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Física da Ultrassonografia

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/
DESCRIÇÃO
Os conceitos da Física aplicados à ultrassonografia, suas características de imagem nos diversos tipos
de tecido em seus aspectos normais e patológicos.
PROPÓSITO
Compreender o funcionamento do aparelho de ultrassonografia para a aquisição e formação das
imagens, percebendo os aspectos do padrão de normalidade e suas alterações nos diversos tecidos do
corpo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
/
Identificar os princípios físicos envolvidos na produção do ultrassom e no funcionamento do
equipamento aplicados à formação da imagem
MÓDULO 2
Relacionar aspectos patológicos por comparação com a ecogenicidade normal dos tecidos analisados
INTRODUÇÃO
A ultrassonografia é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas ultrassônicas de alta
frequência para gerar imagens do corpo humano.
 ATENÇÃO
Ultrassom é um tipo de radiação não ionizante sobre o qual iremos aprender. Por enquanto, lembre-se de
que o ultrassom não causa efeitos biológicos no paciente e não faz mal para a saúde.
O feixe de ultrassons é emitido por um acessório chamado transdutor, que atravessa o corpo do
paciente, reagindo com os tecidos e seguindo alguns princípios acústicos que estudaremos aqui
também. A depender do tipo de tecido, alguns feixes refletem e voltam para o transdutor, que capta o
sinal recebido e produz pixels na tela do aparelho. Conforme a intensidade do ultrassom recebido, o
pixel pode ser mais escuro ou mais claro, formando, dessa forma, a imagem na tela do equipamento.
A primeira coisa que precisamos fazer é diferenciar o ultrassom dos raios X.
Os raios X atravessam o corpo do paciente e podem ser mais ou menos absorvidos pelos tecidos,
formando imagem por projeção de acordo com o grau de absorção (atenuação) do feixe.

Com o ultrassom, é parecido, no entanto, os raios X não dependem de meio material para se propagar.
Como assim? São esses detalhes importantes para os estudantes da área de Saúde que iremos
estudar. Para isso, abordaremos os princípios físicos que envolvem sua produção, propagação,
/
interação com o tecido e os princípios envolvidos na formação da imagem.
MÓDULO 1
 Identificar os princípios físicos envolvidos na produção do ultrassom e no funcionamento do
equipamento aplicados à formação da imagem
FORMAÇÃO DA IMAGEM EM
ULTRASSONOGRAFIA
PRINCÍPIOS FÍSICOS
Ultrassom é uma onda de natureza mecânica, ou seja, depende de um meio físico para se propagar. A
maior ou menor propagação do ultrassom depende de vários fatores:
Tipo de objeto
Impedância acústica
Comprimento
Frequência
Conheceremos os principais fatores para entendermos melhor.
 SAIBA MAIS
Os sons também são ondas mecânicas. Você sabia? Se você bater com a mão em um pedaço de madeira e
em um pedaço de espuma, vai perceber que a propagação do som é diferente em cada tipo de meio físico.
O ultrassom é um tipo de radiação não ionizante, pois sua energia não quebra ligações químicas entre
moléculas orgânicas. A energia do ultrassom é determinada por sua frequência e comprimento de onda.
O ultrassom está na faixa de frequência acima de 20 KHz (2 x 104 Hz), acima do som audível e bem
/
abaixo da frequência da luz visível (na faixa de 1014 Hz), que é o parâmetro para determinar se uma
energia é ionizante ou não.
O ouvido humano consegue perceber vibrações sonoras entre 20 Hz e 20 KHz. Vibrações maiores
ou menores não são percebidas. Por isso, não é possível ouvir ou ver o ultrassom interagindo
com o tecido humano.
Propriedades do ultrassom
Toda energia ondulatória, seja ela mecânica ou eletromagnética, tem características em comum. A
frequência, por exemplo, é o número de vibrações ou ciclos realizados em 1 segundo. A frequência de
uma onda é medida em Hertz (Hz) e feixes ultrassônicos têm frequência acima de 20.000 Hz (ou 20
KHz).
A frequência está inversamente ligada ao comprimento da onda. Ou seja, quanto maior o comprimento
da onda, menor a sua frequência. Na física ondulatória, o comprimento de onda é medido em metro (m)
e compreende a distância entre dois picos de vibração. Em um pacote de energia fixo, para
conseguirmos mais frequência, o comprimento da onda precisa reduzir. Veja:
 
Fonte: Wikimedia commons / CC BY-SA 3.0
 Baixas frequências, altas frequências.
 COMENTÁRIO
No exame ultrassonográfico, feixes de comprimento curto e alta frequência permitem visualizar estruturas
mais superficiais, como vasos e tendões. Feixes de comprimento mais alto tendem a penetrar mais na pele, o
que favorece a visualização de estruturas mais profundas, como o fígado e os rins, por exemplo.
A amplitude é o comprimento transversal da onda, que compreende a sua altura. A amplitude está mais
associada à energia e à capacidade de reflexão de uma onda. Quando maior a amplitude, mais eco é
produzido no tecido.
Embora não considerado nos exames ultrassonográficos, a onda pode ser avaliada por seu
período. Definido como o tempo necessário para se formar um ciclo ou vibração da onda, o
período é fisicamente considerado o inverso da frequência.
Sobre as características inerentes às ondas mecânicas, vamos conhecer a velocidade e a impedância
acústica.
A velocidade de propagação é a distância percorrida pela onda em um intervalo de tempo. Medida em
metro por segundo (m/s), a velocidade de propagação do ultrassom varia conforme a densidade do
/
material e sua impedância acústica.
No ar, ondas mecânicas se propagam a uma faixa de velocidade entre 300 e 1.000 m/s.

Em ambientes aquosos, a propagação ocorre a uma velocidade de até 1.500 m/s.

Em metais, a velocidade do som varia entre 2.000 e 4.000 m/s.
 RESUMINDO
O som se propaga melhor em sólidos do que em líquidos e perde energia em ambientes gasosos, uma vez
que os átomos estão mais próximos em sólidos e mais afastados em gases.
Como o corpo humano é composto de 80% de água, o equipamento de ultrassom é calibrado com um
valor médio de 1.540 m/s, associado ao líquido corporal (água).
A impedância acústica é a resistência oferecida pelo tecido à propagação da onda sonora. Cada objeto
tem uma impedância diferente, diretamente relacionada:
Ao tipo de objeto

À densidade

À velocidade de propagação
Usamos esse conceito quando estamos avaliando duas estruturas com interfaces adjacentes na
imagem. Quanto maior a diferença de impedância acústica na interface entre os dois tecidos, teremos
/
mais reflexão e menos propagação. Por outro lado, quando são dois tecidos semelhantes, com valores
próximos de impedância, o feixe ultrassônico propaga mais e reflete menos.
A relação deste conceito com a imagem nós aprenderemos mais adiante.
Produção do ultrassom
EFEITO PIEZOELÉTRICO
O efeito piezoelétrico é um fenômeno natural. Estudado pelos cientistas Pierre e Jacques Curie, o efeito
pressupõe que certos cristais (como o quartzo) produzem ondas mecânicas de alta frequência ao serem
estimulados por carga elétrica. Um fato interessante descoberto pelos cientistas é que o efeito também
acontecia ao contrário: quando estimulada por ultrassom, a estrutura cristalina vibra e produz carga
elétrica. Você vai aprender que essa é a base da formação de imagens ultrassonográficas: o efeito
piezoelétrico reverso.
 
Fonte: EnsineMe
 Representação do efeito piezoelétrico.
O efeito foi assim denominado por causa de suas manifestações físicas em cristais naturais. Entretanto,
pelo baixo rendimento do quartzo, os cristais para uso clínico são formados por um composto chamado
titanato zirconato de chumbo (PZT), com as mesmas características e maior rendimento.
O transdutor é composto de uma determinada quantidade desses cristais, associada a um sistema
elétrico, que estudaremos a seguir. A vantagem do PZT sobre o quartzo é a maior facilidade de
confecção desses cristais nos mais variados formatos, que variam conforme o tipo de transdutor em que
será montado (BRANDT; HELMS, 2015)
Ao receber ultrassom e convertê-lo em carga elétrica, o cristal PZT sofre efeito piezoelétrico.
Quando produz e emite ultrassom por estímuloelétrico, ocorre o efeito piezoelétrico inverso.
INTERAÇÃO DO ULTRASSOM COM O MEIO
Emitido do transdutor, o ultrassom interage com o meio aéreo. Como a velocidade de propagação do
som no ar é baixa, é necessário reduzir ao máximo o espaço entre o transdutor e o tecido. Por esse
motivo é que utilizamos o gel condutor, pois ele reveste a borracha do transdutor e reveste a pele,
reduzindo o espaço entre as duas superfícies. Assim, o espaço é preenchido e o gel facilita a condução
do ultrassom do transdutor ao tecido e vice-versa. Quando o ultrassom é emitido, parte de sua energia é
dissipada e parte é espalhada. Se as ondas ultrassônicas interagem com estruturas de impedâncias
acústicas diferentes, ocorre a reflexão do pulso de ultrassom, fenômeno conhecido como eco.
Quando isso acontece...
O pulso refletido sensibiliza os cristais PZT do transdutor e são convertidos em carga elétrica de energia
proporcional.
/

Essa carga é convertida em sinal digital e exibida no monitor como pontos (pixels) brancos.
Se a impedância acústica das interfaces é similar, o pulso de ultrassom continua a se propagar. Não
havendo interface mais densa, o pulso se dissipa e não retorna ao transdutor. Quando não há retorno,
os pixels são exibidos em cor preta na tela do monitor.
Esse processo você entenderá melhor a seguir.
Equipamentos e acessórios em ultrassonografia
O equipamento de ultrassonografia é um conjunto de dispositivos mecânicos, elétricos e digitais,
utilizados na produção e análise das imagens.
Basicamente, o equipamento de ultrassonografia é composto de:
Unidade central de processamento
Dispositivos de entrada e saída de dados
Unidade de conversão de sinal (conversor ADC)
Conjunto de transdutores (emissão e recepção do ultrassom)
UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO (CPU)
De forma genérica, a CPU é um conjunto formado pelo chip processador, memória do sistema e disco
de armazenamento fixo. São componentes fundamentais, sem os quais desktops (computador de
mesa), workstations (desktops de uso profissional) ou laptops (portáteis) não funcionariam.
Como a CPU funciona para fazer um programa “rodar”?
 
Fonte: Shutterstock.com
 Unidade Central de Processamento do ultrassom.
O processador interpreta e executa instruções lógicas (software) e controla o tráfego de informações.
Para “rodar” um software, os dados processados são armazenados temporariamente na memória RAM,
/
que se apaga assim que o software é fechado. Quando é necessário armazenar dados por mais tempo
(imagens, por exemplo) o registro é feito em disco fixo (HD), pendrive (móvel) ou em clouds (HDs
virtuais).
DISPOSITIVOS DE ENTRADA E SAÍDA DE DADOS
 
Fonte: Shutterstock.com
Para o processador tratar os dados, precisamos inserir comandos no sistema. No equipamento de
ultrassom, utilizamos um teclado, botões específicos (gain, por exemplo) e um apontador (mouse ou
trackball), para manipulação da imagem. Por meio de cliques, digitação ou por botões, o usuário dá o
comando para a CPU executar.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Painel de controle e a tela de projeção da imagem produzida pelo ultrassom.
Quando clicamos para visualizar ou realizar um exame, a resposta é dada pelo monitor: o principal
dispositivo de saída. Como o tamanho e a resolução do monitor influenciam na qualidade da imagem, os
fabricantes comercializam o sistema completo. Cada empresa trabalha com padrões e recursos
diferentes, visando alcançar diferencial de mercado, maior qualidade do produto final e uma melhor
experiência para o usuário.
CONVERSOR ANALÓGICO/DIGITAL
O computador não pode processar ou registrar os dados da forma como eles chegam pelo transdutor. O
processamento de dados digitais é realizado por código binário. Por isso, o sinal de entrada (ultrassom),
que é analógico, precisa ser convertido para que a imagem digital seja formada no computador.
Cada ponto na tela do monitor equivale a 1 pixel (picture element), que é exibido de duas formas: branco
(código 1, com sinal) ou preto (código 0, sem sinal). As tonalidades de cinza se formam pela
aglomeração de pixels brancos e pretos, com aspecto de cinza mais claro ou escuro de acordo com a
predominância de um dos tons.
Ao tamanho total da imagem é dado o nome de FOV (field of view ou campo de visão).
Ao número total de pixels presentes em um determinado FOV é dado o nome de matriz.
/
Quanto maior o número de pixels (para um mesmo FOV), maior será a matriz, menores serão os pixels
e melhor será a resolução da imagem. Se a matriz é menor (para um mesmo FOV), os pixels serão
maiores, menos numerosos e pior será a resolução da imagem.
 
Fonte: Shutterstock.com
Como o computador só entende código binário e o transdutor converte o ultrassom recebido em carga
elétrica, o processamento do sinal é realizado por um conversor ADC (analogic-digital coverter). Este
dispositivo converte a frequência do sinal recebido por amostragem (fracionamento do sinal em
intervalos discretos) e quantização (atribuição de valores para essas amostras). Esse dispositivo é bem
similar ao decoder de antena digital, que convertia o sinal VHF (radiofrequência) em sinal digital, na tela
das TVs mais antigas, produzidas antes da mudança para TV digital.
A codificação é justamente a conversão dos valores quantizados em código binário, transformando cada
amostra em bits, para a formação dos pixels. Se pareceu confuso, lembre-se de que o conversor ADC
transforma o sinal analógico em código binário, para que o processador interprete e transforme os
códigos em pixels, no monitor do equipamento.
Transdutores
O transdutor, também conhecido como sonda ou probe, é o equipamento utilizado para a aquisição das
imagens. Diferentemente do tubo de raios X, o transdutor tem dupla função: emissor e receptor do sinal.
Como assim? É justamente o efeito piezoelétrico que permite esse modo de aquisição. Os raios X
trabalham com atenuação e o transdutor, por sua vez, com reflexão das ondas ultrassônicas. Mas
quais são os componentes do transdutor responsáveis por realizar essa emissão/recepção de
sinal?
Composição e funcionamento
Em substituição dos cristais de cerâmica (que são muito instáveis), os transdutores de ultrassom médico
são fabricados com cristais sintéticos, de mesmas propriedades. Esses cristais formam arranjos de
pastilhas alinhadas e protegidas do atrito com a pele por uma proteção emborrachada. Abaixo desta
borracha e sobre os cristais, temos uma camada composta de lentes, que focalizam os feixes mais
difusos. Em seguida, uma camada adesiva mantém fixa uma fileira de cristais sintéticos.
O sistema é montado sobre um bloco de apoio e conectado a um circuito eletrônico com dupla função:
Fornecer corrente elétrica aos cristais para emitirem ultrassom.
&
Enviar a carga coletada nos cristais ao PC, para o processamento da imagem.
 
Fonte: EnsineMe
/
 Transdutor
Tipos e modos de aplicação

 
Fonte: Shutterstock.com
TRANSDUTOR LINEAR
O transdutor linear é uma sonda cujos cristais estão organizados em linha reta. Na tela do equipamento,
sabemos que um transdutor linear está selecionado pelo formato quadrado da imagem na tela. Devido a
seu arranjo justaposto, os cristais são ativados mais rapidamente e produzem feixes com alta
frequência. Em razão disso, são produzidos ecos de alta amplitude e esses transdutores produzem
imagens de alta definição. No entanto, o baixo comprimento de onda não permite muita penetração, o
que prejudica a visualização de estruturas mais profundas (maior que 5cm da pele). Por isso, o uso de
transdutores lineares é indicado para avaliações vasculares, da tireoide, de olhos, de testículos, da
musculatura superficial e para o estudo osteoarticular.
IMAGEM
javascript:void(0)
/
Outro ponto importante a ressaltar é que a imagem fica limitada ao tamanho do campo quadrado, o
que dificulta a visualização de estruturas adjacentes. Além disso, avaliação anatômica em
pacientes obesos pode ser dificultada, em razão da camada adiposa, queaumenta a profundidade
de algumas estruturas, como algumas veias e artérias, por exemplo.
 
Fonte: Shutterstock.com
TRANSDUTOR CONVEXO
O transdutor convexo é um tipo de sonda com os cristais organizados de modo angulado, trapezoidal.
Como resultado, temos um feixe em leque, em que a porção superior tem um campo de visualização
menor, que vai aumentando em direção a maiores profundidades, na porção inferior da tela. Os cristais
PZT operam a frequências mais baixas, emitindo feixes com maior comprimento de onda, o que facilita a
visualização de estruturas mais profundas. O arranjo curvo aumenta o campo de visualização na porção
terminal do leque, favorecendo a visualização do interior abdominal. No entanto, como o transdutor
opera com frequências baixas, a resolução espacial da imagem é mais precária e, por isso, prejudica a
nitidez da imagem.
TRANSDUTOR CONVEXO
javascript:void(0)
/
O uso de transdutores convexos, ao contrário dos transdutores lineares, pode ser a última
alternativa para a realização de exames em pacientes muito obesos, dado o seu maior alcance em
regiões mais profundas. Atualmente, os fabricantes desenvolvem recursos para melhorar a
resolução da imagem. Entretanto, é importante ponderar se os ajustes excessivos no
processamento da imagem podem prejudicar a visualização real da região, “mascarando” algumas
áreas e prejudicando o diagnóstico.


 
Fonte: Shutterstock.com
TRANSDUTOR ENDOCAVITÁRIO
O transdutor endocavitário, como o nome sugere, é utilizado para avaliação interna de cavidades,
geralmente, utilizado para avaliação do reto e transvaginal. É um pequeno transdutor convexo, montado
javascript:void(0)
/
sobre uma estrutura anatomicamente cilíndrica, projetada para facilitar a penetração nas cavidades sem
causar desconforto ou lesões.
Como as estruturas visualizadas ficam bem próximas do transdutor, geralmente, são construídos com
arranjos de cristais de alta frequência (entre 2,5 e 5 MHz), que pode ser ajustada em casos de
estruturas muito profundas. Para produzir imagens transversas ou longitudinais, basta que o operador
rotacione o transdutor já posicionado internamente na cavidade. Na posição normal de empunhadura, o
equipamento realiza cortes longitudinais.
TRANSDUTOR ENDOCAVITÁRIO
Como o método é mais invasivo, é padrão proteger o transdutor com um preservativo, que auxilia
também na lubrificação de entrada. Por esse mesmo motivo, o método requer do operador maior
sutileza nos movimentos e agilidade na aquisição das imagens.
 
Fonte: Shutterstock.com
TRANSDUTOR SETORIAL (PHASED ARRAY)
O transdutor setorial tem pequeno porte, formado de borracha quadrada, muito utilizado para
avaliação ultrassonográfica das câmaras cardíacas, técnica conhecida como ecografia. O equipamento
javascript:void(0)
/
precisa ser pequeno para ser facilmente posicionado nos espaços intercostais na aquisição de imagens.
No entanto, sendo quadrado e linear, produziria um campo de visão muito pequeno para um órgão de
grandes dimensões como o coração. Por isso, este transdutor é projetado por arranjo de fase (phased
array).
TRANSDUTOR SETORIAL
Nesta técnica, os cristais são ligados em sequência e ativados por controle eletrônico, com 10ns
(nanosegundos) de atraso. Isso permite maior abertura do feixe, mesmo com o arranjo linear.
Assim, podemos formar um feixe com abertura curva, com melhor foco em uma arquitetura
compacta. Ou seja, o formato curvo da imagem não é gerado pela geometria física do transdutor,
mas sim pelo método de sequenciamento e ativação dos cristais.

O software do equipamento ultrassonográfico
 
Fonte: EnsineMe
 Tela do ultrassom em repouso.
 COMENTÁRIO
Esta imagem representa a tela do equipamento de US em repouso, no modo B. De uma forma genérica a
todos os fabricantes, a parte superior representa a região mais próxima à borracha de contato e os
indicadores à direita representam a profundidade em centímetros.
Veja que a cor da tela é predominantemente preta, justamente porque o ultrassom é emitido pelo
transdutor, interage com o ar (O2) e não sofre reflexão. Sem eco retornando ao transdutor, não há sinal e
os pixels permanecem pretos. Na parte superior, temos alguns tons cinzas que representam a interação
do feixe ultrassônico com a borracha de contato e com as lentes, que produzem algum tipo de eco
/
superficial. O formato da tela também irá depender do tipo de transdutor selecionado para uso. A tela
permanecerá quadrada quando o transdutor linear estiver selecionado, da mesma forma que a tela terá
um formado trapezoide curvo quando o transdutor convexo estiver selecionado.
 ATENÇÃO
Atenção importante também ao body mark ou body point (veja o “P” na imagem anterior): trata-se de um
sinal, localizado na parte superior da imagem, que indica a posição do marcador no transdutor. A posição
correta do marcador determina a direção do fluxo ou a posição da estrutura anatômica na tela do monitor.
Caso essa marcação seja alterada (esquerda ou direita), a estrutura inverte de sentido também. Em outras
palavras, se a marcação estiver à esquerda, o operador precisa manter essa marcação do transdutor à
esquerda do paciente para o feixe ultrassônico ser emitido no sentido correto.
Na esquerda da imagem, temos algumas informações numéricas.
As mais importantes são:
A frequência do transdutor (F = 7.5 – 10.5 MHz)
O alcance (FR = 7.5 MHz)
O ganho (GN = 50 dB)
A profundidade ou depht (D = 14.0)
A faixa dinâmica (DR = 50 dB)
A potência (PWR = 75 dB)
/
Outros recursos podem ser incrementados conforme o fabricante e modelo do equipamento. Os
recursos extras mais utilizados são o estabilizador de imagens e os recursos de otimização de contraste
e nitidez.
MODOS DE OPERAÇÃO DO SOFTWARE
Um equipamento convencional de ultrassom médico opera em 4 modos específicos: A, B, M e D. O
software do equipamento recebe uma configuração diferente em cada um desses modos de aquisição
de dados. Veja a seguir.
O modo de amplitude (modo A) talvez seja o mais antigo. Neste método de aquisição de imagem não
evidenciamos imagens morfológicas, mas sim o comportamento senoidal das ondas na interação com o
objeto analisado. A imagem é basicamente uma linha horizontal, que rola da esquerda para a direita,
demonstrando “picos” com alturas variadas. A linha contínua representa o pulso contínuo de ultrassom.
Já os picos representam cada eco produzido e recebido pelo transdutor. A amplitude (altura ou tamanho)
deste pico representa a intensidade do eco. Na área médica, é utilizado para avaliação das válvulas
cardíacas, com uma técnica chamada ecografia transesofágica (ETE). Esse modo também é utilizado
nos ensaios não destrutivos por ultrassom. Uma falha em uma chapa metálica, por exemplo, produz
picos fora do intervalo normal ou picos com amplitudes diferentes do normal para o material,
caracterizando a falha.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Tela do ultrassom no modo (A) de amplitude.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Tela do ultrassom modo (B) de brilho.
O modo de brilho (modo B) é o mais difundido na Medicina. Evidencia imagens anatômicas pela
diferença entre pulsos refletidos e absorvidos. Cada eco recebido no transdutor é convertido em pontos
luminosos na tela. Quanto maior for o brilho apresentado no monitor, maior será a intensidade do eco
produzido pelo tecido. A posição do transdutor sobre o paciente pode produzir imagens em dois eixos:
longitudinal e axial. Neste modo, o operador pode produzir imagens estáticas ou realizar clipes,
gravando trechos, fazendo varredura com o transdutor. As imagens podem ser formadas por dois eixos
diferentes: em projeção axial (fazendo imagens transversais ou “fatias”) ou em projeção longitudinal
(cortes ao longo do maior eixo). Cada cor apresentada na tela representa uma característica específica
do tecido.
O modo de movimento (modo M) é muito utilizado em ecocardiografia, pois demonstra o
comportamento ultrassônico dos tecidos ao longo do tempo. Por isso, aimagem representa um faixa
horizontal, que rola da esquerda para direita em função do tempo. O modo M pode ser combinado ao
modo B, para demonstrar o movimento das estruturas, principalmente, tecidos, como o miocárdio ou a
peristalse esofágica. Além disso, o modo M pode mostrar alterações no movimento das válvulas
cardíacas.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Tela do ultrassom no modo (M) de movimento.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Tela do ultrassom no modo (C ou D) Doppler.
O modo Doppler (modo C ou D) é o mais moderno que permite um estudo não invasivo da
hemodinâmica corporal. Neste método, o equipamento mede a quantidade de líquido que flui em
determinado trecho em um intervalo de tempo. Neste modo, você encontra recursos para delimitar o
campo de análise e o sistema colorido permite mapear os trechos com maior ou menor fluxo. Na
verdade, o doppler é mais um recurso, que pode ser associado ao modo B e ao modo M, dependendo
do tipo de análise. Em uma investigação vascular, por exemplo, é comum associar o modo B ao Doppler,
para a investigação de trombos (coágulos) ou ateromas (placas de gordura).
/
PRINCIPAIS RECURSOS E CONFIGURAÇÕES
 
Fonte: Shutterstock.com
Em um equipamento de ultrassom, assim como em qualquer equipamento eletrônico, existem botões e
seletores com função de ajuste de seu funcionamento. O equipamento de ultrassom produz feixes
ultrassônicos e capta o sinal recebido do eco produzido na interação com os tecidos. No entanto, é
possível ajustar esse sinal recebido, afim de melhorar a qualidade da imagem quando a qualidade do
sinal não é satisfatória.
Por isso, vamos abordar os principais comandos, geralmente, comuns a todos os equipamentos,
que auxiliam nessa regulagem do sinal recebido e na melhora da qualidade da imagem formada
no monitor de vídeo (FICEL, 2018).
Listamos aqui os comandos e recursos mais comuns. Vale lembrar que a quantidade de recursos e a
disposição destes no equipamento variam de acordo com cada fabricante. Em geral, são botões de fácil
acesso, às vezes luminosos (considerando que a sala, geralmente, fica à meia-luz, para melhorar a
visualização no monitor), podendo alguns deles serem acessados por uma tela touchscreen auxiliar.
Mode: neste botão, você seleciona o modo de aquisição de imagens. É comum nos aparelhos ter um
botão para cada modo para facilitar o manuseio durante o exame.
Ganho (gain): aumenta a intensidade luminosa dos pixels no monitor de vídeo. Este recurso melhora a
visualização de algumas estruturas que tenham ficado obscurecidas. No entanto, o aumento
descontrolado do brilho pode também saturá-lo em outras partes que estejam satisfatórias. Isso ocorre
porque a alteração da intensidade de eco produzido não se dá em uma parte do tecido apenas. Quando
acionado o seletor de brilho, aumenta a intensidade de sinal de todos os pixels da matriz. Portanto, o
aumento é proporcional a toda imagem e não apenas a parte dela.
Harmônica (THI): recurso de harmônica (THI: Tissue Harmonic Imaging ou imagem harmônica tecidual)
consiste em filtrar as frequências refletidas pelos diferentes tecidos e uniformizar os ecos produzidos
pelo mesmo tecido, com base em um valor fundamental. Por vezes, em razão de falhas na aquisição, no
transdutor ou diferenças irrelevantes na composição ou posição do tecido, uma mesma estrutura pode
gerar tons muito diferentes na imagem. O recurso de THI tira o aspecto mais heterogêneo da imagem,
/
tornando-a mais homogênea a partir de uma frequência fundamental. O THI é como um “filtro”, que vai
uniformizar a imagem de acordo com a tonalidade da maioria do tecido. Na prática, o recurso THI
costuma reduzir o borramento e melhorar a nitidez e contraste da imagem.
Focus: seleciona uma faixa de profundidade específica para aumentar a resolução nesta área
selecionada. Os níveis são selecionados de acordo com a profundidade. Muito útil quando se deseja
captar imagens de vasos profundos, por exemplo.
TGC: o recurso de TGC (Time Gain Compensation ou compensação temporal de ganho) permite que o
equipamento ajuste o ganho conforme o tempo de eco. Relembrando os conceitos físicos: quanto maior
o tempo de eco, mais profunda é a estrutura e mais escura é a tonalidade. Com esse recurso, podemos
aumentar o ganho (brilho) em uma determinada faixa de tempo (profundidade). Importante lembrar que
o Focus melhora a resolução apenas na faixa escolhida. Aqui, o TGC ajusta a visualização da imagem
de acordo com a profundidade para uniformizar a visualização. Geralmente são botões deslizantes, em
conjunto de 5 a 8 deles, para maior sensibilidade de ajuste.
Probe: é o botão utilizado para selecionar o tipo de transdutor (probe, em inglês) em uso. Ao clicar neste
botão, a imagem tende a mudar a conformação (quadrada se for linear ou em leque se for convexo) em
razão do tipo de transdutor selecionado.
Caliper: é o botão utilizado para realizar medidas nas estruturas da imagem. O caliper (paquímetro, em
inglês) permite medir comprimento, área e volume, dependendo da projeção da imagem e do tipo de
seleção (caliper por elipse, retângulo ou linhas retas).
Freeze/cine: é um botão tipicamente de pausa. Seguindo a tradução literal, quando acionado, o botão
congela (freeze, em inglês) a imagem no instante atual. Se acionado novamente, o operador passa a ter
a visão em tempo real. Este botão também é útil na gravação dos clips de vídeo (cine). Neste caso, seu
acionamento funciona como um start/stop. Para iniciar uma gravação, geralmente, o operador precisa
estar com a tela congelada. Após acionar o botão freeze, é dado um start (início) à gravação e tudo que
o transdutor captar a partir deste instante será gravado. Para encerrar o clip, o operador precisa
interromper a gravação, novamente com o botão freeze, que funcionará agora como um botão stop. Veja
que o sistema registrou todo o intervalo entre o primeiro (start) e o segundo (stop) acionamento do
freeze. No entanto, a imagem ainda não foi arquivada. Se, por acidente, o operador pressionar
novamente o freeze, todo o registro anterior será perdido e o aparelho inicia a coleta de um novo clip.
Clip/image store: ao final da varredura, é necessário registrar o clip realizado. Como o nome sugere, o
registro geralmente é realizado pelo botão clips store. Uma vez acionado, o clip fica armazenado no
prontuário do paciente, cadastrado no sistema interno do aparelho. Após a liberação do paciente, o
operador pode acessar novamente a imagem de forma local, ou seja, na própria máquina. Para liberar a
imagem ao servidor de imagens (PACS), quando existente, o operador precisa exportar as imagens para
o servidor. A rotina varia de acordo com cada departamento, podendo ser realizada mensalmente,
semanalmente ou até mesmo diariamente.
/
ULTRASSOM TERAPÊUTICO
Em procedimentos fisioterápicos, é muito comum o uso do ultrassom terapêutico (UST). É um
equipamento bem similar ao equipamento de ultrassonografia, cuja diferença está no tipo de transdutor
usado e nos controles elétricos do sistema.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Ultrassom Terapêutico.
 ATENÇÃO
Como não foi projetado para aquisição de imagens, o UST não tem monitor ou quaisquer dispositivos de
saída. O transdutor possui uma camada de cristal apenas, pois o sistema dispensa o efeito piezoelétrico
inverso, utilizado na formação da imagem.
Neste tipo de prática, o transdutor emite um feixe de ultrassom, que pode ser contínuo ou pulsado.

Ao interagir com os tecidos, a depender de sua densidade ou espessura, os feixes ultrassônicos podem
causar efeitos térmicos ou vibrações mecânicas sobre os tecidos, com efeito terapêutico no tratamento
de desorganizações musculares, cavitações instáveis ou redução de nódulos fibrosos de tensão.
/

O aquecimento causa um relaxamento muscular mais profundo e as vibrações mecânicas produzem
micromassagens localizadas.
Em casos específicos, pode favorecer o tratamento de tumores, seja para destruir alguns tipos
de massas tumorais ou em cuidadospaliativos.
 
Fonte: James Ross McLaughlan / Wikimedia commons / CC-BY-SA-4.0
 Diagrama mostrando lesão hepática usando um transdutor HIFU.
Para além desses casos, muitas pesquisas científicas apontam que a terapia com ultrassom favorece a
angiogênese (Formação de novos vasos sanguíneos) , regeneração tissular, reparo em tecidos moles
de alguns órgãos e melhora no fluxo sanguíneo.
Outro benefício da prática é o estímulo de reações bioquímicas, tais como a:
• Liberação de macrófagos (aumento da imunidade) 
• Síntese de proteínas 
• Ativação do ciclo de cálcio
 
Fonte: Shutterstock.com
 Ultrassom terapêutico no tratamento paciente.
Tudo isso proporciona o aumento da mobilidade articular, reduz espasmos musculares e provê
analgesia no local.
/
O operador aplica o gel de contato sobre a pele ou sobre o transdutor e ajusta os fatores de exposição
no equipamento. A frequência, como já estudamos nos conceitos físicos, é ajustada de acordo com a
profundidade do tecido que se deseja expor.
Frequências maiores que 3 MHz são utilizadas para tratamento de tecidos superficiais. Para músculos
ou tecidos mais profundos, são utilizadas ondas com frequências até 1 MHz, que conseguem penetrar
até 5cm de profundidade, em razão de seu maior comprimento.

Já a intensidade e o tempo variam conforme o tipo de lesão, observados os limites compatíveis com a
prática clínica, que não recomenda doses maiores que 2,0 W/cm2.
 RECOMENDAÇÃO
O tempo de exposição prolongado pode aumentar o desconforto local. Por isso, o operador precisa aplicar
um protocolo que entregue uma dose satisfatória no local em um tempo razoavelmente curto, a fim de
garantir o bem-estar do paciente.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Equipamento à esquerda, gel à direita.
FORMAÇÃO DA IMAGEM EM ULTRASSONOGRAFIA
A imagem diagnóstica geralmente é produzida com o equipamento em modo B, para aquisição de
imagens bidimensionais com vista longitudinal e transversal. É a posição do transdutor que determina o
modo de aquisição e a orientação das imagens.
 
Fonte: EnsineMe
 Movimento cardeal de manipulação de transdutores.
/
 COMENTÁRIO
A figura nos ajuda a entender como empunhar corretamente o transdutor: podemos deslizar a parte mais
larga para esquerda e direita, para cima e baixo. É possível também inclinar a parte mais larga para cima e
baixo. Quando rotacionamos o transdutor, mudamos o modo de visualização e você já vai entender como
funciona. Além disso, podemos balançar o transdutor para esquerda/direita.
Para alcançar estrutura mais profunda, é necessário pressionar o transdutor contra o tecido, tendo
cuidado para não machucar o paciente. Quando deslizamos a parte mais larga para cima ou para baixo,
fazemos um movimento chamado de varredura. Se calibrarmos o equipamento para aquisição em CINE,
produzimos clipes de vídeo do local em que a varredura foi feita.
 ATENÇÃO
Não é necessário pressionar nenhum botão para o transdutor emitir ultrassom, pois a emissão é contínua a
partir do momento em que o equipamento é ligado ou quando o botão freeze é desligado.
IMAGEM EM SECÇÃO AXIAL
Quando a parte mais larga do transdutor é posicionada perpendicular ao eixo mais longo do objeto,
temos uma vista transversal ou axial, como neste corte da artéria carótida comum. A imagem
apresentada é similar a um corte de tomografia, pois utiliza o mesmo plano como base de formação da
imagem.
IMAGEM EM SECÇÃO LONGITUDINAL
Quando o maior eixo do transdutor é posicionado na mesma direção do eixo mais longo do objeto,
geramos uma vista longitudinal, mostrando todo o comprimento da carótida comum, neste exemplo. De
forma mais técnica, o transdutor na posição horizontal produz cortes axiais. Na posição vertical, temos
imagens em corte longitudinal.
/
MODO FREEZE: CAPTURA DE IMAGENS
O transdutor emite uma quantidade de pulsos por segundo e recebe uma quantidade de ecos por
segundo, que forma a imagem contínua na tela. Cada imagem equivale a um frame (quadro). Quando
pressionamos o botão freeze (congelar, em inglês) o equipamento pausa no quadro atual. Assim, o
operador pode salvar essa imagem e registrar no PACS (servidor de armazenamento) ou inserir no
laudo da imagem. Da mesma forma, é um recurso importante quando o operador identifica alguma
região suspeita durante a análise em tempo real e precisa visualizar por mais tempo. Para salvar a
imagem no sistema, utilizamos o botão image store (salvar imagem) ou still store (salvar estático, em
referência ao frame estático).
MODO VARREDURA: CLIPES DE VÍDEO
O que nós conhecemos por vídeo, para um computador, é um conjunto de imagens sequenciais exibidas
em um intervalo de tempo. Um frame é uma imagem estática, do conjunto que forma o vídeo. Esse
recurso também é muito comum em exames de tomografia e ressonância magnética, em que cada corte
equivale a 1 frame (1 quadro de imagem). Portanto, para exibir um bom vídeo, o equipamento precisa
calibrar uma taxa de quadros por segundo (frames per second ou FPS), que geralmente fica entre 25-30
FPS.
 COMENTÁRIO
Para realizar um clipe de vídeo, o operador precisa determinar um ponto de início e outro de fim do clipe.
Para isso, o operador aciona o freeze para o equipamento definir o início da varredura. Quando o freeze é
liberado, já começa a contagem dos quadros por segundo do clipe de vídeo. Assim que o operador pressiona
novamente o freeze, o equipamento entende que o clipe finalizou. Para registrar o vídeo, o operador
geralmente aciona o clips store, que armazena o vídeo no HD do equipamento, como vimos.
FORMAÇÃO DA IMAGEM
Agora, vamos ver o especialista abordar brevemente a física do ultrassom, acessórios e protocolos
básicos para aquisição das imagens.
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL É O OUTRO NOME USADO PARA DESIGNAR TRANSDUTOR?
A) Conversor
B) Probe
C) Cloud
D) Pixel
E) Meio
2. LEIA ESTA DEFINIÇÃO: 
 
É UTILIZADO PARA AVALIAÇÃO INTERNA DE CAVIDADES, GERALMENTE,
UTILIZADO PARA AVALIAÇÃO TRANSRETAL E TRANSVAGINAL. 
 
O TEXTO REFERE-SE A:
A) Transdutor convexo
B) Transdutor vetorial
C) Transdutor linear
D) Transdutor setorial
E) Transdutor endocavitário
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/
GABARITO
1. Qual é o outro nome usado para designar transdutor?
A alternativa "B " está correta.
 
Probe é o termo em inglês usado mudar a conformação quadrada se for linear ou em leque se for
convexo. Probe também é conhecido como sonda ou transdutor.
2. Leia esta definição: 
 
É utilizado para avaliação interna de cavidades, geralmente, utilizado para avaliação transretal e
transvaginal. 
 
O texto refere-se a:
A alternativa "E " está correta.
 
O transdutor endocavitário, como o nome sugere, é utilizado para avaliação interna de cavidades,
geralmente, utilizado para avaliação do reto e transvaginal. Trata-se de um pequeno transdutor convexo,
montado sobre uma estrutura anatomicamente cilíndrica, projetada para facilitar a penetração nas
cavidades sem causar desconforto ou lesões.
MÓDULO 2
 Relacionar aspectos patológicos por comparação com a ecogenicidade normal dos tecidos
analisados
DIAGNÓSTICO EM ULTRASSONOGRAFIA
 
Fonte: Shutterstock.com
 Sala para realização de ultrassonografia.
Nosso objetivo com este módulo é fazer com que o estudante conheça um pouco do aspecto das
imagens ultrassonográficas: sinais em padrão de normalidade clínica e alguns casos patológicos, para
/
ilustração.
 ATENÇÃO
Vale lembrar que não é objeto deste material capacitar o estudante para caracterizar doenças. Diagnóstico e
laudo são competências médicas, embora possamos conhecer para enriquecer nossa formação profissional.
RELAÇÃO PULSO-ECO
Você já sabe que o método ultrassonográfico consiste no fenômeno de interação de ondas com o tecido,
que permite maior propagação ou reflexão de acordo com as suas propriedades mecânicas.A relação entre o pulso emitido, eco produzido e sinal digital exibido no monitor é chamada de
relação pulso-eco.
Esse conceito é fundamental na organização do sistema de formação da imagem ultrassonográfica, pois
a imagem é formada pela organização e orientação dos pulsos refletidos ou dissipados.
Relação pulso-eco alta - Quando a relação pulso-eco é alta, temos a predominância de uma imagem
mais clara, com mais sinal.

Relação pulso-eco baixa - Agora, quando a relação pulso-eco é baixa, temos um sinal mais baixo e
predominância de pixels mais escuros.
 RESUMINDO
Quanto maior a porcentagem de pixels refletidos comparados ao mesmo pulso, maior é a relação pulso-eco.
Para entender melhor esses conceitos na prática, vamos conhecer um pouco do aparelho de
ultrassonografia.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Ilustração de reflexão de ondas.
ECOGENICIDADE
Os objetos são classificados conforme sua capacidade de refletir os pulsos de ultrassom. Essa
propriedade é denominada ecogenicidade.
HIPERECOICOS
HIPOECOICOS
ANECOICOS
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
 Tonalidades dos objetos de acordo com sua ecogenicidade.
Com base nessas informações, associados a um conhecimento mais apurado de anatomia topográfica,
é possível identificar estruturas não convencionais na imagem ultrassonográfica pela diferença de
ecogenicidades em uma determinada região.
 EXEMPLO
Veja o caso de formação de massas vesiculares (pólipos ou cálculos). O interior da vesícula é,
predominantemente, anecoico, em razão da presença de líquido (bile).
Em uma imagem ultrassonográfica, a fronteira entre dois objetos é que fornece mais detalhes para
facilitar a identificação dos tecidos. De acordo com a impedância acústica de cada material, a interação
do ultrassom com o tecido produz alguns efeitos que podem ser benéficos à interpretação da imagem ou
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
/
podem produzir artefatos que prejudicam a qualidade. Vamos apresentar os dois efeitos mais relevantes
à interpretação: a sombra acústica posterior e o reforço acústico posterior.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
 Efeitos de sombra acústica posterior.
Por exemplo, quando uma estrutura de impedância acústica diferente se forma no interior da vesícula,
temos a formação de um artefato chamado sombra acústica posterior, gerado em razão da reflexão
total dos pulsos no tecido mais denso do cálculo.

Dessa forma, na parte posterior, não há propagação de ecos e, consequentemente, é formada essa
sombra escura, posterior à vesícula.
É um artefato muito comum nas imagens da bexiga, vesícula e quaisquer outros objetos saculiformes
com estruturas de densidade diferente em seu interior.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
A vesícula biliar é vista em corte longitudinal, no seu aspecto anatômico normal.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
Vesícula biliar em corte longitudinal, dilatada, com área hiperecogênica na entrada da vesícula, típica de
colelitíase, seguida pela sombra acústica posterior.
/
 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS
Outro exemplo bem didático é a avaliação ultrassonográfica da bexiga. Neste exame, a recomendação é que
o paciente beba muita água para aumentar o espaço anecoico no interior vesical. Isso facilita a visualização
pois, na presença de cálculos (que são hiperecoicos), produzimos contraste com o meio anecoico de fundo,
gerado pela bexiga repleta de água.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Aspecto normal da bexiga, com os contornos hiperecoicos e interior totalmente anecoico.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Redução do interior vesical em razão do aumento da espessura da parede vesical (isoecoica ao tecido
abdominal).
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Massas na parede interna que sugerem pólipos ou formação de litíase.
 COMENTÁRIO
Na imagem da bexiga em aspecto normal, também é possível observar um fenômeno físico chamado reforço
acústico posterior. Quando o feixe ultrassônico atinge uma região homogênea e sem interfaces acústicas
com tecidos adjacentes, não há absorção na área de baixa densidade e o pulso é totalmente refletido no
tecido posterior à área examinada. Dessa forma, o eco refletido nestes tecidos produz uma área brilhosa, que
reforça o contorno posterior da área anecoica, dando sentido ao nome do fenômeno.
Veja mais um exemplo na imagem a seguir, da artéria carótida comum.
Neste exame, veja que a região anecoica representa o lúmen da artéria, por onde circula o sangue.
Como o pescoço é uma região muito superficial, a região superior à carótida tem baixa absorção e
aparece hipoecogênica (escura). Em razão disso, temos o reforço acústico posterior formado pela maior
densidade da musculatura.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Imagem ultrassonográfica mostrando a espessura da camada íntima-média da carótida.
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA
Para aplicarmos os conteúdos aprendidos até agora, vamos conhecer alguns exemplos de exames
ultrassonográficos. Vamos compreender como é o aspecto sonográfico das estruturas abdominais,
pélvicas e musculoesqueléticas para quando você estiver em atendimento e precisar recorrer a imagens,
a fim de iniciar suas atividades.
 ATENÇÃO
Como o leque de exames ultrassonográficos é muito extenso, vamos focalizar nos principais exames,
solicitados para rotina clínica. Ultrassonografias para avaliação fetal e gestacional (obstetrícia) e exames
cardiovasculares, por exemplo, não serão discutidos em razão da complexidade e especificidade do assunto
(ALMEIDA, 2018).
Antes de começar, é importante que o conceito de ecogenicidade tenha sido bem compreendido, pois é,
juntamente com o conhecimento de anatomia sistêmica, a base para a análise das imagens
ultrassonográficas. Portanto, qualquer dificuldade, sugerimos que retorne ao tópico antes de prosseguir.
/
IMAGENS ABDOMINAIS
Ultrassonografias abdominais representam a maior parcela de exames, pela grande demanda por
avaliações hepáticas e renais, mais sensíveis ao método. Além do baixo custo e fácil acesso, exames de
ultrassonografias evidenciam esteatoses hepáticas, alterações pancreáticas, cálculos vesiculares e
renais, que são as suspeitas mais comuns para a solicitação destes exames.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Realização de ultrassonografia abdominal.
Utilizando o critério da recorrência de solicitações médicas, vamos delimitar o estudo na
avaliação ultrassonográfica do fígado, vesícula e ductos biliares, baço, pâncreas e grandes
vasos.
 VOCÊ SABIA
As imagens abdominais são realizadas com o transdutor convexo, que tem frequência de emissão menor e,
consequentemente, alcança maior profundidade. O formato desse tipo de transdutor também ajuda a mostrar
estruturas com maior volume. O paciente é posicionado em decúbito dorsal. Mas, em alguns casos, pode ser
solicitado ao paciente se deitar em decúbito lateral, como é o caso da avaliação do baço.
Fígado
/
A avaliação ultrassonográfica do fígado é uma das principais solicitações, considerando a crescente
mudança nos hábitos dietéticos da população e, no consequente aumento da demanda para avaliação
de esteatose hepática (Acúmulo de gordura no fígado) e seus desdobramentos, tais como cálculos
biliares, pólipos, nódulos e cistos hepáticos.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Ecogenicidade homogênea do parênquima hepático, com superfície lisa e borda inferior ecogênica
devido ao reforço acústico posterior.
 
Fonte: Shutterstock.com
Vasos hepáticos são demonstrados como tubos anecoicos, com paredes finas que convergem para a
veia cava inferior.
Por sua vez, os ductos biliares e a veia portal são visualizados com focos ecogênicos por serem
envoltos por tecido fibroadiposo. Quando há aspecto mais hiperecoico do parênquima hepático e textura
maisgrosseira do tecido, é possível haver esteatose hepática. Zonas anecoicas e circunscritas, por sua
vez, sugerem a presença de cistos ou lesões no tecido hepático.
 
Fonte: Mikael Häggström, M.D. / Wikimedia Commons
/
 
Fonte: R. Badea and Simona Ioanitescu / Wikimedia commons / CC-BY-3.0
Na imagem a direita ductos biliares e a veia portal. Já na imagem a esquerda zonas anecoicas e
circunscritas.
Vesícula biliar
A vesícula biliar é mais bem vista em corte longitudinal, embora imagens transversais sejam úteis na
investigação de colecistite, mostrando a dilatação de seu volume causada pela inflamação. A vesícula é
anecoica em seu interior, com paredes finas e pouco delineadas.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Vesícula visualizada em cortes transversal (a esquerda) e longitudinal (a direita) em aspecto clínico
normal.
Em corte transversal, o espessamento das paredes internas (lama biliar) com vilosidades solitárias e
salientes pode sugerir pólipos. Quando esses espessamentos formam áreas circunscritas, com
ecogenicidade diferente da localizada no interior da vesícula, podemos pensar em cálculos biliares
(colelitíase).
Nestas duas últimas imagens, temos as mesmas projeções com a presença de colelitíase. No corte
transversal é possível observar a presença da lama biliar (isoecoica ao fígado) e uma coleção de
cálculos biliares formando sombra acústica posterior. Na imagem longitudinal, observe o cálculo solitário,
no fundo da vesícula.
/
 
Fonte: Mikael Häggström, M.D. / Wikimedia Commons
Corte transversal mostrando presença de colelitíase.
 
Fonte: Shutterstock.com
Corte longitudinal mostrando presença de cálculo no fundo da vesícula.
Baço
A avaliação do baço geralmente é realizada como rotina na realização do ultrassom de abdome total. O
aspecto normal do parênquima esplênico (palavra deriva do termo spleen, em inglês) é homogêneo,
mais ecogênico se comparado ao fígado.
/
O baço é delimitado por bordas lisas, finas, mais ecoicas e bem definidas. Geralmente, em cortes
longitudinais, baço é visto entre rim direito (à direita) e o pulmão direito (à esquerda). A marca do
diafragma aparece hiperecoica pela diferença de impedâncias acústicas entre os dois órgãos.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
 Baço visto no exame de ultrassom.
O exame é comumente indicado para avaliar esplenomegalia (Baço maior que 10cm) e lesões
focais (Cistos ou nódulos) . Lesões circunscritas e bem delimitadas sem ecos internos podem sugerir
cistos. Uma alteração comum é a formação de massas isoecoicas ao tecido esplênico na superfície
externa, próxima à região hilar (acesso vascular), conhecida como baço acessório.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Observe o baço localizado mais superiormente e o depht (profundidade) aumentado. Note o caliper
medindo o baço em quase 16cm de comprimento, o que sugere esplenomegalia.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Baço acessório, que aparece como uma pendulação isoecoica ao tecido esplênico.
Pâncreas
As imagens do pâncreas são obtidas com o transdutor em corte axial (borda maior paralela ao plano
anatômico axial). Nessa posição, a localização do pâncreas depende de alguns pontos anatômicos.
O lobo esquerdo do fígado aparece mais superficial na tela e sua tonalidade mais hipoecoica
ajuda a produzir contraste com o tecido pancreático. Os demais marcos topográficos são feitos
com o corte axial dos vasos. A veia cava inferior (VCI) e aorta abdominal (Ao) são os maiores e
mais profundos. Mais próximo ao corpo do pâncreas, temos a veia porta (vp), com a veia
esplênica (vs) em corte longitudinal.
 
Fonte: EnsineMe (adaptada de Brandt & Helms (2015). Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-
3.0,2.5,2.0,1.0
 Vista axial do pâncreas e vasos acessórios.
É comum a alteração da ecogenicidade pancreática devido ao aumento da concentração de gordura no
fígado. Da mesma forma como no fígado e no baço, os cistos são anecoicos, as inflamações são
hipoecoicas e os nódulos tendem a ser ecogênicos, com forma irregular.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
Observe o aspecto do pâncreas em aspecto clínico normal.
 
Fonte: Shutterstock.com
É possível observar um cisto anecoico no corpo do pâncreas.
/
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
A dilatação e baixa ecogenicidade do pâncreas sugere pancreatite.
IMAGENS PÉLVICAS
As imagens pélvicas são realizadas quando há suspeita de alterações no sistema urogenital. Portanto,
abordaremos os exames para avaliação da próstata, testículos, útero e ovários. Como já explicado, não
serão contempladas as imagens gestacionais.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Ultrassom para obtenção de imagens pélvicas.
 ATENÇÃO
Embora os rins e ureteres estejam localizados na cavidade abdominal, eles serão investigados nesta seção,
juntamente com a bexiga, para o estudo urológico completo.
RINS
/
Os rins, juntamente com o fígado, representam a maior parcela dos pedidos de exames
ultrassonográficos de abdome total. A principal queixa é dor costal associada à infecção urinária, que,
geralmente, tem correlação com a presença de cálculos renais. Como a dor no flanco também pode
indicar problemas musculares (contraturas, por exemplo), a avaliação ultrassonográfica ajuda na
definição do diagnóstico.
Na imagem normal, o córtex renal é isoecoico ao parênquima hepático. As pirâmides medulares
são hipoecoicas e a pelve renal é bem mais ecogênica. Alinhado à linha axilar, o transdutor é
posicionado no flanco, para gerar imagens longitudinais dos rins. Girando o transdutor 90°,
produzimos imagens seccionais, com a pelve renal mais medialmente.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Rins direito e esquerdo, respectivamente.
As principais indicações são avaliar cálculos renais (nefrolitíase). No entanto, ultrassonografias renais
podem evidenciar hidronefrose, cistos e insuficiência renal. Os rins medem entre 10 e 14 centímetros de
comprimento.
Hidronefrose- Vista em aspecto anecoico e mais deformado de acordo com o grau de progressão, é a
dilatação do sistema coletor renal resultante de cálculo impactado no ureter.
Cistos Renais- A ecogenicidade de cistos renais segue um padrão hipoecogênico. Quando têm até 5
milímetros de tamanho, cálculos renais são vistos como focos hiperecogênicos com sombra acústica
posterior. Quando muito pequenos, não produzem sombra acústica e se camuflam junto ao tecido do
seio renal.
Insuficiência Renal- Casos de insuficiência renal são caracterizados pelo aumento da ecogenicidade e
retração do tamanho dos rins para até 8 centímetros, no máximo.
A seguir, veja o padrão de imagem para cistos renais, hidronefrose (observe a região anecoica) e
as imagens de cálculos renais com caliper de 7.5mm e 5.7mm.
/
 
Fonte: Kristoffer Lindskov Hansen / Wikimedia commons / CC-BY-4.0
Cistos renais.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Hidronefrose.
/
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
Imagens de cálculos renais com caliper de 7.5mm.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
Imagens de cálculos renais com caliper de 5.7mm.
Bexiga
Exames ultrassonográficos da bexiga são realizados para avaliar a retenção de urina e as reações
anatômicas provocadas por infecções urinárias. Portanto, a avaliação vesical é complementar ao estudo
renal.
/
Para uma boa visualização a bexiga deve estar repleta e distendida de água, procedimento orientado
antes do exame. O volume líquido produz janela acústica, tornando o interior anecoico. Com isso, as
paredes devem aparecer finas (3 mm) e bem delineadas em um exame ultrassonográfico normal, como
visto na imagem a seguir.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Visão da bexiga em corte longitudinal (esquerda) e transversal (direita) através de exame
ultrassonográfico.
O aumento da ecogenicidade no interiorda bexiga sugere aumento das partículas em suspensão,
típicas de hematúria (Sangue na urina) e piúria (Secreção na urina) . A formação de estruturas
saculares hipoecoicas pendulando para o exterior da bexiga indicam a presença de divertículos. Veja as
imagens a seguir.
 
Fonte: Wolff-BI / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0.
 Presença de divertículo na bexiga nos planos transversal (esquerda) e sagital (direita).
O espessamento focal ou difuso das paredes vesicais pode indicar cistite que, em casos mais graves,
pode ser desdobramento de cálculos vesicais, que aparecem como objetos brilhantes com sombra
acústica posterior. Massas e áreas vascularizadas, por sua vez, típicas de tumores, aparecem como
pólipos com espessamento da parede vesical. Múltiplos ou isolados, carcinomas de bexiga se
diferenciam pouco de espessamentos da parede vesical. Por isso, o diagnóstico diferencial é feito pela
presença dos pólipos.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
É possível observar o espessamento da parede vesical, sem alterações internas, típico de cistite.
/
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
O espessamento vem seguido de pendulações internas.
 
Fonte: Shutterstock.com
Observe o cálculo vesical mais ecogênico, no assoalho da bexiga.
Próstata
O exame ultrassonográfico pode ser realizado de duas formas:
 
Fonte: Shutterstock.com
 Transdutor convexo - Avaliação transabdominal
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Transdutor endocavitário - Avaliação transretal
Na ultrassonografia transabdominal, a próstata é representada como uma região arredondada abaixo da
bexiga. O aumento da próstata eleva o assoalho da bexiga, deixando-a mais achatada, o que sugere
hiperplasia prostática.
 ATENÇÃO
No exame de ultrassonografia transretal, dada a proximidade entre reto e próstata, este órgão é visualizado
com mais detalhes e com maior campo, sendo possível observar as áreas periféricas próximas à superfície
do transdutor (próxima à parede retal) e a região interna da glândula mais ao centro da imagem. A área mais
distante do transdutor representa a região fibromuscular anterior da próstata.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Cortes transversal e longitudinal, a próstata é visualizada em seu aspecto normal.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Elevação da base vesical e um abaulamento posterior, típico de hiperplasia prostática.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Elevação da base vesical e um abaulamento posterior, típico de hiperplasia prostática.
Quanto ao câncer de próstata, o diagnóstico diferencial é feito por biópsia e pela análise do nível de PSA
(proteína produzida pela próstata). Os achados ultrassonográficos são inespecíficos, mas podem se
apresentar como nódulo hipoecoico isolado, área hipoecoica com margem periférica mal definida,
aumento assimétrico com deformação do contorno prostático e heterogeneidade no aspecto do tecido
da glândula.
/
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Rastreamento transretal do câncer de próstata.
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Rastreamento transretal do câncer de próstata. O doppler é utilizado para avaliar o aumento da
vascularização local, típico em casos de neoplasias.
/
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Exame transabdominal, que revela a próstata hipoecoica, com reforço acústico posterior e aumento de
volume, que também são sinais indicativos para câncer de próstata.
Testículos
O exame ultrassonográfico é o padrão para a avaliação do escroto. A visualização é feita em cortes
transversais e longitudinais, com transdutor linear de 5 MHz, no mínimo. Os testículos são ovoides,
parênquima homogêneo, fixos posteriormente à parede escrotal. Os epidídimos são posteriores e
acompanham o contorno testicular.
Cortes transversais mostram todo o escroto, o septo e os testículos separados. A região
anecoica é formada por líquido. Epidídimo, vasos e ducto deferente têm aspecto isoecoico ao
parênquima testicular. A porção posterior aderida ao escroto produz reforço acústico posterior.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
 Ultrassom dos escrotos em cortes transversal (esquerda) e longitudinal (direita).
Tumores testiculares podem ser hipoecoicos (seminomas), anecoicos e numerosos no tecido testicular
ou ainda hiperecoicos (tumores do estroma gonadal).
/
 
Fonte: Hellerhoff / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
Microlitíases testiculares são vistas como pequenos e numerosos pontos brilhantes e difusos nos
ductos seminíferos (interior do testículo).
 
Fonte: Schomynv / Wikimedia commons / CC-BY-SA-4.0
Cistos, geralmente, apresentam aspecto anecoico, com aumento do volume testicular.
Útero e ovários
Da mesma forma, como na avaliação da próstata masculina, útero e ovários podem ser avaliados
através dos seguintes métodos:
Transabdominal
/
Endocavitário (transvaginal)
 
Fonte: Shutterstock.com
Figura representativa do ultrassom transvaginal.
 
Fonte: Shutterstock.com
Exame transvaginal.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
Exame transabdominal.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Transabdominal - A avaliação transabdominal com transdutor convexo deve ser realizada com a bexiga
cheia. Na posição sagital, o transdutor produz imagem longitudinal do útero, com o endométrio mais
ecogênico e o miométrio menos ecogênico. O útero é visualizado abaixo da bexiga.

/
 
Fonte: Shutterstock.com
Transvaginal - Por outro lado, na avaliação transvaginal, as imagens devem ser adquiridas com a
bexiga vazia; pela maior proximidade entre transdutor e útero, no plano sagital (corte longitudinal),
visualizamos a estrutura uterina ampliada, com mais detalhes.
Como exemplos de imagens com alterações patológicas, vamos demonstrar a presença de miomas e
pólipos endometriais.
MIOMAS
PÓLIPOS ENDOMETRIAIS
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Exame transabdominal mostrando um mioma intramural durante uma gravidez (SILVA; CECCATO
JUNIOR, 2018).
 
Fonte: James Heilman, MD / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
Exame transvaginal revelando um mioma cístico no miométrio (SILVA; CECCATO JUNIOR, 2018).
A visualização dos ovários, pelo método transabdominal, é realizada com o transdutor em plano
transversal, com balanço do transdutor para o lado em que se deseja observar o ovário. Ou seja, se
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/
inclinarmos a mão para a direita, direcionamos a borracha do transdutor para a esquerda e observamos
o ovário esquerdo.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Exame transabdominal. Na imagem, o ovário aparece lateral ou posterior ao útero, menos ecogênico e
pode ter estruturas foliculares anecoicas.

 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
/
Exame transvaginal. Já na visualização dos ovários pelo método transvaginal, por sua vez, pode ser
necessário inclinar o transdutor mais posteriormente. Os ovários são mais hipoecogênicos e podem
estar presentes os folículos, que são anecoicos.
Quanto aos ovários, a lesão mais comum é a síndrome do ovário policístico (SOP) que, na imagem
ultrassonográfica, é identificada pelos múltiplos cistos circunscritos e totalmente anecoicos, oriundos dos
folículos, presentes em imagens normais. Veja nas imagens transabdominal e transvaginal,
respectivamente.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
Síndrome do Ovário Policístico em exame transabdominal.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
/
Síndrome do Ovário Policístico em exame transvaginal.
IMAGENS MUSCULOESQUELÉTICAS
Embora o sistema musculoesquelético seja bem visualizado por métodos radiográficos, radiografias não
conseguemevidenciar tecidos moles com boa qualidade. Imagens de ressonância magnética e
tomografia computadorizada, embora complementem essa análise, são exames de maior custo e difícil
acesso. Outra questão é que nenhum dos três métodos citados permite avaliação em tempo real,
apenas imagens estáticas. Nesse sentido, a ultrassonografia complementa esta análise. A
ultrassonografia oferece imagens em cortes transversais e longitudinais, além de permitir imagem das
estruturas em movimento (FARCIC, 2012).
 
Fonte: Shutterstock.com
 Exame ultrassonográfico dos tecidos moles da articulação do joelho.
Para delimitar nossa abordagem, nosso foco não será evidenciar todos os ossos e músculos nas
imagens. O objetivo é mostrar o aspecto normal de ossos, tendões, ligamentos, nervos,
cartilagens, articulações e músculos. Além disso, você vai conhecer alguns exemplos de
achados consideráveis para o diagnóstico médico.
Aspectos técnicos gerais
A avaliação das estruturas musculoesqueléticas é realizada, em sua maioria, por meio de transdutor
linear de alta frequência, entre 5 e 12 MHz. Avaliação de articulações mais profundas, como as
estruturas do quadril e coluna lombar, podem requerer uso de transdutor convexo de 3 a 5 MHz, como
nas técnicas transabdominais. O estudo é sempre realizado com as duas projeções:
/
Transversal
Longitudinal
Seguindo as normas de ecogenicidade:
Ossos Os ossos são hiperecoicos e formam sombra acústica posterior.
Cartilagens Cartilagens e articulações sinoviais são anecoicas.
Gordura
Gordura subcutânea é hipoecoica e camadas mais profundas são mais
ecogênicas.
Tendões
Os tendões formam uma textura diferenciada, que se torna mais ou menos
ecogênica de acordo com o movimento do transdutor.
Ligamentos Já os ligamentos são menos ecoicos que os tendões.
Nervos
Os nervos têm aspecto oval em corte transversal e produzem alterações na
ecogenicidade ao movimentar o transdutor.
Músculos
Os músculos são isoecoicos entre si e os padrões podem mudar em razão do
formato e da maior ou menor camada de fáscia entre eles.
Exemplos de imagens musculoesqueléticas
Quanto aos músculos, a ecogenicidade depende da tonicidade, profundidade e de seu formato. Nesta
imagem, por exemplo, temos um corte longitudinal do pescoço, evidenciando os músculos trapézio,
escaleno e o esternocleidomastoideo. Observe as diferentes texturas na imagem ultrassonográfica.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Exame ultrassonográfico mostrando corte longitudinal do pescoço.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0
 Exame ultrassonográfico em corte longitudinal mostrando região posterior da perna.
Nesta imagem longitudinal da região posterior da perna, veja a ruptura da cabeça medial do músculo
gastrocnêmio (panturrilha). A zona hipoecoica representa formação de hematoma entre os músculos
gastrocnêmio e sóleo, em decorrência do estiramento. As marcas hipoecoicas acima também
representam separação das fibras musculares, que ocorre em razão de traumas de alto impacto.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / CC-BY-SA-3.0,2.5,2.0,1.0
/
 Gastrocnêmio medial.
Anatomicamente, tendões são tecidos fibrosos pelos quais os músculos se fixam aos ossos. Sendo
fibras, sua ecogenicidade tende a aumentar de acordo com seu calibre e posição. Veja, por exemplo, a
imagem no tendão supraespinhoso, em projeções transversal e longitudinal.
Observe que o músculo deltoide aparece mais acima, por ser mais superficial. O tendão é visto mais
abaixo e mais ecogênico. Inferiormente ao tendão, localizamos o contorno da cabeça umeral.
 
Fonte: RSatUSZ / Wikimedia commons / CC-BY-SA-4.0,3.0,2.5,2.0,1.0
Na imagem longitudinal, temos o comprimento do tendão, conectando-se à tuberosidade maior do
úmero, à direita da imagem.

/
 
Fonte: RSatUSZ / Wikimedia commons / CC-BY-SA-4.0,3.0,2.5,2.0,1.0
Na imagem transversal, temos a sua largura, conectando-se ao processo coracoide, à esquerda da
imagem. Veja também a gordura peribursal acima do tendão, com um foco mais hiperecogênico.
As articulações são vistas em ultrassonografia como áreas hipoecogênicas, com contorno mais
ecogênico em razão da janela acústica que se forma. Quando se trata de articulação sinovial, a
presença do líquido (sinóvia) produz o aspecto anecoico em razão do comportamento ecogênico dos
líquidos ao ultrassom.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / C-BY-SA-3.0
 Articulação do ombro com espessamento interno da cápsula articular, indicativo de sinovite.
Na imagem da articulação do joelho, da porção superior da patela, veja a bursa suprapatelar com
aumento da ecogenicidade, típico de coleção de líquido viscoso. Neste caso, a imagem pode sugerir
derrame articular ou sinovite, a depender da queixa de entrada do paciente. Veja os exemplos:
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / C-BY-SA-3.0
 Exemplos de derrame articular na articulação do joelho. Na imagem da esquerda, a depender da
queixa do paciente, sugestivo de sinovite.
Os ossos, por serem densos, são altamente ecogênicos. Entretanto, como a região cortical é
mais densa, o sombreamento acústico posterior está presente. Portanto, mesmo sendo densos,
vemos apenas o contorno dos ossos em alto brilho e o restante fica totalmente anecoico, uma
vez que não é produzido eco na face posterior do osso.
Nesta imagem, é possível visualizar um derrame (área de maior ecogenicidade) na articulação do joelho.
Veja como o contorno da tíbia e da fíbula é brilhoso, em razão da maior reflexão de ecos. Agora,
/
observe também que o interior dos ossos é anecoico, uma vez que o restante dos pulsos é totalmente
absorvido.
 
Fonte: Nevit Dilmen / Wikimedia commons / C-BY-SA-3.0
 Derrame na articulação do joelho.
IMAGENS NORMAIS X IMAGENS PATOLÓGICAS
O especialista Raphael de Oliveira Santos fala sobre utilização de imagens sob a ótica de aspectos
comparativos entre imagens patológicas e sadias musculoesqueléticas, através dos princípios de
ecogenicidade.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
/
1. A ECOGENICIDADE É A CAPACIDADE DOS OBJETOS DE REFLETIR OS
PULSOS DE ULTRASSOM. COMO SÃO CLASSIFICADOS OS OBJETOS MAIS
DENSOS E COM ISSO QUE PRODUZEM MAIS ECO?
A) Hiperecoicos
B) Anecoicos
C) Hipoecoicos
D) Isoecoicos
E) Ecoicos
2. LEIA A ASSERTIVA A SEGUIR E ESCOLHA A OPÇÃO QUE COMPLETA O
SENTIDO DA FRASE. 
 
OS ______ SÃO MAIS HIPOECOGÊNICOS E NELES PODEM ESTAR PRESENTES
OS FOLÍCULOS, QUE SÃO ______.
A) Ovários - hiperecoicos
B) Testículos - anecoicos
C) Rins - hipoecoicos
D) Ovários - anecoicos
E) Rins - anecoicos
GABARITO
1. A ecogenicidade é a capacidade dos objetos de refletir os pulsos de ultrassom. Como são
classificados os objetos mais densos e com isso que produzem mais eco?
A alternativa "A " está correta.
 
Conforme sua capacidade de refletir os pulsos de ultrassom, os objetos de maior densidade geram mais
eco e, dessa forma, produzem uma tonalidade mais brilhante nas imagens.
2. Leia a assertiva a seguir e escolha a opção que completa o sentido da frase. 
 
Os ______ são mais hipoecogênicos e neles podem estar presentes os folículos, que são ______.
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javascript:void(0)
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/
A alternativa "D " está correta.
 
Os ovários são estruturas com densidade baixa sendo classificados como hipoecogênicos; os folículos,
quando presentes na imagem, são classificados como anecoicos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ultrassonografia é um método diagnóstico de grande importância por vários motivos, como já citamos
ao longo deste estudo: baixo custo, alta sensibilidade para estudo de vasos e tecidos, imagens em
tempo real sem efeitos biológicos consideráveis para o paciente e o profissional são alguns deles. 
 
Embora exija maior habilidade técnica e conhecimentos avançados de anatomia e fisiologia, a
ultrassonografia tem sido a primeira escolha para investigações mais superficiais,principalmente da
região abdominal e pélvica. A visualização e interpretação da imagem pode parecer um pouco mais
complexa, pois a interação do ultrassom com o tecido e a formação da imagem é um pouco diferente da
técnica radiográfica, o que requer conhecimentos da física do ultrassom. 
 
O conhecimento básico oferece ao profissional informações fundamentais para o desenvolvimento de
habilidades e competências para uma boa análise de imagens e, assim, dar continuidade ao
atendimento do paciente de forma mais eficaz.
REFERÊNCIAS
/
ALMEIDA, A. C. Ultrassonografia. In: NOBREGA, A. I (Org.). Tecnologia radiológica e diagnóstico por
imagem. 7. ed. v. 4. São Caetano do Sul: Difusão, 2018. p. 173-206.
BRANDT, W. E; HELMS, C. A. Fundamentos de radiologia: diagnóstico por imagem. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
FARCIC, T.S et al. Aplicação do ultrassom terapêutico no reparo tecidual do sistema
musculoesquelético. In: Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde. São Paulo, 2012. v. 37, n. 3, p.
149-153.
FICEL, M. O. Informática em diagnóstico por imagem. In: NOBREGA, A. I (Org.). Tecnologia
radiológica e diagnóstico por imagem. 7. ed. v. 2. São Caetano do Sul: Difusão, 2018. p. 189-218.
SILVA, C. H. M; CECCATO JUNIOR, B. P. Manual SOGIMIG: ultrassonografia em ginecologia e
obstetrícia. Rio de Janeiro: MedBook, 2018.
EXPLORE+
Para ampliar seu conhecimento sobre o tema apresentado, veja:
RADIOPAEDIA, enciclopédia médica online aberta, com vários casos clínicos que podem ser
consultados.
DR. PIXEL, site educativo criado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.
CONTEUDISTA
Raphael de Oliveira Santos
 CURRÍCULO LATTES
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