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*Artigo apresentado ao Curso de Especialização em Gestão, Licenciamento e Auditoria Ambiental da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). ¹Graduado em Gestão Ambiental pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Gurupi – Tocantins. E-mail: fernandovoxlopes@gmail.com ²Graduada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Filadélfia de Londrina (PR); Especializada em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); Mestrado em Agricultura Conservacionista (Produção e Proteção Vegetal do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR); Doutoranda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná; Professora tutora da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). PRINCIPAIS CAUSAS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS MAIS UTILIZADAS* José Fernando da Silva Lopes¹ Mariana Mantelato Neiva² RESUMO A recuperação de áreas degradadas (AD) está intimamente relacionada com a ciência da restauração ecológica, a qual baseia – se no processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. A recuperação de áreas degradadas é considerada uma alternativa tecnológica viável com o objetivo de aumentar a produção animal e minimizar a emissão dos gases de efeito estufa. Este trabalho objetivou analisar as principais causas relacionadas à degradação ambiental (DA) e as técnicas de recuperação de áreas degradadas (AD) mais utilizadas através da realização de pesquisa bibliográfica, apresentando caráter descritivo, onde foram selecionados artigos mais relevantes sobre o tema. A DA pode ser atribuída a vários fatores naturais e antrópicos, como por exemplo, a ocorrência de eventos climáticos com proporções extremas, estresses bióticos, seleção de espécies arbóreas, além do histórico de uso do solo e acidificação do solo, ocasionando desequilíbrio do ecossistema. Das áreas degradadas, a grande maioria está relacionada às atividades de produção e extrativismo, mineração, desmatamento, queimadas, atividades agrícolas, construção de estradas, represas, áreas industriais, disposição do lixo, erradicação da mata ciliar, entre outras. Dentre as técnicas utilizadas na recuperação de áreas degradadas, destacam-se as de nucleação, que consiste em utilizar o potencial dos elementos naturais disponíveis para a formação de sítios nucleadores, sendo que a principal vantagem da técnica é o baixo custo. Palavras – chave: Recuperação de Áreas. Recuperação Ambiental. Desmatamento. mailto:fernando 1 1. INTRODUÇÃO A recuperação de áreas degradadas (AD) é considerada uma alternativa tecnológica viável com o objetivo de aumentar a produção animal e minimizar a emissão dos gases de efeito estufa (GEE), que se apresentam como condicionantes para atenuar os efeitos de mudanças climáticas (BRASIL, 2017a). A recuperação de AD está intimamente relacionada com a ciência da restauração ecológica, a qual baseia – se no processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. No Artigo 225 da Constituição Federal de 1988 está definido que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o qual é classificado como um bem de uso comum do povo, sendo essencial à qualidade de vida, sendo de responsabilidade do Poder Público e da coletividade a defesa e preservação para as presentes e futuras gerações. A preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais e o manejo ecológico das espécies e ecossistemas são responsabilidades específicas do Poder Público (BRASIL, 1988; BRASIL, 2017b). Devido à intensa atividade de mineração, práticas agronômicas, aplicação de efluentes industriais ou lodo para irrigação de plantações, o índice de contaminação em terras para agricultura tem crescido significativamente, contribuindo para erosões hídricas e eólicas, lixiviação de agentes contaminantes para o lençol freático entre outras consequências. É possível observar que, com o passar dos anos os recursos naturais sofreram degradação decorrentes da ação humana, provocando desequilíbrio do ecossistema. Atualmente, busca – se a implantação do conceito de desenvolvimento sustentável, com o objetivo de conscientização de empresas, cidadãos e agentes públicos quanto à necessidade de preservação e restauração de AD (MACHADO et al., 2013). O solo é um componente essencial para a manutenção da sustentabilidade do ecossistema, visto que possibilita a ciclagem de nutrientes e energia considerados fundamentais para a vida dos organismos. Entretanto, quando o solo não é utilizado de forma sustentável, ocorrem processos de degradação, que pode acarretar 2 prejuízos socioeconômicos para as gerações atuais e para as gerações futuras (CANDIDO-FILHO et al., 2015). A sustentabilidade ambiental está diretamente relacionada com atender demandas e necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras a atenderem as suas próprias necessidades. É necessária a utilização consciente dos recursos naturais, de forma que haja integridade global nos ecossistemas. Diante disso, podemos observar que há crescente necessidade de recuperação quando há áreas que passaram por processos degradantes, como por exemplo, mineração, uso intensivo do solo para fins agropecuários, queimadas consecutivas e desmatamento (SOUZA; RIBEIRO, 2013). Diante da importância do tema, faz – se necessária uma análise das principais causas relacionadas à DA e as técnicas de recuperação de AD mais utilizadas. 2.REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. GESTÃO AMBIENTAL Envolve ações de planejamento, organização e orientação, visando alcançar metas ambientais específicas. A gestão ambiental está diretamente relacionada à tomada de decisão em curto prazo, de forma a utilizar de maneira racional os recursos naturais, bem como realizar o cumprimento da legislação ambiental, com o objetivo principal de garantir a conservação e preservação da biodiversidade, resultando na diminuição dos impactos ambientais provocados pelas ações humanas (ALCÂNTARA et al., 2012). Dentro do contexto da gestão ambiental, estão associadas as técnicas utilizadas nos processos de recuperação de AD, técnicas de reflorestamento, os métodos para a exploração de forma sustentável dos recursos naturais. Além disso, a gestão ambiental também é responsável pela realização de estudos de riscos e impactos ambientais, os quais são necessários para a avaliação de empreendimentos, bem como de ampliação de atividades produtivas (ORTIS et al., 2012). 3 Chaves et al. (2013) afirma que a gestão ambiental é o instrumento mais importante para o desenvolvimento sustentável, onde normas do poder público e agências reguladoras trabalham em conjunto com a sociedade civil, visto que se completam. A gestão ambiental está diretamente relacionada com medidas técnicas e gerenciais, que objetivam assegurar que determinado empreendimento seja implantado, e que suas atividades ocorram em conformidade com a legislação ambiental, com a intenção de minimizar os possíveis riscos e impactos (SILVEIRA, 2015). 2.2.PRINCIPAIS CAUSAS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL Área degradada pode ser entendida como local onde encontram – se processos causadores de danos ao meio ambiente, os quais podem comprometer a funcionalidade deste, como por exemplo, diminuir ou excluir a qualidade produtiva dos recursos naturais. A degradação de áreas ambientais pode gerar consequências negativas ao ser humano, possibilitando o aparecimento de doenças, comprometendo o bem - estar e criando condições adversas às atividades socioeconômicas (KOHLRAUSCH; JUNG, 2015). A degradação pode ser atribuída a vários fatores naturais e antrópicos, como por exemplo, a ocorrência de eventos climáticos com proporções extremas, estresses bióticos, seleção de espécies arbóreas, além do histórico de usodo solo e acidificação do solo. Diante disso, podemos afirmar que a degradação está diretamente relacionada com a perda da estabilidade do ecossistema (AMARAL, 2013). A degradação dos solos é considerada grave prejuízo sócioeconômico para as gerações atuais e para as gerações futuras e ocorre quando a vegetação nativa e a fauna são destruídas, removida ou enterrada. Entretanto, a ação mais grave ocorre quando a DA impede a recuperação das características naturais de tais áreas, como por exemplo, características físicas, química e biológica. Dentre as principais causas de DA estão os desmatamentos, mineração, queimadas consecutivas, erosões decorrentes de decomposição de rochas, modificações decorrentes de temperaturas, ação da água e do vento (CANDIDO-FILHO et al., 2015). 4 O conceito para área degradada geralmente está relacionado à redução de produtividade devido a manejos agrícolas inadequados, a remoção da cobertura vegetal, o uso excessivo de fertilizantes e agrotóxicos, a poluição e a perda dos horizontes superficiais do solo por causa de erosão ou de mineração. Solos degradados caracterizamse por apresentar, em comparação às condições naturais, baixos teores de matéria orgânica e de nutrientes, principalmente carbono (C), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S); baixa capacidade de infiltração de água e alta compactação, que se reflete em baixa atividade biológica, o que dificulta o desenvolvimento da cobertura vegetal, tornando essas áreas impróprias (AMARAL, 2013, p. 5). Das ADs, 98,8% estão relacionadas às atividades de produção e extrativismo, e 1,2% a ações como mineração, construção de estradas, represas, áreas industriais, disposição do lixo, erradicação da mata ciliar, entre outras (KOHLRAUSCH; JUNG, 2015). 2.2.1. Mineração A atividade relacionada à mineração fornece matéria-prima à diversos setores da economia, portanto são consideradas altamente impactantes, mas não sustentáveis. Envolvem dois processos, são elas, mineração subterrânea e a mineração de superfície. Destes dois processos, a mineração subterrânea ocasiona mais impacto ambiental de superfície (SILVEIRA, 2015). Devido os graves impactos negativos da mineração, o artigo 225 da Constituição Federal, salienta que o responsável pelo projeto de mineração, deve implantar o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) (BRASIL, 1988). Geralmente, os locais considerados viáveis para a prática da mineração são ambientalmente sensíveis e importantes para a preservação da biodiversidade, dos recursos hídricos, e outros recursos naturais. O impacto ambiental decorrente da mineração está diretamente associado ao grande volume de rejeite, as constantes escavações para retirada do minério, a retirada de vegetação, uso de explosivos, que promovem desequilíbrio do ecossistema (SILVA, 2014). Os impactos ambientais causados pela mineração alteram intensamente a área, bem como as áreas vizinhas, principalmente onde são depositados os rejeitos. 5 Além disso, há presença de substâncias químicas prejudiciais na fase de melhoria do minério, podendo ocasionar geração de resíduos, bem como a poluição da água e do ar, poluição sonora, entre outros (SILVA, 2007). O método de extração, o tamanho da operação, a natureza domineral e suas consequências, como o beneficiamento, são fatores que aumentam significativamente a proporção dos danos, visto que o mineral pode ser extraído através de procedimentos de desmonte hidráulico, dragagem, escavações e desmonte por explosivos, causando impactos ambientais diferenciados (AMARAL, 2013). 2.2.2. Desmatamentos A remoção massiva da cobertura florestal apresenta graves implicações ambientais, com consequências negativas ao regime hidrológico, clima e biodiversidade. Devido os avanços da tecnologia e os processos de modernização, as atividades produtivas e econômicas crescem em um ritmo acelerado, e como consequência deste processo, é o impacto ambiental devido à intensa exploração agropecuária e agroindustrial. Neste contexto, o desmatamento é um fator preocupante, visto à devastação que acarreta à natureza (GELAIN et al., 2012). Os processos degradantes ocorrem, principalmente, decorrentes da abertura de áreas destinadas às lavouras, pastagens, extrativismo animal, vegetal e mineral, além da expansão urbana. Dentre as principais consequências está a perda da biodiversidade, aumento na emissão de gases de efeito estufa, além de contribuir diretamente para o aumento do aquecimento global e desertificação. Os impactos causados pelo desmatamento ocasionam ainda a perda de oportunidades para o uso sustentável da floresta(FEARNSIDE, 2006). Dentre os principais fatores definidos como causa do desmatamento estão a expansão agrícola, o comércio de madeiras, o crescimento populacional e a construção de estradas. Além disso, vale ressaltar a governança pública, que possuem responsabilidade social sobre esse assunto, devendo seguir determinações legais, e que podem interagir de maneira diferente em cada região de acordo com a realidade local (ARRAES et al., 2012). A exploração madeireira é vista como um dos principais fatores contribuintes para o desmatamento e a degradação de áreas florestais, visto que provoca danos 6 através da eliminação de diversas espécies e árvores, as quais são utilizadas como madeira, e retirada, na maioria das vezes, de forma irregular. Além da exploração madeireira, a criação de estradas também ocasiona impactoambiental devidoo desmatamento em grande escala (FEARNSIDE, 2010). 2.2.3. Queimadas As queimadas resultam em maiores teores e saturação de Alumínio, e maior acidez potencial do solo, bem como menores teores de Magnésio na camada superficial do solo. Dentre as principais consequências de queimadas, podemos observar a degradação do solo, que ocorre, principalmente, devido às alterações das características físicas, químicas e biológicas, bem como de todo o ecossistema. Além disso, causa o empobrecimento do solo, devido à destruição de agentes essenciais para a fertilização (microorganismos), destruição de húmus, da fauna e da cobertura vegetal nativa (BERNARDY et al., 2011). As queimadas eliminam a serapilheira e a camada de matéria orgânica no solo que amortecem o impacto das águas pluviais nas camadas superficiais do solo, além disso, promovem a destruição da fauna endopedônica, a qual é responsável pela ciclagem dos nutrientes (MACHADO, 2012). 2.2.4. Práticas agrícolas Outro fator contribuinte para a ocorrência de desmatamento e consequente DA é a criação de gado, através da retirada de espécies nativas para a criação de pasto, bem como da compactação do solo pelos animais à procura de alimento pisoteando diversas plantas, dificultando a germinação de brotos e a infiltração de água no solo. Como fator agravante está a prática da agricultura, onde muitos agricultores utilizam a prática da queimada para promover a limpeza da área o que contribui para o plantio, entretanto, resulta em fragilidade do solo (MACHADO, 2012). As práticas agrícolas, associadas à pecuária, são apontadas como aceleradoras dos processos de DA, em virtude do caráter extrativista e predatório dos recursos naturais. Sendo assim, vale ressaltar que as técnicas utilizadas pelos agricultores, muitas vezes inadequadas, podem agilizar o processo de degradação, 7 resultando em solos empobrecidos, desprovidos de vegetação e com sinais de desertificação (SILVA; RIOS, 2013). A desertificação se apresenta como um grave problema ambiental, visto que resulta da degradação do solo devido à destruição da vegetação pela atividade humana, e compromete a biodiversidade dos ecossistemas (DUARTE, 2009). O solo é considerado um dos principais suportes da produção agrícola, todavia, suas depende da qualidade de um conjunto de fatoresque compõem sua funcionalidade, tais como as propriedades físicas, químicas e biológicas. Quando estes fatores são associados à ação do clima, tendem a encontrar equilíbrio do ecossistema. Entretanto, através de práticas agrícolas não sustentáveis, o homem pode alterar esse cenário, provando desequilíbrio, comprometendo o desenvolvimento das plantas e a preservação dos recursos hídricos (CARVALHO, 2008). 2.3. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS De acordo com a Lei nº 9.985 de 18 de Julho de 2000, recuperação é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original (BRASIL, 2000). Um projeto de recuperação de AD se faz necessário quando um determinado ecossistema sofre distúrbios de grandes proporções, considerando os fatores intensidade e frequência, sendo que esta determinada área não consegue se recuperar, ou seja, não retorna ao seu equilíbrio dinâmico. Vale ressaltar que a maioria destes distúrbios provocadores de desequilíbrios é ocasionada pela ação humana (SOARES, 2009). Um ecossistema degradado é aquele que, sendo que o seu retorno ao estado anterior pode não ocorrer ou ser bastante lento. Em AD devido à remoção da vegetação e do solo ou de parte de suas camadas, são utilizadas técnicas de revegetação, visto que apresenta – se como uma solução viável devido a interrelação da vegetação com a morfologia, a química e a biologia do solo (ALVES; ZIGOMAR, 2008). 8 Quando a recuperação se der em áreas mineradas, o tempo é fundamental, e a técnica de recuperação mais adequada é a reposição da camada superficial do solo sobre o substrato minerado, além de promover controle da erosão, procedimento de terraceamento, e finalmente, escolher espécies que irão compor a comunidade vegetal da área e otratamento de covas antes do plantio (AMARAL, 2013). 2.3.1. Nucleação É entendida como a habilidade de uma espécie em proporcionar oportunidade de melhoria na qualidade ambiental, através do progresso no fator de ocupação deste ambiente por outras espécies (REIS et al., 2003). A restauração através da nucleação é caracterizada por diversas técnicas que são implantadas, as quais nunca são aplicadas em área total, sempre formando núcleos delimitados de ação, sendo que estes ocupam em média 5% da área. Cada técnica nucleadoras de restauração apresenta particularidades, entretanto, todas elas contribuem para resgatar as condições anteriores do ecossistema (REIS et al., 2006). No contexto das técnicas empregadas na recuperação de AD, destacam - se as designadas como nucleação, que compreende na utilização do potencial dos elementos naturais livres para a formação de sítios nucleadores, a principal vantagem da técnica é o baixo custo (LEAL – FILHO et al., 2013). A nucleação é entendida como a capacidade de uma espécie propiciar significativa melhora na qualidade ambiental, permitindo a expansão de ocupação deste ambiente por espécies distintas (BENTO, 2010). O método de nucleação se subdivide em vários procedimentos, dentre eles, vale destacar o topsoil (Transposição de solo), a deslocamento de galharia e os poleiros artificiais. O topsoil, também conhecida como deslocamento do banco de sementes, utiliza procedimentos de deslocamento da camada de solo da floresta para a área impactada, colocando – as em faixas ou ilhas, criando núcleos de alta diversidade de espécies. Através da transposição do solo, é possível reintroduzir espécies da fauna e flora do solo, como por exemplo, micro-organismos decompositores, fungos micorrízicos, bactérias nitrificantes, entre outros (SOARES, 2009; BENTO, 2010; REIS et al., 2003). 9 A transposição do solo (topsoil), tem se mostrado muito eficiente para a restauração de áreas mineradas, visto que contribui para a reduçãodos custos de utilização de mudas e recuperação do solo. Outra vantagem da técnica topsoil, é a garantia de maior diversidade de flores e genética da restauração, pois é obtida especificamente com espécies locais (AMARAL, 2013). A galharia compreende os restos de vegetais (galhos, folhas e materialprodutivo) da floresta. A transposição de galharia consiste em formar o enfileiramento destes restos de vegetais na área impactada, a finalidade desse procedimento é atrair pequenos animais, além de manter o ambiente úmido e sombreado, propício para o desenvolvimento de algumas plantas. É muito utilizada em áreas destinadas à mineração ou ao represamento de hidrelétricas, onde quantidades significativas de solo são removidas (SOARES, 2009; BENTO, 2010; REIS et al., 2003). Os poleiros artificiais são árvores de pequeno porte, as quais são padronizadas com o objetivo de atrair a avifauna, favorecendo o transporte de semente através das fezes depositadas por estes durante o pouso noturno. Funcionam como foco de recrutamento de vegetação, provocando aceleração da sucessão inicial e aumentando a diversidade de espécies (SOARES, 2009; BENTO, 2010; REIS et al., 2003). 2.3.2. Técnica de Plantio de Mudas florestais É considerada uma forma efetiva para de ampliar o processo de nucleação. A técnica consiste na coleta de sementes florestais diversas, sendo levadas para viveiros para a formação de mudas, onde posteriormente são implantadas na AD (SOARES, 2009; BENTO, 2010). Para a semeadura de espécies arbóreas, é interessante o uso de espécies oriundas da região, porém privilegiando aquelas que possuem menores chances de chegar à área em restauração, através de vetores naturais (REIS et al., 2006). O método de plantio de mudas é o mais utilizado no Brasil, principalmente porque apresenta como vantagens a garantia da densidade de plantio. Entretanto, vale ressaltar que, para obter os resultados esperados, as mudas devem ser de alta qualidade (MARCONATO, 2010). 10 3 METODOLOGIA O presente trabalho se deu através de uma pesquisa bibliográfica, apresentando caráter descritivo e teve como finalidade de analisar as principais causas relacionadas à DA e as técnicas de recuperação de AD mais utilizadas. A pesquisa foi realizada nas bases de dados virtuais Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Google Acadêmico, publicações de dissertações de especializações e mestrado na área, entre outros. As palavras – chaves utilizadas foram: recuperação de áreas, recuperação ambiental e desmatamento. Os critérios de inclusão foram publicações mais específicas e abrangentes sobre o tema proposto. Após a coleta de dados, os artigos foram selecionados de acordo com a relevância, com a finalidade de aprofundar os conhecimentos à respeito do referido assunto. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A DA é um fator preocupante, visto que ocasiona impacto ambiental, principalmente quando relacionado às questões de desmatamento, mineração e atividades agrícolas, de grandes proporções, sendo muitas das vezes a recuperação de tais áreas demanda muito tempo. O manejo inapropriado do solo ocasiona destruição de cobertura vegetal, comprometendo a qualidade deste. As técnicas empregadas na recuperação de AD contribuem de forma significativa, sendo essencial seguir normas técnicas padronizadas na realização de cada uma, para alcançar os objetivos da técnica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA, Larissa Azambuja; SILVA, Maria Clara Araujo; NISHIJIMA, Toshio. Educação ambiental e os sistemas de gestão ambiental no desafio do desenvolvimento sustentável. 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