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Técnicas Cirúrgicas II Prof. José Ivan Pamela Barbieri – T23 – FMBM 1 A manutenção da via aérea desobstruída e protegida é a primeira prioridade do traumatizado. A falta de oferta de O2 é o fator mais rapidamente letal. ✓ INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL E ENDOTRAQUEAL: Contraindicações intubação nasotraqueal: fratura de base → marcada por hemorragia de conduto auditivo, “olho de guaxinim” e sinal da batalha. A avulsão da face em um trauma também impede a intubação nasotraqueal. Se o paciente estiver parado, não é possível introduzir o tubo diretamente pelo nariz. Vantagens da intubação nasotraqueal: →O tubo protege a VA contra broncoaspiração. →O tubo permite a aspiração traqueobrônquica. →O tubo mantém a VA patente, evitando a obstrução. →Presta-se ao emprego de medicação sob a forma de aerossóis. Manutenção da permeabilidade da via aérea: Acesso cirúrgico: →Traqueotomia →Cricotireoidotomia Indicação para intubação: →Oxigenação inadequada (queda pO2 arterial não corrigida pela ventilação com máscara e ambu). →Ventilação inadequada (aumento da pCO2 arterial). →Necessidade de remover secreções. →Qualquer paciente em parada cardiorrespiratória. →Qualquer paciente com risco de obstrução das VA (queimados, etc). →Queda do estado de consciência (Escala de coma de Glasgow <= 8). →Lesões graves do crânio e face que comprometam a VA. Pacientes com queimadura de face: indicação de intubação precoce (risco iminente de edema laríngeo/vias aéreas). Instrumental: →Cânulas de Guedel Retém a língua a sua base, impedindo que a língua caia e impeça a via aérea. Medição do tamanho adequado: ângulo dos lábios até o lóbulo da orelha. Insere com a cavidade para cima, e após inserção, vira a concavidade para baixo. Nas crianças, como o palato é frágil, não faz essa rotação e insere diretamente com a concavidade para baixo. Técnicas Cirúrgicas II Prof. José Ivan Pamela Barbieri – T23 – FMBM 2 Ambus e máscaras: : Traciona a língua para frente, expõe as cordas voais e introduz a cânula. Para intubações em criança: não tem a curvatura. Cânula endotraqueal e fio-guia: Introduz a cânula endotraqueal com o fio guia (rigidez) através das rimas vocais para atingir a via aérea superior e após inserção, retira-se o fio guia. Insufla o cuff (anteriormente vazio) e após introduzir a cânula, injeta ar para a cânula não se mobilizar dentro da traqueia. Sabe-se que a cânula está insuflada adequadamente: balonete que está em comunicação com a cânula – balonete também fica insuflado. Em crianças, não tem o balonete, não insufla o balão, porque a traqueia da criança não permite a pressão. Oxímetro de pulso: saturação, FC a PA. →TÉCNICA DE INTUBAÇÃO: Elevação do mento e tração da mandíbula (Jaw thrust ou Chin lift – evitar mover o pescoço, pois no momento não se sabe se há lesão em cervical). Aspiração. Cânula orofaríngea (de Guedel) Ventilação de máscara e ambu. Depois que essa oxigenação é feita dessa forma por alguns minutos para elevar a saturação, é feita a intubação orotraqueal. 1. Certificar-se de que a ventilação e oxigenação são adequadas e de que um aspirador está disponível 2. Insuflar o balão da cânula de intubação para identificar vazamentos e esvaziá-lo Técnicas Cirúrgicas II Prof. José Ivan Pamela Barbieri – T23 – FMBM 3 3. Conectar a lâmina ao cabo do laringoscópio e averiguar a luz 4. Empunhar o laringoscópio com a mão E 5. Introduzir o laringoscópio do lado D da boca do paciente, deslocando a língua para a esquerda 6. Identificar a epiglote e, a seguir, as cordas vocais Visualização da epiglote e das cordas vocais. 7. Introduzir suavemente a sonda na traqueia, evitando exercer pressão sobre os dentes e partes moles da boca 8. Insuflar o balonete da sonda 9. Conectar e ventilar com ambu e conferir a posição da sonda: a. pela visualização dos movimentos do tórax b. ausculta bilateral do tórax e do epigástrio 10. Fixar o tubo 11. Caso não seja conseguida a intubação, interromper as tentativas e ventilar novamente o paciente. Complicações: intubação esofágica, traumas das partes moles e dentes, edema de laringe. A intubação orotraqueal só pode permanecer por 7 dias, se o paciente prolongar no CTI – substitui a intubação orotraqueal por traqueotomia. Manobra de Sellick: empurra a via aérea contra esôfago – impede o vômito e pode permitir visualização melhor das vias aéreas. →Intubação de sequência rápida: 1. Comprimir a cartilagem cricoide 2. Injetar 1-2 mg/kg de succinilcolina por via IV 3. Obtido o relaxamento, intubar 4. Insuflar o balonete e averiguar posição do tubo 5. Finalizar compressão ✓ CRICOTIREOIDOTOMIA: É a abertura da membrana cricotireoidea, com o objetivo de manter a via aérea pérvia temporariamente. Técnicas Cirúrgicas II Prof. José Ivan Pamela Barbieri – T23 – FMBM 4 A cricotireoidotomia é indicada em: insuficiência respiratória aguda no trauma, quando a intubação oro ou nasotraqueal é impossível. Contraindicada: pacientes menores de 12 anos, pois nesses pacientes a única fixação é a membrana cricotireoidea, se abri-la a via aérea pode desabar dentro do mediastino (faz-se por punção). É feita por Punção: introduz agulha grossa abaixo da cartilagem tireoide e acima da cartilagem cricoide – e por meio dessa agulha, oxigena o doente. Tem duração limitada, não pode ficar mais de 40 minutos, pois pode levar a hipóxia, pois oxigena, mas não ventila e não elimina o Co2. →Técnica: Incisão cirúrgica: 1) Antissepsia; 2) Preensão da cartilagem tireoide com o polegar e o dedo médio; 3) Incisão transversa da pele e tela subcutânea; 4) Abertura da membrana cricotireoidea; 5) Introdução e fixação da cânula. Complicações: hemorragia, estenose, lesão do esôfago, lesão das cordas vocais – raros, desde que seja feita dentro da técnica. A cricotireoidotomia dura algumas horas – estabilização do paciente. ✓ TRAQUEOTOMIA: Indicada em insuficiência respiratória que necessita de ventilação mecânica por tempo prolongado. →Técnica: 1. Incisão transversa a 3-4cm acima da fúrcula esternal. Técnicas Cirúrgicas II Prof. José Ivan Pamela Barbieri – T23 – FMBM 5 2. Hemostasia e abertura do musculo platisma. 3. Afastamento do istmo da glândula tireoide. 4. Dissecção e abertura da fáscia pré-traqueal 5. Secção da fata anterior do 3º ou 4º anel traqueal 6. Introdução da cânula 7. Revisão da hemostasia 8. Síntese parcial da pele (deve existir um espaço vazio entre a cânula e parede traqueal, para o ar não sair para o subcutâneo e promover um enfisema subcutâneo, então deixa um pedaço aberto para o ar escapar para fora. Depois de algumas horas, a traqueia sobre edema e oclui esse orifício.) 9. Fixação da cânula Dificuldades técnicas e complicações: Impossibilidade de estender o pescoço, presença da tireoide e hemorragias.
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