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Portifólio - PRINCIPAIS CAUSAS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS MAIS UTILIZADAS

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*Artigo apresentado ao Curso de Especialização em Gestão, Licenciamento e Auditoria Ambiental da 
Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). 
¹Graduado em Gestão Ambiental pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Gurupi – Tocantins. 
E-mail: fernandovoxlopes@gmail.com 
²Graduada em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Filadélfia de Londrina (PR); Especializada 
em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); 
Mestrado em Agricultura Conservacionista (Produção e Proteção Vegetal do Instituto Agronômico do 
Paraná (IAPAR); Doutoranda em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná; Professora 
tutora da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). 
 
PRINCIPAIS CAUSAS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E 
TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 
MAIS UTILIZADAS* 
 
 
José Fernando da Silva Lopes¹ 
Mariana Mantelato Neiva² 
 
RESUMO 
 
A recuperação de áreas degradadas (AD) está intimamente relacionada com a ciência 
da restauração ecológica, a qual baseia – se no processo de auxílio ao 
restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. A 
recuperação de áreas degradadas é considerada uma alternativa tecnológica viável 
com o objetivo de aumentar a produção animal e minimizar a emissão dos gases de 
efeito estufa. Este trabalho objetivou analisar as principais causas relacionadas à 
degradação ambiental (DA) e as técnicas de recuperação de áreas degradadas (AD) 
mais utilizadas através da realização de pesquisa bibliográfica, apresentando caráter 
descritivo, onde foram selecionados artigos mais relevantes sobre o tema. A DA pode 
ser atribuída a vários fatores naturais e antrópicos, como por exemplo, a ocorrência 
de eventos climáticos com proporções extremas, estresses bióticos, seleção de 
espécies arbóreas, além do histórico de uso do solo e acidificação do solo, 
ocasionando desequilíbrio do ecossistema. Das áreas degradadas, a grande maioria 
está relacionada às atividades de produção e extrativismo, mineração, desmatamento, 
queimadas, atividades agrícolas, construção de estradas, represas, áreas industriais, 
disposição do lixo, erradicação da mata ciliar, entre outras. Dentre as técnicas 
utilizadas na recuperação de áreas degradadas, destacam-se as de nucleação, que 
consiste em utilizar o potencial dos elementos naturais disponíveis para a formação 
de sítios nucleadores, sendo que a principal vantagem da técnica é o baixo custo. 
 
 
Palavras – chave: Recuperação de Áreas. Recuperação Ambiental. Desmatamento. 
mailto:fernando
1 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A recuperação de áreas degradadas (AD) é considerada uma alternativa 
tecnológica viável com o objetivo de aumentar a produção animal e minimizar a 
emissão dos gases de efeito estufa (GEE), que se apresentam como condicionantes 
para atenuar os efeitos de mudanças climáticas (BRASIL, 2017a). 
A recuperação de AD está intimamente relacionada com a ciência da 
restauração ecológica, a qual baseia – se no processo de auxílio ao restabelecimento 
de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. No Artigo 225 da 
Constituição Federal de 1988 está definido que todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, o qual é classificado como um bem de uso comum do 
povo, sendo essencial à qualidade de vida, sendo de responsabilidade do Poder 
Público e da coletividade a defesa e preservação para as presentes e futuras 
gerações. A preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais e o 
manejo ecológico das espécies e ecossistemas são responsabilidades específicas do 
Poder Público (BRASIL, 1988; BRASIL, 2017b). 
Devido à intensa atividade de mineração, práticas agronômicas, aplicação de 
efluentes industriais ou lodo para irrigação de plantações, o índice de contaminação 
em terras para agricultura tem crescido significativamente, contribuindo para erosões 
hídricas e eólicas, lixiviação de agentes contaminantes para o lençol freático entre 
outras consequências. É possível observar que, com o passar dos anos os recursos 
naturais sofreram degradação decorrentes da ação humana, provocando 
desequilíbrio do ecossistema. Atualmente, busca – se a implantação do conceito de 
desenvolvimento sustentável, com o objetivo de conscientização de empresas, 
cidadãos e agentes públicos quanto à necessidade de preservação e restauração de 
AD (MACHADO et al., 2013). 
O solo é um componente essencial para a manutenção da sustentabilidade 
do ecossistema, visto que possibilita a ciclagem de nutrientes e energia considerados 
fundamentais para a vida dos organismos. Entretanto, quando o solo não é utilizado 
de forma sustentável, ocorrem processos de degradação, que pode acarretar 
2 
 
 
 
 
prejuízos socioeconômicos para as gerações atuais e para as gerações futuras 
(CANDIDO-FILHO et al., 2015). 
A sustentabilidade ambiental está diretamente relacionada com atender 
demandas e necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras a atenderem 
as suas próprias necessidades. É necessária a utilização consciente dos recursos 
naturais, de forma que haja integridade global nos ecossistemas. Diante disso, 
podemos observar que há crescente necessidade de recuperação quando há áreas 
que passaram por processos degradantes, como por exemplo, mineração, uso 
intensivo do solo para fins agropecuários, queimadas consecutivas e desmatamento 
(SOUZA; RIBEIRO, 2013). 
 Diante da importância do tema, faz – se necessária uma análise das principais 
causas relacionadas à DA e as técnicas de recuperação de AD mais utilizadas. 
 
 
2.REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1. GESTÃO AMBIENTAL 
 
Envolve ações de planejamento, organização e orientação, visando alcançar 
metas ambientais específicas. A gestão ambiental está diretamente relacionada à 
tomada de decisão em curto prazo, de forma a utilizar de maneira racional os recursos 
naturais, bem como realizar o cumprimento da legislação ambiental, com o objetivo 
principal de garantir a conservação e preservação da biodiversidade, resultando na 
diminuição dos impactos ambientais provocados pelas ações humanas (ALCÂNTARA 
et al., 2012). 
Dentro do contexto da gestão ambiental, estão associadas as técnicas 
utilizadas nos processos de recuperação de AD, técnicas de reflorestamento, os 
métodos para a exploração de forma sustentável dos recursos naturais. Além disso, a 
gestão ambiental também é responsável pela realização de estudos de riscos e 
impactos ambientais, os quais são necessários para a avaliação de empreendimentos, 
bem como de ampliação de atividades produtivas (ORTIS et al., 2012). 
3 
 
 
 
 
 Chaves et al. (2013) afirma que a gestão ambiental é o instrumento mais 
importante para o desenvolvimento sustentável, onde normas do poder público e 
agências reguladoras trabalham em conjunto com a sociedade civil, visto que se 
completam. 
A gestão ambiental está diretamente relacionada com medidas técnicas e 
gerenciais, que objetivam assegurar que determinado empreendimento seja 
implantado, e que suas atividades ocorram em conformidade com a legislação 
ambiental, com a intenção de minimizar os possíveis riscos e impactos (SILVEIRA, 
2015). 
 
2.2.PRINCIPAIS CAUSAS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL 
 
Área degradada pode ser entendida como local onde encontram – se 
processos causadores de danos ao meio ambiente, os quais podem comprometer a 
funcionalidade deste, como por exemplo, diminuir ou excluir a qualidade produtiva dos 
recursos naturais. A degradação de áreas ambientais pode gerar consequências 
negativas ao ser humano, possibilitando o aparecimento de doenças, comprometendo 
o bem - estar e criando condições adversas às atividades socioeconômicas 
(KOHLRAUSCH; JUNG, 2015). 
A degradação pode ser atribuída a vários fatores naturais e antrópicos, como 
por exemplo, a ocorrência de eventos climáticos com proporções extremas, estresses 
bióticos, seleção de espécies arbóreas, além do histórico de usodo solo e acidificação 
do solo. Diante disso, podemos afirmar que a degradação está diretamente 
relacionada com a perda da estabilidade do ecossistema (AMARAL, 2013). 
A degradação dos solos é considerada grave prejuízo sócioeconômico para 
as gerações atuais e para as gerações futuras e ocorre quando a vegetação nativa e 
a fauna são destruídas, removida ou enterrada. Entretanto, a ação mais grave ocorre 
quando a DA impede a recuperação das características naturais de tais áreas, como 
por exemplo, características físicas, química e biológica. Dentre as principais causas 
de DA estão os desmatamentos, mineração, queimadas consecutivas, erosões 
decorrentes de decomposição de rochas, modificações decorrentes de temperaturas, 
ação da água e do vento (CANDIDO-FILHO et al., 2015). 
4 
 
 
 
 
 
O conceito para área degradada geralmente está relacionado à 
redução de produtividade devido a manejos agrícolas inadequados, a 
remoção da cobertura vegetal, o uso excessivo de fertilizantes e 
agrotóxicos, a poluição e a perda dos horizontes superficiais do solo 
por causa de erosão ou de mineração. Solos degradados 
caracterizamse por apresentar, em comparação às condições 
naturais, baixos teores de matéria orgânica e de nutrientes, 
principalmente carbono (C), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S); 
baixa capacidade de infiltração de água e alta compactação, que se 
reflete em baixa atividade biológica, o que dificulta o desenvolvimento 
da cobertura vegetal, tornando essas áreas impróprias (AMARAL, 
2013, p. 5). 
 
Das ADs, 98,8% estão relacionadas às atividades de produção e extrativismo, 
e 1,2% a ações como mineração, construção de estradas, represas, áreas industriais, 
disposição do lixo, erradicação da mata ciliar, entre outras (KOHLRAUSCH; JUNG, 
2015). 
 
2.2.1. Mineração 
 
A atividade relacionada à mineração fornece matéria-prima à diversos setores 
da economia, portanto são consideradas altamente impactantes, mas não 
sustentáveis. Envolvem dois processos, são elas, mineração subterrânea e a 
mineração de superfície. Destes dois processos, a mineração subterrânea ocasiona 
mais impacto ambiental de superfície (SILVEIRA, 2015). 
 Devido os graves impactos negativos da mineração, o artigo 225 da 
Constituição Federal, salienta que o responsável pelo projeto de mineração, deve 
implantar o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) (BRASIL, 1988). 
 Geralmente, os locais considerados viáveis para a prática da mineração são 
ambientalmente sensíveis e importantes para a preservação da biodiversidade, dos 
recursos hídricos, e outros recursos naturais. O impacto ambiental decorrente da 
mineração está diretamente associado ao grande volume de rejeite, as constantes 
escavações para retirada do minério, a retirada de vegetação, uso de explosivos, que 
promovem desequilíbrio do ecossistema (SILVA, 2014). 
 Os impactos ambientais causados pela mineração alteram intensamente a 
área, bem como as áreas vizinhas, principalmente onde são depositados os rejeitos. 
5 
 
 
 
 
Além disso, há presença de substâncias químicas prejudiciais na fase de melhoria do 
minério, podendo ocasionar geração de resíduos, bem como a poluição da água e do 
ar, poluição sonora, entre outros (SILVA, 2007). 
 O método de extração, o tamanho da operação, a natureza domineral e suas 
consequências, como o beneficiamento, são fatores que aumentam significativamente 
a proporção dos danos, visto que o mineral pode ser extraído através de 
procedimentos de desmonte hidráulico, dragagem, escavações e desmonte por 
explosivos, causando impactos ambientais diferenciados (AMARAL, 2013). 
 
2.2.2. Desmatamentos 
 
 A remoção massiva da cobertura florestal apresenta graves implicações 
ambientais, com consequências negativas ao regime hidrológico, clima e 
biodiversidade. Devido os avanços da tecnologia e os processos de modernização, as 
atividades produtivas e econômicas crescem em um ritmo acelerado, e como 
consequência deste processo, é o impacto ambiental devido à intensa exploração 
agropecuária e agroindustrial. Neste contexto, o desmatamento é um fator 
preocupante, visto à devastação que acarreta à natureza (GELAIN et al., 2012). 
Os processos degradantes ocorrem, principalmente, decorrentes da abertura 
de áreas destinadas às lavouras, pastagens, extrativismo animal, vegetal e mineral, 
além da expansão urbana. Dentre as principais consequências está a perda da 
biodiversidade, aumento na emissão de gases de efeito estufa, além de contribuir 
diretamente para o aumento do aquecimento global e desertificação. Os impactos 
causados pelo desmatamento ocasionam ainda a perda de oportunidades para o uso 
sustentável da floresta(FEARNSIDE, 2006). 
Dentre os principais fatores definidos como causa do desmatamento estão a 
expansão agrícola, o comércio de madeiras, o crescimento populacional e a 
construção de estradas. Além disso, vale ressaltar a governança pública, que 
possuem responsabilidade social sobre esse assunto, devendo seguir determinações 
legais, e que podem interagir de maneira diferente em cada região de acordo com a 
realidade local (ARRAES et al., 2012). 
 A exploração madeireira é vista como um dos principais fatores contribuintes 
para o desmatamento e a degradação de áreas florestais, visto que provoca danos 
6 
 
 
 
 
através da eliminação de diversas espécies e árvores, as quais são utilizadas como 
madeira, e retirada, na maioria das vezes, de forma irregular. Além da exploração 
madeireira, a criação de estradas também ocasiona impactoambiental devidoo 
desmatamento em grande escala (FEARNSIDE, 2010). 
 
2.2.3. Queimadas 
 
As queimadas resultam em maiores teores e saturação de Alumínio, e maior 
acidez potencial do solo, bem como menores teores de Magnésio na camada 
superficial do solo. Dentre as principais consequências de queimadas, podemos 
observar a degradação do solo, que ocorre, principalmente, devido às alterações das 
características físicas, químicas e biológicas, bem como de todo o ecossistema. Além 
disso, causa o empobrecimento do solo, devido à destruição de agentes essenciais 
para a fertilização (microorganismos), destruição de húmus, da fauna e da cobertura 
vegetal nativa (BERNARDY et al., 2011). 
 As queimadas eliminam a serapilheira e a camada de matéria orgânica no solo 
que amortecem o impacto das águas pluviais nas camadas superficiais do solo, além 
disso, promovem a destruição da fauna endopedônica, a qual é responsável pela 
ciclagem dos nutrientes (MACHADO, 2012). 
 
2.2.4. Práticas agrícolas 
 
 Outro fator contribuinte para a ocorrência de desmatamento e consequente DA 
é a criação de gado, através da retirada de espécies nativas para a criação de pasto, 
bem como da compactação do solo pelos animais à procura de alimento pisoteando 
diversas plantas, dificultando a germinação de brotos e a infiltração de água no solo. 
Como fator agravante está a prática da agricultura, onde muitos agricultores utilizam 
a prática da queimada para promover a limpeza da área o que contribui para o plantio, 
entretanto, resulta em fragilidade do solo (MACHADO, 2012). 
As práticas agrícolas, associadas à pecuária, são apontadas como 
aceleradoras dos processos de DA, em virtude do caráter extrativista e predatório dos 
recursos naturais. Sendo assim, vale ressaltar que as técnicas utilizadas pelos 
agricultores, muitas vezes inadequadas, podem agilizar o processo de degradação, 
7 
 
 
 
 
resultando em solos empobrecidos, desprovidos de vegetação e com sinais de 
desertificação (SILVA; RIOS, 2013). 
 A desertificação se apresenta como um grave problema ambiental, visto que 
resulta da degradação do solo devido à destruição da vegetação pela atividade 
humana, e compromete a biodiversidade dos ecossistemas (DUARTE, 2009). 
 O solo é considerado um dos principais suportes da produção agrícola, todavia, 
suas depende da qualidade de um conjunto de fatoresque compõem sua 
funcionalidade, tais como as propriedades físicas, químicas e biológicas. Quando 
estes fatores são associados à ação do clima, tendem a encontrar equilíbrio do 
ecossistema. Entretanto, através de práticas agrícolas não sustentáveis, o homem 
pode alterar esse cenário, provando desequilíbrio, comprometendo o 
desenvolvimento das plantas e a preservação dos recursos hídricos (CARVALHO, 
2008). 
 
2.3. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 
 
 De acordo com a Lei nº 9.985 de 18 de Julho de 2000, recuperação é a 
restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma 
condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original (BRASIL, 
2000). 
 Um projeto de recuperação de AD se faz necessário quando um determinado 
ecossistema sofre distúrbios de grandes proporções, considerando os fatores 
intensidade e frequência, sendo que esta determinada área não consegue se 
recuperar, ou seja, não retorna ao seu equilíbrio dinâmico. Vale ressaltar que a maioria 
destes distúrbios provocadores de desequilíbrios é ocasionada pela ação humana 
(SOARES, 2009). 
 Um ecossistema degradado é aquele que, sendo que o seu retorno ao estado 
anterior pode não ocorrer ou ser bastante lento. Em AD devido à remoção da 
vegetação e do solo ou de parte de suas camadas, são utilizadas técnicas de 
revegetação, visto que apresenta – se como uma solução viável devido a interrelação 
da vegetação com a morfologia, a química e a biologia do solo (ALVES; ZIGOMAR, 
2008). 
8 
 
 
 
 
 Quando a recuperação se der em áreas mineradas, o tempo é fundamental, e 
a técnica de recuperação mais adequada é a reposição da camada superficial do solo 
sobre o substrato minerado, além de promover controle da erosão, procedimento de 
terraceamento, e finalmente, escolher espécies que irão compor a comunidade 
vegetal da área e otratamento de covas antes do plantio (AMARAL, 2013). 
 
2.3.1. Nucleação 
 
É entendida como a habilidade de uma espécie em proporcionar oportunidade 
de melhoria na qualidade ambiental, através do progresso no fator de ocupação deste 
ambiente por outras espécies (REIS et al., 2003). 
A restauração através da nucleação é caracterizada por diversas técnicas que 
são implantadas, as quais nunca são aplicadas em área total, sempre formando 
núcleos delimitados de ação, sendo que estes ocupam em média 5% da área. Cada 
técnica nucleadoras de restauração apresenta particularidades, entretanto, todas elas 
contribuem para resgatar as condições anteriores do ecossistema (REIS et al., 2006). 
No contexto das técnicas empregadas na recuperação de AD, destacam - se 
as designadas como nucleação, que compreende na utilização do potencial dos 
elementos naturais livres para a formação de sítios nucleadores, a principal vantagem 
da técnica é o baixo custo (LEAL – FILHO et al., 2013). 
A nucleação é entendida como a capacidade de uma espécie propiciar 
significativa melhora na qualidade ambiental, permitindo a expansão de ocupação 
deste ambiente por espécies distintas (BENTO, 2010). 
 O método de nucleação se subdivide em vários procedimentos, dentre eles, 
vale destacar o topsoil (Transposição de solo), a deslocamento de galharia e os 
poleiros artificiais. O topsoil, também conhecida como deslocamento do banco de 
sementes, utiliza procedimentos de deslocamento da camada de solo da floresta para 
a área impactada, colocando – as em faixas ou ilhas, criando núcleos de alta 
diversidade de espécies. Através da transposição do solo, é possível reintroduzir 
espécies da fauna e flora do solo, como por exemplo, micro-organismos 
decompositores, fungos micorrízicos, bactérias nitrificantes, entre outros (SOARES, 
2009; BENTO, 2010; REIS et al., 2003). 
9 
 
 
 
 
 A transposição do solo (topsoil), tem se mostrado muito eficiente para a 
restauração de áreas mineradas, visto que contribui para a reduçãodos custos de 
utilização de mudas e recuperação do solo. Outra vantagem da técnica topsoil, é a 
garantia de maior diversidade de flores e genética da restauração, pois é obtida 
especificamente com espécies locais (AMARAL, 2013). 
A galharia compreende os restos de vegetais (galhos, folhas e 
materialprodutivo) da floresta. A transposição de galharia consiste em formar o 
enfileiramento destes restos de vegetais na área impactada, a finalidade desse 
procedimento é atrair pequenos animais, além de manter o ambiente úmido e 
sombreado, propício para o desenvolvimento de algumas plantas. É muito utilizada 
em áreas destinadas à mineração ou ao represamento de hidrelétricas, onde 
quantidades significativas de solo são removidas (SOARES, 2009; BENTO, 2010; 
REIS et al., 2003). 
Os poleiros artificiais são árvores de pequeno porte, as quais são padronizadas 
com o objetivo de atrair a avifauna, favorecendo o transporte de semente através das 
fezes depositadas por estes durante o pouso noturno. Funcionam como foco de 
recrutamento de vegetação, provocando aceleração da sucessão inicial e 
aumentando a diversidade de espécies (SOARES, 2009; BENTO, 2010; REIS et al., 
2003). 
 
2.3.2. Técnica de Plantio de Mudas florestais 
 
É considerada uma forma efetiva para de ampliar o processo de nucleação. A 
técnica consiste na coleta de sementes florestais diversas, sendo levadas para 
viveiros para a formação de mudas, onde posteriormente são implantadas na AD 
(SOARES, 2009; BENTO, 2010). 
Para a semeadura de espécies arbóreas, é interessante o uso de espécies 
oriundas da região, porém privilegiando aquelas que possuem menores chances de 
chegar à área em restauração, através de vetores naturais (REIS et al., 2006). 
 O método de plantio de mudas é o mais utilizado no Brasil, principalmente 
porque apresenta como vantagens a garantia da densidade de plantio. Entretanto, 
vale ressaltar que, para obter os resultados esperados, as mudas devem ser de alta 
qualidade (MARCONATO, 2010). 
10 
 
 
 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
 O presente trabalho se deu através de uma pesquisa bibliográfica, 
apresentando caráter descritivo e teve como finalidade de analisar as principais 
causas relacionadas à DA e as técnicas de recuperação de AD mais utilizadas. A 
pesquisa foi realizada nas bases de dados virtuais Scientific Eletronic Library Online 
(SCIELO), Google Acadêmico, publicações de dissertações de especializações e 
mestrado na área, entre outros. 
As palavras – chaves utilizadas foram: recuperação de áreas, recuperação 
ambiental e desmatamento. Os critérios de inclusão foram publicações mais 
específicas e abrangentes sobre o tema proposto. Após a coleta de dados, os artigos 
foram selecionados de acordo com a relevância, com a finalidade de aprofundar os 
conhecimentos à respeito do referido assunto. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A DA é um fator preocupante, visto que ocasiona impacto ambiental, 
principalmente quando relacionado às questões de desmatamento, mineração e 
atividades agrícolas, de grandes proporções, sendo muitas das vezes a recuperação 
de tais áreas demanda muito tempo. O manejo inapropriado do solo ocasiona 
destruição de cobertura vegetal, comprometendo a qualidade deste. As técnicas 
empregadas na recuperação de AD contribuem de forma significativa, sendo essencial 
seguir normas técnicas padronizadas na realização de cada uma, para alcançar os 
objetivos da técnica. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ALCÂNTARA, Larissa Azambuja; SILVA, Maria Clara Araujo; NISHIJIMA, Toshio. 
Educação ambiental e os sistemas de gestão ambiental no desafio do 
desenvolvimento sustentável. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia 
Ambiental, v. 5, n. 5, p: 734 - 740, 2012. 
 
11 
 
 
 
 
 
ALVES, Marlene Cristina; ZIGOMAR, Menezes de Souza. Recuperação de área 
degradada por construção de hidroelétrica com adubação verde e corretivo. Revista 
Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, n. 6, p:2505-2516, 2008. 
 
 
AMARAL, Luise Andrade. Estratégiade utilização de topsoil na restauração ambiental. 
2013, 103 fl. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal 
dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Diamantina – MG, 2013. 
 
 
ARRAES, Ronaldo de Albuquerque; MARIANO, Francisca Zilania; SIMONASSI, 
Andrei Gomes. Causas do desmatamento no Brasil e seu ordenamento no contexto 
mundial. Rev. Econ. Sociol. Rural, v. 50, n.1, 2012. 
 
 
BENTO, Ricardo Aparecido. Custeio baseado em atividades das técnicas de 
restauração de áreas degradadas na Amazônia Central. 2010, 103 fl. Dissertação 
(Mestrado em Ciências de Florestas Tropicais) – Instituto Nacional de Pesquisas da 
Amazônia, Manaus, 2010. 
 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. Disponível 
em: http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaTextoIntegral.action?id=249346&norma 
=102408 Acesso em: 10 Ago 2017. 
 
 
BRASIL. Casa Civil. Lei nº 9.985 de 18 de Julho de 2000. Institui o Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Brasília, 2000. 
 
 
BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Recuperação de Áreas 
Degradadas. 2017a. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/ 
sustentabilidade/plano-abc/arquivo-publicacoes-plano-abc/recuperacao-de-areas-
degradadas.pdf/view Acesso em: 10 Ago 2017. 
 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Recuperação de Áreas Degradadas. 2017b. 
Disponível em: http://www.mma.gov.br/informma/item/8705-recupera%C3%A7% 
C3%A3o-de-%C3%A1reas-degradadas Acesso em: 10 Ago 2017. 
 
 
CANDIDO-FILHO, Antonio; SANTOS, Jairo Janailton Alves; CANDIDO, Brygyda 
Cadygyna Araujo; PEREIRA, Frederico Campos; CRUZ, Tadeu Macryne Lima. 
Recuperação de áreas degradadas. Congresso Técnico Científico da Engenharia e 
da Agronomia CONTECC’ 2015 Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE 15 a 18 
de setembro de 2015. 
 
 
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