, permitindo que seja analisado o encaixe estratégico entre diversas áreas. Para Osterwalder e Pigneur (2011), o segredo para a construção de um bom plano de negócio consiste em encontrar um conceito que todos entendam, que facilite a descrição e discussão. É preciso que todos comecem do mesmo ponto e falem sobre a mesma coisa. O desa�o é que o conceito deve ser simples, relevante e intuitivo, embora não simpli�que demais as complexidades de como as empresas funcionam. Com base nessa a�rmação de Osterwalder e Pigneur (2011), você acredita que as empresas brasileiras estão prontas para adotar essa metodologia? Quais tipos de empresas você acredita ou conhece que aplicam a ferramenta Canvas e procuram fazer com que esse conceito tenha uma linguagem simples, relevante e intuitiva? O Canvas é composto de nove blocos (conforme Figura 1), que mostram, de maneira lógica, como as empresas pretendem gerar faturamento. Esses nove blocos são divididos em quatro áreas principais: clientes, fornecedores, estrutura e viabilidade �nanceira. Segundo Osterwalder e Pigneur (2011), esse modelo é como um plano estratégico a ser implementado por meio da estrutura organizacional, processos e sistemas. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 8/16 Figura 1 - Modelo de Negócio Canvas Fonte: Hashimoto e Borges (2019 apud OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011). 1. Proposta de Valor: a Proposta de Valor, ou Oferta de Valor, de�ne o pacote de produtos ou serviços que serão oferecidos a um segmento de clientes. É a razão pela qual um consumidor adquirirá o produto/serviço de uma empresa, e não do concorrente. Deve-se buscar satisfazer a necessidade do consumidor. O valor pode ser quantitativo (ex.: preço, velocidade ou capacidade de serviço) ou qualitativo (ex.: designer, experiência, customização). Osterwalder e Pigneur (2011) frisam que a proposta de valor deve ser curta, para que, em uma frase, o cliente identi�que o produto e sua importância. Você se recorda de algum produto ou empresa que tenha uma proposta de valor que se encaixe nessa descrição? 2. Segmento de clientes: nesse campo, de�nem-se o nicho de mercado, o grupo de pessoas que a empresa pretende atingir e o público-alvo. A segmentação pode ser feita de�nindo características como faixa etária, poder aquisitivo, cultura, dentre outras. De�nir o segmento de clientes possibilita a criação do produto ou serviço, focando as necessidades do cliente: entender os desejos e frustrações com relação a outros produtos permite criar algo que o atenda melhor. 3. Canais: esse tópico engloba toda a interface entre a empresa e o cliente, como é feita a interação com o cliente, desde a comunicação, venda até a entrega do produto. A interação com o cliente deve ser rápida e e�caz, buscando a maior satisfação do consumidor. Por outro lado, devem-se considerar, também, os custos: quando se refere à entrega, é preciso considerar os custos logísticos e procurar uma solução e�ciente. 4.Relacionamento com clientes: qual relacionamento a empresa estabelecerá com os clientes? Qual será a estratégia, para não perder os clientes para os concorrentes. Segundo 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 9/16 Osterwalder e Pigneur (2011), há duas formas de atendimento que a empresa deve considerar e adequar aos seus clientes, que são o atendimento automatizado ou pessoal. 5. Fontes de receita: será determinado como o cliente pagará pelos produtos ou serviços adquiridos. Atualmente, há diversas formas de uma empresa gerar receita, que podem ser por meio de vendas, assinaturas, aluguéis, licenças, leilão, comissões. O Google, por exemplo, tem um modelo de negócio que cobra por “cliques” nos anúncios mostrados nos resultados de busca. 6. Recursos-chave: para que uma empresa crie e entregue produtos e serviços, são necessários os ativos funcionais responsáveis pelo funcionamento da atividade da empresa. Esses ativos podem ser físicos, como instalações, maquinários, equipamentos, e humanos, como equipe de desenvolvedores, programadores, produção e atendimento. 7. Atividades-chave: quais são as atividades mais importantes da empresa? Nesse tópico, devem-se relacionar as atividades rotineiras e fundamentais para o funcionamento da empresa. Sem elas, a proposta de valor não será realizada. Alguns exemplos são: gestão e manutenção de plataformas, produção de bens, desenvolvimento de produtos. 8. Parceiros-chave: serão relacionados todos os parceiros do negócio, fornecedores, serviços terceirizados. Deve-se pensar em todas as matérias-primas ou serviços necessários para a entrega da proposta de valor que são entregues por outras empresas. Nos dias atuais, é importante estabelecer alianças com esses parceiros, a �m de otimizar o negócio e diminuir os riscos. 9. Estrutura de custos: o último componente a ser preenchido no Canvas, no qual devem-se relacionar os principais custos para a operacionalização do negócio, considerando os custos com canais, relacionamento com clientes, fornecedores e atividades-chave. Todos os componentes do Canvas devem estar relacionados entre si, todas as informações e necessidades levantadas devem buscar atender à proposta de valor. Esse modelo de plano de negócio é dinâmico e deve ser alterado sempre que algum dos componentes não se encaixar com os demais. Para Osterwalder e Pigneur (2011), é necessário criar mais de um Canvas para o modelo de negócio, pois, assim, é possível aprimorar a ideia inicial. Podemos concluir que, apesar de ser uma ferramenta dinâmica e visualmente simples, exige muito trabalho a elaboração do Canvas, de uma maneira que mostre todas as interações de maneira clara, objetiva e completa dentre as principais áreas de um negócio. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 10/16 LIVRO Business Model Generation: inovação em modelos de negócios Autores: Alexander Osterwalder e Yves Pigneur Editora: Altas Book Ano: 2011 Comentário: o Capítulo 1, “Para o desenvolvimento e a construção do Canvas”, faz um step by step de como aplicar a metodologia sugerida. Livro de bolso, disponível gratuitamente em: A C E S S A R Fases de Construção de Cenários no Canvas Nos capítulos anteriores, foram apresentados o Plano de Negócios Tradicional e o Canvas e a estrutura dessas duas ferramentas utilizadas para reunir as ideias e informações de um negócio e avaliar se são viáveis. Vamos apresentar, neste capítulo, algumas sugestões de especialistas e estudiosos da área acerca dos cenários de construção de um negócio. Para Osterwalder e Pigneur (2011), o desenvolvimento do negócio ocorre em 5 etapas: mobilizar, entender, projetar, implementar e gerenciar. Na primeira, mobilizar, serão reunidas as pessoas, a equipe responsável pelo negócio ou projeto e apresentar a motivação para a criação desse plano de negócio. A proposta deve ser direcionada, para que todos entendam e falem a mesma linguagem, buscando a mesma direção. Se está https://www.strategyzer.com/books/business-model-generation 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 11/16 trabalhando sozinho, tente criar e mostrar, visualmente, a sua motivação para esse plano de negócio e faça um brainstorming das possibilidades e di�culdades do negócio. A segunda etapa é entender, ou seja, reunir e aprofundar os conhecimentos necessários para o desenvolvimento do negócio. Analisar clientes, coletar informações sobre eles, buscar informações com pessoas que têm conhecimento na área e identi�car as necessidades e problemas. Essa etapa deve ser feita de maneira criteriosa e cuidadosa, pois nela serão identi�cados os consumidores, o tamanho do mercado, as necessidades e de�ciências desse nicho de mercado. No projeto – transformar o conhecimento adquirido em ideias e elaborar o Canvas –, Osterwalder e Pigneur (2011), sugerem que sejam feitos diversos planos de negócio para, depois, selecionar o mais viável. Na quarta etapa, será implementado o plano de negócios selecionado. Por �m, os resultados deverão ser acompanhados e gerenciados. Acompanhar a reação do mercado e, se necessário, adaptar ou mudar o plano de negócios, para se adequar às respostas do mercado. Já na visão do Plano de Negócios Tradicional, Hashimoto e Borges (2019) sugerem que, após concluir a elaboração do plano num cenário realista, deve ser feita a projeção para cinco anos e, ainda, simular um cenário positivo e outro negativo. Essas simulações possibilitam antecipar ações que seriam necessárias para a manutenção da empresa diante das mudanças econômicas. Criar os possíveis cenários e pensar nas possibilidades e di�culdades de um negócio faz com que cada pessoa envolvida no processo de criação e planejamento esteja mais preparada para a tomada de decisão de maneira mais ágil e e�caz. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 12/16 Interação do Canvas com os Indicadores de Viabilidade Após concluir a construção do Canvas, conseguimos entender como será o modelo do nosso negócio. Porém, ainda serão necessárias mais informações para veri�car a viabilidade �nanceira e traçar as estratégias de crescimento. Por esse motivo, é necessário realizar a interação da Canvas com o plano de negócios. Essa interação é necessária, pois o plano de negócios é uma ferramenta de gestão que auxilia o empreendedor na tomada de decisão, orientando-o no desenvolvimento das operações e estratégia. No Capítulo 2, falamos sobre os tópicos que devem conter no plano de negócios e, nesta etapa, aprofundaremos em alguns conceitos de estratégia, marketing e �nanças. Segundo Bernardi (2019) a estratégia de�nirá como e empresa se posicionará em relação aos seus concorrentes: se a empresa busca se consolidar, crescimento, diversi�car, diferenciar ou ter a liderança em custos. Para isso, é necessário analisar o setor em que a empresa está inserida, seu LIVRO Empreendedorismo: plano de negócio em 40 lições Autor: Marcos Hashimoto e Candido Borges. Editora: Saraiva Ano: 2019 Comentário: no Capítulo 4, “O que é e como usar um plano de negócios”, o autor descreve de forma simples cada seção do plano de negócios. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual da Laureate. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 13/16 histórico, projeções de mercado e as possíveis tendências, entender o seu nicho de mercado ou público-alvo. Para Hashimoto e Borges (2019), a estratégia é o processo de escolher um caminho, dentre as múltiplas escolhas que podem ser seguidas, para atingir um objetivoestabelecido. Para atingir esse objetivo, é necessário veri�car as diversas possibilidades de caminhos, rotas ou percursos. É fundamental ter um pensamento objetivo e analítico, entender os prós e contras, considerar os riscos e as vantagens. Nessa etapa, pode-se dizer que o conhecimento demonstra uma vantagem competitiva. Uma empresa nascente deve levar em conta o que é importante em seu nicho de mercado. Segundo Hashimoto e Borges (2019), uma pergunta a que o empreendedor precisa responder é: “eu tenho um produto e vou procurar um mercado para ele ou eu sei a qual mercado quero atender, e é preciso desenvolver um produto para isso?”. Se a resposta for diretamente relacionada a um novo mercado, é necessário explorar pontos, como as possíveis barreiras de entrada, e quais as ações a serem tomadas para o rompimento destas. Se a resposta for diretamente relacionada a um mercado existente, é necessário entender como ele está segmentado e de�nir qual será o produto ou serviço e as respectivas características. Para empresas que já possuem um tempo de vida, buscam-se estratégias de crescimento, que, por sua vez, possuem um enfoque diferente das estratégias que anteriormente foram utilizadas para se estabelecerem. Assim, a empresa pode buscar aumentar a sua participação ou ampliar suas vendas no mercado já existente. Podem utilizar estratégias mais conservadoras, como a de penetração no mercado, que possui baixo risco, pois já são conhecidas as variáveis envolvidas. Por outro lado, a estratégia de desenvolvimento de um novo produto para o mercado já existente tem um risco mais elevado, pois se desconhece a aderência deste produto ao mercado já estabelecido. Há também estratégias de abertura de novos mercados ou a estratégia de diversi�cação, que possuem maior risco, pois a empresa busca levar novos produtos para um mercado não atendido antes. Muitas das estratégias estão relacionadas ao posicionamento ou à expansão do negócio. Por esse motivo, o plano de marketing é uma das mais importantes seções de um plano de negócios, pois é onde o empreendedor mostrará as estratégias de divulgação, políticas, abrangência e posicionamento do seu negócio. Para Dornelas et al. (2018), a estratégia de marketing é um guia a ser seguido e deve ser testado na prática. Se durante a sua execução ele não se mostrar viável ou preciso, deve sofrer alterações, a �m de �car mais adequado ao negócio. Uma estratégia de marketing típica em um plano de negócios deve conter os 4 Ps, que são: 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 14/16 Produto (Posicionamento): refere-se ao modo como os consumidores percebem sua empresa em relação à concorrência e como se diferenciará da concorrência. Estratégias como alterar o portfólio da empresa, alterar o design, padronizar ou diversi�car modelos são estratégias voltadas ao produto. Preço: essa é uma ferramenta efetiva, pois está diretamente relacionada à demanda. O preço está relacionado ao benefício percebido pelo consumidor e depende do valor do produto, do ponto de vista de quem consumir. Estratégias de metas de vendas, margem de lucro, cupons de desconto, dentre outras, são estratégias voltadas ao preço. Praça (canais de distribuição): os canais de distribuição de�nirão como seus produtos/serviços chegarão aos clientes e qual é a abrangência de seu empreendimento, se se dará por meio de vendas diretas, em que a empresa vende diretamente os seus produtos por intermédio de sua equipe de vendas, atuando até no processo de distribuição, ou por vendas indiretas, pelas quais as empresas realizam as suas vendas a um atacadista, que realiza a venda ao consumidor �nal. Propaganda e promoção: a �nalidade é fazer com que os clientes tomem conhecimento dos seus produtos/serviços ou persuadi-los. Promoção de vendas, atuação em feiras e/ou exposições, publicidade nos canais disponíveis são exemplos de estratégias voltadas à propaganda e promoção. A partir da estratégia de marketing de�nida é possível realizar projeções mensais de vendas em termos de volumes e preços praticados e assim veri�car as projeções de caixa e resultados. Para Hashimoto e Borges (2019), o demonstrativo de resultados, �uxo de caixa e balanço patrimonial consolidam a expectativa do negócio. O demonstrativo de resultado apresenta o resultado �nanceiro da empresa, sendo ele lucro ou prejuízo, e indica como esse resultado foi obtido, discriminando as receitas, os tributos a elas correspondentes e as despesas. O balanço patrimonial é um relatório contábil que registra todas as movimentações �nanceiras da empresa em um determinado período. A elaboração é obrigatória pela legislação, com uma periodicidade mínima anual. O demonstrativo de �uxo de caixa descreve, em um determinado período de tempo, todas as entradas e saídas. Para novos empreendedores, é mais importante do que o demonstrativo de resultado, pois muitos empreendimentos conseguem sobreviver a certos períodos apresentando prejuízo, mas não sobrevivem sem caixa. Com base nas informações projetadas, é possível realizar o estudo de viabilidade, que re�ete se o empreendimento é viável �nanceiramente. Existem diversos parâmetros, que podem dar apoio na avaliação da viabilidade do negócio. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 15/16 O break-even point é um parâmetro que determina o ponto em que o faturamento cobre todos os custos operacionais. Nesse ponto, a empresa não possui nem lucro ou prejuízo; o faturamento apenas cobre todas as despesas. Outro parâmetro é o payback, relacionado ao período em meses ou anos que a empresa levará para recuperar o seu investimento. Esse indicador fornece, ao empreendedor, uma estimativa de quanto tempo levará até que recupere sua aplicação inicial. Pode ser simples ou descontado, que leva em consideração o efeito do tempo sobre o dinheiro. O Valor Presente Líquido (VPL) consiste em levar, para o ano zero do projeto, todos os �uxos de caixa projetados, descontados por uma taxa mínima de atratividade (TMA), e somá-los ao valor do investimento inicial. Se o resultado dessa equação for negativo, signi�ca que o empreendedor não receberia o rendimento esperado. Por outro lado, a taxa interna de retorno (TIR) iguala o VPL ao investimento inicial. Assim sendo, a variável é a taxa, que, se for maior ou igual à TMA desejada pelo empreendedor, sinaliza que o projeto dará retornos iguais ou maiores do que os esperados. Existem muitas formas de avaliar a viabilidade, porém, o empreendedor não deve embasar sua decisão em apenas um dos parâmetros. LIVRO Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos Autores: Alexander José Dornelas, Adriana Bim, Gustavo Freitas e Rafaela Ushikubo Editora: LTC Ano: 2018 Comentário: no Capítulo 4, “Plano de negócios”, o autor mostra as etapas de desenvolvimento do plano de negócios, utilizando questões-chaves, que devem ser respondidas em cada etapa. Esse título está disponível na Biblioteca Virtual da Laureate. 21/03/2021 Roteiro de Estudos https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_665853_1&PA… 16/16 Conclusão O Canvas, por ser um modelo mais dinâmico, foca a prototipação e experimentação. Dessa forma, propõe uma abordagem prática e rápida, podendo auxiliar muito na fase de análise da oportunidade, etapa muito importante, que ocorre antes da formulação do plano de negócio. O Canvas possui uma característica, que é focar a necessidade do cliente. Portanto, a ideia original pode sofrer mudanças, visto que, durante a construção do Canvas, diversas oportunidades podem ser notadas. Podemos destacar, também, as mudanças no mercado, que tem exigido planos de negócios mais enxutos e objetivos. Assim, em muitos casos, não há necessidade de se detalharo plano de negócio e todas as suas sessões, mas continua sendo fundamental apresentar a parte �nanceira mais completa, integrando o Canvas ao plano de negócio tradicional. Referências Bibliográ�cas BERNARDI, L. A. Manual de plano de negócios: fundamentos, processos e estruturação. 2. ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2019. CHING, H. Y.; MARQUES, F. PRADO, L. Contabilidade e �nanças para não especialistas. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010 DORNELAS, J.; BIM, A.; FREITAS, G.; USHIKUBO, R. Plano de negócios com o modelo Canvas: guia prático de avaliação de ideias de negócio a partir de exemplos. Rio de Janeiro: LTC, 2018. HASHIMOTO, M.; BORGES, C. Empreendedorismo: plano de negócios em 40 lições. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. OSTERWALDER, A. PIGNEUR, Y. Business Model Generation: inovação em modelos de negócios. São Paulo: Alta Books, 2020. OSTERWALDER, A. PIGNEUR, Y. Business Model Generation. Strategyzer, 2020. Disponivel em: https://www.strategyzer.com/books/business-model-generation. Acesso em: 21 fev. 2020. https://www.strategyzer.com/books/business-model-generation
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