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FICHAMENTO - Nº 03

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1 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
 CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES- JANE VANINI 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 
CURSO BACHAREL EM DIREITO 
DISCIPLINA DIREITO CONSTITUCIONAL II 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHAMENTO I 
 
 
Integrantes do grupo: 
Albertina Paiva Barbosa 
Alexandre Francisco Almeida Ricci 
Edson Ferreira Nascimento 
 
 
Profº: Expedito 
 
 
 
 
Cáceres- MT 
2020 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
O exercício do fichamento de uma obra para o estudante, julga-se atividade im-
portante para seu aprendizado, pois o conhecimento fixado será de suma importância para 
o futuro operador do Direito, que se deterá aos estudos da área de Direito Constitucional. 
Diante disso, para a estimada disciplina, a obra selecionada pelo professor – Di-
reito Constitucional Esquematizado- de Pedro Leanza, colocou-se como importante fer-
ramenta de leitura para os estudantes, pois, o autor da citada obra consegue expor e tra-
balhar de maneira didática c de modo acessível, assuntos que, por anos, certamente, foram 
tomados por complexos, dificultando a compreensão por parte dos jovens juristas. 
O fichamento a seguir trabalhará com diversos temas, tribunais, Juizes, ministé-
rios. Funções essenciais a justiça, as forças armadas, a saúde, a segurança dentre outros 
para que o sistema político brasileiro funcione, para que seja possível seu aperfeiçoa-
mento, cada vez mais. 
Por fim, o fichamento auxiliou na compreensão dos atos gerais, das competências 
dos órgãos e de suas entidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1- O Supremo Tribunal Eleitoral Eleitoral (STE) é composto por sete membros, no 
mínimo, explique o artigo 119 da CF/88: Como o TSE se fundamenta, qual sua 
composição estrutural? 
A CF/88 possui o artigo 119 que embasa a composição do Supremo Tribunal 
Eleitoral e define a sua composição estrutural. 
Esta se realiza por, no mínimo, 7 membros: três juízes do STF, eleitos por voto 
secreto dos membros da Suprema Corte; dois juízes do STJ, eleitos por voto secreto dos 
ministros do STJ; dois juízes nomeados pelo Presidente da República, sem a necessidade 
arguição pelo Senado Federal dentre 6 advogados indicados pelo STF. 
 
 
2- A Justiça Eleitoral é caracterizada por suas competências e atribuições diversas 
como uma justiça singular. Considerando, o art. 121, caput CF/88 e o Código 
Eleitoral (lei n 4.737/65) e analisando os dispositivos constitucionais e legais, quais 
são as competências da Justiça Eleitoral. 
As competências da Justiça Eleitoral são: administrativa, jurisdicional, normativa 
e consultiva. 
Competência Administrativa: É a atribuição do juiz eleitoral organizar e 
administrar o processo eleitoral, exercer o poder de polícia, independentemente da 
existência de alguma ordem a ser resolvida. 
Competência Jurisdicional: Ações eleitorais específicas julgadas pela justiça 
especializada, como Ação de Impugnação de registro de candidatura (AIRC); Ação de 
Investigação Judicial Eleitoral (AIJE); Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME); 
Recurso Contra Diplomação (RCD). 
Competência Normativa: Por resoluções, o TSE para a fiel execução do Código 
Eleitoral poderá impedir instruções. 
AULA 11 - DATA: 02/09/2020 
TÓPICO 11.1 – 11.4 
DISCENTE: ALBERTINA PAIVA 
BARBOSA 
TEMA: Tribunais e Juízes Eleitorais; Tribunais e Juízes 
Militares; Tribunais e Juízes dos Estados; Conselho Nacional 
de Justiça 
 
REFERÊNCIAS: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 866-946 
- São Paulo, Saraiva, 2020. 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 866-868 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
4 
 
Competência Consultiva: É a atribuição que se permite, por meio da legislação, 
consultas a Justiça Eleitoral. 
 
 
3- Além das competências originárias do Supremo Tribunal Militar (STM), quais 
atribuições foram estabelecidas para julgar? 
Julgar as apelações e os recursos das decisões determinadas pelos juízes federais 
da justiça militar da União ou pelos Conselhos de Justiça. 
 
4- O Ministério Público da União pode compreender o Ministério Público Militar? 
Sim, o Ministério Público da União compreende o Ministério Público Militar de 
acordo com o art. 128, I, “c” da CF/ 88, que diz (grifo nosso): 
Art. 128, I, “c”- O Ministério Público abrange, o Ministério Público da União que 
compreende (...) o Ministério Público Militar. 
 
5- Em relação as varas agrárias estaduais que são compreendidas pela competência 
das varas especializadas estaduais. Quais as questões agrárias decorrentes e referen-
tes as varas especializadas? 
1) do domínio, da posse da terra e de direitos de vizinhança em terras rurais. assim, 
por exemplo, as ações possessórias, reivindicatórias, usucapião, de marca tórias e divisó-
rias. 
 
2) à disputa do solo, seus acessórios naturais e benfeitorias; assim, também, as 
relativas aos direitos reais sobre propriedades rurais, considerada a especificidade de da 
propriedade imobiliária rural; 
 
3) do registro público dos imóveis rurais: 
 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 871-877 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 877-891 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 868-870 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
5 
 
4) à prática da atividade agrária, assim consideradas as atividades agrárias de pro-
dução, as rurais típicas, como de lavoura, pecuária, hortigranjearia, extrato vismo animal 
e vegetal, exploração florestal, exploração florestal atípica, como a agroindústria, ativi-
dade agrária de conservação dos recursos naturais renová veis, atividades agrárias de pes-
quisa e experimentação, e atividades complemen tares da atividade agrária; excluindo-se 
as atividades relacionadas com energia hidráulica, exploração de minérios e recursos ma-
rítimos; 
 
5) dos negócios com os bens agrários e assim dos contratos agrarios, incluindo -
se as causas referentes ao crédito e fomento da atividade agrária, e as da produ ção e 
comercialização de produtos; 
 
6) para ações de reparação de dano com origem na atividade agrária". 
 
 
6- De acordo com a regra contida no art. 5º, XXXVII e LIII, quando alega-se sua 
violação, quais artigos fundamentar-lhe-ão? 
art. 93, III: "o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e 
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância"; 
 
art. 94: regra do "quinto constitucional", define que a forma de composição dos 
Tribunais, não havendo previsão de "mera convocação" para atuação em 2.° grau de ju-
risdição; 
 
art. 98, I: ao tratar dos juizados especiais, admite a composição das Turmas Re-
cursais por juízes de 1° grau e, portanto, a atuação dos juízes de 1° grau seria constituci-
onalmente admitida apenas nos Juizados, não havendo previsão par os Tribunais. 
7- Considerando o subsídio mensal do cargo de ministro do Supremo Tribunal Fe-
deral, desta feita o teto do funcionalismo público, qual a lei que legitima este valor? 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 894-896 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 897-898 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
6 
 
O valor de R$ 39.293,32 constitui o teto funcional dos servidores públicos e polí-
ticos brasileiro de todos os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), ou seja, nenhum 
outro cargo deverá ultrapassar tal valor, conforme a lei nº 13.752 de 26 de novembro de 
2018, que diz: 
Art. 1o O subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, refe-
rido no inciso XV do art. 48 da Constituição Federal, observado o disposto no 
art. 3º desta Lei, corresponderá a R$ 39.293,32 (trinta e nove mil, duzentos e 
noventa e três reais e trinta e dois centavos).Art. 2º As despesas resultantes da aplicação desta Lei correrão à conta das do-
tações orçamentárias consignadas aos órgãos do Poder Judiciário da União. 
Art. 3º A implementação do disposto nesta Lei observará o art. 169 da Consti-
tuição Federal. 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
8- O cargo de juiz de paz está expresso na Constituição Federal art. 98, II. Quais são 
suas características? 
O juiz de paz tem sua magistratura especial, eletiva e temporária; não sendo vita-
lícios; são eleitos pelo voto direto, universal, secreto com mandato de quatro anos; são 
inamovíveis; gozando da irredutibilidade de subsídios. Suas atividades desenvolvidas po-
dem ser qualificadas como estatais 
O Juiz de Paz qualifica-se como uma magistratura eletiva que dispõe da compe-
tência de caráter judiciário, contudo não exerce atividades de caráter jurisdicional, sendo-
lhe vedado. 
 
9- O Conselho Nacional de Justiça foi instituído pela EC. nº 45/2004, qual a compo-
sição e período de mandato do Conselho? 
O Conselho Nacional de Justiça é composto por quinze membros com mandato 
 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 899-900 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 900- 904 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
7 
 
 
12.1 Quais as funções essenciais da Justiça nas Evoluções das Constituições? 
Constituição de 1.824 
Apesar de não haver menção ao Ministério Público no texto do Império, o seu art. 
48 fez a previsão do Procurador da Coroa e Soberania Nacional, que tinha a atribuição de 
acusação nos crimes que não pertencessem à Câmara dos Deputados. Durante o Império, 
contudo, algumas leis fizeram referência mais específica ao Promotor Público, desta-
cando-se, dentre outros: 1830 — Código Criminal: no art. 132, falava-se em atribuição 
de acusação do Promotor para os crimes ali especificados; 1832 — Código do Processo 
Criminal: em diversas passagens se fez previsão do Promotor Público. Dentre outras atri-
buições, no seu art. 37, § 1.º, estava prevista a de denunciar os crimes públicos e policiais 
e acusar os delinquentes perante os jurados, assim como os crimes de reduzir à escravidão 
pessoas livres, cárcere privado, homicídio, ou a tentativa dele, ou ferimentos, com as qua-
lificações dos arts. 202, 203 e 204 do Código Criminal; e roubos, calúnias, injúrias contra 
o Imperador, membros da Família Imperial, contra a Regência e cada um de seus mem-
bros, contra a Assembleia Geral e contra cada uma das Câmaras. 
Constituição de 1.891 
A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891, ou Constituição de 
1891, foi a primeira constituição republicana do país, promulgada em dois anos de negociações 
após a queda do imperador D. Pedro II. Inspirada no exemplo norte-americano e moldada pela 
filosofia francesa do positivismo, foi esta a constituição que estabeleceu as principais caracterís-
ticas do Estado brasileiro contemporâneo, como o modelo presidencialista e federativo, o voto 
direto (ainda que masculino e não secreto) para representantes do executivo e legislativo, a sepa-
ração entre Estado e religião (laicidade) e a independência entre os poderes bem como o fim de 
instituições monárquicas como o Poder Moderador e o Conselho de Estado. Relativamente está-
vel, esta Constituição durou até a Revolução (ou Golpe) de 1930, sofrendo apenas uma grande 
alteração neste período (as Emendas Constitucionais de 1926). 
Constituição de 1.934 
AULA 12 - DATA: 11/09/2020 
TÓPICO 12 
DISCENTE: EDSON F. 
NASCIMENTO 
TEMA: Funções Essenciais a Justiça 
REFERÊNCIAS: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. Ed. 
Pág. 1096-1131. - São Paulo, Saraiva, 2018. 
8 
 
Na Constituição de 1934, o Ministério Público adquire verdadeiro status constitu-
cional, não tendo sido a sua previsão atrelada ao Judiciário (conforme o texto de 1891), 
mas como órgão de cooperação nas atividades governamentais (Seção I do Capítulo VI 
do Título I), destacando-se as seguintes regras (arts. 95 a 98): Organização por lei: o Mi-
nistério Público era organizado na União, no Distrito Federal e nos Territórios por lei 
federal, e, nos Estados, pelas leis locais. PGR — nomeação sem a necessidade de fazer 
parte do Judiciário: o Chefe do MPF nos Juízos comuns era o Procurador-Geral da Repú-
blica, de nomeação do Presidente da República, com aprovação do Senado Federal (sa-
batina) dentre cidadãos com os requisitos estabelecidos para os Ministros da Corte Su-
prema. Remuneração e demissão ad nutum: em termos de remuneração, o PGR tinha os 
mesmos vencimentos dos Ministros da Corte Suprema, sendo, porém, demissível ad nu-
tum. Chefes do Ministério Público no Distrito Federal e nos Territórios: referidos chefes 
eram de livre nomeação do Presidente da República dentre juristas de notável saber e 
reputação ilibada, alistados eleitores e maiores de 30 anos, com os vencimentos dos De-
sembargadores. Concurso público e estabilidade: os membros do Ministério Público Fe-
deral que serviam nos Juízos comuns eram nomeados mediante concurso e só perdiam os 
cargos, nos termos da lei, por sentença judiciária, ou processo administrativo, no qual lhes 
era assegurada ampla defesa. Comunicação de decisão ao Senado Federal na hipótese de 
inconstitucionalidade: o PGR tinha, ainda, a atribuição de, quando a Corte Suprema de-
clarasse inconstitucional qualquer dispositivo de lei ou ato governamental, comunicar a 
decisão ao Senado Federal para os fins do art. 91, n. IV , e bem assim à autoridade legis-
lativa ou executiva de que tivesse emanado a lei ou o ato. 
Constituição de 1.937 
A Constituição Brasileira de 1937 (conhecida como Polaca), outorgada pelo pre-
sidente Getúlio Vargas em 10 de novembro de 1937, mesmo dia em que implanta o perí-
odo do Estado Novo, é a quarta Constituição do Brasil e a terceira da república, de con-
teúdo pretensamente democrático. Será, no entanto, uma carta política eminentemente 
outorgada, mantenedora das condições de poder do presidente Getúlio Vargas. A Consti-
tuição de 1937, que recebeu apelido de “Polaca” por ter sido inspirada no modelo semi-
fascista polonês, era extremamente centralizadora e concedia ao governo poderes prati-
camente ilimitados. Foi redigida pelo jurista Francisco Campos, ministro da Justiça do 
novo regime, e obteve a aprovação prévia de Vargas e do ministro da Guerra, general 
Eurico Gaspar Dutra. O Governo Vargas caracterizou-se desde o início pela centralização 
9 
 
do poder. Mas ela foi ao extremo com o período de 1937-1945. Com ela, Getúlio implan-
tou um regime de liderança que durou até o fim da Segunda Guerra Mundial. E consoli-
dou o seu governo, que começara em 1930. 
Constituição de 1.946 
Com a redemocratização o Ministério Público ganha especial destaque na Consti-
tuição de 1946, disciplinado em título especial (o Título III, separado dos Poderes e tra-
tando, exclusivamente, da carreira do MP). São as seguintes e principais regras: Tribunal 
Federal de Recursos (TFR) e “regra do terço” (art. 103, caput): o TFR, com sede na Ca-
pital federal, era composto de 9 Juízes, nomeados pelo Presidente da República, depois 
de aprovada a escolha pelo Senado Federal, sendo 2/3 entre magistrados e 1/3 entre ad-
vogados e membros do Ministério Público, com os requisitos do art. 99. Regra do “quinto 
constitucional” em âmbito estadual (art. 124, V): na composição de qualquer Tribunal 
estadual, 1/5 dos lugares era preenchido por advogados e membros do Ministério Público, 
de notório merecimento e reputação ilibada, com dez anos, pelo menos, de prática forense. 
Para cada vaga, o Tribunal, em sessão e escrutínio secretos, votava lista tríplice. Esco-
lhido um membro do Ministério Público, a vaga seguinte era preenchida por advogado; 
MPU organizado por lei (art. 125): a organização do Ministério Público da União, junto 
à Justiça Comum, àMilitar, à Eleitoral e à do Trabalho se dava por meio de lei. Posteri-
ormente, a EC n. 16/65 estabeleceu que a lei organizaria o Ministério Público da União 
junto aos órgãos judiciários federais. 
Constituição de 1.967 
De modo geral, todas as regras estabelecidas no texto de 1946 foram repetidas na 
Constituição de 1967, como os referentes ao concurso público, estabilidade, inamovibili-
dade etc. O art. 138, § 2.º, conservou a previsão de que a União seria representada em 
Juízo pelos Procuradores da República, podendo a lei cometer esse encargo, nas Comar-
cas do interior, ao Ministério Público local. A grande distinção foi a alocação topográfica, 
com inegável retrocesso, já que não mais prevista a carreira do MP em título especial e 
exclusivo. A Constituição de 1967 inseriu o Ministério Público dentro do capítulo do 
Poder Judiciário, na Seção IX do Capítulo VIII. Emenda Constitucional n. 1/69 A EC n. 
1/69 manteve o Ministério Público atrelado aos Poderes. Contudo, em vez de inseri-lo em 
seção dentro do capítulo do Judiciário, como fazia a Constituição de 1967, fixou a carreira 
do MP no capítulo do Poder Executivo (Seção VIII do Capítulo VII), tendo referida 
10 
 
alocação permanecido na EC n. 7/77. Basicamente, todas as regras em relação ao con-
curso público, estabilidade, inamovibilidade, Chefia do MPF pelo PGR, participação no 
TFR, “regra do quinto” etc. foram preservadas. A representação judicial da União tam-
bém continuou nas mãos do Ministério Público Federal (cf. Lei n. 1.341/51 — Lei Orgâ-
nica do Ministério Público da União, que veio a ser substituída pela LC n. 75/93), sendo 
que o art. 95, § 2.º, da EC n. 1/69 expressamente disciplinou que, nas comarcas do interior, 
a União poderia ser representada pelo Ministério Público estadual. 
Constituição de 1.988 
Constituição de 1.988 O texto de 1988 consagrou a evolução do Ministério Pú-
blico, separando-o dos Poderes e o alocando no capítulo que trata das funções essenciais 
à Justiça (Seção I do Capítulo IV do Título IV). Em verdadeira consagração, o MP foi 
elevado à posição de instituição permanente e desatrelado, de vez, da representação judi-
cial da União, tanto é que, de maneira categórica e enérgica, o art. 129, IX, expressamente 
vedou a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas, ficando essa 
atribuição nas mãos da advocacia pública. A CF/88, em seu art. 131, caput, fez a previsão 
expressa da Advocacia-Geral da União, instituição que, diretamente ou por meio de órgão 
vinculado, passou a representar a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos 
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as ati-
vidades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. Cabe observar, 
apesar das novas regras, que, por força do art. 29, caput, do ADCT, a representação judi-
cial da União manteve-se afeta ao Ministério Público Federal até o advento da LC n. 
73/93. 
12.2 Relate sobre as funções essenciais à justiça? 
Organização do Ministério Público da União e Estadual Como se vê, o art. 128, I, 
tratou do MP da União, enquanto o art. 128, II, do MP dos Estados. No mesmo sentido 
em que no organograma do Judiciário se fala em “justiça comum” e “justiça especiali-
zada”, também aqui se observa um Ministério Público que atua na “justiça comum”, no 
caso, tanto a Federal (MPF — art. 109, nas matérias de competência da Justiça Federal) 
como a Estadual (MP Estadual), bem como aquele que atua perante os ramos especiali-
zados da Justiça Federal, quais sejam, o MPT, o MPM e também na Justiça Eleitoral, com 
as suas particularidades, como se verá no item seguinte. Cumpre notar que, apesar de no 
âmbito federal existir uma carreira própria do Ministério Público para atuação perante a 
11 
 
Justiça Militar da União, qual seja, o MPM (art. 128, I, “c”), no âmbito estadual, seja em 
primeiro grau (Auditorias Militares, que correspondem às Varas na Justiça Comum), seja 
no TJ ou no TJM onde houver (SP, MG e RS — art. 125, § 3.º, da CF/88), a atuação dar-
se-á por membro do MP Estadual, não havendo uma carreira própria e específica de Mi-
nistério Público Militar Estadual. Trata-se de Promotoria de Justiça especializada com 
atuação perante a Auditoria Militar. Por sua vez, não obstante haja ampla aproximação 
entre Estados e o DF, a previsão do MP do DF e dos Territórios como ramo do MP da 
União. 
MP Eleitoral: O MP Eleitoral não tem estrutura própria, e a sua formação, como 
se percebe pelo quadro abaixo, é mista, sendo composto de membros do Ministério Pú-
blico Federal (MPF) e do Ministério Público Estadual (MPE). Orgãos do MPE Grau de 
jurisdição Matéria de competência originária: Procurador-Geral Eleitoral (PGR); Vice-
Procurador-Geral Eleitoral (integram o MPF); TSE; Eleição presidencial; Procuradores 
Regionais Eleitorais (integram o MPF); TREs; Juízes auxiliares 6; Eleições federais, es-
taduais e distritais; Promotores Eleitorais (integram o MP Estadual); Juízes eleitorais; 
Juntas eleitorais 7; Eleições municipais. Portanto, podemos falar que a função eleitoral, 
desempenhada pelo Ministério Público, tem natureza federal e é o que se depreende do 
art. 78 da LC n. 75/93 ao dispor que as funções eleitorais do Ministério Público Federal 
perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral, que é inte-
grante do MP Estadual. Diante desse regramento, conclui Gonçalves que, “quando atuam 
como órgãos eleitorais, os Promotores de Justiça o fazem como Ministério Público Fede-
ral, estando sujeitos à legislação que rege o parquet federal”.9 Nesse sentido, o art. 72 da 
LC n. 75/93 estabeleceu ser competência do Ministério Público Federal o exercício, no 
que couber, perante a Justiça Eleitoral, das funções do Ministério Público, atuando em 
todas as fases e instâncias do processo eleitoral. 
Procurador-Geral da República: O Ministério Público da União tem por chefe 
o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República dentre integran-
tes da carreira, maiores de 35 anos, após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta 
dos membros do Senado Federal, para mandato de 2 anos,10 permitida mais de uma re-
condução, sem qualquer limite (art. 128, § 1.º). No entanto, para cada nova recondução o 
procedimento e os requisitos deverão ser observados, já que a recondução é uma nova 
nomeação. O Procurador-Geral da República poderá ser destituído pelo próprio Presi-
dente da República, dependendo, contudo, de prévia autorização da maioria absoluta do 
12 
 
Senado Federal (art. 128, § 2.º — novidade, já que, anteriormente, a escolha e a exonera-
ção davam-se ad nutum pelo Presidente da República). A regra aqui é diferente da dos 
Estados e do DF e Territórios, pois o Chefe do MPU (PGR) poderá ser destituído pelo 
próprio Executivo, após prévia autorização do Legislativo. Os Chefes dos MPs dos Esta-
dos e do DF e Territórios (Procurador-Geral de Justiça) são destituídos pelo próprio Le-
gislativo na forma da lei complementar respectiva (art. 128, § 4.º), e não pelo Executivo. 
Em relação ao subsídio do Procurador-Geral da República de que tratam os arts. 39, § 4.º; 
127, § 2.º; e 128, § 5.º, I, “c”, da CF/88, a Lei n. 11.144/2005, nos mesmos termos e 
limites da Lei n. 11.143/2005 (que fixou os subsídios dos Ministros do STF — teto do 
funcionalismo), estabeleceu que o subsídio mensal do Procurador-Geral da República se-
ria de R$ 21.500,00 a partir de 1.º.01.2005 e, a partir de 1.º.01.2006, de R$ 24.500,00, 
correndo as despesas resultantes da aplicação da lei à conta das dotações orçamentárias 
consignadas ao Ministério Público da União. 
Procurador-Geral de Justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios: 
Os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal e Territórios formarão lista 
tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seus 
Procuradores Gerais, queserão nomeados pelo Chefe do Poder Executivo (Governador 
para os Estados e Presidente da República para o chefe do MP do DF e Territórios) para 
mandato de 2 anos, permitida uma única recondução. O Chefe do Ministério Público, 
nesta hipótese, designa-se Procurador Geral de Justiça — PGJ (art. 128, § 3.º). Em relação 
ao Procurador-Geral de Justiça dos Estados, o art. 9.º da Lei n. 8.625/93 determina que a 
lista tríplice será formada pelo próprio MP, na forma da lei respectiva de cada Estado, 
mediante voto plurinominal de todos os integrantes da carreira. 
Procurador-Geral do Trabalho: Nos termos dos arts. 87 e 88 da LC n. 75/93 
(que dispõe sobre a organização, as atribuições e o Estatuto do Ministério Público da 
União), o Procurador-Geral do Trabalho será o Chefe do Ministério Público do Trabalho, 
nomeado pelo PGR, dentre membros da Instituição, com mais de 35 anos de idade e de 5 
anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facul-
tativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores,13 para um mandato de 2 anos, permitida 
uma recondução, observado o mesmo processo. Caso não haja número suficiente de can-
didatos com mais de 5 anos na carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais 
de 2 anos na carreira. A sua exoneração, antes do término do mandato, será proposta ao 
13 
 
PGR pelo Conselho Superior,14 mediante deliberação obtida com base em voto secreto 
de 2/3 de seus integrantes. 
Procurador-Geral Eleitoral: Conforme vimos, o art. 73 da LC n. 75/93 consigna 
que o Procurador-Geral Eleitoral é o próprio PGR que exerce as funções do Ministério 
Público nas causas de competência do TSE. Por sua vez, o Vice-Procurador-Geral Elei-
toral será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedi-
mentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo. Ainda, além 
do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por 
necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua 
aprovação, perante o TSE. 
Procurador Regional Eleitoral: Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral (que é o 
PGR, reforçamos) designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito 
Federal, juntamente com o seu substituto, dentre os Procuradores Regionais da República 
no Estado e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da Repú-
blica vitalícios, para mandato de 2 anos, podendo ser reconduzido uma vez. Na prática, 
buscando dar maior legitimidade — apesar da inexistência de previsão normativa —, vêm 
sendo realizadas eleições no âmbito do MPF para a escolha dos 2 nomes (candidatos a 
Procurador Regional Eleitoral e o seu substituto) e, normalmente, sem ter essa obrigação, 
o PGR vem escolhendo os integrantes da chapa mais votada. De acordo com o art. 76, § 
2.º, da LC n. 75/93, o Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituído, antes do tér-
mino do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria abso-
luta do Conselho Superior do Ministério Público Federal.17 Compete ao Procurador Re-
gional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do 
Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor. 
Nesse sentido, a Res. n. 30/2008 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), 
traçando parâmetros para a indicação e a designação de membros do Ministério Público 
para exercer função eleitoral em 1.º grau, estabeleceu competir tal atribuição ao Procura-
dor Regional Eleitoral, com base em indicação do Chefe do Ministério Público local, qual 
seja, com base na indicação do Procurador-Geral de Justiça (PGJ). 
Novas perspectivas em relação à nomeação do PGR: A “PEC Paralela do Ju-
diciário” (PEC n. 358/2005, que voltou à CD, já aprovada, como 29-A, no SF), 
14 
 
modificando o art. 128, § 1.º, explicita que o PGR deva ser oriundo do MPF e permite, é 
diferentemente. 
12.3 MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL PODE POSTULAR AUTONOMAMENTE PERANTE 
O STF, ASSIM COMO APRESENTAR SUSTENTAÇÃO ORAL, SEM QUE SE EXIJA A RATIFI-
CAÇÃO PELO PGR? 
 
O STF analisou, em um primeiro momento, a legitimidade autônoma ou não do 
MP Estadual para o ajuizamento de reclamação constitucional perante o STF (art. 102, I, 
“l”, da CF/88), nos autos da Rcl 7.358, na qual se analisava o suposto descumprimento 
da Súmula Vinculante 9 pelo TJ/SP.18. 
A discussão surgiu a partir do voto da Rel. Min. Ellen Gracie que, em razão do 
art. 46 da LC n. 75/93, entendeu que o PGR teria a atribuição exclusiva para atuação 
perante o STF. O citado art. 46 determina ser incumbência do Procurador-Geral da Re-
pública exercer as funções do Ministério Público junto ao STF, manifestando-se previa-
mente em todos os processos de sua competência 
 
12.2.6 – Relate sobre princípio do promotor natural? 
 
Além de ser julgado por órgão independente e pré-constituído, o acusado também 
tem o direito e a garantia constitucional de somente ser processado por um órgão inde-
pendente do Estado, vedandose, por consequência, a designação arbitrária, inclusive, de 
promotores ad hoc ou por encomenda (art. 5.º, LIII, e art. 129, I, c/c o art. 129, § 2.º).21 
Na doutrina o tema foi bastante debatido, chegando alguns autores a defendê-lo antes 
mesmo da atual Constituição, destacando-se, pioneiramente, Hugo Nigro Mazzilli, Jaques 
de Camargo Penteado, Clóvis A. Vidal de Uzeda e Paulo Cesar Pinheiro Carneiro. A 
CF/1988 assegura que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente (art. 5.º, LIII). Depois de muito debate, a Suprema Corte aceitou a ideia de 
promotor natural, recomendando-se a discussão no leading case, que foi o HC 67.759. 
 
12.2.7 – Relate sobre Garantias do Ministério Público? 
 
Autonomia administrativa: a autonomia administrativa consiste na capacidade 
de direção de si próprio, autogestão, autoadministração, um governo de si. Assim, o Mi-
nistério Público poderá, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a 
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público 
de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira, enfim, 
sua organização e funcionamento (cf. art. 127, § 2.º).24. 
Autonomia financeira: pela garantia institucional da autonomia financeira, ao 
Ministério Público assegurou-se a capacidade de elaborar sua proposta orçamentária den-
tro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, podendo, autonomamente, 
administrar os recursos que lhe forem destinados (cf. art. 127, § 3.º). 
 
12.2.7.2 – Relate sobre as garantias dos membros do ministério público? 
 
15 
 
Vitaliciedade: Adquire-se a vitaliciedade após a transcorrência do período proba-
tório, ou seja, 2 anos de efetivo exercício do cargo, tendo sido admitido na carreira medi-
ante aprovação em concurso de provas e títulos (art. 128, § 5.º, I, “a”). A garantia da 
vitaliciedade assegura ao membro do Ministério Público a perda do cargo somente por 
sentença judicial transitada em julgado. 
Inamovibilidade: Em razão da garantia da inamovibilidade, o membro do Minis-
tério Público não poderá ser removido ou promovido, unilateralmente, sem a sua autori-
zação ou solicitação. Excepcionalmente, contudo, por motivo de interesse público, medi-
ante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público (no caso, o Conselho 
Superior do Ministério Público26), por voto da maioria absoluta de seus membros, desde 
que lhe seja assegurada ampla defesa, poderá vir a ser removido do cargo ou função (art. 
128, § 5.º, I, “b”, modificado pela EC n. 45/2004). 
Irredutibilidade de subsídios: É assegurada ao membro do Ministério Público 
(art. 128, § 5.º, I, “c”, da CF/88)a garantia da irredutibilidade de subsídio, fixado na forma 
do art. 39, § 4.º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI; 150, II; 153, III; 153, § 2.º, 
I. Como vimosao comentar a irredutibilidade dos magistrados, o subsídio dos membros 
do Ministério Público não poderá ser reduzido, lembrando que está assegurada a irredu-
tibilidade nominal, não se garantindo a corrosão inflacionária. 
 
12.4 – IMPEDIMENTOS IM PUTADOS AO MENBROS DO MIN ISTÉRIO PÚ-
BLICO 
12.2.7.4 – Relate sobre a abrangência das garantias e impedimentos? 
 
As garantias e vedações apresentadas não têm aplicação integral, na medida em 
que o art. 29, § 3.º, do ADCT prevê a possibilidade de opção pelo regime anterior, no 
tocante às garantias e vantagens, na hipótese de o membro do Ministério Público ter sido 
admitido antes da promulgação da Constituição, observando-se, quanto às vedações, a 
situação jurídica na data da aludida promulgação. 
Assim, ou o membro do Ministério Público escolhia submeter-se às novas regras 
traçadas pela CF/88 (por nós já apontadas as garantias e vedações), ou escolhia o regime 
jurídico anterior, em que existia a regra do concurso público, da estabilidade (podendo 
ser demitidos ou por sentença judiciária, ou em virtude de processo administrativo em 
que se lhes facultasse a ampla defesa) e da inamovibilidade, a não ser mediante represen-
tação do Procurador-Geral, com fundamento em conveniência do serviço (art. 138, § 1.º, 
da Constituição de 1967). 
 
12.2.8 – Relate sobre as funções institucionais do ministério público? 
 
As funções institucionais do Ministério Público estão contempladas no art. 129 da 
CF/88. Trata-se de rol meramente exemplificativo, uma vez que seu inciso IX estabelece 
16 
 
que compete, ainda, ao Ministério Público exercer outras funções que lhe forem conferi-
das, desde que compatíveis com sua finalidade. Assim, suas funções podem ser exempli-
ficadas como segue: 
■ titularidade e monopólio da ação penal pública, na forma da lei, com a única 
exceção prevista no art. 5.º, LIX, que admite ação privada nos crimes de ação pública, se 
esta não for intentada no prazo legal (sem, contudo, observe-se, retirar a titularidade da 
ação penal pública do Ministério Público). 
■ zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância 
pública aos direitos assegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias a 
sua garantia; 
■ promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio 
público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.32 Lembrar 
que a legitimação acima referida para a ação civil pública não impede a dos outros legi-
timados, conforme se observa pelo art. 5.º da Lei n. 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública); 
■ promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de inter-
venção da União e dos Estados, nos casos previstos na Constituição; 
 ■ defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas; 
■ expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, re-
quisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar res-
pectiva; 
■ exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar 
mencionada no art. 128; 
■ requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indi-
cados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; 
 ■ exercer outras funções33 que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com 
sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de enti-
dades públicas. 
 
12.2.9 – Relate sobre a teoria dos poderes implícitos e o poder de investigação 
criminal pelo MP? 
 
Conforme estudamos no item 3.8 deste trabalho, segundo a teoria dos poderes 
implícitos, quando o texto constitucional outorga competência explícita a determinado 
órgão estatal, implicitamente, pode-se interpretar, dentro de um contexto de razoabilidade 
17 
 
e proporcionalidade, que a esse mesmo órgão tenham sido dados os meios necessários 
para a efetiva e completa realização dos fins atribuídos. 
A cláusula que outorga ao MP o monopólio da ação penal pública e o controle 
externo sobre a atividade policial legitimaria referido entendimento no sentido de se re-
conhecer o poder investigatório do MP, destacando-se: 
■ o MP não poderá presidir o inquérito policial, função precípua da autoridade 
policial; ■ a função investigatória do MP deve ser tida como excepcional e não uma ati-
vidade ordinária; 
 ■ essa excepcionalidade legitima a atuação do Parquet em casos de abuso de au-
toridade, prática 
de delito por policiais, crimes contra a Administração Pública, inércia dos orga-
nismos policiais ou procrastinação indevida no desempenho de investigação penal; 
■ deve haver a fiscalização (por parte do Poder Judiciário) da legalidade dos atos 
investigatórios, assim como o estabelecimento de exigências de caráter procedimental e 
a observância dos direitos e garantias assegurados a toda pessoa sob investigação — in-
clusive em matéria de preservação da integridade de prerrogativas profissionais dos ad-
vogados (cf. Inf. 785/STF). 
 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 1096- 1131 - São 
Paulo, Saraiva, 2020. 
 
 
1- De acordo com os instrumentos de defesa do Estado e das instituições democráti-
cas que constituem o sistema de constitucional de Crises, defina Estado de Defesa e 
Estado de Sítio? 
O Estado de Defesa corresponderá às medidas de emergência que dispõe a EC nº 
11/78 e o art. 136, caput da CF/88, com o intuito de preservar, de forma preventiva ou 
repressiva, em determinados locais restritos a ordem pública ou paz social ameaçadas, 
AULA 13 - DATA: 09/09/2020 
TÓPICOS 13.1 e 13.2 
DISCENTE: ALBERTINA PAIVA 
BARBOSA 
TEMA: Defesa do Estado e das Instituições Democráticas: 
Defesa do Estado; Estado de Sítio; Forças Armadas, 
Segurança Pública. 
(Sistema Constitucional das Crises/Estado de Sítio (Cf/88)) 
REFERÊNCIAS: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 1.105-1.120 
- São Paulo, Saraiva, 2020. 
18 
 
seja por uma situação de instabilidade institucional ou calamidade causada por desastre 
de grandes proporções da natureza. 
O Estado de Sítio corresponderá as medidas taxativas e preventivas que estão dis-
postas e previstas na CF/88 art. 137, caput, como comoção grave de repercussão nacional; 
ineficácia comprovada das medidas tomadas no Estado de Defesa; declaração de estado 
de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. 
 
 
2- Segundo a Constituição Federal de 1988, a competência privativa para decretar 
Estado de Defesa e de Sítio compete a quem ou a que órgão sob qual controle judi-
cial? 
De acordo com a CF/88, art. 84, IX: competência privativa do Presidente da Re-
pública para a decretação dos estados de defesa e de sítio, sob controle político do Con-
gresso Nacional; art. 49, IV: aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar 
o estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas. 
 
 
3- Em comparativo de tempo de duração entre o Estado de Defesa e o Estado de 
Sítio (CF/88), qual a diferença de duração do Estado de Sítio e do estado de Defesa? 
. Estado de Defesa: 
Segundo a Constituição art. 136, §2º, o tempo de duração do estado de defesa não 
será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período. 
Estado de Sítio: 
O estado de sítio de acordo com a CF/88 art. 137, I, o tempo de duração também 
será de trinta dias, podendo ser prorrogado quantas vezes forem necessárias. No art. 137, 
II, será o tempo necessário de guerra ou para repelir agressão armada. 
 
 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 1.105-1.112 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 1.113-1.120 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 1.117- 1.120 - São Paulo, Saraiva, 
2020. 
19 
 
13.3 – RELATE SOBREAS FORMAS ARMADAS? 
 
A Marinha, o Exército e a Aeronáutica constituem as Forças Armadas, sendo con-
sideradas instituições nacionais permanentes e regulares, destinadas à defesa da Pátria,15 
à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da 
ordem.16 As Forças Armadas organizam-se com base na hierarquia e na disciplina, sob 
a autoridade e comando supremos do Presidente da República, que tem por atribuições 
nomear os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus ofici-
ais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos (art. 84, XIII, na redação 
determinada pela EC n. 23, de 02.09.1999). De acordo com o art. 5.º, caput e § 1.º, da LC 
n. 97/99, os cargos de Comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são priva-
tivos de oficiais-generais do último posto da respectiva Força, sendo assegurada aos re-
feridos Comandantes precedência hierárquica sobre os demais oficiais generais das três 
Forças Armadas. Assim, os superiores hierárquicos e o Presidente da República, como 
chefe maior, com base na hierarquia e na disciplina, poderão aplicar sanções disciplinares 
de natureza administrativa. Conforme escrevemos no capítulo 11, a hierarquia e a disci-
plina são a base institucional das Forças Armadas, sendo que a autoridade e a responsa-
bilidade crescem com o grau hierárquico. A hierarquia militar17 é a ordenação da autori-
dade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças Armadas. A ordenação se faz 
por postos ou graduações e, dentro de um mesmo posto ou graduação, pela antiguidade 
(no posto ou na graduação): 
 ■ posto: é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da Re-
pública ou do Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica e confirmado em 
Carta Patente; 
■ graduação: é o grau hierárquico da praça, conferido pela autoridade militar com-
petente. Por sua vez, a disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, 
regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam 
seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do de-
ver por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo. Os membros das 
Forças Armadas, conforme estabelece o art. 142, § 3.º, são denominados militares, apli-
cando-se lhes, além das regras que vierem previstas em lei, as seguintes disposições (in-
cisos I a X, com alguns destaques apresentados nos itens seguintes):18 
■ as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas 
pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva 
20 
 
ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os 
demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; 
■ o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil per-
manente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, XVI, “c”, será transferido para a re-
serva, nos termos da lei (EC n. 77/2014); 
■ o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou 
função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressal-
vada a hipótese prevista no art. 37, XVI, “c”, ficará agregado ao respectivo quadro e so-
mente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, con-
tando-se lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a re-
serva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a 
reserva, nos termos da lei (EC n. 77/2014); 
■ ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; 
 ■ o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; 
■ o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele 
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou 
de tribunal especial, em tempo de guerra; 
 ■ o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade 
superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento 
previsto no inciso anterior; 
■ aplica-se aos militares o disposto no art. 7.º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX 
e XXV , e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV , bem como, na forma da lei e com 
prevalência da atividade militar , no art. 37, XVI, “c” (EC n. 77/2014);19 
■ a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabi-
lidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os 
deveres, a remuneração, 
as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as pecu-
liaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos 
internacionais e de guerra. 
 
13.4 – RELATE SOBRE A SEGURANÇA PÚBLICA? 
 
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, adotando um conceito moderno, “o poder de 
polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais 
21 
 
em benefício do interesse público”.31 Assim, podemos distinguir a) polícia administra-
tiva lato sensu; b) polícia de segurança, dividida está em polícia administrativa (preven-
tiva, que não deve confundir-se com a ideia de poder de polícia lato sensu do Estado) e 
polícia judiciária. Concentraremos a análise na polícia de segurança. O objetivo funda-
mental da segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é a 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio e se imple-
menta por meio dos seguintes órgãos (art. 144, I a V , CF/88): 
■ polícia federal; 
 ■ polícia rodoviária federal; 
■ polícia ferroviária federal; 
■ polícias civis; 
■ polícias militares e corpos de bombeiros militares. Trata-se de rol taxativo e 
deverá ser observado no âmbito dos demais entes federativos, que não poderão criar no-
vos órgãos distintos daqueles designados pela Constituição Federal.32 
A atividade policial divide-se, então, em duas grandes áreas: administrativa (no 
sentido estrito indicado) e judiciária. A polícia administrativa (polícia preventiva, ou os-
tensiva) atua preventivamente, evitando que o crime aconteça. Já a polícia judiciária (po-
lícia de investigação) atua repressivamente, depois de ocorrido o ilícito penal, exercendo 
atividades de apuração das infrações penais cometidas, bem como a indicação da autoria. 
Não lhe cabe a promoção da ação penal, atribuição essa privativa do Ministério Público 
nas ações penais públicas, na forma da lei (art. 129, I, CF/88). De acordo com o art. 2.º, 
da Lei n. 12.830/2013, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais 
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de 
Estado. O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe 
ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros 
da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados (art. 3.º da Lei n. 
12.830/2013). A citada Lei n. 12.830/2013 trouxe diversas garantias ao dispor sobre a 
investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, destacando-se (art. 2.º): 
■ ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da 
investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em 
lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria 
das infrações penais; 
 REFERÊNCIA: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 24. Ed. Pág. 1.248- 1.262 - 
São Paulo, Saraiva, 2020. 
22 
 
 
 
14.1 Quais as bases e objetivos da ordem social? 
Nos termos do art. 193, a ordem social tem como base o primado do trabalho e 
como objetivo, o bem-estar e a justiça sociais, estabelecendo perfeita harmonia com a 
ordem econômica, que se funda, também, a teor do art. 170, caput, na valorizaçãodo 
trabalho humano e na livre-iniciativa. A ordem econômica tem por fim (objetivo), em 
igual medida, assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. 
14.2 Relate sobre o conteúdo e seguridade social? 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social (art. 194, caput), sobressaindo os seus princípios orien-
tadores e as formas de seu financiamento. Na dicção do art. 195 da CF/88, a seguridade 
social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, 
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios. 
14.3 – EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO E JUSTIÇA DESPORTIVA 
14.3.1 Relate sobre a Educação? 
Conforme prescrito na Constituição, a educação, direito de todos e dever do Es-
tado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando 
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho (art. 205). 
Agora, o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de 
educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, assegurada inclusive 
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria (art. 208, 
I). 
14.3.2 Relate sobre a Cultura? 
AULA 14 - DATA: 11/09/2020 
TÓPICO 14 
DISCENTE: ALEXANDRE F. 
RICCI 
TEMA: Ordem Social 
REFERÊNCIAS: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. Ed. 
Pág. 790-831. - São Paulo, Saraiva, 2018. 
23 
 
Assim como a educação, também este importante tema da cultura está em pro-
cesso de análise e desenvolvimento. Novamente, pedimos escusas ao nosso ilustre leitor, 
concentrando-nos nas novidades introduzidas pelas ECs ns. 48/2005 e 71/2012. 
O art. 215 da CF/88 consagra como direito fundamental o princípio da cidadania 
cultural ao prescrever que o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cultu-
rais e o acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a 
difusão das manifestações culturais. 
14.3.3 Relate sobre o Desporto e a Justiça Desportiva? 
O desporto está previsto em sentido amplo no texto de 1988, não se restringindo 
somente ao esporte, mas englobando também a ideia de recreação, lazer, divertimento, 
uma vez que o Poder Público incentivará o lazer como forma de promoção social (art. 
217, § 3.º). Cabe lembrar, conforme já visto, que o lazer está arrolado no art. 6.º como 
direito social, apresentando íntima relação com a ideia de qualidade de vida. 
Prevista nos §§ 1.º e 2.º do art. 217, a Justiça Desportiva não integra o 
Poder Judiciário, portanto, não está arrolada no art. 92 da CF/88. Trata-se de 
órgão administrativo. 
A Justiça Desportiva tem a atribuição de julgar, exclusivamente, as questões 
relacionadas à disciplina e às competições desportivas. Nos termos do art. 50, ca-
put, da Lei n. 9.615/98 (Lei Pelé), na redação dada pela Lei n. 12.395/2011, a organização, 
o funcionamento e as atribuições da Justiça Desportiva, limitadas ao processo e julga-
mento das infrações disciplinares e às competições desportivas, serão definidos nos 
Códigos de Justiça Desportiva, facultando-se às ligas constituírem seus próprios 
órgãos judicantes desportivos, com atuação restrita às suas competições. 
Compete às entidades de administração do desporto (federação e confederação) 
promover o custeio do funcionamento dos órgãos da Justiça Desportiva que atuem junto 
a si (Lei Pelé, art. 50, § 4.º). 
Quanto aos órgãos integrantes da Justiça Desportiva, estabelece o art. 52 da Lei 
Pelé que são autônomos e independentes das referidas entidades de administração do des-
porto de cada sistema. 
14.4. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 
A EC n. 85, de 26.02.2015, reforça a necessidade de valorização da ciência, da 
tecnologia e da inovação, com destaque para essa última. A sua origem se deu em razão 
dos estudos e debates que surgiram durante a discussão, na Comissão Especial, para a 
apreciação do PL n. 2.177/2011- CD, que propõe a criação do Código Nacional de 
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Ciência, Tecnologia e Inovação com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tec-
nológica e ao desenvolvimento industrial do País. 
A introdução da palavra “inovação” abre perspectivas importantes para o aperfei-
çoamento no ambiente econômico, buscando novos produtos, processos, serviços e solu-
ções e, assim, uma arrancada em nome da prosperidade, popularizando e incentivando a 
ciência. 
14.5 - RELATE SOBRE A FAMÍLIA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, jovem E 
IDOSO? 
 “O casamento é civil e gratuita a celebração. O casamento religioso tem efeito 
civil, nos termos da lei. Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável 
entre: o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão 
em casamento. Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes.” 
“O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do 
adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, medi-
ante políticas específicas.” 
“A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso 
público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso ade-
quado às pessoas portadoras de deficiência.” 
“ O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem 
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhe, por lei ou por 
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física 
e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de 
liberdade e dignidade.” 
O ÍNDIO 
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças 
e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, com-
petindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. São terras 
tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as 
utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos 
ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, 
segundo seus usos, costumes e tradições.” 
 
 
25 
 
 
 
15.1 – QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA? 
Partindo da ideia de Estado de Direito, podemos identificar, segundo a doutrina, 
uma tríplice vertente: liberal, social e pós-social. No Estado Liberal percebe-se uma evi-
denciação do indivíduo, delineando-se um Estado não intervencionista, dentro da pers-
pectiva de “intervenção mínima”. 
A ordem econômica recebeu tratamento sistemático, pioneiramente, na Constitui-
ção do México de 1917. No Brasil, sob a influência da Constituição de Weimar, de 1919, 
a primeira a tratar da ordem econômica e da ordem social em título único (Título IV) foi 
a de 1934. 
A Constituição de 1937, embora mantendo as matérias sobre a ordem econômica 
e social, aboliu a utilização de títulos e passou a destacar, de modo simplificado, a ordem 
econômica. 
15.1.2 QUAIS SÃO OS MEIOS DE ATUAÇÃO DO ESTADO? 
O Estado pode interferir na ordem econômica de modo direto ou indireto. Quando 
se fala em atuação direta, o próprio Estado atua na economia de um país, seja em regime 
de monopólio, seja no de participação com as empresas do setor privado. 
Já quanto à atuação indireta, o Estado busca fazer prevalecer o princípio da livre 
concorrência e evitar abusos como os decorrentes de cartéis, dumping etc. 
 
15.1.3 – RELATE SOBRE O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL? 
Conforme anota José Afonso da Silva, dois são os sistemas financeiros regulados 
na Constituição: 
■ público: “que envolve os problemas dasfinanças públicas e os orçamentos pú-
blicos, constante dos arts. 163 a 169”; 
■ para público: “que ela denomina de Sistema Financeiro Nacional, previsto no 
art. 192, cujos incisos e parágrafos foram desconstitucionalizados pela Emenda Constitu-
cional 40/2003”. 
AULA 15 - DATA: 14/09/2020 
TÓPICO 15 
DISCENTE: ALEXANDRE F. 
RICCI 
TEMA: ORDEM ECONÔMICA E 
FINANCEIRA. 
REFERÊNCIAS: LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. Ed. 
Pág. 790-831. - São Paulo, Saraiva, 2018. 
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CONCLUSÃO 
Direito Constitucional é um ramo jurídico complexo e que envolve diversos as-
pectos da organização de um país. Sendo assim, o fichamento demonstrou, de maneira 
breve, a complexidade desses assuntos como funcionam tribunais, Juizes, ministérios. 
funções essenciais a justiça, as forças armadas, a saúde, a segurança dentre outros omo 
eles se comportam para defender valores e princípios benéficos a coletividade em detri-
mento de valores para a sociedade.

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