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PRÁTICAS DE GESTÃO EM SERVIÇOS SOCIAIS 02 1.O ASSISTENTE SOCIAL 5 Características Profissionais 7 Condições de Trabalho 7 2.LOAS 10 Aspectos Legislativos da LEI 8.742/93- Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) 11 3.PNAS – POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIASL 19 O que é a Política Nacional de Assistência Social - PNAS? 19 Qual o conceito de “família” para a PNAS? 19 Quais são os princípios da PNAS? 19 Quais são as diretrizes da Assistência Social? 20 Quais são os objetivos da PNAS? 20 Quem são os usuários da PNAS? 21 4.SUAS 23 5.SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE 28 A Importância Da Pesquisa No Serviço Social 30 As Competências do Serviço Social na Contemporaneidade 32 6.AS COMPETÊNCIAS/HABILIDADES NECESSÁRIA PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL 37 Campos de Atuação do Serviço Social 39 Meio ambiente 40 O Assistente Social enquanto pesquisador do meio ambiente 40 Saúde 40 Educação 41 Assistência social 41 Empresa 41 Assessoria e consultoria 42 ONGs 42 3 Atuação do Assistente Social no Judiciário 42 O Assistente Social na área de consultoria 42 O Assistente Social na área da Habitação 43 7.PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL 46 8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49 5 1. O ASSISTENTE SOCIAL Texto elaborado pela Comissão de Orientação E Fiscalização Profissional – Cofi – CFESS O Serviço Social é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”. Isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Assistentes sociais se inserem nas mais diversas áreas: saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça etc. Com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, atuam nas relações entre os seres humanos no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho socioeducativo e de prestação de serviços. É uma das poucas profissões que possui um projeto profissional coletivo e hegemônico, denominado projeto ético-político, que foi 6 construído pela categoria a partir das décadas de 1970 e 1980. Ele expressa o compromisso da categoria com a construção de uma nova ordem societária. Mais justa, democrática e garantidora de direitos universais. Tal projeto tem seus contornos claramente expressos na Lei 8662/93, no código de Ética Profissional de 1993 e nas Diretrizes Curriculares. A profissão de assistente social surgiu no Brasil na década de 1930. O curso superior de Serviço Social foi oficializado no país pela lei nº 1889 de 1953. Em 27 de agosto de 1957, a Lei 3252, juntamente com o Decreto 994 de 15 de maio de 1962, regulamentou a profissão. Em virtude das mudanças ocorridas na sociedade e no seio da categoria, um novo aparato jurídico se fez necessário para expressar os avanços da profissão e o rompimento com a perspectiva conservadora. Hoje, a profissão encontra-se regulamentada pela Lei 8662, de 7 de junho de 1993 que legitima o Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais. Em seus artigos 4º e 5º, respectivamente, a lei define competência e atribuições privativas da assistente social. A profissão Serviço Social foi regulamentada no Brasil em 1957, mas as primeiras escolas de formação profissional surgiram a partir de 1936. É uma profissão de nível superior e, para exercê-la, é necessário que o graduado registre seu diploma no Conselho Regional de Serviço Social – Cress – do Estado onde pretende atuar profissionalmente. Há 24 Cress e três delegacias de base estadual e o Conselho Federal de Serviço Social – CFESS –, órgãos de fiscalização do exercício profissional no país, dando cobertura a todos os Estados. A lei que a regulamenta é a 8662/93. Desde seus primórdios aos dias atuais, a profissão tem se redefinido, considerando sua inserção na realidade social do Brasil, entendendo que seu significado social se expressa pela demanda de atuar nas sequelas da questão social brasileira, que, em outros termos, revela-se nas desigualdades sociais e econômicas, objeto da atuação profissional, manifestas na pobreza, violência, fome, desemprego, carências materiais e existenciais, dentre outras. A atuação profissional faz-se, prioritariamente, por meio de instituições que prestam serviços públicos destinados a atender pessoas e comunidades que buscam apoio para desenvolver sua autonomia, participação, exercício de 7 cidadania e acesso aos direitos sociais e humanos. Podem ser da rede do Estado, privada e ONGs. A formação profissional é generalista, permitindo apreender as questões sociais e psicossociais com uma base teórico- metodológica direcionada à compreensão dos processos relacionados à economia e política da realidade brasileira, contexto onde se gestam as políticas sociais para atendimento às mazelas da sociedade. Para um competente exercício profissional é necessário um continuado investimento na qualificação, podendo dispor de cursos de aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado disponíveis, capacitando-se em suas práticas específicas. Acesse o link e assista o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v= S8HR-sX6PdI Características Profissionais A formação do assistente social é de cunho humanista, portanto, comprometida com valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas diferenças e potencialidades, sem discriminação de qualquer natureza, tendo construído como projeto ético-político e profissional, referendado em seu Código de Ética Profissional, o compromisso com a liberdade, a justiça e a democracia. Para tal, o assistente social deve desenvolver como postura profissional a capacidade crítica/reflexiva para compreender a problemática e as pessoas com as quais lida, exigindo-se a habilidade para comunicação e expressão oral e escrita, articulação política para proceder a encaminhamentos técnico-operacionais, sensibilidade no trato com as pessoas, conhecimento teórico, capacidade para mobilização e organização. Condições de Trabalho O assistente social deve dispor de condições adequadas e dignas, asseguradas pelas instituições contratantes, que lhes permitam proceder à escuta, reunião, aos contatos e encaminhamentos necessários à atuação técnica- operativa, em cumprimento aos artigos 4º. e 5º. da Lei 8662/93, das competências e atribuições profissionais. É preciso garantir recursos materiais e humanos para que sua atuação se realize de forma competente e efetiva, bem como que permitam o exercício do sigilo e dos princípios profissionais. Em geral, os assistentes sociais são contratados/assalariados, mas registram-se, também, as práticas de caráter autônomo, afinal, legalmente reconhecido como “profissional 8 liberal”. A carga horária de trabalho deve considerar as atividades de planejamento, execução, estudos/pesquisas, avaliação e a relação com a “população” atendida, quantitativamente e qualitativamente. Assim, tem variado de 6 a 8 horas, ou até menos em casos de assessoriais e consultorias. 10 2. LOAS Os seres humanos estão vivendo a cada dia mais pressionados por seus resultados, por seu trabalho, que deve ser sempre, o melhor e o mais eficiente possível. Neste contexto, às pessoas que não conseguem ou não podem, por uma ocasião qualquer, se inserir na “normalidade” em que se vive, são excluídas, marginalizadaspelo restante da sociedade, bem como pelo Estado, este que um dia garantiu a todos os brasileiros, através da promulgação da conhecida Constituição Cidadã, os direitos básicos para que vivessem de forma digna. Contudo, como tais disposições nem sempre se colocam efetivamente na vida das pessoas que participam deste país-continente, a Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social) trouxe formas de afirmar os direitos destes excluídos, possibilitando-se, em determinados casos, a concessão de benefícios, cujo objetivo nada mais é do que lhes garantir o mínimo necessário para poderem conquistar um lugar ao sol, ou seja, para viverem socialmente. Portanto, são com essas e outras discussões que a LOAS instalou-se no mundo jurídico dos brasileiros, buscado reafirmá-los no contexto que a Constituição de 1988 resguardou- lhes. Desta feita, para se compreender melhor o tema em destaque, será analisado os princípios constitucionais acerca da dignidade 11 das pessoas humanas, a legislação existente que resguarda às pessoas benefícios assistenciais para viverem dignamente, o pensamento que hoje existe em nossos Tribunais e, por fim, o que é feito efetivamente na vida das pessoas de que fala a LOAS. Aspectos Legislativos da LEI 8.742/93- Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) Tendo como fonte principal o inciso V, do artigo 203, da Carta Maior, a LOAS foi de forma específica, promulgada para disciplinar o referido comando legal que assegura a assistência social para quem dela necessitar, independentemente de qualquer tipo de contribuição ou filiação à Previdência Social, garantido, assim, a quantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meio de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, o que extinguiu, contudo, a renda mensal vitalícia. Sendo assim, os requisitos para sua concessão de forma administrativa, se restringem, tão somente a comprovação da deficiência ou da idade mínima de 65 anos para o idoso não-deficiente; renda mensal familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo; não estar vinculado a nenhum regime da previdência social e, por fim, não receber nenhuma espécie de benefício. Durante algum tempo, a redação da Lei 8.742/93, mais especificamente de Janeiro de 1996 a 31 de Dezembro de 1997, trazia em seu bojo que a idade mínima para o idoso receber o benefício era de 70 (setenta) anos, o que foi mudado posteriormente pela Lei 9.720/98, esta que estabeleceu em seu artigo 34, 65 anos como idade mínima para se pleitear o benefício, em caso de idoso, senão veja-se: “Aos idosos, a partir de 65 anos (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por alguém de sua família, é assegurado o benefício mensal de 1(um) salário mínimo, nos termos da Leio Orgânica da Assistência Social – LOAS.” Não obstante, o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03) em seu artigo 34 reafirma que a idade mínima para a concessão do benefício, ao qual se refere o inciso V do artigo 203 da Constituição Federal de 1988, deverá corresponder a 65 anos de idade. A comprovação desta idade será realizada através de documentos, como Carteira de Identidade, 12 Certidão de Nascimento, Carteira de Trabalho, dentre outros documentos, que possam assegurar a real idade do pretendente. Por outro lado, em se tratando de requerente enquadrado nos casos de deficiência física (necessidades especiais), considera-se possível o benefício para aquelas pessoas que se apresentarem de alguma forma incapacitada para exercer qualquer tipo de atividade laborativa e, por sua vez, incapacitada para a vida independente, ou seja, com os frutos advindo de seu próprio trabalho. O pretendente poderá se sujeitar a exame médico pericial realizado pela perícia médica do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), como se prescreve no parágrafo 6º, do artigo 20, da Lei 8.742/93. Contudo, insta salientar que caso o exame médico venha a indicar a possibilidade de reabilitação da pessoa, ou seja, caso a pessoa se mostre apta a laborar, o benefício deverá ser concedido enquanto durar o processo de reabilitação, podendo ser cancelado caso haja interrupção do mesmo ou quando findado, seja atingida sua finalidade. Em casos de menores de dezesseis anos, a avaliação do médico pericial será apenas e tão somente para verificar a existência de deficiência física, tendo em vista a pouca idade, presume-se a incapacidade para a vida independente e para o trabalho. O benefício assistencial trazido no contexto legal da LOAS poderá ser concedido a mais de um membro da mesma família, desde que não ultrapasse a renda per capta de ¼ do salário mínimo para cada integrante do contexto familiar, visto que o benefício passará a compor a renda familiar. Entretanto, conforme se dispõe o parágrafo único, do artigo 34, do Estatuto do Idoso, o benefício concedido a qualquer membro da família não será computado para fins de cálculo da renda familiar per capta a que se refere a LOAS. Assim, tem-se um conflito aparente de normas, que deverá ser resolvido, nos termos da Lei de Introdução ao Código, no tocante à posterioridade do Estatuto do Idoso, pois ambas as Leis possuem natureza Especial, sendo o critério da posterioridade quem definirá a legislação competente, que neste caso, será as disposições da Lei 10.741/03 que além de posterior, ainda trata de matéria específica no que tange ao idoso. No entanto, vele ressaltar que de acordo com os entendimentos jurisprudenciais e doutrinários a 13 comprovação da miserabilidade será flexibilizada, ou seja, não se restringe única e exclusivamente a comprovação da renda per capta inferior a ¼ do salário mínimo, tendo em vista que o Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais, quando da aprovação do Enunciado nº.50, objetivou que: “A comprovação da condição socioeconômica do autor pode ser feira por laudo técnico confeccionado por assistente social, por auto de constatação lavrado por oficial de Justiça ou através da oitiva de testemunhas.” Ademais, tendo em vista que o benefício trazido pela LOAS possui natureza de uma prestação continuada, cumpre destacar que o mesmo é revisto a cada dois anos, ou seja, poderá ser revogado nos casos onde fique comprovado que o beneficiário superou as condições que deram origem a concessão do mesmo. Assim, vê-se que a característica de prestação continuada não tem muito sentido, visto que a possibilidade de sua revogação tira a característica da sua continuidade. Contudo, ressalta-se que, conforme o entendimento jurisprudencial dos Tribunais brasileiros, os requisitos dispostos na redação da Lei Orgânica da Assistência Social não são taxativos, tendo em vista que o benefício tem o intuito de preservar a dignidade da pessoa humana, devendo ater-se aos casos onde realmente a pessoa careça, pois um benefício dado a alguém de forma equivocada, poderá prejudicar a outras pessoas, que realmente necessitem de tal assistência estatal. O Benefício trazido pela Lei Orgânica da Assistência Social na Busca da Efetivação do Princípio da Dignidade Humana para as Pessoas que dele Necessitam O princípio da Dignidade da Pessoa Humana, trazido pela Constituição da Federal de 1988 como um de seus objetivos, está intrinsecamente ligado a efetivação dos direitos sociais, dentre os quais, mais especificamente, o segurado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), tendo em vista que a referida legislação, resguarda um mínimo de dignidade para as pessoas que sobrevivem em estado de miserabilidade e aquelasque não tiveram a possibilidade de se inserir na sociedade, ficando, portanto a sua margem. Assim, mesmo tendo a LOAS ter suas bases na busca de efetivação do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, dentro de seu contexto ainda existem algumas incongruências, estas que só serão passíveis de solução ao se aplicar, 14 caso a caso, os dogmas e preceitos que norteiam o referido princípio. Desta feita, pode-se perceber que a busca da Seguridade Social em efetivar, para os que necessitam de seus benefícios, as melhores e mais eficazes políticas assistenciais, ainda carece de muito estudo e pesquisa, pois a Dignidade Humana ainda carece, e muito, de concretização no contexto daqueles que necessitam de apoio para se afirmarem realmente como pessoas humanas. Atualmente tem-se caminhado para posicionamentos mais adequados à sociedade, visando o bem estar dos que necessitam, como pode ser percebido em algumas publicações doutrinárias acerca da concessão do benefício trazido pela LOAS, como por exemplo, entendimento da juíza federal Maria Divina Vitória, que assim se posiciona, frente à necessidade daqueles que possuem algum tipo de necessidade especial: “a deficiência não deve ser encarada só do ponto de vista médico, mas também social. A maior intolerância é negar as diferenças. O preconceito existe”. Infelizmente pela realidade dos dias atuais, as pessoas que são incapacitadas, por sua idade, ou por terem algum tipo de deficiência, de prover o próprio sustento, estão cada dia mais esquecidas pela sociedade, que não se preocupa mais com o próximo, querendo-o somente enquanto possuir os meios laborais suficientes para ajudar no crescimento econômico do Estado. É válido lembrar inclusive, que as pessoas que sofrem de doenças como, por exemplo, a AIDS ainda sofrem com preconceitos o que as impossibilita de conseguir um trabalho, e que, consequentemente, retiram-nas do contexto ativo dos quadros laborais, marginalizando estas pessoas. Ressalta-se, que o Estado, por sua vez, aquele que pelas disposições Constitucionais deveria assegurar a essas pessoas uma vida digna, não o faz, fato que a cada dia mais transforma o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana “letra morta” para aqueles que, impossibilitados de auferir seu próprio sustento, necessitam de amparo estatal. Por fim, tem-se que na busca pela proteção da dignidade humana, ou seja, dos meios necessários para garantir-se o mínimo necessário àqueles que por um “golpe” do destino não forma agraciados com a possibilidade de sozinhos auferir as condições necessárias para o seu sustento e o de sua família, a LOAS e apresenta como uma forma de dar-se àqueles esquecidos pela sociedade 15 moderna, uma chance de viver dignamente. A Busca pela Afirmação das Diferenças pela Concessão dos Benéficos trazidos pela LOAS: Como Transformar as Diferenças. Em um mundo onde as pessoas a cada dia que passa pensam nos outros, querendo sempre o melhor só para si, doa a quem doer, princípios como o da dignidade humana, são as armas para que se possa, efetivamente, acabar com algo que é intrínseco aos seres humanos, as diferenças, algo que deveria ater-se apenas nas esferas de sua personalidade, e não da qualidade de suas vidas. Ser diferente em um mundo onde todos buscam a mesma coisa, qual seja, a sua felicidade, é algo que poderá restringir o contexto social onde a pessoa vive, colocando-a no patamar da marginalização, pois aqueles que não se adequam ao ciclo que a sociedade pós-moderna tem como o necessário à essência humana (nascer, crescer, constituir família, trabalhar para construir um patrimônio e morrer), poderá diferenciar socialmente (objetivamente) pessoas que são iguais em direitos (formalmente). Neste contexto, a Lei Orgânica da Assistência Social, visando inserir aqueles a quem a sociedade deu um jeito de apartar de seu núcleo produtivo, trouxe a figura de um benefício, ainda pouco conhecido pela população brasileira, mais que visa resgatar naquele desestimulado, a vontade de viver, resgatando-lhe a dignidade. Ser diferente da maioria das pessoas que compõem o meio de que faz parte, é algo que além de indignificar a pessoa, estigmatizando-a, poderá transformar a sua vida em algo nefasto, afastando as pessoas da felicidade que um dia almejaram. Assim, a LOAS, ao se fazer um paralelo entre as ações afirmativas que visam reinserir àqueles marginalizados, apresenta-se como uma das formas destas políticas afirmativas, tendo em vista que atuará no contexto de pessoas que culturalmente ainda são discriminadas como diferentes. Desta feita, desde as épocas de Aristóteles por onde o referido filósofo já definia a busca pela igualdade no tratamento desigual dos desiguais na medida em que se desigualam, hoje está ainda é a forma mais encontrada para garantir àqueles que a vida “diferenciou”, o mínimo para que retomem a igualdade de oportunidades, de 16 direitos, objetivando, com criações normativas, meios para que as pessoas possam de alguma forma, retomar a vontade pela vida. Desse modo, a LOAS trouxe um benefício assistencial à determinadas pessoas, visando a mantença de um mínimo necessário para que vivam de forma digna. A isonomia entre as pessoas de um Estado de Direito Democrático, deve ser algo a embasar os atos dos Três Poderes, ou seja, o Judiciário deve atuar para garantir a todos, sem distinção, a verdadeira justiça ao caso; o Legislativo deve ater-se em projetos de Lei que tragam às pessoas melhorias em suas vidas e, por fim, o Executivo deve tomar os meios mais eficazes a garantir a concretização dos direitos das pessoas. Neste diapasão, caberá a cada pessoa buscar seus direitos, lutar por eles, fazer com que, mesmo não possuindo os meios necessários a garantir seu próprio sustento por sua força, não sejam excluídas no meio em que vivem, marginalizadas, indignificadas. Desta feita, essa luta, A luta pelo direito, que é título de uma das maiores obras literárias acerca do direito como um fato sócio- cultural, que necessita ser protegido, ser conquistado, de Rudolf Von Ihering, é fato que deve ser buscado a cada instante por essas pessoas, que não querem nada mais do que a garantia de que poderão viver, e não simplesmente, passar pela vida, sem preconceitos por serem como são, e sem limitações em seus direitos. Em uma importante passagem da referida obra, Ihering diz como as pessoas devem e portar frente à busca por seus direitos, ou a proteção daqueles que já lhes são garantidos. O mencionado autor, narrando um possível questionamento interior da pessoa, sobre “brigar” ou não por seu direito, assenta o seguinte entendimento: “Diz-lhe uma voz interior que não deve recuar, que se trata para ele, não de qualquer ninharia sem valor, mais de sua personalidade, de sua honra, de seu sentimento do direito, do respeito a si próprio; em resumo, o processo deixa de ser para ele uma simples questão de interesse, para se transformar numa questão de dignidade e de caráter: a afirmação ou o abandono de sua personalidade.” Assim, a LOAS se apresenta como uma das formas de buscar as pessoas com necessidades especiais, os idosos, que não possuem meios para angariar o seus próprios sustentos e os de sua família, para um novo mundo, donde apenas não tem um dinheiro no final do mês, mas por onde podem efetivamente dizer que 17 vivem de forma digna, que estão e são merecedores de direitos, que o Estado, que um dia lhes garantiu uma vida digna, efetivamente trouxe às suas realidades uma forma de se tornarem independentes e iguais. Concluímos então, tendo visto todas as discussões trazidas pelasdisposições da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), percebe-se que a concessão de benefícios financeiros àqueles que se acham sobre as perspectivas elencadas na referida legislação tornou-se uma forma de ação afirmativa, que transformará, a partir das desigualdades das pessoas, o direito à dignidade, tendo em vista, que o tratamento a estas pessoas, diferente, às possibilita alcançar o mínimo necessário para viver dignamente. Conceder ou não, os benefícios trazidos tanto pela LOAS, quanto pelo Estatuto do Idoso, não é algo a se colocar empecilhos, burocracias, pois as pessoas que deles necessitam muitas vezes não suportariam a cansativa espera, que tanto no contexto administrativo, quanto no judicial, pode tomar contornos de “eternidade”. Assim, deve-se buscar além de tais benefícios outras formas de garantir a essas pessoas os meios necessários para terem afirmados os direitos que lhes são garantidos pela Constituição Cidadã, de forma a transformar suas vidas, garantindo- lhes uma vida com um mínimo, o patamar necessário para conseguir viver socialmente. 19 3. PNAS – POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIASL O que é a Política Nacional de Assistência Social - PNAS? É uma política que junto com as políticas setoriais, considera as desigualdades sócio-territoriais, visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender à sociedade e à universalização dos direitos sociais. O público dessa política são os cidadãos e grupos que se encontram em situações de risco. Ela significa garantir a todos, que dela necessitam, e sem contribuição prévia a provisão dessa proteção. A Política de Assistência Social vai permitir a padronização, melhoria e ampliação dos serviços de assistência no país, respeitando as diferenças locais. Qual o conceito de “família” para a PNAS? A família para a PNAS - Política Nacional de Assistência Social é o grupo de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou de solidariedade. Quais são os princípios da PNAS? 20 Em consonância com o disposto na LOAS, capítulo II, seção I, artigo 4º, a Política Nacional de Assistência Social rege-se pelos seguintes princípios democráticos: I – Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; II – Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; III – Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; IV – Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; V – Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. Quais são as diretrizes da Assistência Social? A organização da Assistência Social tem as seguintes diretrizes, baseadas na Constituição Federal de 1988 e na LOAS: I - Descentralização político- administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social, garantindo o comando único das ações em cada esfera de governo, respeitando-se as diferenças e as características sócio territoriais locais; II – Participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis; III – Primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo; IV – Centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos. Quais são os objetivos da PNAS? 21 A Política Pública de Assistência Social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, considerando as desigualdades sócio-territoriais, visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais. Sob essa perspectiva, objetiva: Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e, ou, especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem; Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços sócio assistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e rural; Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária. Quem são os usuários da PNAS? Constitui o público usuário da Política de Assistência Social, cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. 22 23 4. SUAS Para melhor entender o SUAS façamos uma pequena retrospectiva. A Política Pública de Assistência Social se configura como política de proteção social. É uma política pública não contributiva, dever do Estado e direito de todo cidadão que dela necessitar. O marco legal da referida política, tem como ponto principal a constituição de 1988, que dedica no capítulo da seguridade social, uma seção especifica para a Assistência Social, por meio dos artigos 203 e 204. Outro marco importante foi a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), de 1993, que estabelece os objetivos, princípios e diretrizes das ações. A Loas determina que a assistência social seja organizada em um sistema descentralizado e participativo, composto pelo poder público e pela sociedade civil. As Conferências de Assistência Social se configuram em espaços de discussões para o avanço e discussão dessa Política e foi após a IV Conferência Nacional de Assistência Social que se deliberou então, a 24 implantação do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Cumprindo essa deliberação, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) implantou o Suas, que passou a articular meios, esforços e recursos para a execução dos programas, serviços e benefícios sócio assistenciais. E foi baseado no diálogo e na democracia que surgiu um Sistema descentralizado, participativo, hoje, chamado de Sistema Único de Assistência Social- SUAS. O Sistema Único de Assistência de Assistência Social- Suas, é o modelo único de gestão da Política de Assistência Social em âmbitos federal, estadual e municipal. O Sistema público organiza, de forma descentralizada, os serviços sócios assistenciais no Brasil. O Sistema é composto pelo poder público e sociedade civil, que participam diretamente do processo de gestão compartilhada. O Suas organiza a oferta da assistência social em todo o Brasil, promovendo bem-estar eproteção social a famílias, crianças, adolescentes e jovens, pessoas com deficiência, idosos – enfim, a todos que dela necessitarem. As ações são baseadas nas orientações da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) em 2004 e pela NOB SUAS 2012, publicada em 03 de janeiro de 2013, por meio da resolução nº 33, de 12 de dezembro de 2012, representa um marco fundamental na estruturação do SUAS, imprimindo um salto qualitativo na sua gestão e na oferta de serviços sócio assistenciais em todo o território nacional, tendo como base a participação e o controle social. O SUAS é organizado por proteção Básica e Especial, a saber: A Proteção Social Básica tem como objetivo a prevenção de situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos ou fragilização de vínculos afetivos (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). Essa Proteção prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de 25 indivíduos, conforme identificação da situação de vulnerabilidade apresentada. Esses serviços e programas deverão incluir as pessoas com deficiência e ser organizados em rede, de modo a inseri-las nas diversas ações ofertadas. Os Benefícios Eventuais e os Benefícios de Prestação Continuada (BPC) compõem a Proteção Social Básica, dada a natureza de sua realização. A Proteção Social Básica atua por intermédio de diferentes unidades. Dentre elas, destacam-se os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e a rede de serviços socioeducativos direcionados para grupos específicos, dentre eles, os Centros de Convivência para crianças, jovens e idosos. O principal serviço ofertado pelo CRAS é o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), cuja execução é obrigatória e exclusiva. Este consiste em um trabalho de caráter continuado que visa fortalecer a função protetiva das famílias, prevenindo a ruptura de vínculos, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. A Proteção Social Especial (PSE) destina-se a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, cujos direitos tenham sido violados ou ameaçados. Para integrar as ações da Proteção Especial, é necessário que o cidadão esteja enfrentando situações de violações de direitos por ocorrência de violência física ou psicológica, abuso ou exploração sexual; abandono, rompimento ou fragilização de vínculos ou afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medidas. Diferentemente da Proteção Social Básica que tem um caráter preventivo, a PSE atua com natureza protetiva. São ações que requerem o acompanhamento familiar e individual e maior flexibilidade nas soluções. Comportam encaminhamentos efetivos e monitorados, apoios e processos que assegurem qualidade na atenção. As atividades da Proteção Especial são diferenciadas de acordo com níveis de complexidade (média ou alta) e conforme a situação vivenciada pelo indivíduo ou família. Os serviços de PSE atuam diretamente ligados com o sistema de garantia de direito, exigindo uma gestão mais complexa e compartilhada com o Poder Judiciário, o Ministério Público e 26 com outros órgãos e ações do Executivo. Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com governos estaduais e municipais, a promoção do atendimento às famílias ou indivíduos que enfrentam adversidades. O Centro de Referência Especializada em Assistência Social (Creas) é a unidade pública estatal que oferta serviços da proteção especial, especializados e continuados, gratuitamente a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos. Além da oferta de atenção especializada, o Creas tem o papel de coordenar e fortalecer a articulação dos serviços com a rede de assistência social e as demais políticas públicas. A transparência e a universalização dos acessos aos programas, serviços e benefícios sócio assistenciais, promovidas por esse modelo de gestão descentralizada e participativa, vem consolidar, definitivamente, a responsabilidade do Estado brasileiro no enfrentamento da pobreza e da desigualdade, com a participação complementar da sociedade civil organizada, através de movimentos sociais e entidades de assistência social. Acesse o link e assista ao vídeo/Filme: A Visita Domiciliar: https://www.youtube.com/watch?v =4eBYjdXVewA 27 28 5. SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE *Paula Fernanda M de Menezes **Luciano Silva Gomes Nossa Ilustríssima Marilda Iamamoto descreve sobre este tema: “Pensar o Serviço Social na contemporaneidade requer os olhos abertos para o mundo contemporâneo para decifrá-lo e participar da sua recriação. Um grande pensador alemão do século XIX dizia o seguinte:” a crítica não arranca flores imaginárias dos grilhões para que os homens suportem os grilhões sem fantasia e consolo, mas para que se livrem deles e possam brotar as flores vivas”. É esse o sentido da crítica: tirar as fantasias que encobrem os grilhões para que se possa livrar deles, libertando os elos que aprisionam o pleno desenvolvimento dos indivíduos sociais. É nessa perspectiva que se inquire a realidade buscando, pelo seu deciframento, o desenvolvimento de um trabalho pautado no zelo pela qualidade dos serviços prestados, na defesa da universalidade dos serviços públicos, na atualização dos compromissos éticos –políticos com os interesses coletivos da população usuária.” Marilda Iamamoto em seu livro Intitulado “O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e 29 formação profissional” incita que esta categoria profissional viva no presente, decifre este momento e que seja capaz de proposta criativas, competente em garantir e efetivar os direitos sociais, uma vez que Segundo Lima(2010) “sob a óptica marxista, o capitalismo é o mais revolucionário, transformador modo de produção até hoje existente. Ele tem que revolucionar, constantemente, as forças produtivas, as relações de produção, os valores, a ética etc.” e é nesse sistema de produção revolucionário que o Assistente Social desenvolve sua prática, ou seja, precisa ser mais e mais revolucionário para fazer valer à luz do projeto ético-político os Direitos sociais. O Serviço Social enquanto profissão, também de intervenção na realidade social tem sua centralidade nas relações sociais advindas do modo como a sociedade está organizada. Por estar inserido no sistema capitalista, esse processo sócio produtivo é pautado por contradições metabólicas entre capital e trabalho. Atualmente o sistema capitalista na sua versão neoliberal, estabelece correlações de forças advindas da exploração, da concentração de rendas e da propriedade privada estabelecendo, portanto a Questão Social e suas expressões atingindo principalmente e de forma diferente os segmentos que vivem do trabalho. O Serviço Social Contemporâneo deve levar em consideração esta realidade sócio histórica e responder de forma ético-política às demandas advindas dessa relação, daí a discussão e os debates estabelecidos na profissão estarem pontuados nas seguintes temáticas: Reestruturação Produtiva; Políticas Públicas; Centralidade do Trabalho; Adversidade; Projeto Ético-político; Garantia de Direitos; Responsabilidade Social, dentre outras. A compreensão e intervenção nas temáticas acima partem do Serviço Social como prática profissional institucionalizada, portanto, como ação interventiva e reflexiva nas expressões da questão social, sendo essas expressões justificadoras de políticas compensatórias e pouco eficientes na superação de suas causas que são inerentes ao próprio sistema capitalista. As respostas interventivas a estas situações estão pautadas em complexas justificações teórico- 30 metodológicas, daí a importância do conhecimento do método e das teorias sociais, não só para referendar a ação, mas fundamentalmente para fortalecer a visão do profissional de homem-mundo e mobilizar o mesmo no sentido de uma maior participação, seja para melhorar a realidade seja de superá-la radicalmente. A Importância Da Pesquisa No Serviço Social Você sabe o que é pesquisa? O que pesquisa tem a ver com Serviço Social? Uma pesquisa é um processo de construção de um conhecimento ou de um saber com dois objetivos: Gerar novos conhecimentos Confirmar ou desconstruir um conceito já existente. Como fator resultante de uma pesquisa, temos um rico processo de aprendizagem, que ocorre numa via de mão dupla: traz benefícios tanto para quem desenvolve e aplica a pesquisa e para a sociedade/grupo/comunidade pesquisada. A pesquisa pode construir o conhecimento científico, isto por que ela favorece a ruptura do senso comum e gera um novo conhecimento com base em fundamentos teóricos relevantes construídos com base em uma metodologia adequada. Este conhecimento científico é transmitido de forma lógica, racional, através de processos formais de aprendizagem. Busca explicar o “por que” e “como” os fenômenos ocorrem para evidenciar fatos correlacionados em uma visão mais globalizante do que a relacionada com um simples fato. Tal passagem do senso comum para o conhecimento científico caracteriza-se pela adoção de alguns elementos, tais como: definição de um referencial teórico que permita uma visão de conjunto, pois este dá sustentação ao profissional para desenvolver sua prática [...]. É necessária também, a definição de um caminho para chegar a um método e é maior que a metodologia (LOPES, 2008, p. 16). https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/a-importancia-da-pesquisa-no-servico-social/24940 31 Estamos falando em métodos e metodologia. Esses dois conceitos são iguais? Se não, qual a diferença? Vejamos! O método é desenvolvido pela razão, pelo entendimento, pela problematização e exige – de quem o desenvolve – conhecimentos relativamente profundos nas teorias correlacionadas. A metodologia está mais preocupada com o como fazer, como operacionalizar a pesquisa que será calcada na fundamentação teórica do método. Nessa etapa são definidos os instrumentos, técnicas e demais recursos que serão utilizados para que se alcance o objetivo final. Podemos ainda definir pesquisa como sendo o processo estruturado em função de um problema. Este, por sua vez, passa a ser o fator – chave da pesquisa e deve ser delimitado nos quesitos tempo e espaço. Em todas as profissões a pesquisa é um elemento fundamental e não é diferente no caso do assistente social. É através da pesquisa que novas decisões são tomadas em prol de uma comunidade, visando melhorias da condição de vida daquela população. Para tanto o espírito investigativo do pesquisador deve estar presente, ele deve ter – na sua essência – a curiosidade, a vontade de ir além, de saber mais. Mas no que consiste investigar alguma coisa, pesquisar algo? Você sabe? Investigar versa em um estudo sistemático que tem por objetivo construir conhecimentos e buscar soluções para uma dada problemática. Estuda a relação sujeito x meio x objeto. O conhecimento a ser construído pela investigação vislumbra não somente a compreensão e explicação do real, mas a instrumentalização das ações profissionais. O pesquisador, em uma mesma pesquisa, poderá ter diferentes motivos para investigar, mas sempre terá um motivo central que irá impulsioná-la (LOPES, 2008. P. 17). No que se refere especificamente ao Serviço Social, a pesquisa deve proporcionar um aprofundamento do conhecimento na área a fim de resultar em melhores decisões e intervenções positivas no contexto social que a pesquisa está inserida. Assim, segundo Lopes (2008), a construção de um novo saber baseado em uma pesquisa ou processo de investigação, realiza um movimento dialético que consiste em: 32 1) análise e crítica do objeto base da pesquisa; 2) construção de novos conhecimentos 3) síntese do plano de ação e do conhecimento. Dessa forma, o movimento dialético pressupõe a seguintes fases: 1) teoria a ser defendida; 2) crítica; 3) síntese. É importante que o profissional de assistência social tenha claro que os conhecimentos que são utilizados para nortear o trabalho ou a pesquisa devem ser diretamente proporcionais a problemática social em questão. Portanto, diante dos problemas específicos, o profissional não tem apenas que analisar o que acontece, mas tem que formular uma crítica e tomar uma decisão por um determinado tipo de construção de alternativas como produto de investigação. O modo como o pesquisador faz isso, é o que irá determinar a relação que ele estabelece com a teoria (LOPES, 2008. P. 18). O que irá determinar qual a linha de estudos que a pesquisa social irá seguir é a problemática principal, o objeto de estudo em si. Nesse processo é fundamental ter todas as informações necessárias de forma mais completa possível sobre o sujeito/objeto de estudos. O trabalho de pesquisa, dentro de um espaço Profissional, indica expressar e trabalhar com singularidades, com experiências e histórias de vida e para isso é fundamental uma aproximação peculiar entre o pesquisador e o sujeito objeto da pesquisa. Nesse processo se trabalha fundamentalmente com formulação de hipóteses, instrumentos de pesquisas delimitados e dados estatísticos e matemáticos. Assim, ao se fazer uma pesquisa social devemos estar cientes da necessidade de quebras de paradigmas, de romper com padrões tradicionais de pesquisas e estar apto a desenvolver novas metodologias adequadas a realidade da questão social. As Competências do Serviço Social na Contemporaneidade Se no momento da origem do Serviço Social como uma profissão inscrita na divisão do trabalho, era apenas a sua dimensão técnica que lhe garantia os estatutos de eficácia e competência profissional (isto é, era a forma e os resultados imediatos de 33 sua ação que lhe garantiam legitimidade e reconhecimento da sociedade), o Movimento de Reconceituação buscou superar essa visão unilateral. No universo das diversas correntes que atuaram nesse movimento, a principal motivação era dar ao Serviço Social um estatuto científico. E mais propriamente, no âmbito da corrente que Netto (2004) denominou de “Intenção de Ruptura” (que para ele significa o rompimento com as visões conservadoras da profissão), foi levantada a necessidade de que a profissão se debruçasse sobre a produção de um conhecimento crítico da realidade social, para que o próprio Serviço Social pudesse construir os objetivos e (re)construir objetos de sua intervenção, bem como responder às demandas sociais colocadas pelo mercado de trabalho e pela realidade. Assim, pôde o Serviço Social aprofundar o diálogo crítico e construtivo com diversos ramos das chamadas Ciências Humanas e Sociais (Economia, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia). A partir deentão, entramos no período em que os autores contemporâneos da profissão chamam de “maturidade acadêmica e profissional do Serviço Social” (Netto, 1996), que procurou definir novos requisitos para o status de competência profissional. Iamamoto (2004), após realizar uma análise dos desafios colocados ao Serviço Social nos dias atuais, apontou 03 dimensões que devem ser do domínio do Assistente Social: •Competência ético-política – o Assistente Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista – relações essas que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua prática – valores esses que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais (Resolução CFAS nº 273/93)5, e que assumem claramente uma postura profissional de articular sua intervenção aos interesses dos setores majoritários da sociedade; •Competência teórico- metodológica – o profissional deve ser qualificado para conhecer a realidade social, política, econômica e cultural com a qual trabalha. Para isso, faz-se necessário um intenso rigor teórico e metodológico, que lhe 34 permita enxergar a dinâmica da sociedade para além dos fenômenos aparentes, buscando apreender sua essência, seu movimento e as possibilidades de construção de novas possibilidades profissionais; •Competência técnico- operativa – o profissional deve conhecer, se apropriar, e, sobretudo, criar um conjunto de habilidades técnicas que permitam ao mesmo desenvolver as ações profissionais junto à população usuária e às instituições contratantes (Estado, empresas, Organizações Não- governamentais, fundações, autarquias etc.), garantindo assim uma inserção qualificada no mercado de trabalho, que responda às demandas colocadas tanto pelos empregadores, quanto pelos objetivos estabelecidos pelos profissionais e pela dinâmica da realidade social. Essas três dimensões de competências nunca podem ser desenvolvidas separadamente – caso contrário, cairemos nas armadilhas da fragmentação e da despolitização, tão presentes no passado histórico do Serviço Social (Carvalho& Iamamoto, 2005). Contudo, articular essas três dimensões coloca um desafio fundamental, e que vem sendo um tema de grande debate entre profissionais e estudantes de Serviço Social: a necessidade da articulação entre teoria e prática. Investigação e intervenção, pesquisa e ação, ciência e técnica não devem ser encaradas como dimensões separadas– pois isso pode gerar uma inserção desqualificada do Assistente Social no mercado de trabalho, bem como ferir os princípios éticos fundamentais que norteiam a ação profissional: O que se reivindica, hoje, é que a pesquisa se afirme como uma dimensão integrante do exercício profissional, visto ser uma condição para se formular respostas capazes de impulsionara formulação de propostas profissionais que tenham efetividade e permitam atribuir materialidade aos princípios ético-políticos norteadores do projeto profissional. Ora, para isso é necessário um cuidadoso conhecimento das situações ou fenômenos sociais que são objeto de trabalho do assistente social (IAMAMOTO:2004; p. 56). Pensar sob esse ponto de vista significa colocar o Serviço Social em um lugar de destaque, tanto no plano da produção do conhecimento científico (rompendo com o discurso do senso comum) como no âmbito das instituições públicas e privadas 35 que, de algum modo, atuam sobre a “questão social”. O Assistente Social ocupa um lugar privilegiado no mercado de trabalho: na medida em que ele atua diretamente no cotidiano das classes e grupos sociais menos favorecidos, ele tem a real possibilidade de produzir um conhecimento sobre essa mesma realidade. E esse conhecimento é, sem dúvida, o seu principal instrumento de trabalho, pois lhe permite ter a real dimensão das diversas possibilidades de intervenção profissional. Assim, o processo de qualificação continuada é fundamental para a sobrevivência no mercado de trabalho. Estudar, pesquisar, debater temas, reler livros e textos não podem ser atividades desenvolvidas apenas no período da graduação ou nos “muros” da universidade e suas salas de aula .Se no cotidiano da prática profissional o Assistente Social não se atualiza, não questiona as demandas institucionais, não acompanha o movimento e as mudanças da realidade social, estará certamente fadado ao fracasso e a uma reprodução mecânica de atividades, tornando-se um burocrata, e, sem dúvidas, não promovendo mudanças significativas seja no cotidiano da população usuária ou na própria inserção do Serviço Social no mercado de trabalho. 37 6. AS COMPETÊNCIAS/HABILIDADES NECESSÁRIA PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL Na profissionalização de um assistente Social é necessário que este possua competências e habilidades específicas. Segundo Thompson (2000) existe uma separação entre competências e habilidades/capacidades, pois a competência integra a capacidade/habilidade e a capacidade de utilizarmos na ação técnica (na pratica), enquanto que, em si, a capacidade/habilidade é algo que se aprende de modo a desenvolver uma atividade da melhor maneira possível, como por exemplo, a paciência, a sensibilidade, a organização. Estas ao serem aprendidas são mobilizadas na escuta ativa, respeito pelo outro, comunicação, empatia, reflexividade e capacidade discursiva. 38 Um profissional de serviço social deve ser objetivo no seu percurso profissional, assim sendo, o profissional não se pode basear em juízos de valor, pois estes detêm uma conotação do “dever ser” e provêm de valores aprendidos em sociedade e designam o padrão corretivo da sociedade e o que é aceitável. Por isso mesmo, o profissional operacionaliza juízos de facto, sendo que estes centram a sua interpretação da realidade em si, podem ser descritivos centrando-se no que as coisas são e não são são avaliativos. Para que haja uma melhoria do processo de objetivação é necessário proceder à relativização e perceber os fatos aprendidos consoante o contexto em que se encontram inseridos. Deve-se também proceder à totalidade solidária, não esquecendo que o fenómeno em estudo depende de uma “multi dimensão” e que se deve analisar todos os seus pressupostos e sistematiza-los. Deve-se também proceder à aplicação da fatualidade (descrição dos fatos) e ao questionamento (habilidade de questionar o fenómeno e a análise para poder originar novas conclusões). Tudo isto, é essencial porque é orientado pelos objetivos fulcrais para que o profissional haja de forma profissional e coerente na resposta aos casos. Por fim, um bom planeamento, ou seja um planeamento objetivo, conta com a capacidade de https://servicosocial1lab.files.wordpress.com/2012/05/sem-tc3adtulo.jpg 39 envolvimento, distanciamento e reflexividade do profissional de serviço social. A investigação de fenómenos nesta profissão depende de um certo envolvimento profissional e técnico com a população alvo. Daí a necessidade de existir a consciencialização de certo distanciamento emocional, que não influencie as conclusões/ respostas ao caso(s). Campos de Atuação do Serviço Social Vamos compreender a prática do assistente social bem como conhecer os espaçosde intervenção deste profissional na sociedade. O profissional de Serviço Social realiza um trabalho essencialmente socioeducativo e está qualificado para atuar nas diversas áreas ligadas à condução das políticas sociais públicas e privadas, tais como planejamento, organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa e assessoria. O seu trabalho tem como principal objetivo responder às demandas dos usuários dos serviços prestados, garantindo o acesso aos direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 e na legislação complementar. Para isso, o assistente social utiliza vários instrumentos de trabalho, como entrevistas, análises sociais, relatórios, levantamento de recursos, encaminhamentos, visitas domiciliares, dinâmicas de grupo, pareceres sociais, contatos institucionais, entre outros. O assistente social é responsável por fazer uma análise da realidade social e institucional, e intervir para melhorar as condições de vida do usuário. A adequada utilização desses instrumentos requer uma contínua capacitação profissional que busque aprimorar seus conhecimentos e habilidades nas suas diversas áreas de atuação. A atuação do assistente social faz-se desenvolvendo ou propondo políticas públicas que possam responder pelo acesso dos segmentos de populações aos serviços e benefícios construídos e conquistados socialmente, principalmente, aquelas da área da Seguridade Social. De modo geral, as instituições que requisitam o profissional de Serviço Social ocupam-se de problemáticas relacionadas a: crianças moradoras de rua, em trabalho precoce, com dificuldades familiares ou escolares, sem escola, em risco social, com deficiências, sem família, drogadas, internadas, doentes; adultos desempregados, drogados, em conflito familiar ou conjugal, aprisionados, em conflito nas 40 relações de trabalho, hospitalizados, doentes, organizados em grupos de interesses políticos em defesa de direitos, portadores de deficiências; idosos asilados, isolados, organizados em centros de convivência, hospitalizados, doentes; minorias étnicas e demais expressões da questão social. Devido à experiência acumulada no trabalho institucional, o assistente social tem-se caracterizado pelo seu interesse, competência e intervenção na gestão de políticas públicas e hoje contribuindo efetivamente na construção e defesa delas, a exemplo do Sistema Único de Saúde – SUS –, da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas – e do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA –, participando de conselhos municipais, estaduais e nacionais, bem como das conferências nos três níveis de governo, onde se traçam as diretrizes gerais de execução, controle e avaliação das políticas sociais. Estamos falando tanto no perfil do assistente social e nas intervenções deste profissional. Mas você sabe quais espaços ele pode atuar? Vamos conhecer alguns: Meio ambiente Os fatores que justificam a intervenção do Profissional nesta aérea são justamente as novas situações que são geradas não só pelo confronto que passa a existir entre a população, na condição de expropriados e a concessionária, mas também pelos efeitos causados pelos empreendimentos. No caso das construções de Usinas Hidrelétricas, o objetivo do Serviço Social é o de incrementar as ações que vão possibilitar o desenvolvimento da política energética através de maior geração de eletricidade justificada pela necessidade de atender a demanda causada pelo desenvolvimento econômico regional. Diante dessa justificativa as empresas estatais desapropriam terras, desalojam populações e criam situações de conflito em diferentes momentos: antes da construção, durante e após o término do empreendimento. O Assistente Social enquanto pesquisador do meio ambiente Serviço Social poderá, como qualquer outra área do conhecimento estudar os impactos ambientais causados pela construção de Usinas Hidrelétricas ou vir a compor uma equipe de pesquisadores que tem como objetivo o estudo dos impactos causados no meio ambiente por essas Usinas. Saúde 41 Os assistentes sociais se inserem no processo de trabalho em saúde, como agente de interação entre os níveis do Sistema Único de Saúde – SUS com as demais políticas sociais, sendo que o principal objetivo de seu trabalho no setor é assegurar a integralidade e intersetorialidade das ações. O profissional desenvolve, ainda, atividades de natureza educativa e de incentivo à participação da comunidade para atender as necessidades de coparticipação dos usuários no desenvolvimento de ações voltadas para a prevenção, recuperação e controle do processo saúde/doença. O que vale ainda ressaltar na inserção atual do assistente social na área de saúde é o fato de que essa “prática” não é mais mediada pela ideologia da ajuda e sim pela perspectiva da garantia de direitos sociais. Educação A presença dos assistentes sociais nas escolas expressa uma tendência de compreensão da própria educação em uma dimensão mais Integral, envolvendo os processos sócio institucionais e as relações sociais, familiares e comunitárias que fundam uma educação cidadã, articuladora de diferentes dimensões da vida social como constitutivas de novas formas de humana, nas quais o acesso aos direitos sociais é crucial. Assistência social Assistente social como trabalhador da Assistência Social tem como finalidade básica o fortalecimento dos usuários como sujeito de direitos e o fortalecimento das políticas públicas. Tendo em vista que o Assistente Social é um profissional comprometido com a autonomia dos sujeitos, com a crença no potencial dos moradores e das famílias das populações referenciadas pelo CRAS, para que rompam com o processo de exclusão /marginalização, assistencialismo e tutela. O profissional de Serviço Social trabalha na emancipação de famílias e comunidades, sendo que, uma das mais importantes dimensões do papel do assistente social, sempre na perspectiva de cumprir com o desafio de integrar as políticas sociais. Uma integração que, respeitadas as especificidades de cada área, se dá pelo ponto que têm em comum: a defesa da vida, da dignidade e do desenvolvimento social que possibilite a mais justa distribuição de bens e riquezas no país. Empresa 42 No processo de inserção do Serviço Social no mundo privado do trabalho pode se afirmar que sua atuação nessa direção gira em torno tanto do funcionário quanto da empresa, na resolução ou na contenção de situação conflituosa e/ ou de dificuldades na produção ou nas relações sociais cuja atuação em alguns casos é estendida à família dos funcionários. Assessoria e consultoria Área de atuação profissional que requer preparo técnico, embasamento teórico e comprometimento ético político. Um profissional capaz de formular, gerir, implementar e avaliar políticas, projetos sociais, elaborar estudos e pesquisas. ONGs Atividades predominantes são: o esclarecimento de direitos sociais, benefícios e serviços institucionais; o planejamento de programas e projetos sociais; a assessoria/acompanhamento à grupos sociais; orientação/encaminhamento de serviços e benefícios sociais. Atuação do Assistente Social no Judiciário O Serviço Social tem seu espaço de trabalho dentro do judiciário, atuando como “peritos” e com isso poderão assumir responsabilidade sobre a vida de pessoas que estão em situações de vulnerabilidade social, que necessitam de proteção judicial. Os Assistentes Sociais utiliza o estudo social como instrumento para análise da realidade encontrada pelos autores das ações judiciais podendo ser chamados a dar opiniões, fazer laudos e pareceres sociais. Sendo que estesconstituem subsídios para instrumentos as decisões e análise da situação e posicionamento diante dos fatos apresentados. O Assistente Social na área de consultoria O Assistente Social como consultor através da atuação junto a empresa e seus gestores e colaboradores pode oferecer alternativas que repercutem positivamente na empresa principalmente nas áreas de: • Elevação da produtividade • Melhoria do clima organizacional • Redução de acidentes do trabalho • Redução do absenteísmo 43 • Melhor imagem positiva da Empresa • Melhor utilização dos Benefícios oferecidos pela Empresa • Mapeamento Social, Diagnóstico Social e Clima Organizacional; • Administração de Benefícios / Convênios / Auto-Gestão • Sinistralidade de Convênios • Terceirização: controles administrativos, implantação de rotinas, suporte à área de RH, de acordo com o perfil e necessidade do cliente. O Assistente Social exerce suas funções através de palestras, atendimentos individuais, grupais, dinâmicos e pesquisas, atua também promovendo reflexos sobre a origem dos fatores levando o cliente/ colaborador a ser capaz de decidir sua própria vida e carreira. O Assistente Social na área da Habitação A atuação do Assistente Social na habitação estar norteada pelo Caderno de Orientação Técnico Social (COTS) que tem a finalidade de orientar as equipes técnicas sociais dos Estados, Distrito Federal, Municípios, responsáveis pela implantação dos programas habitacionais. Esta intervenção técnico-social é norteada pelos seguintes eixos básicos: • Apoio à mobilização e organização comunitária; • Condominial, capacitação profissional, geração de trabalho renda; • Educação, sanitária/patrimonial; • Trabalho socioambiental e ações informativas; • Características sociais e econômicas da população a ser beneficiada. Como vimos, o campo de atuação do assistente social é bem amplo e diversificado. São inúmeras as possibilidades e isso faz com que a formação, a qualificação e a capacitação destes sejam aprimoradas. Exige-se um maior conhecimento e uma maior capacidade de lhe dar com situações difíceis e de compreender as relações humanas nas diferentes instâncias. O assistente social tem que estar preparado para enfrentar pessoas viciadas em drogas psicoativas, doentes com AIDS ou outras doenças terminais, desemprego, violência doméstica, trabalho infantil, balanço 44 social, responsabilidade social entre tantos outros. Além disso, o assistente social deve estar atento aos índices de controle social, tais como: índice de natalidade e mortalidade, tempo de vida, número de pessoas por famílias, renda, escolaridade, etc. Esses ajudarão o profissional a criar um cenário e propor ações condizentes a fim de atuar na causa – raiz da problemática social. 46 7. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusado arbítrio e do autoritarismo; III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes 47 e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero; IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. Para ter acesso ao Código de Ética Profissional do(a) Assistente Social completo acesse o link: http://www.cress- es.org.br/site/images/cep_2011.pdf 49 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO MINEIRA DE MUNICÍPIOS. Sistema Único de Assistência Social. Disponível em:<http://portalamm.org.br/siste ma-unico-de-assistencia-social/>. Acesso em: 28 set. 201 Barbosa, Davi. PNAS - Política Nacional de Assistência Social – Institucional. Disponível em: <http://amoservicosocial.blogspot. com.br/2013/03/pnas-politica- nacional-de-assistencia.html>. Acesso em: 28 set. 2017 Florentino da Silva, Heleno. A Lei Orgânica da Assistencia Social (LOAS) como ação afirmativa a garantir o direito a diferença. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com .br/artigo,a-lei-organica-da- assistencia-social-loas-como-acao- afirmativa-a-garantir-o-direito-a- diferenca,31232.html>. Acesso em: 28 set. 2017. M. de Menezes, Paula Fernanda; S. Gomes, Luciano. Serviço Social na Contemporaniedade. Disponível em: <http://escritossociais.blogspot.co m.br/2011/04/servico-social-na- contemporaneidade.html>. Acesso em: 28 set. 2017 PORTAL EDUCAÇÃO. A importância da Pesquisa no Serviço Social. Disponível em:<https://www.portaleducacao.c om.br/conteudo/artigos/idiomas/a -importancia-da-pesquisa-no- servico-social/24940>. Acesso em: 28 set. 2017 __________________. Campos de Atuação do Serviço Social. Disponível em:<https://www.portaleducacao.c om.br/conteudo/artigos/idiomas/c ampos-de-atuacao-do-servico- social/24945>. Acesso em: 28 set. 2017. 05 0
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