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DIREITO PENAL 1) Interpretação autêntica: é aquela praticada pelo próprio legislador, por meio de lei posterior ou no próprio texto da lei. 2) Interpretação doutrinária: tipo de interpretação realizada pela doutrina (estudiosos e teóricos do Direito). 3) Interpretação judiciária (jurisprudencial): é fruto das decisões de juízes e tribunais, que a realizam aplicando a lei aos casos que julgam. Quantos aos Meios Já essa categoria possui cinco espécies. Vejamos: 1) Interpretação histórica: busca entender a lei através da análise da sociedade à época em que a norma foi elaborada. Busca entender as discussões que envolveram a elaboração da norma, bem como os motivos determinantes e o contexto social da época. 2) Interpretação sistemática: interpretação relacionada com a coerência apresentada pela lei. Essa coerência é determinada através da comparação da lei com as demais leis que fazem parte do ordenamento jurídico. 3) Interpretação teleológica: a interpretação teleológica, como o próprio nome diz, relaciona a lei com sua causa final, ou seja, busca a finalidade da lei interpretada. 4) Interpretação lógica: utiliza da dedução (raciocínio) para encontrar o sentido da lei. 5) Interpretação literal (ou gramatical): essa última categoria é autoexplicativa. Trata da interpretação da lei através da gramática (e do significado das palavras nela contidas). Interpretação Quanto ao Resultado A última categoria possui apenas três espécies, listadas a seguir: 1) Interpretação extensiva: como falamos anteriormente, a interpretação da lei busca identificar seu sentido, a sua vontade. Em alguns casos, dizemos que o conteúdo da lei (seu texto) não foi suficiente para alcançar a sua vontade, fazendo-se necessário ampliar seu alcance. A esta ampliação na interpretação da lei chamamos de interpretação extensiva. 2) Interpretação restritiva: é o oposto na interpretação extensiva. Nesse caso, dizemos que o texto da lei foi além do que deveria (alcançando mais do que é a vontade da lei). Nesse caso, o alcance do texto deve ser restringido, resultando na chamada interpretação restritiva. 3) Interpretação declarativa: é a mais simples interpretação quanto ao resultado. Admite-se que o que está previsto no texto da lei é exatamente a sua vontade. Não se deve ampliar nem restringir seu sentido ou alcance. Analogia, Interpretação Analógica e Interpretação Extensiva A analogia é forma de integração da lei. Quando a lei não prevê a solução para um caso, a analogia permite a aplicação de uma norma parecida. É a chamada análise por semelhança. -em Direito Penal, só é possível a utilização da analogia in bonam partem (para beneficiar o acusado). Na interpretação analógica, temos uma cláusula genérica na lei penal, que permite uma interpretação mais ampla da norma. -a interpretação analógica, ao contrário da analogia, pode ser utilizada em prejuízo do acusado! a interpretação extensiva nada mais é do que aquela realizada para ampliar o alcance da lei, pois o texto da lei não é suficiente para atingir a sua vontade. veja que o termo CASA não é suficiente para atender o alcance desejado pela norma constitucional. É óbvio que a proteção citada pelo inciso XI não deve se restringir às CASAS, e sim se estender a outros ambientes, como consultórios, empresas, lojas, entre outros. -a interpretação extensiva também pode ser utilizada em desfavor do acusado. TEMPO DO CRIME Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. -Essas três teorias são utilizadas para determinar o tempo do crime Entretanto, apenas uma delas foi adotada por nosso Código Penal. 1-Teoria da Atividade: considera-se que o crime ocorreu no momento da conduta, ainda que outro seja o momento do resultado. 2- Teoria do Resultado: considera-se que o crime ocorreu no momento do resultado. 3- Teoria Mista: considera-se que o crime ocorreu tanto no momento da conduta quanto no momento do resultado. Eventualmente você irá se deparar com situações em que duas leis penais entrarão em conflito. E, nesse momento, será necessário conhecer as soluções para tais conflitos (que te permitirão decidir qual lei deverá ser aplicada). Existem quatro categorias de conflitos da lei penal. São elas: 1-Abolitio Criminis: Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. -Por força da retroatividade benéfica, a nova lei irá retroagir em benefício de todos aqueles que estão sendo acusados, sendo processados ou mesmo cumprindo pena por aquela conduta criminosa. -ocorrerá a chamada extinção da punibilidade do agente. -a abolitio criminis faz cessar apenas os efeitos PENAIS. -se sobrevier a abolitio criminis pelo crime que este foi condenado, ele voltará a ser considerado réu primário! Novatio Legis Incriminadora a nova lei cria um novo crime. Uma conduta que antes não era punível na esfera PENAL passa a ser considerada como delituosa. -é um caso de lei penal em prejuízo. -leis penais em prejuízo não podem retroagir. Novatio Legis In Pejus – Lei Nova Mais Severa temos a entrada em vigor de uma lei que não cria uma nova conduta criminosa, mais piora a situação do acusado, réu ou condenado de alguma forma, como, por exemplo, aumentando a pena cominada para o delito. -não pode retroagir em prejuízo Novatio Legis In Mellius – Lei Nova Mais Benéfica -beneficia o agente delitivo. -a nova lei em benefício deverá retroagi beneficiando o acusado. Ultratividade, Retroatividade e Extra-Atividade o primeiro passo para isso é entender que a retroatividade da lei penal é apenas uma espécie da chamada extra-atividade da lei penal. A extra-atividade da lei penal, portanto, se apresenta da seguinte forma: -a extra-atividade da lei penal nada mais é que sua aplicação a fatos ocorridos fora de sua vigência. Isso pode ocorrer de duas formas: através da retroatividade (aplicação a fatos anteriores) ou da ultratividade (aplicação a fatos posteriores). -Vejamos a representação de um exemplo de retroatividade: Vejamos agora um caso de ultratividade: PONTOS RELEVANTES -a possibilidade de combinação de leis penais e a súmula 711 do STF. Vamos começar pela Súmula 711: -A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. -se a questão tratar de um crime continuado ou permanente, você vai aplicar sempre a última lei vigente antes da conduta delitiva se encerrar, seja ela mais grave ou mais benéfica. Ex: O sequestro é um crime permanente (crime cuja conduta se protrai no tempo), ou seja, enquanto a vítima estiver sequestrada, você vai considerar que está ocorrendo a ação ou omissão criminosa. Enquanto durar o sequestro, mesmo que seja por um ano, você pode considerar todo o período como o tempo do crime. -Você vai sempre aplicar a última lei vigente antes de cessar a permanência, não importando se ela é melhor ou pior para o autor. -Não é possível a combinação de leis por seu aplicador.