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Cisto Dentígero - Características Clínicas, Radiográficas e Histopatológicas - Patologia Bucal - Odonto Resumos #12 Compreender as características do Cisto Dentígero, é algo essencial, visto que assim como o Ameloblastoma, esta lesão é quase certa nas provas de Patologia Bucal da faculdade ou de concurso público de odontologia. Diante disto, neste Odonto Resumos, exclusivo para os usuários do PASSEI DIRETO, a maior rede de estudos do Brasil, nós iremos discutir tudo que você precisa saber sobre o Cisto Dentígero, desde as características clínicas, radiográficas, histopatológicas e até o tratamento para esta lesão. Cisto Dentígero - Generalidades. O Cisto Dentígero se associa a Junção Cemento-Esmalte de dentes inclusos O Cisto Dentígero é classificado como um cisto odontogênico de desenvolvimento, que se origina pela separação do folículo que fica ao redor da coroa de um dente incluso. Esta patologia é o tipo mais comum de cisto odontogênico do desenvolvimento, sendo responsável por cerca de 20% de todos os cistos revestidos por epitélio nos ossos gnáticos. Segundo Neville, o cisto dentígero envolve a coroa de um dente impactado e se conecta ao dente pela junção amelocementária. A patogênese deste cisto é incerta, mas aparentemente ele se desenvolve pelo acúmulo de fluido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente. Cisto Dentígero - Características Clínicas. Cisto Dentígero associado a siso incluso. Note a dilaceração das raízes que, junto com o cisto, dificulta a exodontia Clinicamente, o Cisto Dentígero, em grande parte dos casos, é assintomático, sendo descoberto em exames radiográficos de rotina para avaliação de um dente não erupcionado. No entanto, vale destacar que lesões extensas, apesar de incomuns, fazem diagnóstico diferencial com o Ameloblastoma e com o Ceratocisto Odontogênico, visto que podem causar expansão óssea indolor e até assimetria facial. Caso a lesão estiver associada a uma infecção, ela pode resultar em dor e edema. Embora o Cisto Dentígero ocorra com maior frequência em terceiros molares inferiores, ele pode afetar qualquer dente da arcada, assim, podemos citar como dentes acometidos também com alta prevalência os caninos superiores, terceiros molares superiores e os segundos pré- molares inferiores. Dentes decíduos também podem ser acometidos, mas isto é raro. E, apesar deste cisto odontogênico de desenvolvimento ser encontrado em pacientes com ampla variação de idade, eles acometem com maior prevalência pacientes entre os 10 e 30 anos. Há uma leve predileção pelo sexo masculino e maior prevalência em brancos do que em negros. Cisto Dentígero - Características Radiográficas. Cisto Dentígero associado a terceiro molar incluso A apresentação radiográfica clássica do Cisto Dentígero ocorre a partir de uma lesão radiolúcida unilocular, bem definida, associada a coroa de um dente incluso. No entanto, é importante lembrar que um grande cisto dentígero pode passar a impressão de uma lesão multilocular, devido à persistência de trabéculas ósseas dentro da lesão radiolúcida. Os cistos dentígeros, contudo, são processos macroscópicos e histopatologicamente uniloculares e não se apresentam como lesões multiloculares verdadeiras. Cisto Dentígero - Características Histopatológicas. Histopatologicamente, o Cisto Dentígero pode se apresentar de duas maneiras, as quais irão se diferenciar entre si de acordo com a presença de inflamação. Assim, em um Cisto Dentígero NÃO INFLAMADO, a cápsula da lesão é composta de tecido conjuntivo fibroso, arranjo frouxamente e com grande quantidade de substância fundamental amorfa. Além disso, é possível de se observar ilhas e cordões de restos epiteliais presentes na cápsula cística. O revestimento epitelial é formado por duas a quatro camadas de células achatadas não ceratinizadas, e a interface entre o epitélio e o tecido conjuntivo é plana. Cisto Dentígero Não Inflamado. Note a presença de células mucosas (círculos brancos) no epitélio. Já em um Cisto Dentígero INFLAMADO, a cápsula fibrosa é mais colagenizada e possui um infiltrado inflamatório crônico variável. As vezes células sebáceas são encontradas no interior da parede cística. O revestimento epitelial pode conter células mucosas, além de apresentar quantidades variáveis de hiperplasia com o desenvolvimento de cristas epiteliais e características escamosas mais definidas. Cisto Dentígero Inflamado. Observe o epitélio mais espesso, com cristas hiperplásicas. O conjuntivo apresenta infiltrado inflamatório crônico. Para encerrar esta porção do artigo, vale destacar que não é fácil a distinção histológica entre um Cisto Dentígero e um folículo dental normal. Contudo, é essencial que o patologista consiga eliminar a partir das características histopatológicas, lesões mais agressivas como o Ameloblastoma e o Ceratocisto Odontogênico. Cisto Dentígero - Tratamento. O tratamento clássico para o Cisto Dentígero envolve a enucleação da patologia junto com a exodontia do dente acometido. Mas, se a erupção do dente envolvido for considerada possível, então o dente pode ser deixado em seu local após a remoção parcial da cápsula cística. Nestes casos, o tracionamento ortodôntico pode ser necessário para a erupção completa do dente. Lesões muito grandes, podem ser tratadas a partir da marsupialização, procedimento que descomprime a lesão e, assim, permite a sua remoção a partir de uma cirurgia menos extensa. Dreno cirúrgico instalado para descompressão de Cisto Dentígero associado a um segundo molar inferior O prognóstico, tanto da enucleação, quanto da marsupialização, são ótimos e recidivas são bastante raras. ____ Bom, por hoje era isso! Espero que este artigo seja valioso nos seus estudos para provas da graduação ou de concurso público de odontologia. Qualquer dúvida em relação ao assunto que você tiver, é só me enviar no Passei Direto, a maior rede de estudos do Brasil, onde você pode me seguir para ter acesso a mais conteúdos como este! Abraços, André Martins - Arriba Dentista
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